Pode Me Chamar De Percy escrita por bersange


Capítulo 1
O garoto novo


Notas iniciais do capítulo

/percy/
ser aluno novo não é fácil, sabiam? ainda mais com tanta responsabilidade nas costas...



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Enquanto caminhava para o meu novo quarto, pensava de quantas maneiras eu poderia decepcionar minha mãe e Paul e ser expulso de mais uma escola. Afinal, era quase uma tradição anual. Tem o natal, a páscoa, dias das bruxas e a expulsão de Percy Jackson do novo colégio.

Não que eu fosse um valentão ou algo assim. Ok, eu encarava uma briga quando provocado, mas só quando era absolutamente necessário. Um dos diretores que me expulsou de um colégio nos últimos anos disse que eu era incrivelmente intempestuoso e um tanto sem noção. Era verdade. Não sou homem de baixar a cabeça pra autoridade que fala grosso ou pra riquinho mimadinho. Claro, em um mundo cheio de puxa-sacos, minha virtude era considerada um defeito.

Mas naquele ano tinha que ser diferente. Primeiro, por causa da minha mãe. Eu sei que todo mundo diz que a sua mãe é a melhor do mundo, mas minha mãe é a melhor mãe do mundo. Meu pai morreu em um acidente de navio e minha mãe conseguiu dar o jeito dela para sobreviver. E, descontando um breve namoro com um porco em forma de gente chamado Gabe, ela só tivera tempo para um novo amor após conhecer Paul, um simpático professor de literatura. E dói tanto cada vez que eu me meto em confusão e minha mãe me defende. Não poderia decepcioná-la novamente. Era uma promessa.

O segundo motivo era o namorado da minha mãe, Paul Blofis. Ele conseguiu uma bolsa para mim em um colégio absurdamente caro e eu sabia que, se fizesse alguma besteira colossal, colocaria em risco a sua profissão e reputação.

O terceiro e último motivo é que a Academia Minerva era possivelmente o melhor colégio que já existiu nos confins do espaço-tempo. Ou que vai existir. Tinha um campus enorme, dormitórios, quadras, campos de futebol americano e futebol 'convencional', piscina, pista de atletismo e até as salas de aula impressionavam. Os alunos moravam lá durante o ano letivo, o que dava um ar de universidade ao local, ainda havendo uma simpática cidade que éramos autorizados a ir quando não estávamos em aula.

Entrei no corredor do meu quarto. Edifício da Colina, segundo andar, quarto 207. O lugar estava vazio, mas eu podia ouvir sons de risos, conversas e músicas nos quartos. O coordenador responsável, Dionísio, deveria ter me guiado até lá, mas ele alegou que estava 'com os colhões cheios daqueles moleques imprestáveis e sem cérebro' e que eu teria que me virar com 'a porra do meu cérebro'. Sim, foi isso que ele disse.

Parei em frente a porta do meu quarto. Pelo que sabia, dividiria com mais três garotos. Respirei fundo e entrei, pronto para enfrentar qualquer pessoa esquisita que lá estivesse. Mas não havia ninguém.

Três das camas estavam com malas de roupas em cima, então eu fiquei com a que sobrou. Parte de baixo do beliche, próxima a janela. O quarto era confortável. Além das camas, havia armários embutidos nas paredes, uma estante, uma mesa, duas cadeiras e um frigobar. Mais do que no meu próprio quarto em Manhattan.

Coloquei minhas malas pesadas na cama e sentei, ponderando no que poderia fazer. Por um lado, queria andar pelo campus, mas por outro, queria esperar e conhecer os companheiros de quarto.

Com um susto, ouvi a porta se abrindo e um cara perguntou:

– E aí, Grover?

– Hã, Grover?

– Ah, foi mal. Achei que o Grover estaria aqui. Eu sou o Luke. Luke Castellán - disse, estendendo a mão. Apertei-a.

– Percy Jackson - respondi. Seu rosto se clareou ao ouvir meu nome.

– Perseu, o novo garoto?

– É, mas eu prefiro Percy. Perseu é um nome muito estranho.

– Era o nome de um semideus grego, sabia disso?

– Como você sabe?

– Ah, o senhor Brunner é um ótimo professor e...

– Não - interrompi, reprimindo um sorriso. - Como você sabe meu nome, Luke?

– Bem, o senhor D nos contou quem viria para este dormitório.

– Senhor D? Dionísio?

– Sim. Sabe, eu fui companheiro de quarto deles nos últimos dois anos. Mas acabamos sendo separados após um, hã, acidente com um cabeção de nego na lixeira. Os irmãos Stoll pregaram uma peça no senhor D, mas eu assumi a culpa para eles não serem expulsos e... - ele parou e enrubesceu, percebendo que havia falado demais.

– Entendi. Atitude legal a sua. Nem todos a tomariam.

– Obrigado, Perseu. Digo, Percy - ele disse, dando um sorriso amistoso. - Ei, você quer conhecer a galera? Vamos, eu te mostro todo mundo.

– Claro - respondi. Imaginei que, se todos da Academia Minerva fossem assim, estava ótimo. Luke parecia ser um cara muito legal.

Enquanto íamos até a cafeteria (onde Luke disse que os alunos mais gostavam de ficar), ele me contava como funcionavam algumas coisas na Academia Minerva. Eu teria que lavar minhas próprias roupas e arrumar minha própria cama. O senhor D faria uma ronda todo dia de manhã para verificar se os alunos não era muito sujos. Já banheiro e vestiários, apenas os comunitários, o que Luke classificou como algo péssimo. Almoço e janta eram oferecidos de graça nos refeitórios, mas os alunos poderiam comer nas lanchonetes do campus ou da cidade vizinha, Williamsburg, se tivessem dinheiro. Eu poderia fazer testes para algum time, e pensei logo em natação e basquete.

Chegando na cafeteria, Luke foi recebido por uma turba de gente, com abraços e muito barulho.

– Grover? Nico e Tyson? Eu fui procurar vocês no seu dormitório, caras.

– A gente veio logo pra cá, Luke. Como foi de férias?

– Foi ótima, Nico. Ah, encontrei seu novo companheiro de quarto, Percy.

– Percy? - disse o garoto, que era pálido e meio sombrio. - Não era Persa ou algo assim?

– Perseu - falei. - Mas prefiro Percy mesmo.

– Ah, prazer, eu sou Nico di Angelo.

– Eu sou Grover. Grover Underwood - disse o segundo, que possuía um inequívoco sorriso caloroso em seu rosto.

– Eu sou o Tyson - disse o terceiro, um cara alto, mas de aparência gentil e até inocente. Riu-se, divertido: - Seremos colegas de quarto.

– Bem, deixe-me apresentar todo mundo de uma vez, ou ficaremos nisso para sempre - adiantou-se Luke. - Essa é a Silena, Charles Beckendorf, Travis Stoll, Chris Rodriguez, Thalia, Juníper, Connor Stoll, Ethan Nakamura, o bom e velho Malcolm, Will Solace, o baixinho e explosivo Michael Yew, Jake Mason, Katie e, claro, Annabeth.

Eu cumprimentei rapidamente todo mundo, mas me detive brevemente em Annabeth. Eu nunca tinha visto alguém tão... Bem, sei lá.

– Pena que não está todo mundo da turma por aqui - disse Katie, sorridente.

– Aposto que ele vai adorar Clarisse - falou Connor.

– Ela é um anjo - completou Travis. - Com todo o respeito, Chris.

– Onde está o resto do pessoal, gente? - perguntou Luke.

– Hã, meu primo e a namorada estão na cidade, comemorando aniversário de dois meses. Seja lá o que isso significa, né? - disse Thalia, que tinha um jeito meio ameaçador.

– Frank e Hazel ainda estão vindo, de carona com a mãe de Frank - disse Charlie Beckendorf. - Leo eu ainda não vi.

– Acho que a Piper também não chegou. O resto está por aí... - falou Grover.

– Show - respondeu Luke. - Bem, vou comprar um café. Percy, quer vir comigo?

– Claro.

Olhei para trás quando entrei na fila do caixa. Parecia um grupo de amigos muito bom. Eu nunca tivera muitos amigos, afinal, chegava nos lugares com uma fama de bad boy que eu não era.

– Esse aqui é o lugar mais bacana do campus, costumo ficar relaxando entre uma aula e outra por aqui.

– Eles parecem ser maneiros. Os seus amigos.

– É, são mesmo. Você vai se enturmar logo - falou, quando a pessoa na frente dele saiu e ele se dirigiu ao caixa: - Cappuccino.


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Notas finais do capítulo

/percy/
fiquei mais aliviado, acho que não terei problemas para me enturmar. luke é um cara muito maneiro. Além dele, me chamaram a atenção os meus três companheiros de quarto, a punk thalia e annabeth. ela era tão... sei lá.
/bersange/
ainda vou incluir outros personagens... principalmente a rachel elizabeth dare. em breve, amiguinhas...