Pode Me Chamar De Percy escrita por bersange


Capítulo 2
Roda de amigos


Notas iniciais do capítulo

/bersange/
mais para criar uma dinâmica entre percy e alguns amigos do que pra desenvolver a história



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Eu me diverti muito naquele que foi meu primeiro dia na Academia Minerva. Grover me explicou que as aulas começariam em uma semana, mas que os diretores dão esse tempo para todo mundo se (re)adaptar a rotina de lá.

Grover, aliás, era um cara incrivelmente simpático. Sempre com um sorriso frouxo na boca, como se a expressão natural dele fosse de felicidade mesmo. Era um cara engraçado, extrovertido e legal. Era o namorado da Juníper, uma garota bonitinha e pequenininha que tinha uma mecha de cabelo verde combinando com a cor dos olhos.

Tyson é um cara que, se você se deixar levar pelo tamanho, fica facilmente intimidado. Mas com uma boa olhada, ele é apenas um cara grande, forte e extremamente infantil. Não de um jeito bobo que adora aparecer, mas ingênuo e brincalhão.

Nico, entretanto, era mais estranho. Tem um jeito meio retraído e distante e um olhar meio deprimido. Também parecia que passara uma longa noite de insônia, já que tinha longas orelhas e tinha uma voz cansada.

Depois da cafeteria, com a chegada de alguns outros colegas aos quais fui apresentado (uma mal-humorada Clarisse, um hiperativo e com jeito sorrateiro Leo Valdez e uma linda e tímida Piper), fomos até a cidade.

Era uma caminhada rápida e, em um grupo tão grande, rendeu diversas risadas. Confesso que me senti ansioso para me enturmar de vez logo, para ser realmente parte daquilo. Eu nunca tive muitos amigos, até porque mudava sempre de colégio e nunca me adaptava direito.

Em parte do caminho, levei uma sabatina do pessoal. E pra falar a verdade, eu até gostei. Acho bacana que as pessoas mostrem algum tipo de interesse em você.

- Então, Perseu, de onde você é? - perguntou Connor.

- Me chame de Percy, cara - disse, automaticamente. - Sou de Manhattan.

- E o que te fez vir de Manhattan até aqui? - perguntou Katie. - É meio longe, né?

- É verdade. Bem, eu tive uns, hã, problemas em quase todas as escolas de Nova York, aí minha mãe me colocou aqui.

- Que tipo de problemas? - indagou Leo, abruptamente. Piper lhe deu um leve cutucão.

- Ah, foram tantos. Eu acho que nunca conseguia me adaptar aos colégios, achava chato - eu disse. Não era mentira, mas também não era completamente verdade.

- Aí a sua mãe te colocou aqui na Academia Minverva - perguntou a Annabeth, com um leve tom de desaprovação. Levemente desconcertado, deduzi o que a loira queria dizer. Afinal, era um colégio caro para uma família colocar alguém que 'não se adapta a colégios'.

- É, acho que dei sorte - disse, e alguns dos que ouviam a conversa riam. Annabeth manteve o olhar sério. - Acho que vou me adaptar bem aqui, tenho a leve sensação que vai ser fácil.

Desta vez, Annabeth se permitiu dar um sorriso, o que me deixou tranquilo por um breve segundo. Um segundo foi o que demorou do sorriso que ela deu até ela dar as mãos ao Luke. Ele era seu namorado, é claro. Mas não tive tempo de processar a ideia, pois o diálogo prosseguiu.

- Cara, te garanto que aqui é melhor do que qualquer outro colégio no universo - disse Travis. - Tipo, o melhor que existe mesmo.

- É bom mesmo. Meu, hã, padastro me falou maravilhas daqui.

- Ele trabalha aqui? - perguntou Silena.

- Trabalha. O nome dele é Paul Blofis.

- O professor de literatura? - ela retrucou.

- É, esse mesmo - falei. E rindo, acrescentei: - Ele é um professor bom ou ruim?

- Eu gosto dele - disse, simpática.

- Eu também. Ele não é nenhum senhor Brunner, mas também não é uma senhora Dodds - explicou Travis, que eu percebi que tinha o cabelo um pouco mais claro que o do irmão.

- Quem? - perguntou Connor, até então alheio à conversa.

- Senhor Blofis.

- Ah, aquele filho da puta me deixou de recuperação porque não caiu no meu truque de falso vômito durante a prova. O que que tem ele?

- É o padastro do Percy.

- Ah, foi mal - disse, desconcertado. Rimos.

- Tá tudo bem. Eu até acho que ele me contou essa história outro dia - falei

- Ora, minha fama já chegou na Ilha de Manhattan, vejam só.

- Sua fama de arganaz idiota? - perguntou Katie Gardner.

- Não, minha fama de mestre das brincadeiras, sua arara metida.

- Seu troll energúmeno.

- Sua hiena maltrapilha! - falou. Connor e Katie começaram um longa e hilária troca de ofensas absurdas.

Chegando na cidade, fomos até uma singela praça onde ficamos ficamos batendo papo por um tempo. De lá, fui com parte do grupo dar uma volta ao shopping de lá.

- O que um cara de Nova York está achando do shopping de Williamsburg? - provocou Leo.

- Bem legal - eu disse. Na verdade, era um shopping bem modesto se comparado aos que eu já tinha ido, mas ainda assim era aconchegante e moderno.

De lá, fomos até a pista de skate, onde Thalia me apresentou o primo, Jason Grace e a namorada dele, Reyna. Depois, Grover e Juníper quiseram ir embora e eu os acompanhei. Além de mim, Tyson, Nico e Thalia voltaram.

- E aí, Percy? - Thalia começou a puxar conversa. - O que você está achando da Academia Minerva? E de Williamsburg?

- Poxa, muito maneira, de verdade.

- Isso é porque você não viu como Williamsburg bomba a noite - disse Grover, que levou um tapinha no braço de Juníper.

- Ele está certo. No fim de semana que vem tem a tradicional festa de boas aulas no casarão da Rua Doze - continuou Thalia.

- Aonde?

- Rua Doze. É a rua que fica a loja de discos.

- Ah, claro - respondi. Passamos por lá rapidamente e eu me detive por um instante na vitrine. Thalia comentara que adorava aquele lugar. - E é maneira a festa?

- Perseu, olha eu acho que... - começou Juníper, mas interrompi.

- Percy.

- Desculpe - ela disse, dando um rápido sorriso constrangido.

- Tudo bem - eu falei, fazendo um sinal de papo firme com a mão.

- Certo. Olha, Percy, nessa festa só tem bebida, vadias e música alta - continuou, com tom claramente reprovador.

- Então significa que ela é ótima, né? - comentou Nico, aproveitando a deixa. Rimos.

- A questão é que todo mundo vai e quase todo mundo se diverte - ela disse. - Mas sempre rola umas merdas, sempre rola uns bafões.

- Bafões? - Grover questionou, sem entender.

- É, bafões. Tipo bem fofoca grande.

- Entendi.

- E vocês todos vão? - perguntei.

- Claro. Ela disse que todo mundo vai, não ouviu? - falou Thalia. - Nem que seja pra passar um tempinho. Apesar do que a Juni disse, é uma festa muito maneira, sério mesmo. É a melhor de toda Williamsburg.

- Pelo menos das que a gente pode entrar nessa idade, né? - disse Nico. - Ouvi dizer que a festa do barulho na boate Solid é a melhor de todas.

- É mesmo, cara? - perguntou Grover.

- É. Falam que tem bebida pra caralho, espuma, piscina e por aí vai.

- Eu já fui - comentou Thalia.

- Como?

- Entrando, oras.

- E como você entrou, mulher?

- De penetra, claro. Fingi que tinha idade para estar lá e entrei. Eu nunca te contei isso?

- Não.

- Foi na do começo do ano. Eu, Silene e a Zöe. Ninguém pediu pra ver identidade nem nada.

- E é boa mesmo?

- É ótima - ela disse, dando um sorriso enigmático.

Mais uma vez, me senti ansioso para me enturmar de vez logo. Senti que finalmente eu iria me adaptar a escola. Que eu finalmente teria um grupo de amigos para chamar de meu.


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Notas finais do capítulo

/percy/
demais, gente. espero que eu não consiga estragar tudo.