O Passado Nos Condena escrita por Fernanda Melo


Capítulo 7
Uma Simples Palavra Para Uma Realidade Distante


Notas iniciais do capítulo

Bem devo começar o capítulo agradecendo a Nyh_Cah que recomendou semana passada minha outra fic, muito obrigada Nyh adorei cada palavra sua, fiquei extremamente feliz.
Agora boa leitura.



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- E como foi seu lindo fim de semana? – Josh disse enquanto sentava-se ao lado de Riley na mesa pegando a maçã em sua bandeja e mordendo um avantajado pedaço.

                - Razoável e o seu?

                - Chato, fiquei treinando todos os dois dias, quarta iremos jogar no campeonato está sabendo?

                - Sim, não se fala em outro assunto no colégio. – Ela disse com um olhar meio sapeca para ele, enquanto ele aproximava seu rosto do dela. Ela sorriu e beijou-o rapidamente, ele fez um biquinho irresistível aos olhos de Riley que sorriu novamente soltando uma leve e suave gargalhada voltando a beijá-lo.

                - Você irá vir não é?

                - Isso é um convite? – Ela disfarçou sua empolgação enquanto bebia um pouco do suco.

                - Claro. E também quero convidar-lhe para outra comemoração.

                Riley olhou surpresa para ele, as palavras corretas usadas pelo rapaz havia lhe surpreendido, pensava que na mente de Josh a única coisa que se passava seria futebol e garotas. Ela sentiu uma pequena fisgada em seu peito já pressentindo o que seria.

                - Você aceitaria ir ao baile de primavera com minha humilde presença?

                - Ah... Não sei... – Ela disse indiferente, fazendo o menino estranhar completamente a reação da menina, ele abriu a boca para contestar e ela levantou o dedo indicador para que ele ficasse em silêncio. – Eu aceito. – Ela sorriu ao ver a expressão relaxada de Josh.

                - Você quase me assustou. – Ele disse enquanto segurava a mão dela, Riley sentiu-se um pouco incômoda, aquilo lhe fazia lembrar-se de Ben, por mais que tentasse esquecê-lo tudo fazia com que ela se lembrasse dele, mas algo em Josh lhe chamava atenção algo que antes ela não conseguia enxergar.

                Ela tirou sua mão debaixo da dele e voltou a comer. Josh havia percebido que de alguma forma ela não havia gostado daquele ato.

                - Me desculpe.

                - Não... Não tem problema, eu apenas me senti incomodada.

                - O que eu fizer e você não gostar pode-me dizer não ficarei ofendido.

                - Está tudo bem... Eu apenas estranhei um pouco... – Ela olhou para ele ainda um pouco séria. – Você deve saber, nunca namorei ninguém então tudo isso é diferente...

                - Prometo que não vou avançar o sinal vermelho. – Ele olhou no fundo daqueles mais profundos olhos azuis. – Eu não quero te perder. Não agora que consegui te conquistar.

                - Você não irá me perder... – Ela parou por um segundo passando a mão no cabelo dele. – Não se você andar na linha.

                - Sim senhora. – Ele sorriu para ela. E enquanto dizia aquelas palavras Riley se pegou admirada por aquele sorriso certinho dele, seus dentes brancos como neve. Fechou os olhos imaginando como nunca havia reparado naquilo em Josh. Ela acariciou a bochecha dele sentindo um pequeno incômodo na parte onde tinha a barba dele por fazer.

                Logo algumas mesas para frente quem assistia a tudo aquilo de cara emburrada era Ben, que estava sentado na mesma mesa que as gêmeas e alguns amiguinhos delas. Molly estava ao seu lado e mesmo reparando a reação dele não deu a mínima importância, fingindo que nem estava vendo, até porque era aquilo que queria. Havia arrumado um parceiro e tanto para o plano e se tudo saísse como combinado acabaria com aquela amizade e depois daria sua tacada final jogando a verdade na cara dos dois idiotas de sua diversão.

                Havia chamado Josh para ser seu comparsa, pois sabia o quanto ele era a fim de Riley, mas aquilo era apenas um incêndio que acabaria em segundos quando ele tentasse levá-la para cama e ela recusar. Ele apenas corria atrás dela por ser a menina mais difícil que lhe apareceu no caminho. Todas se derretiam por ele, até mesmo Molly já havia caído na lábia dele aquele ano.

                Mais tarde quando todos iam embora Josh caminhou ao lado de Riley até o outro lado da rua onde ela normalmente esperava por seu pai ou irmãos longe o suficiente do tumulto. Logo Emmett parou em frente aos jovens e quando Josh ia para segurar sua mão ela desviou soletrando um não e indicando para ele com gesto singelo o seu pai logo à frente, ele sorriu e então apenas acenou e cumprimentou de longe o irmão de Riley indo em seguida em direção a sua moto, presente de seu pai quando tirou a carta.

                - Tudo bem?

                - Tudo. – Ela respondeu colocando o cinto de segurança em seguida sentindo-se estranha por ser observada por seu irmão ela o encarou, gesticulando um simples “O que foi?”

                - Nada... O que o filho dos Campbell estava fazendo aqui com você?

                - Nada apenas conversando.

                - O que houve com você e o Ben? Não os vejo mais depois da aula juntos.

                - Ele acha que eu estava-o privando de viver, então abri à gaiola e deixei que ele tentasse voar.

                Enquanto Emmett pilotava atenciosamente pensou na próxima pergunta que faria a irmã.

                - Vocês já tentaram acertar as coisas? Já pediu desculpas a ele?

                - Como assim? Está dizendo que eu estou errada?

                - Eu sei que sua sinceridade meche com os nervos de qualquer um.

                - Papai e mamãe são os culpados por me dizerem que eu nunca deveria mentir.

                - Então me diga sobre o garoto Campbell.

                A menina olhou para frente engolindo seco. Não entendia como seu irmão desconfiava apenas de vê-los juntos no final da aula.

                - No dia que papai confiscou seu celular chegou várias mensagens dele, ele mesmo me disse.

                - Nada, é apenas...

                - Não minta para mim mocinha. – Riley respirou fundo e contou até três.

                - Não estou mentindo.

                - Não está contando a verdade também.

                - Omitir uma informação não é mentir é apenas não contar um segredo.

                - Então quer dizer que tem algo errado aí.

                Emmett de alguma forma incontrolável segurava o riso, dizendo cada palavra com uma expressão perfeita de seriedade, queria arrancar a informação da boca da própria irmã, e saber a verdade vinda dela não demoraria muito, se conhecia bem sua irmãzinha ela logo perderia a paciência e lhe diria a verdade.

                - O que você está aprontando Riley?

                - Nada Emm.

                - Se não fosse nada você teria me contado desde o começo que não era nada.

                - Argh, não está acontecendo realmente nada, não estamos namorando, é isso que queria saber?

                - Era tudo o que eu precisava para tirar minhas próprias conclusões.

                - Que conclusão?

                - Nada... – Ele então declarou aí o silêncio até a casa e quando chegou encontrou sua família reunida, até mesmo Rose estava lá, havia convocado tipo uma reunião espontânea em família. – Mãe... Chegamos. – Ele disse beijando o topo da cabeça de sua mãe e Riley em seguida perguntou o que estava acontecendo.

                - Também gostaria de saber querida. – Carlisle disse para a filha e ela logo foi direto para o sofá onde o pai se encontrava sentando em seu colo, ele beijou sua bochecha rosada enquanto a menina prendia o cabelo em um rabo de cavalo meio bagunçado.

                - Calma gente, trouxe Rose aqui, para contar a vocês sobre o sexo do bebê.

                - Vai digam logo. – Riley disse olhando animadamente para o irmão.

                - Ta bom, só não vou enrolar porque estou com muita fome, será uma menina.

                - Vou ser titia de uma menininha, que gracinha. – Riley saiu do colo do pai indo até seu irmão abraçando-o, ele a suspendeu no ar, adorando aquele momento de descontração, onde todos soltavam doces gargalhados e parabenizavam os futuros papais.

                No momento do almoço em família todos permaneceram quietos com conversas suaves e aproveitavam ao máximo, pois logo teriam que voltar cada um para seu trabalho. Emmett já se sentindo um pouco cansado de ficar calado resolveu dizer ao pai sobre a conversa que tivera no carro com sua irmã.

                - Pai eu descobri que a Riley está pegando um menino no colégio.

                A menina que estava em pé em frente a pia acabando de beber a água acabou engasgando assustando sua mãe que levantou rapidamente para ajudar a filha.

                - O que? – Riley disse um pouco assustada sem saber no que realmente dizer, aquilo era a verdade, mas pensava que Emmett nunca faria alguma coisa dessas ao longo de sua vida.

                - Emmett, isso é coisa para se dizer?! – Rose o repreendeu. – Quando estudávamos no colégio nós namorávamos e nem por isso meu irmão contou para meus pais.

                - Mas não tínhamos quinze anos era dezessete e por fim das dúvidas o garoto tem dezessete e ela não.

                - Eu já disse que eu e Josh não temos nada.

                - O filho dos Campbell? Josh Campbell? – Esme perguntou surpresa.

                - Ele mesmo mãe, em carne e osso. Aquele encrenqueiro de uma figa que já jogou uma pedra no vidro do meu carro.

                - Ele tinha onze anos naquela época, era um moleque.

                - E ainda é... Espera aí porque você está defendendo ele sendo que vocês não têm n.a.d.a, nada. – Emmett soletrou a palavra antes de dizê-la em alto e bom som.

                - É não temos n.a.d.a... Agora dá para me deixar em paz?

                - Emmett deixa sua irmã. – Rose manifestou puxando a orelha do grandalhão. – Eu vou ter uma criança de outra criança.

                - Meu amor eu não sou uma criança, já tenho 25 anos.

                - Parece ter dez. – Alice manifestou-se pela primeira vez, enquanto levantava para ajudar a mãe e a irmã na cozinha.

                - Fica quieta anã.

                - Emmett e Alice não me façam castigá-los nessa idade. – Carlisle se manifestou olhando para ambos os filhos. Em seguida voltou o olhar para sua filha caçula como se tivesse analisando a menina. – Isso é verdade Riley, você jura que não tem nada com o Josh?

                A menina ficou em silêncio mordendo o lábio inferior, já estava vermelha como pimentão de tanta vergonha, não sabia o que dizer, responderia para seu pai “Não pai não estamos namorando apenas estou beijando ele quando eu bem entender”. Ela sacudiu a cabeça sentindo-se confusa, todos permaneceram em silêncio. Esme percebeu quando a respiração de sua garotinha ficara mais acelerada.

                - Não... Parem com isso estão me deixando nervosa. – Ela passou as mãos pela a grande franja que teimava em ficar no seu rosto e não atrás de sua orelha.

                - Você ainda é muito nova filha. Acho que devia pensar melhor, pelo o que conheço da fama do Campbell ele não é o tipo de menino que desejaria ter como genro.

                - Argh, para que toda essa pressão? Vocês querem uma resposta vou dar uma para vocês, eu e Josh estamos namorando melhor assim? – A menina correu pela a escada subindo para seu quarto, encostou-se na porta logo em seguida que a fechou.

                Emmett começou a rir e Carlisle estava meio confuso, por fim Esme estava um pouco preocupada com tudo isso e Alice apenas achando que sua irmã estava crescendo rápido demais. Carlisle não conseguia encaixar a idéia de ter sua menininha já tão crescida assim, apenas quinze anos...

                - Ela tem apenas quinze anos. – Carlisle disse mais para si mesmo, mas todos presentes haviam escutado.

                - Não tem como evitar meu amor, ela está crescendo. – Esme aproximou beijando o marido e ele ainda continuava confuso com tudo aquilo.

                Emmett aproveitou o restante do horário do almoço para levar Rose até a mais nova e futura casa do casal. Rose por sua vez ficava muito feliz cada vez que via a casa, antes moravam juntos em um apartamento, mas seria muita confusão e vizinhos chatos demais para suportarem.

                Alice logo teria que ir embora, mas antes passou no quarto da irmã para ver como ela se encontrava. Abriu a porta depois de três batidas não correspondida por um simples “pode entrar” de sua irmã. Ela encontrou a menina sentada na cadeira perto da escrivaninha com a cabeça encostada na parede.

                - Tudo bem?

                - Não... Emmett estragou tudo, ele é um grande linguarudo.

                - Ele às vezes passa dos limites, mas... Quando pretendia contar isso para nós?

                - Quando eu e Josh tivéssemos alguma coisa de verdade. – A menina jogou os braços para o ar. – Como eu iria dizer na frente do papai que eu estava apenas beijando Josh, que não temos nada mais a não ser que trocamos apenas isso, beijos...

                - Tenho que dizer que ele está se perguntando quando foi que você cresceu tão rápido.

                - Ele não vai me deixar namorar com o Josh, você ouviu bem o que ele disse.

                - Calma... Papai está apenas preocupado, é seu primeiro namorado, é sua primeira licença para dizer que está ficando mais velha, isso incomoda qualquer pai. – Alice sentou na cama da menina agora com uma expressão mais sapeca, como se voltasse aos seus dezesseis anos. – Agora me conta como que vocês se beijaram pela primeira vez?

                - Bem... Eu... Foi naquele dia que eu passei mal e o papai me trouxe para casa.

                - Ah sua safadinha, passou mal por causa do beijo sexy do Josh não é?! – Alice jogou uma das almofadas em sua irmã que a pegou no ar e em seguida olhou surpresa com a fala da irmã.

                - Eu nunca esperaria isso de você Mary Alice Cullen. – Riley jogou a almofada de volta na direção de Alice que ria com a expressão da irmã de espanto.

                - Tudo bem... Parei. Agora me conte como foi, sem cortar os detalhes.

                - Bem eu estava...

                ***

                - Então foi isso que aconteceu. Eu cheguei e o beijei...

                - Quanta atitude. – Alice fez cara de surpresa, não esperava um dia pensar que sua irmã chegaria e roubaria um beijo de um garoto. – E como ele reagiu depois ao saber da vingança?

                - Normal, disse que gosta de mim... Ai mingauzinho eu não sei o que eu faço.

                - Que tal começar parando de me chamar de mingauzinho?

                - Jamais, essa é sua marca registrada.

                - Só vou deixar porque é você... – Alice revirou os olhos olhando fixamente para o relógio. – Bem, converse mais com ele e veja se é mesmo isso que você quer, siga seu coração, na grande maioria das vezes ele te mete em enrascada, mas vai que dá certo.

                - Nooossa muito obrigada, ajudou muito... Só que não.

                - Eu sou péssima nisso vai por mim...

                - E o que seu coração está lhe dizendo Alice? – A menina argumentou antes que a sua irmã saísse por aquela porta. – Você deixara ele lhe meter em uma enrascada?

                Alice paralisou, não conseguia olhar para trás e muito menos continuar caminhando, apenas não conseguiria sair do lugar.

                - Eu...

                - Alice o que realmente aconteceu na sexta feira à noite? Aquele papo de um quase acidente foi só para me despistar não é? – A menina fez uma pequena pausa ainda na esperança de ouvir alguma resposta da irmã. – Ele tentou fazer alguma coisa?

                - Não Riley... Você tem uma imaginação muito fértil, por Deus... – Alice prontificou para que a menina não percebesse seu nervosismo. – Agora eu tenho que ir estou atrasada. – Ela apontou para o relógio e desta vez Riley deixou passar.

                - Você acha que me engana... – A menina dizia enquanto estava sozinha no quarto. – Eu percebi o roxo no seu braço, você ficou nervosa quando disse o nome dele em nossa falsa discussão, sempre que toco no assunto você fica nervosa... Eu vou saber o que você fez James... Você mexeu com a pessoa errada. Alice pode ter esse bom coração, mas eu não tenho quando mechem com minha família.

                Ela finalizou a frase vendo o carro de Alice partir enquanto passava pelo corredor do segundo andar, indo em direção à sala e surpreendendo-se com a presença de seu pai ainda ali. Imaginava que junto a sua irmã que ele tivesse ido também para o trabalho, mas não, ele ainda estava ali presente, ainda com aquela mesma cara de incerteza e preocupação. Ela queria poder voltar para seu quarto e ficar por lá para sempre para não precisar de vê-lo, estava com medo, insegura do que ele iria lhe dizer sobre aquilo.

                - Podemos conversar? – Carlisle se manifestou enquanto olhava a filha descendo o ultimo degrau.

                - Claro... – Ela disse vagamente indo até o sofá em frente ao seu pai. Esme levantou-se, mas Carlisle segurou seu pulso carinhosamente e como se um lesse a mente do outro ele pediu para que ela permanecesse ali.

                - Vocês precisam ter esta conversa a sós, talvez meu modo de pensar seja muito diferente do seu.

                - Acho que isso é complicado demais para que eu resolva sozinho, também preciso de sua opinião. – Ele suplicou com os olhos azuis brilhando e Esme não resistiu e por fim ficou ali.

                Carlisle suspirou e olhando atentamente para filha imaginou claramente de quando havia recebido a notícia de Esme de que ela estava esperando um bebê. Carlisle não esperava aquilo, queriam cuidar de Alice e Emmett primeiro, garantir um futuro para ambos e depois terem o seu próprio bebê. Esme sempre se cuidava tomando anticoncepcional, mas por um milagre os únicos 2% de chance de se engravidar neste momento havia ocorrido.

                Ele adorou a cada momento, ficou apreensivo quando tiveram que contar para Emmett e Alice, apesar de que o menino não havia recebido a notícia não tão bem quanto à irmã, imaginando que a partir daquele dia as atenções seriam todos para o novo bebê.

                Mas tudo se acalmou, bastando somente uma sincera conversa em família. Os meses se passaram e a barriga de Esme crescia gradativamente e então ele se lembrou de um de seus dias mais felizes, o nascimento de sua pequena Riley. O nome não havia sido planejado, foi uma troca de olhares entre mãe e filha e aquele nome surgiu na mente de Esme, Carlisle não achou mais justo deixá-la fazer aquilo, afinal ela havia passado pelas piores situações de uma gestação. Quando segurou sua menininha de pele pálida e cabelos loiros iguais aos seus logo se pegou com os olhos cheios de lágrimas, seu coração transbordando emoção, não sabia o quão bom era aquela sensação.

                Viu os primeiros dentinhos de sua doce menininha crescerem, suas primeiras palavras, seu primeiro passo dado com o incentivo e encorajamento do pai, seu primeiro tombo, aquele seu sorriso infantil e inocente, lembrava de como ficava envergonhada em sorrir quando seus dentes de leite caíram. Assustou-se quando a menina passou mal, ficou preocupado quando a via tristonha nos cantos de casa. Agora ele podia dizer que estava inteiramente preocupado, não tinha como evitar, sabia daquilo, mas ela ainda era sua menina, sua pequena garotinha.

                - Não me sinto seguro ainda... Em ver minha filha assim, já namorando um rapaz.

                - Eu sei que não se sente inteiramente seguro quanto às decisões de Josh quanto a mim papai. Tenho quinze anos, mas nunca fui uma criança como as outras.

                - Disso sempre tive a certeza que não. – Ele sorriu ao ouvir a voz corajosa de sua filha e a calmaria que se exalava diretamente dela.

                - Sei de suas inseguranças, sei também que sou muito nova para estar namorando e... Não vejo o sentido ou qual a razão que estou com Josh eu apenas... Sinto-me bem perto dele. Algo que antes eu nunca sentiria por ele.

                - Os sentimentos quanto as pessoas sempre mudam meu bem. – Esme aproximou-se da filha, sentando-se ao seu lado e trocando um olhar rápido com Carlisle. – Talvez tratamos mal quem realmente gostamos por não nos sentirmos seguros em lhe dizer o que realmente sentimos.

                - O pior de tudo é que eu sei da fama de Josh mamãe, sempre o vi trocar de meninas a cada semana como ele troca de roupa e... Ainda não me sinto 100% segura de que ele realmente goste de mim como ele realmente diz, mas depois daquele dia que passei mal no colégio ele se mostrou ser tão atencioso comigo que agora estou em uma dúvida completamente cruel.

                - Logo você entenderá tudo isso... E por mais que pareça complicado para você, com certeza no fim você verá que tudo isso será motivos de muitas risadas.

                A menina sorriu para a mãe de um modo tranqüilo. Apesar de não saber o que fazer e sua preocupação não lhe incomodar como antes ainda assim tinha seu pai, não queria magoá-lo ou brigar com alguém que sempre esteve ao seu lado, ouvia de algumas meninas do colégio que eram mais velhas que ela sobre a reprovação dos pais sobre o namoro delas e as brigas constantes e sabia que nunca queria aquilo para ela.

                - Pai... – A menina chamou a atenção do homem de cabelos dourados que se encontrava completamente desinformado sobre o que dizer. – Sei que é complicado e isso me parece não ser uma conversa não muito apropriada para se dizer para o pai, mas sei que você confia em mim e peço para que continue confiando.

                - Eu nunca deixarei de confiar em você minha menina, apenas sinto que... Se passaram apenas quinze anos de seu nascimento, ainda lembro de seus primeiros dias em nossa antiga casa e como você chorou ao se mudar de lá aos quatro anos.

                - Pai isso a gente nem conta... – A menina disse envergonhada pela lembrança daquele seu mais vergonhoso dia. – Eu sei o que você quer dizer, estou crescendo rápido demais, mas... – A menina se pegou dando de ombros enquanto levantava gesto no qual reproduzia sempre igual ao pai. – Não vou deixar de ser sua menininha que saía correndo e pulava em seu colo quando você chegava do trabalho ou que ficava emburrada e não conversava com você por não ter vindo jantar por causa do trabalho.

                - Eu sei filha, eu sei... E digo que confio em você enormemente, tanto que não criarei barreiras para este namoro, mas tenha juízo, por favor.

                - Tudo bem a conversa já está começando a ir para um rumo meio abusivo aí...

                - Não é abusivo é alerta filha, vejo tantas meninas de sua idade grávidas.

                - Pai pelo amor de Deus, não vamos falar disso ta bom? Eu falo com a mamãe com Alice até mesmo a Rose, mas com você não.

                - Por quê? Eu sou médico posso te ajudar.

                - Você é homem e acima de tudo meu pai. Não me sinto a vontade conversar com você sobre minha... Sobre... Sobre isso está bem?

                - Tudo bem. – Carlisle jogou as mãos para o alto levantando-se do sofá e parando ainda olhando para a filha. – Eu confio em você meu pontinho de luz. – Ele encostou seu dedo indicador na pontinha do nariz de Riley, fazendo a menina sorrir. – Bem, acho que o hospital precisa de mim.

                - Volta tarde hoje meu amor?

                - Infelizmente, provavelmente quando todos estiverem quase acordando no dia seguinte.

                - Tome cuidado quando voltar.

                - Eu sempre tomo querida. Tchau meus amores. – Ele beijou a esposa e em seguida o topo da cabeça de Riley em seguida pegando sua maleta e indo embora. Esme olhou para a filha e Riley apenas sorriu travessamente.

                ***

                A quarta feira havia se apresentado toda cheia de graça, um sol que emitia um calor suave somente para aquecer aquela cidadela frienta. Hoje teriam os campeonatos escolares, o começo das grandes competições. Josh se preparava para seu grande jogo de futebol à tarde enquanto Riley estava no ginásio do colégio treinando com as meninas, ao contrario das outras ela não era líder de torcida, mas sim ginasta e sua amiga Kate voava nas pistas de atletismo. Uma menina de apenas 1,71m de altura, cabelos castanhos cortados até a altura dos seios, de pele bronzeada, cabelos cor de chocolate e olhos extremamente escuros. Elas conversavam sobre a viagem de Kate até o México em meio aos dias estudantis, ela não se importava nem um pouco com isso e seu pai nem ao menos ligava, era a vida dela que estava em jogo.

                Kate poderia ser um pouco exagerada e querer sair um pouco dos eixos, tentava dar uma de menina revoltada, mas percebeu que nada disso atraia a atenção de seu pai sobre si então voltou a ser aquela doce menina novamente. Desde a perda da mãe aos seus onze anos ela tentou ser diferente, mas Kate era como sua mãe, tinha medo de tentar mudar. No começo afastou todos os seus amigo de perto de si e sempre fazia questão de lembrar que quem mais esteve ao seu lado foi Riley, que nunca lhe abandonou no momento que todos achavam que ela queria apenas ficar sozinha, que se mostrou uma amiga de verdade.

                - Agora já lhe disse tudo sobre a viagem e até agora você não me contou sobre o seu grande beijo com Josh.

                - Eu preferia continuar falando sobre como você pagou mico com os tacos ao lado do mexicano quase gatinho.

                - Não desvie do assunto Riley, eu quero saber e vou saber por sua boca ou pela boca do próprio Josh ou de qualquer um dessa escola.

                - Josh não lhe contaria nada.

                - Como não?

                - Ele está diferente.

                - Ta brincando né amiga? Josh diferente? Espera aí... – Ela fez sinal de defesa. – Tá falando sério?

                - Estou ele foi tão prestativo e atencioso.

                - Meu Deus o apocalipse zumbi vai mesmo acontecer... – A menina choramingou como se estivesse com medo do que poderia vir.

                - Estou falando sério... Porque ninguém acredita quando digo isso?

                - Porque estamos falando de Josh Campbell... Espera... É o mesmo Josh não é?

                - Argh Kate para.

                - Ai está bem parei. Vamos treinar, mas depois da competição você vai me contar tudo.

                - Vamos lá pra casa, se quiser dormir por lá não tem problema algum.

                - Tudo bem.

                - Hei Riley. – Josh apareceu na porta do ginásio correndo já trajando as roupas de seu time de futebol. – Vejo que não poderá ir ver o jogo.

                - Infelizmente não, mais tarde começará a ginástica e tenho que treinar.

                - Ah tem? Não é o que parece. – Kate disse fazendo um gesto de beijo com as mãos, Riley sentiu seu rosto ficar vermelho enquanto Josh soltava altas gargalhadas juntamente com Kate que ia se afastando aos poucos.

                - Obrigada pela humilhação Kate. – Riley a fulminou enquanto a menina ria histericamente e se afastava do casal, se tinha algo que Kate realmente detestasse era servir de vela.

                - Hei, não precisa ficar vermelha assim. – Ele disse em meio aos risos. – Mas não tem como você dar uma fugidinha e ir até lá?

                - Bem... Posso ver não lhe garanto nada.

                - Tudo bem... Posso me virar sem meu amuleto de sorte.

                - Haverá outros jogos e prometo que não faltarei em nenhum deles. – Ela sorriu enquanto segurava discretamente uma das mãos de Josh.

                - Tudo bem, vou voltar para o vestiário, o jogo irá começar em poucos minutos. – Ele acariciou a bochecha rosada da menina e sorriu. – Ah já ia me esquecendo, vi seus pais na arquibancada.

                - Meu Deus, meus pais? Sério?

                - Sério, porque a surpresa?

                - Não é que... Eu... Eu nos meti, quero dizer eu lhe meti em uma grande furada.

                - O que aconteceu?

                - Meu irmão acabou descobrindo sobre nós e contou para meu pai e ele acha que estamos namorando.

                - E não estamos?

                - Não... Estamos? – Ela perguntou surpresa.

                - Estamos lógico que estamos.

                - Isso foi um pedido?

                - Bom... Sim. – Ele disse simplesmente dando de ombros com um enorme brilho nos olhos e um sorriso que fazia com que Riley se derretesse completamente por ele.

                - Ele vai fazer um interrogatório com você e se por acaso você ver meu irmão fuja, ele ainda não lhe perdoou pelo vidro do carro que você quebrou.

                - Sim senhora. Agora me deseje boa sorte meu amor. – Ele disse beijando-a rapidamente para que a treinadora não visse.

                - Boa sorte. E não me volte aqui sem ter feito um gol por mim.

                - Tudo bem, marcarei muitos gols para você. – Ele a beijou mais uma vez desta vez na testa se despedindo e correndo para fora do ginásio e foi como se Riley tivesse adivinhado que seu irmão estivesse ali. Josh parou bruscamente e voltou para o mesmo caminho passando por Riley disse que seu irmão estava ali e se dirigiu rapidamente para a saída dos fundos.

                ***

                Em menos de trinta minutos do primeiro tempo uma falta foi cometida sobre Helio e quem bateria seria Josh, ele era o melhor em bolas paradas do time, a falta não foi muito longe da grande área e isso já era um bom ponto de vista. Ele bateria direto uma bola com curva, sabia sobre a dificuldade do goleiro do outro time, o time de Forks já marcava no placar um belo 1x0 e aquela seria mais uma grande chance que não poderia ser desperdiçada.

                Josh limpou um pouco do suor em seu rosto com a camisa do time em seguida encarou a barreira logo a sua frente calculando que o Sean, seu amigo baixinho, porém ligeiro, estava na posição certeira para o gol. Então ele afastou-se dando quatro passos largos para trás, respirou fundo soltando o ar pesado depressa, então correu de encontro à bola chutando com o pé direito. O plano havia dado certo, Sean apenas impediu que os jogadores do outro time entrassem em sua frente permitindo a passagem da bola que fez uma curva perfeita direto para dentro do gol.

                Josh comemorou com os amigos e logo olhou para a arquibancada procurando por uma pessoa em especial e logo, surpreso a encontrou. Mandou um beijo para Riley que se sentiu um pouco envergonhada pelo ato de seu tão mais novo e primeiro namorado. Emmett que assistiu a cena ali ficou completamente enciumado e quem o conteve foi Rose que não gostou nada da crise de ciúmes de seu marido.

                Riley assim que encontrou seus pais ali foi ao encontro deles para apenas uma troca rápida de oi.

                - Oi querida. – Esme disse observando que se sentou por um instante ao seu lado.

                - Oi mamãe, vocês irão ficar para me verem?

                - Claro meu amor.

                - E Alice? Não veio?

                - Não, disse que tinha um compromisso.

                - Com o trabalho, amigos ou o traste do James?

                - Riley. – Carlisle disse completamente sério reprovando a fala da menina. – Você viu o que sua implicância com James lhe custou no fim de semana não viu?

                - No dia que Alice estiver mais encrencada com James eu vou olhar na cara de cada um de vocês e simplesmente dizer que eu avisei. – A menina sem muita paciência se levantou e voltou para o ginásio para seu preparo.

                Quando o jogo de futebol havia acabado demoraria somente mais meia hora para que Riley  começasse sua apresentação por sorte ela seria a primeira. Ela entrou e se apresentou tão delicadamente que mais parecia que ela começaria a dançar balé como quando ela tinha dez anos.

                Seria avaliado somente três modalidades da ginástica artística, argolas, paralela assimétrica e a mesa. Algumas meninas estavam presentes em meio aos equipamentos e entre elas Anne, uma das fieis seguidoras de Andy e Molly. Ela também participava da competição e odiava ver Riley se dando bem na competição queria ser classificada para a próxima fase sem ter Riley como sua pedra no caminho.

                E quando então foi para a ultima prova Riley já estava preparada para o salto de mesa, olhava fixo para o obstáculo sem saber que logo adiante algo tramado pelas gêmeas e sua fiel amiga estaria lhe esperando. Então Riley correu com toda velocidade pegou impulso e saltou e quando estava prestes a fazer um pouso perfeito, ao bater o pé no colchão ele escorregou, caindo de mal jeito ela sentiu dor em seu tornozelo gemendo e se agarrando a ele, aquilo ficaria guardado em seu histórico nas notas para a classificação, sem entender porque havia ido tão mal em algo que havia treinado a semanas ela olhou ao redor, queria alguma explicação para tudo aquilo.

                - Você está bem Riley? – Carly perguntava olhando o tornozelo da menina no qual a mesma segurava. A apreensão era presente em todos principalmente nos familiares e amigos de Riley que assistiam a aquilo tudo. Kate saiu de onde estava sentada chegando mais perto da barreira e Josh fez o mesmo ficando ao lado dela.

                - Isso está me cheirando mal.

                - O que acha que ela pode ter se machucado sério?

                - Não isso Josh. Riley treinou mais que todo mundo ali na mesa, ela estava dando excelentes saltos nesta modalidade, a chances dela errar eram mínimas e vendo o desempenho dela até o meio do caminho dificultava ainda mais as chances de erros... Isso está me cheirando trapaça.

                - Como assim?

                - Não se faça de desentendido. Vem comigo preciso de sua ajuda pra atravessar isso aqui.

                - Os supervisores não vão deixar.

                - Quem disse que vou pedir?

                - Então ta. – Ele sorriu sentindo a adrenalina subir um pouco mais em saber que iria fazer algo que não deveria. Mais a frente o plano era simplesmente Josh distrair um dos supervisores de uma entrada com um pequeno questionário enquanto Kate passou por debaixo da faixa de não ultrapasse.

                Kate correu até o local onde Carly ajudava Riley a se levantar, todos ali percebiam sua presença intrusa naquele local.

                - O que está fazendo aqui Kate? – Carly perguntou sem nem um pouco de paciência pelo nervosismo de pensar em perder uma das melhores ginastas desta modalidade.

                - Nada apenas seguindo meu instinto policial.

                - O que houve Kate? – Riley disse em meio um gemido e outro.

                - O que houve? – Ela disse olhando para o colchonete. – Quem limpou este colchonete antes da competição começar?

                - Bem os ajudantes. – Carly disse sem entender. – O que está acontecendo?

                - Hei menina você não pode estar aqui.

                Kate passou a mão no colchonete e sentiu algo oleoso demais, um pequeno brilho era visto, algo imperceptível de longe pelo colchonete ser novo e ter um pequeno brilho também.

                - Óleo. Eu sabia que era sabotagem. – Ela cheirou o óleo e percebeu que era corporal, um cheiro agradável de amêndoa era exalado dali. – Óleo de amêndoa. Alguém jogou isso aqui e sabia que Riley seria a primeira a praticar.

                - Terry, quero as meninas reunidas avise aos juízes que isso foi sabotado. – Carly disse a um dos supervisores que logo saiu correndo em direção a mesa do júri. – Você consegue encostar o pé no chão?

                - Não, está doendo e muito.

                - Vem eu te ajudo a sentar. – Kate passou o braço da amiga ao redor de seu ombro ajudando-a a caminhar até os bancos. – Está doendo muito?

                - Sim... Ainda bem que a próxima competição irá demorar... Quero dizer isso se eu passar desta.

                - Claro que vai, o júri já foi avisado que foi sabotagem, quem for o culpado será desclassificado e você continuará na competição.

                - Você realmente serve para ser uma investigadora.

                - Eu sei... – Ela sorriu vitoriosa e Riley riu pela primeira vez depois daquela tensão toda.

                Não havia demorado muito para que os jurados ali presentes achassem tudo aquilo um absurdo, os paramédicos ali presentes faziam o primeiro socorro em Riley, Carlisle tentou inúmeras vezes entrar naquele lugar, porem não conseguiu. Enquanto todos tentavam descobrir quem havia sido o autor daquela trapaça.

                - Diria que possa ser a Anne. – Kate disse olhando fixo para a garota de pele pálida e cabelos loiros.

                - Porque ela?

                - Amiga íntima das gêmeas, as mesmas que te odeiam, se elas estivessem aqui diria que eram elas, mas como não estão Anne serve como suspeita.

                - Pode ter sido qualquer candidata do outro colégio.

                - Ou pode ter sido a Anne. O cheiro do óleo é igual ao que ela usa... Se ela o trouxe para a escola deve estar guardado, se não estiver na mochila está no armário.

                - Ela não seria tola de esconder a prova junto com ela... Seria?

                - Anne é uma típica mimada feliz. Não age de acordo com o que o cérebro manda. – Kate disse se levantando abruptamente deixando Riley para trás. Caminhou até Anne que estava ao lado de sua mochila. Kate que não era nada educada pegou a mochila do lado da menina que ficou extremamente surpresa.

                - O que pensa que está fazendo? – Anne gritou em meio ao desespero.

                - Procurando a prova do crime... Bom... – Kate olhava tudo que ia jogando ao chão da mochila dela.

                - Para sua louca, me devolve minha mochila.

                - Por quê? Está com medo que eu encontre algo que não possa aqui dentro? – Kate afastou a menina com uma mão apenas enquanto pendia a mochila da garota no ar. Seguranças, treinadores, todos se reuniram achando que aquilo iria se originar em uma briga. Um dos júris tomou a mochila de Anne às mãos enquanto Kate explicava sobre o fato.

                - O cheiro do óleo corporal que foi jogado no colchonete é idêntico ao que Anne usa, pensei que talvez estivesse aí dentro a nossa prova de sabotagem.

                - Qualquer um pode ter um óleo corporal de amêndoa.

                - Não o de amêndoa com menta importado da Anne. Nem todo mundo aqui é rico a este nível e ninguém gosta daquele cheiro enjoado daquele óleo, por Deus aquilo fede.

                - Achei. – Um dos júris achou um frasco enquanto vasculhava a mochila da participante, Anne não sabia para onde correr o desespero era tanto que começou a chorar, não sabia se era de nervoso ou de vergonha por ter sido desmascarada em frente toda a cidade tecnicamente. – Anne Willis você está desclassificada desta prova. Não poderá participar da competição realizada este ano.

                - Não, por favor.

                - Isso, mais um caso resolvido. – Kate comemorou piscando para a amiga que sorriu de volta.

                E apesar de toda aquela confusão ainda Riley conseguiu uma nota alta em sua participação conseguindo o segundo lugar.

                Enquanto voltavam para casa, Riley recebeu inúmeras mensagens de Josh e de outros amigos. Kate estava sentada no banco de trás do carro já com suas coisas em mãos para poderem ir para casa dos Cullan. O trajeto foi simples, casa de Kate, hospital, casa dos Cullen. Mesmo Carlisle olhando o machucado de Riley queria ter a certeza com alguns exames que era somente uma torção.

                ***

                Mais à tarde Alice chegou a casa, um pouco abatida, o dia de trabalho havia sido cansativo queria apenas dormir e dormir até não poder mais e sabia que esse não poder mais seria até as seis da manhã do dia seguinte. Passando pela porta do quarto de Riley observou a presença de Kate e mal notou o pé enfaixado de sua irmã.

                 Foi direto para o quarto, tomou um banho e arrumou-se para ir dormir, nem jantar queria, havia comido qualquer besteira na cantina do hospital. Ficou revirando na cama pensando na rápida conversa que tivera com James na porta do laboratório, onde ele a surpreendeu com um encontro inesperado. Pois não se falavam desde aquela sexta. Alice vinha ignorando ligações e mensagens. Evitava sair ao máximo em lugares que sabia que as chances de encontrá-lo seriam altas, mas hoje foi impossível de ter aquele encontro.

                Ele a esperou sair do turno, no qual ela demorara mais que o normal. Pensou em ir embora, mas persistiu, não iria desistir ali. Alice foi pega de surpresa, seu susto foi tanto que paralisou na saída, travando sua fala ou qualquer outro tipo de movimento, ela não conseguia se mexer.

                “- James? O que está fazendo aqui? – Ela olhou ao redor, procurando algum tipo de movimentação momentânea que a salvasse daquela situação, mas parecia que até mesmo o mundo havia congelado e que ninguém estava presente naquele lugar, como se estivesse em um universo paralelo.

                - Alice, você estava me ignorando... Eu não estava mais agüentando.

                - James... O que você havia feito aquela noite foi extremamente...

                - Um absurdo, fui um estúpido e troglodita, pode me chamar de imbecil ou de qualquer outra coisa que aceitarei... Sei que errei e estou extremamente arrependido... Agora tente relevar Alice, pessoas merecem uma segunda chance, vamos começar do zero.

                - Não sei se você merece alguma outra chance James. Você sabe pelo o que já passei, sabe que odeio qualquer tipo de homem agressivo. Você destruiu todas as suas chances, toda a confiança que eu depositava em você.

                - E se eu reconquistar a sua confiança novamente?

                - Acho difícil que você consiga...

                - Pelo menos você não disse impossível... Então quer dizer que eu tenho alguma chance.

                - James, vamos... Vamos viver cada um suas vidas e fingir que nunca nos conhecemos. Eu não conseguiria admitir em ter um relacionamento com alguém que já tentou a me forçar um beijo.

                - Eu te amo Alice. – Ele segurou a mão dela tão rápido que ela não conseguiu nem ao menos desviar. – Me perdoe, por favor... Não me faça sofrer assim.

                - James.

                - Prometo que se eu vacilar por qualquer motivo nunca mais lhe procuro, vamos apenas começar do zero.

                - Acho que não consigo.

                - Consegue sim, você tem um bom coração, é uma bela mulher. Diz que me perdoa.

                Alice olhou no fundo dos olhos lacrimejados de James, sentindo uma pontada em seu peito, uma pontada incomoda, nunca havia feito alguém ficar assim e com certeza não conseguiria deixá-lo desta maneira por mais que ele estivesse mesmo errado, então por fim, resolveu perdoá-lo.

                - Tudo bem. Mas não pense que minha confiança em você será a mesma de antes James.

                - Eu lhe garanto que um dia ainda você voltará a confiar em mim. Não devia ter tomado aquele vinho e misturado álcool com remédio, fiz loucura com alguém que não merecia esses atos de mim.

                - Você queria morrer?

                - Já tinha tomado o remédio há algum tempo, pensei que não faria mal beber uma taça de vinho.

                - Você é mesmo louco.

                - Eu aprendi a lição, não quero fazer isso de novo, prometo que não sairei dos trilhos com você.

                - Tudo bem... Agora eu tenho que ir, estou cansada e quero aproveitar minha família.

                - Tudo bem, eu te ligo algum dia, quando ver que esteja a vontade. Até logo.

                Ele observou Alice sair de carro indo a rumo a sua casa, ele mantinha um sorriso no rosto. Caminhava com um sorriso vitorioso no rosto até o seu carro e sabia que havia conseguido.

                - Ah minha doce Alice... Você é tão fácil de enganar, será mais fácil do que Caroline... Pessoas de bom coração são extremamente estúpidas, acreditam em todos e em tudo que lhe dizem... Seja bem vinda a história da chapeuzinho vermelho Alice, onde você é a ingênua menininha e eu o lobo mal...”


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