Apaixonada Por Um Demônio escrita por Cecília An


Capítulo 4
A aparição




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" Tudo estava escuro, eu caminhava por um beco, sem rumo. Estava sozinha, desorientada, assustada. Podia escutar meu coração palpitar de medo. No fim, lá no fim, eu avistei um pequeno fleche de luz. Queria alcançá-lo. Então caminhei em sua direção com cuidado par não tropeçar em meus próprios pés. Quando tinha dado alguns passos, alguém me puxou para um canto daquela escuridão, me agarrou por trás, não pude ver quem era, só distingui que era um homem, era alto e forte. Com uma das mãos tapou com força minha boca, ficando impossível gritar, me apertava tanto contra seu peito, que pude sentir como ele era gelado. Ele entortou minha cabeça para o lado e cheirou toda a extensão do meu pescoço, em seguida soltou um suspiro de satisfação. Senti o cheiro de sangue fresco, provavelmente ele estava machucado. Tentava com todas minhas forças me libertar daquele homem, mas sem sucesso, estava a sua disposição, completamente vulnerável. Quado estava quase entregue, sem mais forças, uma segunda pessoa apareceu e aquele homem que me agarrava me jogou no chão e fugiu na escuridão. Caí exausta, sem forças. Aquela pessoa me pegou no colo e me levou em direção à luz. Quando levantei o olhar para agradecer, fiquei surpresa reconheceria aqueles olhos negros em qualquer lugar do mundo, era ele, o misterioso homem que me salvara do acidente."

Despertei completamente suada, minha respiração estava irregular, sentei na cama a fim de me recuperar das lembranças tão reais daquele sonho. Ele aparecera novamente para me salvar, os olhos eram inconfundíveis. O sonho era confuso, alguém que eu não vira me atacara, mas por que? Eu ainda podia sentir aquele cheiro de sangue nas minhas narinas e o gelo dos braços horrorosos daquele homem. Fui buscar um copo d'água para me acalmar um pouco, mas a imagem de quem me salvara novamente não saia da minha cabeça. A única coisa que me lembrava dele eram os olhos; o rosto, por mais que me esforçasse, não conseguia me lembrar. Tentei parar de pensar sobre isso, caminhai até meu quarto e lembrei da pessoa que havia visto do outro lado da rua em frente ao meu quarto. Abri somente um pouco a cortina, a pessoa não estava mais lá. Talvez eu estivesse vendo coisas. Retornei para cama, tinha que tentar dormir, o relógio e já marcavam quatro horas da manhã. Eu teria uma reunião importante as oito horas, a divulgação do produto da empresa em que trabalhava era de minha total responsabilidade, teria que estar com a cabeça vazia para as idéias da publicidade das lingeries. Não poderia decepcionar meu chefe, era daquele emprego que tirava meu sustento. Rolei para um lado e para o outro, era inevitável as lembranças saírem dos meus pensamentos. Coloquei uma música clássica para que pudesse relaxar, fui prestando atenção na melodia calma que saia daquele violino,  logo adormeci...

Acordei num sobressalto. olhei o relógio que já despertara umas três vezes. Estava atrasada. Tomei um banho correndo e com a mesma agilidade me vesti, nem deu tempo de tomar meu café tão sagrado, peguei minhas coisas e saí para o trabalho. Minha sorte é que morava perto, mas mesmo assim chegaria quase na hora da reunião. Nem me maquiei, devia estar péssima, noite mal dormida revelariam minhas olheiras. Mas isso não importa agora, o que importava era a minha reunião, as idéias em que vinha trabalhando para apresentar teriam que ser aprovadas. Minha cabeça começou a doer, maldita hora, isso me deixava de mal humor, e esse era o pior dia para isso acontecer. Cheguei à minha sala a tempo de pegar os folders com as propostas. E nas próximas cinco horas estaria à frente de empresários, donos da marca, os quais teria que conquistar com minhas idéias, porque se dependesse da minha aparência, estava fora.

As horas seguintes foram exaustivas, meu chefe perguntou, avaliou, e no fim escolhemos a melhor de minhas idéias. Faríamos um desfile com as peças íntimas em um shopping parceiro no fim do mês. Então teríamos as próximas semanas para organizar tudo, muito trabalho pela frente e uma equipe bem animada em organizar um evento como esse. Saí da empresa por volta das sete horas da noite. Estava com fome e cansada. Nada que uma boa comida e um bom banho não resolveriam. No caminho, passei no supermercado para comprar algo para comer, e quando avistei o local em que quase fui atropelada, todas as lembranças vieram em minha mente. Quem era ele afinal? Qual seu nome, de onde era? Como foi tão rápido? Por que não se apresentou ou perguntou como eu estava? Perguntas que insistiam em povoar minha mente, todas sem nenhuma resposta. Olhei para todos os lados da avenida, quem sabe ele estaria andando por ali novamente, talvez fosse seu caminho para voltar para casa. Mas nada, nenhum sinal, apenas pessoas apressadas para chegar logo em casa depois de um dia cansativo de trabalho.

Caminhei mais alguns minutos e parei em frente a minha casa, olhei o lugar que ontem a noite era ocupado por alguém, alguém que parecia vigiar minha casa, estava vazio agora. Entrei em casa e acendi todas as luzes, ainda estava com medo, mas tudo estava no mesmo lugar. Entrei no meu quarto, teria que queimar minhas fotos, que ainda estavam na gaveta. Peguei aquele monte de papel picotado e fui a cozinha queimá-los, coloquei tudo dentro da pia e ateei fogo. Sentei junto a mesa e enquanto via as chamas do fogo consumindo minhas adoráveis lembranças, senti alguém atrás de mim. Todos os pelos do meu corpo se arrepiaram, fiquei apreensiva, será que a pessoa que rasgou as fotos tinha voltado? Como, se eu me lembro de ter trancado todas as portas e janelas? Fiquei imóvel, ouvi passos que rodearam a mesa e se pôs à minha frente. Ergui o olhar devagar, com receio, fiquei atônita com o que vi, aqueles olhos, os mesmo do dia do acidente, os mesmos do meu sonho, o mesmo me segurou em seus braços, que me salvou novamente no sonho, era o misterioso homem que me salvara de ser atropelada. Ele estava ali, de verdade, na minha casa, na minha frente...


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