NORA

Os arcanjos me aterrorizavam, nunca dava para saber que lado eles acabariam ficando bem ou mal, eles eram imprevisíveis. Alguma coisa parece diferente os arrepios são mais forte, mais intensos, como se os arcanjos estivessem mais fortes, isso me assusta. Patch ainda luta, espio pelo canto do olho ele nem percebeu que os arcanjos estão aqui.

Sei que não poderia lidar com os arcanjos sozinha, não com os meus filhos dependendo de mim.

Anjo...

Patch olha pra mim, e vejo a surpresa nos seus olhos a depararem com os arcanjos.

–O que estão fazendo aqui?

É Dante, quase detonado tentando falar.

–Viemos arrumar a baderna que está acontecendo aqui.

Eu ainda continuava confusa, não conseguia distinguir o lado dos arcanjos.

–Vieram acorrentar esses dois no inferno? Ou os quatro? Vão levar a prole do demônio também?

Sabia que o Dante estava se referindo aos meus filhos, em um sinal de proteção apertei os meus bebês mais fortes. Ninguém faria mal algum a eles.

–Viemos resolver a porcaria que os arcanjos fizeram.

Como assim resolver as porcarias dos arcanjos? Eles não eram arcanjos?

Querubins, anjos.

Querubins os mais altos anjos, a coisa era séria.

–É o que exatamente eles fizeram?

Dabria tinha voltado à vida. Sabia que seria impossível fugir de todos eles agora se esses querubins estivessem do lado errado.

–Eles contaminaram as forças do céu, com as forças do inferno. Crime mais grave da lei dos anjos.

–O que iram fazer agora? O que foi feito, não pode ser desfeito.

Dabria possuía o mais descarado sorriso.

–Pode. Somos o mais alto escalão, somos mais que vocês filhos da terra.

O homem que falava parecia ser o líder, era alto, com cabelos curto, magro, dos olhos castanhos, parecia ser desengonçado, mas mesmo assim irradiava poder.

–O que farão?

O tom de Dabria ainda era de desafio. Ela ainda se achava a superior.

–Isso.

O querubim estrala os dedos e o corpo de Dante começou a se retorcer, ele gritava, seu corpo queimava e ao mesmo tempo evaporava, ouvia se os gritos de desespero e de dor, o que fosse que tivesse acontecendo com ele doía. Dabria ficou surpresa, a mascara de superioridade dela, caiu, ele está com medo. O querubim estrala os dedos novamente e a vez de Pipper, que tinha acabado de chegar do corredor junto com Rixon, ele se recontorce queimando e gritando assim como Dante, poucos minutos depois e assim como aconteceu com Dante não resta mais nada onde esteve seu corpo, nem cinzas. Mais um estralo e a mesma coisa acontece com Rixon, eles estão indo, mas meu medo não. O que irão fazer com os meus filhos? Tinha prometido aos arcanjos não tê-los.

–Não...não, por favor.

Até mesmo ver Dabria suplicar, implorar, explodir não me fez me sentir melhor, eu ainda não sabia o que os querubins fariam a respeito dos meus filhos. Eu não deixaria aquele magrelo, alto, desajeitado toca-los. Patch estava do meu lado com o braço ao redor do meus ombros, sabia que ele faria de tudo pra me proteger.

Te amo, Patch.

Te amo, anjo.

Falar através da mente era ótimo. Dabria se foi, e agora foi pra sempre, alívio e medo faziam parte de mim agora.

–Patch?

O magro, alto fitava Patch.

–Sim.

–Drew.

O anjo estendeu a mão Patch a pegou.

–Bom, Basso nos informou da situação.

Sempre Basso, teria mais uma coisa pra agradecê-lo.

–Precisamos conversar sobre seus filhos, eles podem ser uma ameaça.

Meu medo.

–Eles não serão.

–Quem garante.

–Eles são meus filhos, nunca irão ser ameaça alguma.

Patch tinha o mesmo medo que eu... ele faria de tudo para evitar que alguém tocasse nos nossos filhos.

–Como sabe disso?

–Eles são meus filhos nunca permitirei isso.

Patch mantinha a voz firme, mas podia sentir sua apreensão por meio do aperto de sua mão no meu ombro.

–Tenho sua palavra então?

–Sim, tem as minhas palavras.

Faria um juramento de sangue se fosse necessário para proteger meus filhos e tenho certeza que Patch também.

–Se tuas palavras falarem vai arcar com as consequências?

–Sim, eu irei.

O tom de Patch era duro, de quem queria encerrar a conversa o mais rápido possível.

–Vamos.

Ele e os outros três querubins começaram a se retirar pela porta de entrada do galpão. Drew virou se.

–Não ira perguntar qual é a consequência?

–Não, eu iria arcar com qualquer uma. Mas meus filhos nunca serão uma ameaça.

Os querubins acabam por sair. Patch da um suspiro e me solta ficando de frente para mim.

–Acabou anjo...acabou.

Ele me abraça e beija cada um dos nossos filhos. Lágrimas de alívios escorrem pelo meu rosto.