Eu estava literalmente em pânico, não sabia o que fazer, se deveria gritar , continuar a chorar, implorar pela minha vida.

– Quem é você ? O que você quer ? - Falei entre os soluços do meu choro.

– Um. Amigo antigo. - Resolvi que eu tinha que parar de chorar já, então respirei fundo e engoli o choro.

– Amigo ?- Havia decidido que iria bancar a durona, pelo menos iria tentar. - Vamos lá, por que não me contar a verdade, eu vou morrer mesmo.

Queria tirar alguma informação desse crápula, ainda me restava alguma esperança de que Thomas tenha vindo atras de nós, de que meu pai aparecesse, e se isso acontecesse, eu queria poder ajudar, foi assim que meu pai me ensinou.

– Hum. É, até que a princesinha do papai tem razão .

Eu ainda estava teimando contra o choro, o medo, a raiva, mas tinha que ganhar tempo.

– Então vejamos, por onde eu devo começar.- Ele dizia pensativo, se achando o dono do mundo, com um ar de vencedor que me irritava.- OK, seu pai e eu somos, HM, Um cliente e um advogado, um cliente desesperado por salvar a vida de um filho que está prestes a ser preso por algo que náo cometeu, e seu pai, com todo aquele ar de bom moço, conseguiu fazer com que meu filho saísse inocentado. Mas na verdade, seu pai desgraçou a nossa vida durante o processo. É só disso que você precisa saber.

– O que o meu pai fez pra te deixar a beira de um assassinato ? De tirar um vida ? Por que sinceramente, eu não vejo nenhuma razão pra uma pessoa chegar a esse ponto. - Ele se levantou agressivo e se curvou a minha frente como se fosse me dar um tapa.

– Chegar a esse ponto ? Você... Fica calada, ou eu Terei que fazer você se calar.- Ele me assustou.- Ponham a venda nela.

– Não espere, eu ainda tenho algumas perguntas.- Falei um pouco acima do meu tom se voz para que ele me ouvisse. Mas ele nem deu ouvidos.

– Se ela começar a dar trabalho, sabe o que fazer. - Ele disse a alguém, me deixando ainda mais nervosa, suando frio.

Os minutos seguintes se tornaram horas, eternidades. Eu pensava no que o meu pai poderia ter feito pra que isso estivesse acontecendo, comigo. Eu pensava na minha mãe, o quanto ela temia em que algum dia o trabalho do meu pai atrapalhasse nossas vidas, acho que agora era tarde demais.

Ele tinha voltado, e ficava perguntando da vida do meu pai, como por exemplo, "O que ele faz no tempo livre princesa ?" " Ele tem namorada ?" " Ele costuma andar armado ?" e como eu sabia que se não respondesse ele não iria me deixar em paz respondi a todas, recuando um pouco claro, mas sempre mentindo, como meu pai sempre faz. Ate que em fim isso me serviu pra algo.

– OK, pra que você quer saber da vida pessoal do meu pai ? Está planejando mata-lo ? Se sim, fi2ue sabendo que você vai se...

– Vou me dar muito bem sim, seu pai merece a morte mais do que qualquer outro advogado idiota, interesseiro, medíocre.

– Não faça isso, no fundo você sabe que é a coisa errada a se fazer, está agindo com a raiva, não com o cérebro, no fim vai acabar é se ferrando.- Cuspi na cara dele, cansei dos joguinhos idiotas dele e pelo que eu vi, já havia se passado mais de 1:00 hr , consegui ver através só relógio de pulso do imbecil, parece que Thomas não havia nos seguido, uma chance de vida jogada no lixo.

– Princesa, não faça isso, vou ter que acabar partindo pra agressão.- Ele se limpou com um lenço e logo depois, meu deu um tapa na cara, forte, onde eu pude sentir na alma, uma dor imensa, nunca havia levado um tapa na cara e aquele, só me fez derramar mais lágrimas.

– É uma pena que você não vá poder assistir à morte de seu pai de camarote, junto comigo claro, náo achou que eu fosse sujar minhas mãos, achou ? - Ele ria.

– É uma pena mesmo, uma pena eu mesmo não poder te matar aqui e agora. - Era a voz do meu pai, vindo de trás do troglodita que havia me batido.

– O que.. O que é isso ? Como voce ...- Acho que o troglodita não esperava pelo meu pai tão cedo.

– Você realmente é um imbecil não é Ricardo ? Achou mesmo que eu iria deixar a minha família sem proteção ? Achou que eu seria tao tolo ? Sempre estive um passo a sua frente, só estive esperando o seu primeiro erro, idiota. E acredite, mecher com a minha filha foi a pior deles.- Meu pai falava apontando uma arma para o Ricardo. Enquanto isso, policiais entravam no deposito e detiam os idiotas.