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O dia amanheceu ensolarado no Acampamento Meio-Sangue. Todos os campistas arrumavam seus chalés desesperados antes que Percy começasse a inspeção. O filho de Poseidon caminhava alegremente em direção ao chalé de Zeus. Enquanto isso, Jason arrumava tudo feito louco, já que não queria ficar por último no chuveiro. Ele havia se esquecido da parte de acordar Bella, que ainda dormia. Quando terminou de ajeitar as coisas, só faltava a cama dela que estava bem bagunçada, já que a irmã não parava quieta na cama. Tinha um lençol caído perto da cama dela, e seu travesseiro estava perto da porta. Jason se perguntava que sonhos ela andava tendo...

Ele a sacudiu o máximo que pôde, mas nada aconteceu. Ele chamou, balançou, gritou, mas nada adiantou. Por fim, uma ideia um pouco malvada veio à sua cabeça. Ele colocou a ponta do dedo na cabeça dela, que acordou instantaneamente, levando um choque. Murmurou algo sobre “as pessoas não poderem nem dormir em paz” e se levantou da cama, ainda atordoada pelo choque.

– O que foi? – Perguntou sonolenta – Por que me acordou agora?

– Percy está vindo para a inspeção, só falta a sua cama.

Bella olhou em volta. Viu que o chalé todo estava arrumado perfeitamente. Se virou para sua cama e fez uma cara do tipo “Credo! O dono dessa cama é um porco!” e bocejou. Arrumou sua cama corretamente, enquanto Jason colocava a camisa do Acampamento. Daí ela se lembrou de que ainda estava de pijamas e pegou um shorts jeans escuro e a camisa limpa do Acampamento. Jason estava saindo do chalé, quando Bella disse:

– Onde você vai?

– Tomar café – Ele respondeu normalmente – Fique aqui, e quando Percy chegar você espera até ele sair.

Ela assentiu e Jason saiu. Aproveitando a chance, ela tirou o pijama de nuvens, quando ouviu o som da maçaneta da porta. Bella ficou desesperada, pegou uma toalha que estava no cabide e, desajeitadamente chegou até a porta, mas antes que pudesse impedir, Percy abriu-a e o que viu não foi o que esperava. Uma filha de Zeus só com roupas íntimas. Percy colocou as mãos na frente dos olhos na mesma hora.

– Ai meus deuses! – Exclamou envergonhado.

Ele saiu do chalé sem abrir os olhos. Bella não podia estar com mais vergonha e fechou a porta antes que Percy pusesse os pés nos degraus da escadinha do chalé. Enquanto isso, a filha de Zeus colocava o shorts e a camisa do Acampamento, depois o tênis surrado. Nem teve tempo de arrumar o cabelo, que estava solto e bem desgrenhado. Abriu a porta do chalé e Percy se virou.

– Ér... Você já pode entrar agora.

Ele entrou ainda envergonhado pelo incidente e anotou alguma coisa na prancheta que Quíron havia lhe entregado. Percy andou pelo chalé todo, enquanto Bella estava sentada na cama. Ele observou tudo nos mínimos detalhes e não parou de anotar na prancheta.

– O que você tanto anota aí? – Perguntou Bella.

– Ah é que Quíron mandou eu anotar os resultados. – Respondeu Percy – Parabéns, o chalé um ganhou 5.

– Sério? Isso é demais!

– É... Vocês arrumaram bem as coisas... – Percy abaixou – Embaixo da cama!

Bella abaixou-se e viu os lençóis e cobertores embaixo da cama. Não se conteve, e acabou rindo e Percy fez o mesmo. Ela não esperava que ele descobrisse.

– Ér... Ah foi mal, é que eu acordei tarde e Jason saiu antes de me ajudar a arrumar a cama, e você chegou cedo e eu... – Sua voz falhou por um instante – Precisava ganhar uma nota alta. Não queria tomar banho frio.

– Tudo bem. Vai ganhar 4,5 porque o resto do chalé ficou impecável.

– Valeu Percy...

– Tudo bem. Ah e foi mal pelo incidente... – Percy disse envergonhado.

Bella riu, mesmo estando completamente envergonhada. Os dois semideuses riram sobre aquilo e Percy comentou alguma coisa sobre ela ter um corpo bonito. Isso só fez com que ela ficasse mais envergonhada e vermelha feito tomate.

Conversaram um pouco, e quando o assunto acabou, os olhos de Percy e Bella se encontraram. Foi como das outras vezes em que isso tinha acontecido, era como se eles tivessem uma conexão.

– Eu... Tenho que ir... Terminar a inspeção. – Percy disse.

– Hã... é. – Bella respondeu.

Percy fez um sinal de despedida com uma das mãos e saiu do chalé de Zeus. Por um tempo, Bella ficou olhando para a porta onde Percy saíra.

***
Antes de ir para o Pavilhão, Bella foi até o chalé de Poseidon, ao encontro de Tyson. Ela bateu na porta e o ciclope abriu, formando um sorriso muito fofo no rosto. Ela o cumprimentou e depois dele a convidá-la para entrar, ela o fez.

– Seu cabelo é bonito! – Ele disse observando os negros cabelos da garota.

– Ah obrigada, grandão! Então... Eu fiquei sabendo que hoje vai ter a captura da bandeira, e por isso vim ver se a espada já está pronta.

– Sim! – Disse Tyson feliz – Ela está aqui, tome.

Ele entregou à ela um anel de prata com um pequeno pingente de uma garota parecida com Bella. Ela sorriu ao ver o anel, mas não entendia o que tinha a ver com a espada.

– E onde está a espada? – Ela riu.

– Aí, não está vendo? Precisa de óculos? – Disse Tyson.

– Hã... Não, mas eu só vejo um anel!

– Ah – Tyson gargalhou – Você tem que girar o pingente do rosto da garotinha.

Bella assim fez. Girou o rosto, e uma fração de segundo depois, ele se transformou em uma espada de bronze celestial, com detalhes de ouro. 

– Ela é feita de bronze celestial, por isso não afeta os mortais. – Tyson explicou sorrindo – Você gostou?

– Amei! Obrigada Tyson, de verdade! – Ela o abraçou.

Foi um pouco esquisito aquele abraço, levando em conta que Tyson era muito mais alto que Bella. E depois que se soltaram, Bella se despediu do ciclope e saiu com o anel no dedo.



O café da manhã estava delicioso como sempre. Quando os campistas terminaram de comer, Quíron levantou-se tomando a forma de centauro.

– Heróis – Começou Quíron - Vocês conhecem as regras. O riacho é o limite. A floresta inteira está valendo. Todos os itens mágicos são permitidos. A bandeira deve ser ostentada de modo destacado e não deve ter mais de dois guardas. Os prisioneiros podem ser desarmados, mas não podem ser amarrados ou amordaçados. Não é permitido matar nem aleijar. Eu serei o juiz e médico. Armem-se! Os chalés de Apolo e Ares competirão.

O time de Apolo havia feito aliança com o chalé de Deméter, Hermes, Poseidon, Zeus, Hades, Hipnos, Iris e Afrodite. E o time de Ares havia feito aliança com o chalé de Atena, Nike, Tique, Hefesto, Hecate, Dioniso, Hebe e Nêmesis.

Will, do chalé de Apolo, colocou a bandeira no punho de Zeus.

Por Bella Swan

Eu estava no time azul, do chalé de Apolo. Will, com seu espírito de liderança se posicionou no meio de uma roda com todos os campistas do nosso time.

– Pessoal, é o seguinte: Vocês sabem como os filhos de Ares são. Então não podemos vacilar. Jason, Lee, Chris vocês vão me acompanhar para a busca da bandeira. Bella, você e Nico vão defender a bandeira. Os outros, se espalhem para armar as armadilhas e impedir os outros de chegarem até a bandeira. Bella, – Will se virou para mim – Aconteça o que acontecer, não deixe de maneira nenhuma eles capturarem a bandeira. Há três anos o chalé de Ares captura a bandeira, então nós não queremos perder dessa vez.

Todos do time assentiram. A trombeta de início de jogo soou e todos foram para suas posições com sede de vitória. Nico e eu paramos em frente ao punho de Zeus, e meus olhos não desgrudavam da bandeira.

– Esse lugar é amaldiçoado – Murmurou Nico – Depois da Batalha do Labirinto muita gente morreu aqui.

Eu o olhei meio confusa.

– Aquela Batalha deve ter sido horrível... – Comentei.

– E foi. Eu estava lá, vi muitas pessoas serem mortas. Inclusive Dédalo.

– Dédalo?

– É. O inventor do Labirinto. O Labirinto estava ligado às suas forças vitais, então quando Dédalo morreu, o Labirinto desmoronou. – Disse Nico.

– Nossa!

Nico fez uma cara do tipo “pode crer” e eu escalei até o topo do punho de Zeus, para observar como ia a competição. Vi três campistas de Hefesto se aproximando, mas foram impedidos por algum filho de Hermes no meio do caminho. Nico olhava para todos os lados atentamente, como se estivesse esperando por um ataque. Também fiz isso. Levando em conta que Annabeth estava no outro time e matinha um ódio mortal por mim. Observei ao longe Will, Jason, Chris e Lee se aproximando da bandeira. Sorri com isso, pelo menos tínhamos uma chance de vencer, depois de três anos. E foi quando eu ouvi um grito e vi Clarisse, Annabeth e mais algum filho de Ares correndo até onde Nico e eu estávamos. Desci as pedras às pressas.

– Nico! – O chamei desesperada – Clarisse, Annabeth e outro filho de Ares estão vindo.

No segundo seguinte eles estavam à nossa frente. Clarisse colocou seu elmo e atacou Nico. Ele praguejou em grego antigo e se defendeu muito bem, fazendo Clarisse cambalear para trás, mas ela logo se recuperou e voltou a atacá-lo. Annabeth murmurou algo para o filho de Ares, e eu consegui ouvir ela dizer “Pegue a bandeira que eu cuido dessa aí”. Me enchi de raiva por ter ouvido aquilo. Odiava muito ela, e queria vencer de qualquer maneira. Quando vi ela se aproximar de mim, instantaneamente pressionei meu bracelete, que se transformou em Aegis. Um segundo depois, girou o pingente do rosto da garotinha de seu anel, que se transformou em uma espada de bronze celestial. Annabeth estranhou um pouco, já que nunca tinha a visto com a espada, mas depois levantou sua espada e começou a lutar.

Primeiramente as espadas das duas se chocaram no ar, emitindo um barulho alto. E então Annabeth saqueou vários golpes seguidos, e eu simplesmente recuava.

Annabeth havia me ferido na coxa, nos braços, na bochecha direita, na barriga e nas costas. A essa altura, o filho de Ares estava lutando com Connor e Travis que haviam chegado aqui pouco depois dos campistas adversários invadirem o campo. Clarisse e Nico ainda lutavam, e pelo que vi, Clarisse estava ganhando. Eu já começava a ver tudo meio turvo, estava cansada, machucada e não aguentava mais o peso da espada. E foi quando uma tempestade se formou no céu, que ficou escuro. Trovões e raios ocupavam o céu e assustavam a todos. Foi como na vez em que lutei com Clarisse. Me senti muito melhor naquele instante, e todas as feridas sumiram magicamente de meu corpo. Ergui a espada e ataquei Annabeth.

Ela rebateu meu ataque, fazendo nossas espadas novamente se chocarem no ar. Eu já não conseguia mais aguentar aquela lutinha boba, então resolvi mudar as coisas. Mas quando ia atacar com a espada no braço de Annabeth, ela me surpreendeu ainda mais, atacando a sua espada no meu rosto. Fez um corte bem profundo que começou a sangrar sem parar. Agora era guerra! Se ela queria jogar assim, então ia ser assim.

Consegui fazer um corte na perna de Annabeth, mas ela se recuperou um segundo depois. Mais campistas adversários chegaram e nós não tínhamos a mínima chance de vencê-los. Por um momento, me distraí e Annabeth me feriu no braço esquerdo. Doeu muito, mas eu não podia parar agora. Vi Clarisse empurrar Nico no chão, e cuspir nele. Fiquei com muita raiva. Tanta raiva, que desisti da espada e dei um chute na barriga de Annabeth, fazendo ela cair para trás e nesse meio tempo, ajudei Nico a levantar. Quando ele já estava de pé, lhe dei um pouco de ambrosia que tinha no bolso e ele se recuperou instantaneamente. Clarisse estava escalando o punho de Zeus, mas antes que pudesse pegar a bandeira, levou um chute na cara. A princípio eu não consegui ver quem era. Mas depois consegui enxergar o rosto de Percy Jackson sorrindo ao ver a filha de Ares cair do punho de Zeus. Alguns irmãos dela que lutavam com nossos campistas, saíram e foram ajudá-la. Nesse momento, Annabeth me deu um chute por trás, e eu caí de cara no chão. Me levantei uns três segundos depois, e, com a espada, fiz um corte no seu ombro – Nossa, que demais.

– Você vai pagar por isso imbecil! – Ela gritou pra mim.

– Já te venci uma vez Annabeth, posso vencer mais uma. – Eu disse.

Ela veio com tudo pra cima de mim, e dessa vez eu não estava preparada. Com o canto do olho pude ver Percy descer do topo do punho e começar a lutar com um dos filhos de Ares que havia socorrido Clarisse e esta, já não estava mais entre nós – Algum campista havia levado ela para enfermaria. Annabeth atacou com sua espada, e eu me defendi rapidamente. O campista que lutava com Percy caiu desmaiado no chão, e Percy começou a lutar com algum outro campista que chegou correndo. Por um momento, vacilei em olhar para Percy, e quando me virei, recebi um soco bem no rosto, de Annabeth. Caí de joelhos no chão, e ela não parou por aí. Me chutou por trás, fazendo-me cair de cara no chão, depois, com a espada, fez-me um corte na perna. Ela me chutou de novo, e encostou a ponta da espada nas minhas costas. A última coisa que ela fez foi cuspir em mim e depois rir. Saiu dali com um olhar triunfante. Minha visão se apagou depois disso.

Por narrador

Percy derrubou o campista que lutava com ele. Olhou em volta, e viu Bella caída no chão e com os olhos fechados. Ele ia ajudá-la, mas antes que pudesse chegar até ela, Annabeth se pôs a sua frente.

– Por que você fez isso? – Perguntou Percy.

– Ela mereceu. – Respondeu Annabeth – Além do mais, quero vencer esse jogo.

– Pena que hoje não é seu dia de sorte!

Depois de dizer isso, Percy atacou-a com a espada, dando-lhe um corte na barriga. Ela franziu a testa, indignada e sem entender, mas lutou com o namorado.

Suas espadas se chocaram no ar inúmeras vezes, e os dois estavam cansados e cheios de cortes. E foi então que depois de olhar por um segundo para Bella, Percy estufou o peito e enfiou a espada na armadura de Annabeth, que caiu no chão com a mão na barriga. Ele chegou a sentir pena, mas que depois foi embora.

– Percy... – Ela disse, sangrando e com os olhos cheios de lágrimas.

– Me desculpe Annabeth, mas eu também quero ganhar. – Respondeu-lhe Percy.

E foi nesse momento que ele ouviu um grito de comemoração vindo de longe. Correu, seguindo o grito e viu Will segurando a bandeira do time vermelho.

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Espada da Bella: http://thumbs.dreamstime.com/thumblarge_627/1314142845Zs9k7y.jpg