Um Novo Futuro escrita por Lady Michaelis


Capítulo 24
A cabana na Floresta




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POV HAYLEY~


 


 

  O som do disparo ecoou pela floresta. Droga...Isso é ruim. Muito, muito ruim. Joe estava ferido, eu estava ficando sem munição e ainda assim conseguia ser imbecil o bastante para disparar uma arma em um momento em que estamos tão vulneráveis. Eu só espero que poucos zumbis tenham ouvido o tiro. Ou melhor, espero que aqueles caras não tenham escutado. A última coisa que eu queria era morrer sem nem ao menos ter a chance de salvar o Joe. Ainda estou de olhos fechados, ofegante e com o coração quase saindo pela garganta. E novamente aquela sensação familiar me atingiu...Que sensação era essa? Medo. 


 

   Suspiro.


 

   Minhas pálpebras estão fechadas com tanta força que chega a ser incômodo. E devagar, bem lentamente, eu começo a relaxar minhas pálpebras, e meus olhos, lentamente e relativamente devagar, se abrem. No início não vejo nada além da paisagem do lado de fora da cabana, mas, logo depois de olhar para baixo vejo um corpo. Só então percebo que estava prendendo a respiração, meus pulmões gritavam por ar, eu não tive escolha se não dar um longo suspiro. 


 

    Era um corpo de um zumbi. Estava completamente podre, provavelmente em um estágio avançado de decomposição, eu nem consegui identificar o sexo daquela criatura com tamanha podridão que estava aquele "corpo". Se é que aquilo podia ser chamado de corpo. Me perguntei como "aquilo" ainda conseguia andar, afinal, suas pernas ( assim como o resto do corpo) não estavm em um bom estado. As roupas estavam completamentes sujas, rasgadas, pra falar a verdade, aquilo parecia mais trapos do que roupas. Observei o "corpo" caído no chão mais uma vez. Um líquido preto escorria de sua cabeça...Mesmo de olhos fechados, eu acertara em cheio sua cabeça. 


 

   Alguns segundo se passam desde o disparo. O cheiro podre do cadáver se espalhava pela cabana, então decidi colocar aquela coisa para fora, especialmente em um lugar bem longe daqui. Prendo a respiração e me inclino pra pegar o corpo. Era bem pesado, mesmo eu arrastando. Soltei um pouco do ar que eu segurava, tentando ao máximo não sentir o cheiro terrível do zumbi que eu arrastava. 


 

   Foi um trabalho exautivo e duradouro,mas finalmente consegui e livrar da criatura nojenta e fedida. Infelizmente, o cansaço me fez suspirar algumas vezes, agora o maldito cheiro estava me deixando com fortes náuseas. Droga! Eu não posso ir a cidade assim. Mal consigo respirar normalmente, aquele cheiro parecia estar empregnado em minhas narinas. Finalmente cheguei a cabana velha em que Joe estava, me sentei na única cadeira de madeira que havia lá. Fechei os olhos e respirei profundamente tentando aliviar o enjoo. Não adiantou, pelo contrário, respirar só fez meu estômago revirar. Droga! Tenho que melhorar logo, Joe não vai aguentar muito tempo. 


 

   Volto a fechar os olhos, meus pensamentos foram até ao condomínio residencial que agora era meu lar. Como estariam todos lá? Será que eles já sabem que tem um grupo de assassinos aqui em Bowling Green? Não, provavelmente não. Por isso eu tenho que ir á cidade, pegar remédios e salvar o Joe, assim podemos ir até lá e avisar á todos. Quem sabe assim nos preparamos para um possível ataque. Balanço minha cabeça a fim de expulsar aqueles pensamentos ruins da minha cabeça. A última coisa que eu quero é uma guerra. Já tenho muito que me preocupar. 


 

    Suspiro. Meu corpo está levemente dolorido de exaustão. A corrida até a floresta, o peso de Joe e da criatura nojenta estavam começando a fazer efeito. Só então percebo que estou perdendo tempo ali. Joe está morrendo e eu estou aqui pensando em bobagens!?  Suspiro mais uma vez, determinada a cessar aquele maldito enjoo de uma vez por todas. Me levanto, meio zonza e vou até Joe, ainda inconsciente. Levo uma de minhas mãoes á sua testa, não estava com febre. Isso é ótimo, ela ainda não está com nenhum tipo de infecção grave, mas, eu sabia que era só questão de tempo até ele contrair uma, e essa cabana velha cheia de pó e sujeira não ajudava em nada. Curvo meus lábios em um sorriso fraco de alívio.


 

    - Você é forte, Joe. Continue assim por mais um tempinho e eu prometo que vou salvar você. - me inclino lentamente e, meio receosa, deposito um beijo suave em sua testa.


 

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          POV JENNIE~ 


 


 

   Isso foi um tiro! Ai meu Deus será que é Joe e Hayley? Eles estão em apuros? Tenho que ajudá-los! Mas...E se não forem eles? E se forem amigos dos caras que nos atacaram? E se eles me atacarem? São muitas perguntas e nenhuma resposta. E só há um jeito de descobrir quem disparou a arma e porque...Eu já decidi, vou seguir na direção em que veio o som e vou descobrir quem está por trás desse disparo. Se existe uma possibilade ( mesmo que bem pequena) de ser Joe ou Hayley eu não posso ficar aqui parada enquanto eles estão em perigo. 


 

     Mesmo cansada depois de toda caminhada, obrigo minhas pernas a correrem o mais rápido possível, sem me importar com a dor muscular que eu sentia. Meu coração bate rapidamente, minha respiração está completamente ofegante...


 

   " Joe, Hayley, não se preocupem,vou achar vocês..." penso.


 

     Minha mochila parece estar ficando mais pesada, mas eu não posso me livrar dela, afinal, tem comida e remédios e eu não posso me dar ao luxo de perdê-los agora, quem sabe quando vou precisar. Em meio a corrida, meus pensamentos se voltaram até Melanie. Desde a primeira vez que em que a vi, depois que chegamos ao condomínio, eu não gostei dela. Algo me dizia que ela iria aprontar alguma e realmente aprontou. Ela beijou meu irmão e eu ainda fiquei contra ele até saber que a verdadeira culpada era ela. Eu a odiei ainda mais desde então.


 

     Aí veio a invasão do condomínio e Melanie mudou completamente. Ela não estava com o mesmo olhar zombeteiro, ou com o mesmo jeito cínico.  Parecia outra pessoa, até revelou ter se arrependido pelo que fez, infelismente, foi tarde demais. Agora seu corpo jazia morto no meio de uma floresta abandonada, com apenas alguns zumbis que não demarariam para achar e posteriormente devorar seu corpo sem vida. O sentimento de culpa me invadiu. Eu nem ao menos a enterrei. Mas, o que eu podia fazer? Eu não tinha nada para enterrá-la! Se eu tivesse tempo,cavaria até mesmo com as minhas próprias mãos. É, talvez a culpa não seja minha. Mas, mesmo assim, queria ter feito mais por ela. Afinal, é o mínimo que ela merecia depois de ter mudado tanto e se arrependido dos seus erros.


 

     Sacudi minha cabeça á fim de me livrar desses pensamentos. Não importa o que eu fiz ou deixei de fazer, agora é tarde demais para voltar atrás. O que passou, passou.


 

    Diminuí meus passos ao ver a floresta ficar menos densa, as árvores já não eram tantas agora, o mato também diminuiu, provavelmente á uma clareira a frente.  Me escondi atrás de um arbusto ao ver uma pequena cabana de madeira a frente. Não era nada bonita, parecia velha e abandonada. Será que tem alguém lá? Acho que não. Quem moraria em um lugar como aquele, no meio do nada? Acho que vou até lá, apesar da aparência nojenta, preciso de um lugar para descansar. 


 

    Ando devagar até a cabana velha a frente, lentamente e sem nenhum ruído. Talvez tenha alguém lá. Pego minha faca e continuo meu trajeto até a velha porta de madeira. É íncrivel como eu sou silênciosa, nem eu mesma escutava meus passos, a única coisa que eu ouvia era minha própria respiração e as batidas fortes do meu coração. Finalmente, chego até a porta.  Prendo minha respiração e, sem hesitar...abro. 


 

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Notas finais do capítulo

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