Eu estava sentada no banco do carona no carro de Thomas e eu vestia uma camisa branca básica e um shortinho jeans, já que ele havia dito “ Veste uma roupa básica mesmo, lá num vai ter nada de luxo não ta princesa?!” no momento eu tinha achado que aquilo tinha soado meio “ Você só gosta de luxo e blá blá blá “ mais deixei pra lá.

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Eu tinha achado estranho como ele tinha convencido minha mãe, ela nem conhece ele direito. Mas tudo bem. Aos poucos eu ia me achando pelo caminho e meio que tive uma idéia de para onde ele ia me levar.

– Estamos indo pra praia é ?- EU disse curiosa, já havia perguntado a ele aonde a gente ia umas três vezes ou mais. Ele sorriu, acho que acertei.

– Quem sabe.

– Ah então é. Das ultimas três vezes que eu te perguntei você disse que “não”.

– Foram cinco vezes que você tentou adivinhar .

– Tudo isso ? Caramba.. Mas enfim, vamos ficar andando pela praia é ?- Eu estava um pouco virada pra ele.

– Mas ou menos isso.

– Defina “mas ou menos”.- Ele abriu um sorriso lindo.

– Você já vai saber, seja paciente.

– Olha, paciente é uma coisa que eu não sou.- Falei me virando novamente para frente.

– Pode ter certeza de que o pouco tempo que eu te conheço, essa é uma característica sua que eu realmente percebi.- Ele falou rindo. Acho tão fofo a maneira como ele fala, todo certinho.. ai que ridículo.

– Ah sim e quais foram as outras que você também percebeu.- Falei querendo saber ao Maximo o que ele havia percebido em mim.

– Hm, deixa eu ver.- Ele me olhou.- Bem, você é teimosa e essa até que uma característica boa sua, você é orgulhosa e isso as vezes te atrapalha.. Você, é uma pessoa muito generosa e muito boa com o próximo, menos comigo, a propósito acho que você deveria ser mais amorosa comigo sabia ?

– É mesmo ? E você também deveria ser uma pessoa melhor comigo também.

– A cara eu deixei você me beijar, quer coisa melhor ? Quer prova melhor de que eu sou uma pessoa ótima com você ?

– Deixou eu te beijar ? Você ta doidão ? Só pode né ?!

– AH para.. mais voltando aqui- Ele disse rindo – Você .. Você esconde seus sentimentos, não gosta que ninguém descubra o que você sente. Estou certo ?- Neste ponto da conversa eu já nem olhava mais para ele, como ele podia saber tanto de mim se nem ao menos conversava comigo ?

– Acho que não.

– Tudo bem.. Olha, o que você sente por mim, você não diz, mas eu sei que você gosta de mim.- Eu sorri ironicamente.

– Caramba Thomas e você descobriu isso sozinho ? Que menino esperto.- Ele riu pra mim

– Chegamos.- Ele estava com um sorriso no rosto. Ele saiu do carro e ficou encostado perto da porta do carona.- Você não vai sair ?

– Não enquanto você não abrir a porta.

– Então você não vai sair.

– Ok.- Fiquei olhando pra rua e quase tendo um ataque de risos.

– Ok, olha, pronto abri madame.- Ele abriu a porta e eu desci.

– Muito bom mocinho.

– Haha, vamos.- Ele entrelaçou nossos braços.

Estávamos andando pela beira da praia, com a água batendo em nossos pés, eu segurava minha sandália na mão e ele o chinelo na mão também.

– Por que me trousse aqui ?- Perguntei.

– Gosto de andar a noite na praia e.. de olhar as estrelas.- Ele sorriu pra mim e segurou a minha mão, senti um frio na barriga e então olhei pra as estrelas.

– É, elas são lindas- Eu disse.

– Quero te levar em outro lugar também.

– Que lugar ?

– Vamos continuar andando que já está chegando.

– An , ta.

Conforme andávamos percebi que havia um grupo de pessoas em volta de uma fogueira. Acho que é um LUAU . Cara amo Luau, apesar de nunca ter ido em um, mas ta valendo. Será que íamos pra lá ? ESPERO.

E eu acertei, nós fomos pra lá. Eu não conhecia quase ninguém. Só um casal que estava lá, que era da escola. Thomas me apresentou a alguns amigos dele. E ficamos em volta da fogueira, escutando um amigo dele que se chamava Rafael tocar violão e cantar. Ele estava cantando “Não devo nada- Onze:20” e eu amo onze:20, o cara mandou bem.

Thomas passou o braço esquerdo por cima dos meus ombros e ficamos de um lado pro outro num ritmo só, curtindo a música.

Quando a música acabou, Rafael deu a ideia de irmos dar um mergulho. A seu filho da mãe.

Thomas me puxou, pra eu ir junto com ele. Mas eu resisti. Poucas pessoas sabem, mas eu morro de medo do mar. Eu não conto isso pra quase ninguém.

– Ah, vamos.- Ele me pediu, com cara de cachorro pidão.

– Eu não.. a-ah.- Ele me puxou pra perto dele.

– Por que você não quer ir ?- Ele circulou os braços em minha cintura. Aff

– Por que eu só tenho essa roupa.- Ele riu pra mim.

– Mentira.- Olhei para o mar e sorri.

– Sabe, poucas pessoas sabem disso e eu realmente não queria que você soubesse, mas, eu tenho medo do mar e é por isso que eu não quero ir.- Ele me olhou nos olhos.

– Eu já sabia.

– E por que tentou me arrastar pra lá ? e por que não disse logo que sabia ?

– Bom, eu queria que você me dissesse .

– E por que ?

– Sei lá. Talvez, pra você se sentir melhor, por que contou isso pra alguém ?!

– Nossa. Estou bem melhor agora.

– Vamos ?- Ele sussurrou no meu ouvido.

– Mas eu tenho medo, você é surdo ?

– Você vai estar comigo, não vou deixar você se afogar.- Ele disse e me olhou nos olhos, senti uma confiança enorme nele.

– A-ah. Se eu me afogar eu juro que mato você.- ele sorriu e passou o braço pelos meus ombros.

– Ok. Mas só pra constatar, você não poderia me matar depois que se afogar.

– Ah idiota. Eu viria do além, ok ?- Olhei pra ele e ele riu me fazendo rir também.

Ele segurou minha mão e aos poucos entramos no mar. A água estava um gelo .Ele estava querendo que eu pegasse uma pneumonia né ?!

– Acho que já está bom aqui né ?!- A água já estava batendo um pouco acima da minha cintura. Acabei de lembra que minha blusa era branca, conclusão, ia ficar transparente.

– Nada disso, vamos mais pro fundo.- Ele passou o braço pela minha cintura e ficamos lado a lado. Quando a água bateu em meu peito, ele decidiu que estava bom.- Aqui está ótimo.- E ficou na minha frente.

– Pois é né ?!- EU estava com os braços em frente ao peito, com frio.

– Ta com frio princesa ?

– Imagina.- Ele me abraçou, pra me esquentar e ficou fazendo carinho em minha cabeça. Af, como ele consegue ser tão fofo ? idiota.

– Ta melhor agora ?- Ele perguntou e eu passei os braços por sua cintura e minha cabeça estava aconchegado em seu peito.

– Bem melhor.- Sorri e me afastei.- É, a gente, já pode voltar.- Sorri.

– Por que ? Ta tão bom aqui.- Ele passou o polegar em minha bochecha.

– A-ah, pois é, maas ta frio e.. é isso.- Ele estava se aproximando. Encostou a testa na minha testa.- Você disse que ia se controlar.- Eu disse em um sussurro.

– Eu disse, mas não disse que iria conseguir.- E roçou os lábios dele nos meus.

–É.- E me beijou. Estávamos colados, com a ajuda da água também. Ele com uma mão em minha cintura e outra em minha nuca e segurando o meu cabelo, eu estava com as mãos em sua nuca e com uma delas segurava seu cabelo. O beijo foi ficando intenso. Sua língua dançava dentro da minha boca, nossos pés tocando um no outro abaixo da água, cada parte do meu corpo tocando no corpo dele. Foi então que faltou o fôlego e nós paramos.

Ele estava com a testa colada na minha e o nariz também, nossas bocas estavam bem próximas.

– Eu não deveria fazer isso né ?!- Ele perguntou.

– Não, não deveria.- Eu respondi com um sorriso no rosto.

– Então eu lhe peço desculpa princesa.- Ele tinha um sorriso lindo em seu rosto.

– Desculpas aceita, só não vá me deixar aqui sozinha como da ultima vez. Não aqui.

– Por que não ?!- Ele se afastou um pouco e eu segurei ele pelo casaco.

– Nem pense nisso.- Ele sorriu pra mim e tirou um fio de cabelo que estava em meu rosto.

– Jamais te deixaria aqui e... só volto a te beijar se você disser que eu posso.

– E se eu disser que não pode ?

– Vou te beijar do mesmo jeito.- Sorri pra ele.

– Então pra que perguntar ?

– Quero saber se você quer que eu te beije.

– Hm, digamos que, por hora sim, pode ser que depois eu queira te matar, mas.

– Ah, por hora sim ?- Eu sorri pra ele e ele me devolveu o sorriso e me beijou.

Depois de algum tempo ele me levou pra casa e eu estava toda encharcada. Minha mãe ficou, tipo, bem preocupada, achando que eu tinha me afogado ou algo do tipo.

Fui dormir, pensando nele, nos beijos que demos ao longo da noite, que nem foram muitos, depois que saímos da água. Mas mesmo assim. Eu me sentia muito feliz, boba e, ah, sei lá mais o que.

Ele é o idiota mais fofo do mundo. Fiquei pensando, como vou encarar ele amanhã. Será que ele vai voltar a ser o idiota que ele era ?! espero que não.