Clichê. Mas Nunca Igual. escrita por Biscoita Bis


Capítulo 13
Cafajeste!




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Saí de cima dele no mesmo instante e fui pulando como saci até a cama. Matt riu e sentou-se ao meu lado.

— Mel, você é incrível! – ele me pegou de surpresa, olhei pra ele e havia um sorriso gigante nos seus lábios. Alem de dentes incrivelmente brancos havia pequenos quadradinhos no meio de cada um. Essas borrachinhas de coloração azul contrastavam com seus olhos que estavam pequenininhos por causa do seu sorriso.

Sorri de volta, e depois abaixei minha cabeça. Eu confesso. Matt era perfeito. Ele era bonito, gentil, e apesar de ser metido, gostava de ajudar as pessoas. Para Mel! Tu ta louca? Matt Evans namora Claire Jones e você é a intrusa nessa situação. Eles são felizes juntos e você é quem estraga tudo sempre. Sai dos devaneios quando escuto um carro parar à frente da casa de Matt.

Matt se levantou e foi para a sacada e eu o segui. Do carro saiu uma mulher loira toda de branco. Matt entrou no quarto e disse:

— Vamos lá. Queria te apresentar à ela.

— É meio difícil descer escadas sem um pé.

Matt se aproximou e me pegou no colo.

— Tudo bem Matt – Protestei — Acho que dá pra ir andando.

Ele me desceu e passou meu braço pelo seu pescoço e me ajudou à descer.

Chegando lá em baixo, a mulher loira estava sentada no sofá e olhava fixamente para o teto. Ela parecia ter no máximo 35 anos, se fosse a mãe de Matt, ela o tivera muito nova. Soltei-me do pescoço dele e ela me olhou de cima a baixo com os mesmos incríveis olhos azuis que Matt tinha. ela parou o olhar no meu tornozelo esquerdo e exclamou:

— Ai meu Deus, o que houve ai? – ela veio em minha direção e abaixou olhando para o meu pé enfaixado.

— Houve um imprevisto – disse sorridente – Mas seu filho cuidou de tudo, obrigada.

Ela sorriu pra mim e disse estendendo a Mão:

— Mariana! Prazer em conhecê-la.

Estendi minha mão pra ela e disse docemente:

— Mel. Prazer em conhecer a senhora também.

— Mel. Que nome lindo!

— Obrigada. – agradeci sem graça. Matt me olhava chocado sem acreditar que eu acabara de dizer a tal palavrinha mágica. Olhei de volta pra ele ameaçando-o com o olhar e tentando passar uma mensagem pra ele implorando para que ele me tirasse daquela situação constrangedora.

— Ela caiu da escada quando fugia de mim.

Dei uma cotovelada discreta no estomago de Matt.

— Isso não é verdade! – protestei — Matt está ficando tarde, preciso ir. Você pode buscar minha mochila?

Ele assentiu e subiu as escadas correndo. Apesar da feição de cansaço, a mãe dele sorria pra mim com uma felicidade enorme. Fiquei me perguntando o que estaria passando pela cabeça dela. Quando estava me sentindo mal por estar sozinha com alguém que acabara de conhecer, Matt desceu as escadas com a minha mochila em uma das mãos e meu par de tênis na outra.

Sente-me no sofá para calçá-los e então me dei conta de uma coisa: como eu iria embora com o pé daquele jeito? Em poucos minutos ia escurecer e ir a pé não era algo legal. Quando finalmente estava calçada, Mariana jogou as chaves do carro na mão de Matt e disse:

— Cuidado com meu carro.

Ela subiu as escadas se despedindo de mim com um aceno de mão. Retribui o aceno e quando ela já estava fora do alcance dos meus olhos, me virei pra Matt e disse:

— Mas nem morta!

— Para de teimosia Mel, vamos logo.

— Eu só entro naquele carro com você só se for carregada!

Ele veio em minha direção, pegou minha mochila e segurou-me pela cintura me jogando em cima de seus ombros sem o menor esforço. “Odeio ser pequena” pensei frustrada. Ele me jogou no banco do passageiro e eu fiquei emburrada de braços cruzados.

Ele deu à volta no carro e entrou do lado do motorista. Passando o cinto pelo seu corpo ele disse:

— Será que você pode por o cinto de segurança? Não quero causar mais acidentes.

Rolei os olhos e passei o cinto sobre mim e disse:

— Você nem tem idade para dirigir.

— De acordo com a lei, a partir dos dezesseis anos eu posso dirigir em vias internas das 09:00 às 18:00.

Não respondi. Ele deu partida e tirou o carro da garagem. O sol já se punha no horizonte e as nuvens tinham uma coloração escarlate. Olhei para Matt e os últimos raios de sol refletiam nos seus olhos enfatizando mais ainda a coloração azul.

Fomos o percurso inteiro em silêncio e eu agradeci por isso. Teria tempo de ir pensando e organizando as coisas na minha cabeça.

Eu tinha ficado tempo demais na casa de Matt e acabou que a gente não estudou nem um pingo. Apesar de Matt namorar ele age comigo como se não tivesse uma namorada. Isso me irritava. Não que eu me sentisse mal por Claire. Ta, talvez um pouco. Mas eu me sentia mais mal por ser a outra da situação. Matt podia ser lindo, atencioso, dedicado, inteligente, mas era um belo de um cafajeste, tive vontade de bater nele e foi isso mesmo que eu fiz. Joguei minha mochila em cima dele e ele freou o carro assustado e olhou pra mim.

— PORRA MEL, QUER MATAR A GENTE?

— Cafajeste! – olhei pros lados e vi que estava a apenas uma rua da minha casa. Abri a porta do carro e fui mancando até em casa. Matt desceu do carro e ficou me olhando andar até um portão branco de grades à frente de uma casa azul de apenas um andar.

Peguei a chave na minha bolsa e mal consegui colocar a chave na fechadura. minhas mãos estavam trêmulas. Meus olhos ardiam e eu sentia as lagrimas passarem pelo meu rosto.

Um carro freia do meu lado e Matt desce dele e me segura impedindo de abrir o portão.

— Melanie, qual é o teu problema?

Fiquei imóvel, as lágrimas escorriam freneticamente pelo meu rosto e eu tinha vontade de sair correndo se não fosse aquele maldito pé.

Desviei meu olhar dele e cai de joelhos no chão.

Matt se ajoelhou perto de mim, ergueu meu rosto e disse:

— Qual é o problema?

— Você é o problema Matt Evans. Você me machuca e não percebe isso. Você machuca as pessoas!

À essa altura eu gritava com ele. A rua estava vazia, mas acredito que os vizinhos sairiam ali em poucos minutos.

Sentei-me na calçada e abracei meus joelhos chorando. Matt me abraçou e eu só olhei para ele e disse:

— Não toque em mim!

Ele ficou assustado e seu lábio inferior tinha um leve espasmo. Ele se levantou e disse olhando para mim:

— É por isso que as pessoas não se aproximam de você. Você afasta as pessoas. Na verdade seu orgulho as afasta. Mas se você precisar, me liga. Eu não vou me afastar de você, nem que você me espante a pauladas.

Ele tirou um papelzinho carteira e anotou alguma coisa e colocou no bolso da minha jaqueta.

Eu o vi dar as costas e ir embora. Abri o portão e entrei em casa. Na havia ninguém, mas um bilhete amarelo me esperava à porta da geladeira.


“Mel, a mamãe tem plantão hoje, volto amanhã as 7. Te amo”


Amassei-o e joguei no lixo. Junto com o papel que Matt me dera com o número do seu telefone.

Tirei meus tênis antes de entrar no meu quarto e desabei na cama. Olhei meu celular e Meg não tinha me ligado. Pensei duas vezes em discar o número dela. Talvez se eu não tivesse pensado tanto tinha deixado orgulho de lado. Mas Matt tinha razão, meu orgulho afastava as pessoas.

As lágrimas cessaram, mas minha garganta ardia. Sentia uma angustia vindo de dentro e aconteceu como da ultima vez. O meu físico sentiu a dor provocada pelas minhas próprias unhas.


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Notas finais do capítulo

OLÁ!

Estou aqui pra dar uma noticia um pouco triste. A fic não irá passar dos 25 capítulos. Eu não quero ficar criando capítulos sem conteúdo nenhum só para estender a historia.

Enfim, não vai dar pra citar todos os nomes nos agradecimentos hoje, então direi no geral: OBRIGADA POR CADA REVIEW NO CAPITULO ANTERIOR, SEUS (AS) LINDOS (AS).

E um obrigadinha especial pro Gustavo que fez questão de imprimir a fic e encadernar pra ler fora da internet. fico feliz com isso ♥

Beijinhos.