Clichê. Mas Nunca Igual. escrita por Biscoita Bis


Capítulo 12
A matemática causa dores




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Terminamos nosso almoço e fomos pro quarto para começar as tão sonhadas aulas de matemática. Ah, adoro! (Não se esqueça de ler com tom irônico). Matt esborrachou na cama e reclamou de seu estomago estar tão pesado depois de quase dois litros de coca-cola que tomamos juntos.

Fiquei de pé e tentava limpar a sujeira de coca-cola que Meg tinha feito na minha camiseta. Matt percebeu meu esforço em vão. Ele se levantou, foi até seu armário e pegou uma camiseta e jogou-a pra mim.

— Tudo bem, pode vestir.

Joguei a camiseta de volta pra ele e disse:

— Não preciso, será que dá pra a gente começar essa maldita aula logo?

Peguei minha mochila e coloquei meu material sobre a mesa. Matt escolheu algumas apostilas na sua estante e colocou-as sobre a mesa também. Ele sentou do lado oposto e então disse:

— Muito bem, você está com a cópia do seu teste ai?

Fucei em minha mochila e achei o agrupado de folhas, entreguei à ele. Enquanto lia, suas sobrancelhas arqueavam e ele gesticulava com os lábios. Esperei alguns minutos e então ele disse:

— Muito bem, a situação está pior do que eu imaginava.

Rolei os olhos e dei de ombros. Ele começou à me explicar algo sobre catetos e hipotenusas mas no meio da explicação eu devo ter viajado para um universo alternativo onde haviam pôneis alados, elfos, dríades e náiades. Voltei à mim no momento em que ele estralou os dedos à frente do meu rosto dizendo:

— Será que você poderia prestar atenção, Melzinha?

Se sua voz não me desse sono, eu prestaria atenção, aborto mal sucedido.

— Me insultando na minha própria casa?

Não respondi, apenas deitei minha cabeça sobre à mesa e comecei a brincar com minhas canetas.

— Olha aqui Melanie - me assustei, Matt nunca tinha me chamado pelo meu nome - eu nunca fiz nada pra ti. E tu me trata mal desse jeito. E as coisas só pioraram depois daquele dia em que a gente se-

Ele se interrompeu no momento em que o livro de matemática que eu joguei acertou no seu nariz. Eu não queria nem tocar no assunto daquele dia. Não queria nem me lembrar de que algo assim aconteceu. Ele se levantou com a mão no nariz me praguejando alguma coisa que eu não entendi e foi em direção ao banheiro. Parei na porta e ele estava lá, analisando aquele pedaço de cartilagem– que por sinal, ficou torto depois que o acertei com o livro.

Ele me olhou enfurecido e disse vindo em minha direção:

— Tu é louca Melanie?

— A matemática causa dores, não é mesmo?

Pude ver a raiva se difundir naquele par de incríveis olhos azuis. Ele se deitou na cama enfurecido.

Esperei alguns minutos e ele não disse nada. Levantei-me, coloquei meus cadernos na mochila e enquanto colocava meus tênis ele se sentou e disse:

— Onde você vai?

— Embora. Meu professorzinho está com ataques de infantilidade.

Ele se levantou e disse ironicamente:

— Infantilidade? A garota que acabou de jogar um livro de matemática de 300 paginas no meu nariz está me chamando de infantil? Qual é o seu problema garota? Eu faço de tudo pra te ajudar. Aceitei em te dar aulas de reforço e recebo uma livrada no nariz!

— Eu não preciso da sua esmola Matt!

Desci as escadas correndo tão de pressa que torci meu pé em um dos últimos degraus. Vi Matt descendo os degraus pra me alcançar e eu tentei me levantar mas foi em vão, meu pé doía muito. Tentei me levantar mais uma vez e Matt me segurou no colo. Esperneei e ele disse:

— Para de ser teimosa, você não consegue andar!

Sua voz soou forte e eu cedi. Merda, nesse momento eu precisava de Matt.

Ele subia as escadas comigo no colo e não mostrou o mínimo de cansaço. Seus olhos eram fixos nos degraus e o esforço que ele fazia acentuavam os músculos em seus braços. Ele não era o cara bombado, mas ele tinha uma massa física considerável. Ele então percebeu que eu estava olhando fixamente para seus olhos e então desviei o olhar. Ele me colocou gentilmente em cima da cama e disse:

— Fique aqui senhora teimosa. Vou buscar a maleta de remédios.

Fiquei de pé e protestei:

— Eu estou bem cara, olha, já consigo andar! - dei um passo à frente e caí de joelhos novamente.

Ele me sentou na cama e não disse nada, mas eu pude ver as palavras explicitas em seus olhos "eu avisei".

Dois minutos depois ele aparece com uma caixinha branca de madeira e vai tirando algumas cosias de lá. Faixas, pomada e um spray.

Tirei meus tênis e então me dei conta que tinha entrado com eles.

— Matt, pode colocar meu tênis do lado de fora?

Ele me olhou meio indeciso mas acho que se lembrou de uma das minhas manias e o fez.

Quando finalmente ele tocou meu tornozelo eu soltei um grito e chutei o rosto dele sem querer.

— Porra Mel, de novo?

— Desculpa Matt, foi reflexo! Podia ter avisado que ia tocar no meu tornozelo né!

— Ei Mel, estou tocando no seu tornozelo ok? Prometo que não vai doer nada.

Ele sentou à minha frente colocando meu pé sobre seu colo e segurou meu tornozelo.

— Mel, tenta mexer o pé, nem que seja um pouco, só pra eu saber se quebrou.

Girei meu pé vagarosamente e senti as fisgadas de dor se estenderem por todo meu corpo.

Matt viu minha expressão e soltou um sorrisinho de canto e começou a cuidar do meu machucado. Ele espirrou um spray que pude ler no frasco algo como "Alivia Dor". Depois passou uma pomada com cheiro de hortelã e assoprou em seguida dando uma leve sensação de refrescância. Eu pude ver nos olhos de Matt o cuidado que ele tinha fazendo aquilo. Pensei por um momento que ele ficaria lindo de jaleco branco e estetoscópio pendurado no pescoço.

Ele terminou enfaixando meu pé e colocando minha perna sobre o travesseiro. Ele chegou perto de mim e disse baixinho como se contasse um segredo.

— Acho que agora é a hora que você diz obrigado.

O empurrei para trás e disse baixinho:

— Obrigado, Doutor.

— É tão difícil assim Mel?

— Difícil o que?

— Você ser meiga, carinhosa, ou simplesmente educada.

— Eu sou educada! -protestei.

— Ah, jura? Alguém que não diz obrigada, nem por favor, joga livros de matemática e chuta o rosto de colegas é alguém muito educada.

— Eu só uso meu lado meigo e gentil com quem merece Matt, só isso.

Sua feição ficou seria e ele se aproximou de mim ficando de joelhos do meu lado na cama. Ele olhou dentro dos meus olhos e disse:

— Eu não mereço isso Mel? O cara que salvou tua vida, que está te ajudando em matemática? O cara que sobe degraus com você no colo e que cuida de luxações em tornozelos não merece nem um pouquinho da Mel gentil e carinhosa?

Matt me pegou de surpresa. Ele estava mais perto do que as normas da ABNT permitem. Uma de suas mãos se apoiava na cama e a outra tocou meus cabelos posicionando minha franja atrás da orelha. Desviei meu olhar e umedeci meus lábios, nervosa. Quando senti sua respiração em meus lábios, o empurrei para o chão. Ele me puxou e eu acabei caindo em cima dele.


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Notas finais do capítulo

SIM, EU ADIANTEI O CAPITULO 12!

SIM, EU AUMENTEI 100 PALAVRAS

Estou conseguindo aos pouquinhos, obrigada pelo incentivo de todas e todos. Isso mesmo, temos garotos acompanhando a fic :3

Agradecimentos: Lyon, Anjo Qualquer, BiaDrew, SweetGirl, BlueCupcake, ZodiacAne, Ichigo Puddi, Nati CBL, Echo Chan, Debora, Ayese Hinu, Srt HeLL, Pamisa Chan, MariAlcantud, Thatianarocha, Carol Siqueira, Manu San Angel Silver e Days Cullen!

A cada dia os agradecimentos ficam maiores, ufa! Fico feliz com cada review, vocês me motivam sempre.

Obrigada por ler!