O Passado Nos Condena escrita por Fernanda Melo


Capítulo 8
Meu Coração Bate em Segredo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo totalmente Alice e James
Percebi que estava meio que fugindo do roteiro, mas por pura falta de ideia sobre o que escrever sobre Alice e seu tão queridinho James, mas enfim com uma ajudinha de uma amiga o capítulo fluiu...



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O fim de semana se iniciara de um jeito não muito agradável, o clima tenso entre as irmãs era evidente e qualquer pessoa de fora podia perceber.

Na noite anterior James havia aparecido de surpresa na casa dos Cullen e Alice desceu para conversar com o mesmo. Ele havia lhe levado flores e Alice tendo o bom coração que tinha não conseguira lhe dizer um não, haviam combinado de sair no sábado e Alice havia feito de tudo para tentar rejeitar o pedido, mas apenas concordou em sair se fosse de dia, dizendo que estava ficando cansada demais devido ao trabalho, o que não era 100% mentira.

Então sábado havia amanhecido naquele pequeno clima tenso. Riley sabia que James não era uma boa pessoa e somente ela sabia daquilo, precisava de um cúmplice ou qualquer pessoa que lhe ajudasse naquilo. Então logo após o almoço um pouco antes de Emmett querer sair com Rose correu até seu quarto para lhe tirar algumas coisas de James.

- Emm, posso lhe perguntar algo?

- Se for rápido...

- Preciso de um pequeno curto prazo de seu tempo, mas não será nada além de dez minutos.

- Tudo bem, diga.

- É sobre James...

- De novo com isso pirralha? Qual é o seu problema com ele?

- Apenas que ele não é uma boa pessoa para nossa irmã. Você implicou tanto com Josh quando descobriu nosso namoro porque não faz o mesmo com James? Ele é uma péssima pessoa.

- Peguei no pé do Campbell porque você é de menor. Alice é também minha irmã mais nova, mas ela não tem mais quinze anos.

- Quase dezesseis está bem?

- Falta muito tempo... – Ele sorriu bagunçando o cabelo da irmã. – Olha sei que se preocupa demais com a família, mas talvez você não esteja apenas pegando no pé de James por ciúmes?

- Eu não sentia isso quando Alice namorava com Jasper e olha que eu exigia muito mais atenção naquela época.

- Você nem sabia o que era ciúmes naquela época tinha apenas nove anos.

- Sabia sim... Odiava ver o papai conversando com as outras médicas no hospital.

- Tudo bem... Arrume um bom argumento para acreditar que James é um vigarista.

- Emm, lembra daquele fim de semana no sítio?

- Sim você discutiu com Alice e devo dizer que não foram somente nossos velhos que ficaram chateados com você.

- Prometa que não irá dizer isso para ninguém... Pelo menos não para mamãe e o papai.

- Aiaiai baixinha, você vai me meter em encrenca.

- Você não me pediu um belo motivo para desconfiar de James, eu vou lhe dar um. – A menina suspirou e olhou para o rosto atento do irmão. – Naquela noite, não tinha como eu ter brigado com Alice de verdade. Eu estava preocupada com ela você mesmo viu. Quando ouvi o carro dela chegando corri para ajudá-la e ela estava chorando, dizia que havia quase sofrido um acidente, mas ela estava muito abalada para ter sido somente aquilo.

- Até aí não vi problema nenhum com James.

- Calma me deixa terminar. – Ela o repreendeu olhando mais uma vez na direção da porta fechada. – Fingimos uma discussão, Alice não queria ouvir o sermão da mamãe de não dirigir de noite e blábláblá... Aí fingimos discutir, quando ela jogou o nome de James na conversa ela paralisou com o olhar vago e começou a chorar novamente, parecia que estava desesperada e acabou correndo para se esconder. Na manhã seguinte quando fomos tomar café por um deslize a manga da blusa de frio dela havia levantado um pouco e eu vi um roxo no pulso dela, parecia com uma mão.

- Você está dizendo que James tentou forçá-la a alguma coisa?

- Não sei... Alice vive fugindo desses assuntos. Emm... A nossa irmã está se metendo em uma enrascada e estamos assistindo de camarote. Não quero me sentir culpada por não ter tentado ter feito algo, apenas me ajude, caso eu esteja errado eu peço desculpas a você, Alice até mesmo o idiota do James.

- Argh, tudo bem... Eu te ajudo. Mas, por favor, não faça escândalos.

- Tudo bem.

- Agora eu tenho que ir, Rose deve estar me esperando.

- Vai ficar hoje na casa dos sogros?

- Vou, minha ursinha não acordou muito bem, enjôos.

- Diz pra Rose que mandei um beijo pra ela e o bebê.

- Está bem.

***

Alice despediu da família quando James chegou, Riley fingiu estar tudo bem enquanto mancava até a janela para vê-los ir embora. James parecia ser tão carinhoso que por um momento Riley pensou estar errada, mas logo se viu voltando a si quando o carro partiu.

James deu de opção vários lugares para irem. A praia para conversar como fizeram no segundo dia que se encontraram por um “acaso”, ou irem para Seattle passear nos parques, ou ir até ao shopping a toa, ou simplesmente ir ao cinema em Port Angeles.

Ela ficou meio em dúvida, sair da cidade lhe parecia arriscado e ainda nem sabia ao nível de mudança que James se encontrava, Alice decidiu rápido dizendo que não estava muito bem para sair da cidade e de algum modo olhando nos olhos dele ela percebeu que ele havia entendido o recado mesmo ela não querendo que isso acontecesse.

- Bem... Já que vamos à praia não quer voltar a sua casa? Está um dia lindo para aproveitar o mar.

- Acho que... Melhor não.

- Tudo bem... Eu entendo, mas se importaria se eu passasse até minha casa para pegar algumas coisas?

Alice permaneceu pensativa por um momento. Tudo para ela estava se tornando um principio de pesadelo, até porque ela não queria ir para um lugar onde ficasse somente ela e James.

- Se você se sentir incomodada pode dizer. Não irei fazer nada para contrariá-la.

- Não... Tudo bem.

- Mesmo? Você tem certeza?

- Sim. – Ela disse sorrindo levemente para ele tentando não demonstrar seu extremo nervosismo.

O caminho até a casa dele teria sido silencioso e ao mesmo tempo tenso demais se James não tivesse prolongado alguns assuntos. E dentre eles Riley havia sido um simples motivo. James era esperto demais para saber quando alguém não gostava dele e desde o primeiro dia que vira a menina percebeu que ela não ia muito com sua cara e poderia estar sendo a pedra no seu caminho.

- Percebi que sua irmã não gosta muito de mim. – Ele riu para não deixar o clima muito tenso, mas Alice sentiu-se estremecer quando ele tocou neste assunto. Riley demonstrava quando não tinha uma empatia pela pessoa, deixando isso evidente para todos que presenciasse aqueles momentos. Mas Alice mesmo sem saber o porquê sentiu um arrepio por todo seu corpo quando James pronunciou o nome de sua irmã.

- Impressão sua, ela apenas tem ciúmes de todos da família, isso não quer dizer que ela não goste de você.

- Bem... Apenas tirei conclusões precipitadas então. – Ele deu de ombros olhando rapidamente para Alice que se forçou a sorrir para tentar ser um pouco convincente. Eles continuaram todo o trajeto conversando e obviamente quem tinha que procurar assunto era James, afinal Alice havia ficado tão tensa que por momento algum conseguiu pensar em nada.

Quando chegaram até a residência Alice ficou impressionada e um tanto quanto abismada ao olhar o tamanho daquela casa para somente uma só pessoa. Certamente ela tentou não demonstrar, mas o sorriso travesso no rosto de James ao olhar para ela talvez quisesse dizer que ele havia feito uma leitura de sua mente e descoberto seu pensamento. Por um instante Alice sentiu-se envergonhada, porém ela resolveu deixar de lado quando um dos seguranças abriu um dos portões de entrada da casa.

O trajeto até a enorme porta de entrada foi silencioso, Alice não sabia o que dizer e com certeza se tentasse sairia alguma porcaria de sua boca, então sua preferência maior seria o silêncio.

- Está surpresa?

- Não... – Ela disse com um meio tom irônico e ao perceber aquilo pensou logo que deveria parar de andar demais com sua irmã. – Quero dizer... – Ela foi interrompida por uma longa gargalhada de James, que ficava vermelho e seu maior motivo é ver Alice completamente enrolada em suas próprias falas, ela sentindo-se um pouco ofendida formou em seu rosto uma expressão séria e com um meio tom bravo pensou logo em outra coisa para dizer a James, com um pouco menos de delicadeza em sua voz. – Não tinha como ser maior?

Ele por um instante continuou rindo, deixando de lado o modo bravo de Alice, achando tudo aquilo uma enorme piada caminhou até o outro lado do carro abrindo a porta para a jovem moça e lhe estendendo a mão.

- Minhas sinceras desculpas, mas não conseguir me conter, sua expressão foi completamente...

- Hilariante para você? Não se preocupe estou acostumada com todos rindo de mim. – Alice soltou sua mão da dele abruptamente e seu tom completamente sério desta vez fez com que James pensasse se fizera realmente algo de errado.

- Me desculpe, não queria lhe magoar. – Alice continuou a fulminá-lo e ele não sabia ao certo o que fazer. Até mesmo para uma mente diabólica ele pensava que Alice era temperamental demais.

Ele soltou um largo suspiro fechou os olhos e estendeu as mãos como se estivesse se entregando.

- Tudo bem, eu me rendo, eu não devia ter feito isso, mas é que...

Ele parou rapidamente quando estranhou aquelas doces risadas vindas logo a sua frente. Alice não conseguiu se conter mais demonstrando o término de sua brincadeira.

- Não acredito que você tirou sarro com a minha cara. – James disse meio confuso.

- Com a total certeza meu caro. – Ela riu mais um pouco e logo olhou para os lados. – Bem não esperava ouvir de sua boca uma palavra tão pouco reformulada como ‘sarro’.

- Ah é?! Devo então lhe dizer minha jovem que nem sempre estou apto a usar esta linguagem formal de um sábio homem de negócios.

Ela sorriu, deixando um pouco de sua tensão de lado e ao olhar aquele belo sorriso branco de James ela sentiu-se um pouco diferente. Algo que talvez somente sentiria em sua adolescência, aquela coisa de querer gostar do errado, do proibido. Não confiava em James, mas também não tinha vontade de se afastar dele, mas e suas duvidas? Tudo aquilo que não sentiu em sua adolescência estava ali à tona. Não sabia o que fazer.

- Bom quer entrar para conhecer a minha modesta casa? – Ele sorriu enquanto estendeu a mão esquerda para ela, porém Alice se viu meio incômoda novamente, respirou fundo e mudou de expressão inúmeras vezes. – Se não se sentir a vontade quanto a isso tudo bem, mas devo lhe deixar consciente de que há empregadas trabalhando neste exato momento, então não há perigo algum.

- Você quer dizer então que se não tivesse ninguém aqui teria algum perigo?

James coçou a cabeça e levantou ambas as sobrancelhas, ele gaguejou e sentiu-se completamente incapaz de responder aquilo.

- Não precisa responder entendi sua resposta.

James soltou uma curta gargalhada sem graça imaginando o quão ruim a imagem dele teria ficado, mas nem ao menos se importou de verdade com aquilo. Alice tentou levar para a esportiva, deixando aquilo passar como uma fraqueza masculina, então concordou em entrar e conhecer o local.

- Estava pensando em comprar umas terras por aqui, já estou negociando com alguns interessados.

- Posso saber para que?

- Bem, quando jovem meu pai me obrigou a fazer aquelas aulas chatas de menino riquinho e acabei tomando gosto por cavalos. Praticava Hipismo aos 14 anos.

- Nossa, parece um esporte interessante.

- No começo eu detestava, mas tive que me acostumar, meu pai mandava e eu apenas obedecia. Nisso foram aulas de Esgrima, natação e duas línguas fundamentais. Mandarim e italiano.

- Uau, estou impressionada.

- Você ficaria mais ainda se soubesse mais sobre minha vida, mas gosto de manter algumas coisas em segredo. – Ele guiou-a até o sofá para que sentassem um pouco para conversar. – E você gostava de alguma coisa que não fosse relacionado a medicina?

- Sim, várias tentativas falhas de meus pais de me fazerem perder a vergonha.

- Criança tímida...

- Muito mais que o normal até. Foram aulas de teatro, aulas de canto e percebi que eu não servia para ser o holofote de certas coisas e sim para trabalhar atrás das câmeras. Adorava escrever historias para contar para minha irmã na hora de dormir, ela sempre foi minha fã numero um. – Alice sorriu enquanto olhava para James e sentia-se bem com aquela conversa. – Preferi fazer curso de línguas e aprendi o francês no colégio, espanhol, alemão e até arrisquei aprender o Latim sozinha, mas depois não vi serventia alguma naquele passa tempo estúpido.

- Não acho estúpido.

Alice olhou para ele surpresa, pela primeira vez ouvindo alguém lhe dizer algo bom sobre suas escolhas.

- Quero dizer... Você gosta de aprender, ser diferente, saber sobre algo que ninguém ou quase ninguém tem interesse. Isso é bom.

- Obrigada.

Alice sentiu-se um pouco envergonhada e James percebeu aquilo, a pequena vermelhidão em seu rosto indicava aquilo para ele e sua atitude não podia ser outra a não ser sorrir singelamente e em seguida retirar a mecha do cabelo de Alice da lateral de seu rosto. Foi o toque mais suave no qual Alice não sentiu incômodo algum.

- Então... Vamos conhecer a casa?

- Vamos.

Ele levantou estendendo sua mão para ela e sem perceber Alice continuou caminhando com ele de mãos dadas pela casa. Quando o passei por ali acabou James ainda teve tempo de pedir a opinião de Alice sobre seu escritório.

- Veja está completamente desorganizado e não sei o que fazer aqui. Será meu local de trabalho e por enquanto atenderei alguns negociantes aqui mesmo até conseguir um escritório no centro da cidade. O que você acha?

- Que tal esta parede em um tom cinza.

- Escuro?

- Não tão escuro e não tão claro. Pinte as outras paredes de cor clara para não ficar enfarativo demais aqui, afinal vejo que é onde você passa a maior parte do tempo.

- Por enquanto ainda não, mas será... Acho que seja um bom palpite de cor. Mas ainda acho que essa sala seja grande demais para os móveis que tenho em mente.

- Deixe-me ver. – Alice pegou o papel das mãos de James, avistando no pequeno projeto bem desenhado sua mesa de trabalho e duas poltronas logo a frente para atender as pessoas. No canto da parede um sofá de apenas dois lugares para aparentar mais social. – Que tal estantes? Coloque seus livros espalhe miniaturas do que gostar nelas e coloque um quadro na parede logo a frente de sua mesa de trabalho.

- Você não devia ter se formado em biotecnologia, você é uma ótima designer.

- Gosto destes tipos de coisa, mas não tanto quanto ajudar pessoas.

- Você é diferente sabia? – Ele involuntariamente pegou ambas as mãos de Alice deixando-a nervosa. – É uma raridade para lhe dizer a verdade. Não encontro pessoas que se preocupam com o próximo, hoje em dia é tão comum ouvir o “cada um por si”.

- Não foi você mesmo que disse que sou diferente?! – Ela sorriu enquanto soltava suas mãos das dele.

- Me desculpe, não queria que você...

- Não tem problema, apenas... – Ela suspirou e fechou os olhos.

- Eu entendo, eu estraguei tudo naquela noite.

- Não é sua culpa o problema é todo comigo, me sinto incomodada... Não entendo o que acontece comigo.

- Tudo bem... É normal.

- Isso não é normal, ninguém tem estas crises como eu.

- Mas você não é como as outras. E é isso que me atraiu em você. – Ele voltou a segurar as mãos dela e olhando no fundo de seus olhos decidiu guiá-la até o corredor. – Venha.

Ela sem questionar o seguiu até pararem logo à frente a um espelho. Ele ficou atrás dela observando-a enquanto ela se olhava no espelho se perguntando mentalmente o que estava acontecendo.

- Me diga o que vê.

- Como assim?

- Me diga o que você vê em você. Observe bem.

Por um instante Alice parou e olhou enquanto James jogou seu cabelo para o lado direito. Ela continuou imóvel apenas observando James atrás de si e a ela mesma. Observou também sua singela roupa, um short jeans de lavagem gasta, uma blusa delicada de renda nas costas.

- Uma garota completamente sem graça.

- Alice... Tem certeza?

- Você ainda pergunta se tenho certeza? – Ela se virou violentamente. Ela abriu a boca fazendo menção de que fosse dizer algo, mas preferiu permanecer-se calada.

- Eu posso falar?

Ele esperou a confirmação dela para enfim torná-la virar de frente com o espelho e então deslizando suas mãos delicadamente pelos braços de Alice até chegarem em suas macias mãos ele olhou-a nos olhos através de seu reflexo.

- Eu vejo uma linda jovem. Com uma beleza física impressionante, mas que talvez esteja se escondendo no dia a dia por vários motivos. Mas não é este lado que me chama a atenção, é impressionante a beleza que existe em seu coração. Você é incrivelmente boa demais para qualquer pessoa...

Ele a puxou para mais perto enquanto a guiava para que ficasse de frente para ele.

- Principalmente para mim. Você merece algo bom nesta vida Alice. Você é uma pessoa impressionante, na qual sei que jamais em lugar algum irei encontrar outra igual.

Ambos trocaram olhares. Alice observou a cada gesto, a cada ato de James. Sentiu enquanto as mãos dele ainda seguravam as suas com a total firmeza, com a total certeza do que estava fazendo. Alice desviou o olhar dos olhos de James para seus lábios e percebeu que os rostos de ambos estavam próximos demais.

Fechando os olhos desviou de James enxugando as lágrimas que desceram. James permitiu que ela tivesse um instante a sós indo até seu quarto trocando-se de roupa.

Quando desceu a escada deu de cara com Alice observando o lado de fora da casa através da janela, jogou a mochila no sofá e caminhou até ela, que ao notar sua presença ali virou-se em sua direção sorrindo.

- Você tem uma bela casa.

- Também acho que fechei um ótimo negócio. Ainda não lhe mostrei a parte de trás, tem uma área de lazer maravilhosa.

Ambos começaram a caminhar e James preferiu passar pela cozinha para pedir Hanna que preparasse algum lanche. Alice ficou surpresa quando se deparou com aquela área. Era ampla e espaçosa, uma casa perfeita.

James soltou uma leve risada enquanto observava bem a reação de Alice, apesar de tudo aquilo e toda sua paranóia por querer ficar com ela, às vezes sentia-se estranho demais com cada ato de Alice, parecia com o que sentiu quando namorou pela primeira vez, era tudo tão maravilhoso e James se encontrava apaixonado de verdade por Caroline, tanto que aquele amor adolescente se tornou mais sério, um breve noivado e hoje talvez ele estaria casado e com filhos se não fosse por um terrível acontecimento no qual faz James acreditar que todas as mulheres no qual ele mantém relacionamentos sérios estão interessados somente em uma coisa... Em seu dinheiro.

Amava demais Caroline, não soube superar a traição na qual aquela mulher havia lhe submetido. Ambos moravam juntos, dividiam um ótimo apartamento de luxo e todos deviam saber que doeria demais chegar em sua própria casa e encontrar em sua própria cama outro homem com sua mulher. James surtou, não acreditava que havia se entregado de corpo e alma em um relacionamento, no qual era a mais pura mentira, cometeu loucuras depois disso.

Depois de ter expulsado o amante de sua noiva tecnicamente desmaiado de seu apartamento, tratou de tirá-la também dali. Ofendendo-a moralmente, jogou suas coisas através da janela de seu apartamento e por fim queria somente livrar-se daquela dor. Nos dias seguintes seguia Caroline por todo lugar e percebeu que ela ainda se encontrava com o mesmo homem.

James não agüentando ser humilhado daquela forma em certa noite quando encontrou Caroline sozinha caminhando por uma rua deserta a caminho de sua nova casa ele soube que tinha uma oportunidade para finalmente perder de vez a sanidade que pouco lhe restava. Agrediu Caroline de tal modo que por fim sentiu pena de si próprio por ser um verdadeiro covarde. Voltou para casa, mas no meio do caminho pediu socorros e tratou logo de sair da cidade.

E agora estava ali em Forks, depois de tantos lugares que já passou, soube que Caroline não havia morrido e sentia-se um pouco aliviado por isso, mas James ainda não estava bem, sua mente ainda estava ferida, assim como seu coração e não mediria esforços para cometer outra loucura novamente.

- Então... O que prefere ficamos aqui e conversamos sobre nossas histórias ou vamos para a praia?

- Os dois... Mas já vou logo lhe dizendo que não entro no mar.

- Não sabe nadar?

- Não, apenas não gosto de mostrar meu corpo por aí. – Ela riu de si mesma. – Sabe... Você... Quero dizer, obrigada, por tudo o que me disse.

- Apenas disse a verdade Alice. Porque não nos sentamos debaixo naquela arvore logo Hanna trará um lanche para nós.

- Tudo bem. Enquanto isso quero saber mais sobre você e suas aventuras de mauricinho pelo mundo.

- Aaah sabia que não devia ter lhe contado isso... Agora ficará rindo de minha cara.

- Leve na esportiva James. – Ela deu de ombros enquanto ele achava tudo àquilo nela encantador, sua obsessão aumentava cada vez mais e mais ele queria Alice para si, mas se ela fizesse alguma besteira como Caroline não sabia do que seria capaz desta vez.

Ele apressou os passos até ela a surpreendendo, pegando-a nos braços e jogando-a em seu ombro, Alice gritou pedindo que ele a soltasse em meio a algumas risadas de ambos.

- Estou levando na esportiva... Está vendo esta piscina? Pois bem irei lhe jogar nela caso não me peça desculpas.

- Não... Você não seria capaz.

- Ah ainda duvida de mim? – Ele fez menção de que fosse soltá-la e Alice gritou mais uma vez, mas não pediu desculpas, James então contou até três e ela não estando disposta a se molhar passou por cima de seu momentâneo orgulho.

- Tudo bem, tudo bem me desculpe.

- Como é acho que não ouvi.

- Me desculpe.

- Isso bem melhor. – Ele voltou colocá-la no chão, Alice desequilibrou um pouco sentindo-se tonta por ter ficado de ponta cabeça, mas James a segurou enquanto podia gargalhar a vontade, notou a presença de sua empregada deixando o lanche sobre a mesa e ele logo guiou Alice até lá. – Você precisa provar o suco de abacaxi de Hanna é o melhor do mundo.

- Não vou duvidar de você, você acabou de me ameaçar a jogar na piscina.

- Você começou.

Ambos olharam sérios um para o outro, meros segundos, antes de começarem a rir juntos como dois adolescentes bobos.

- Estamos parecendo duas crianças.

- Você está toda despenteada. – Ele apontou para ela enquanto servia um pouco de suco para ela.

- A culpa é sua, devo estar parecendo uma maluca.

- Você fica bonita de qualquer maneira. – Ele disse enquanto ajeitava o cabelo dela e por um instante nenhum dos dois percebeu a respiração deles ficarem mais pesadas e o corpo ficar cada vez mais próximo. James aproximou seu rosto do dela e Alice daquela vez não agiu contra, apenas se entregou ao momento, sentindo a mão de James passar em torno de sua cintura, então o beijo foi selado.

Alice permitiu aquilo de tal forma que se viu mexida de alguma forma, como seu primeiro amor na adolescência, ela e James eram completamente diferentes e ela via aquilo uma forma péssima, pois foi assim com Jasper e eles não se viam já tinham exatamente seis anos. Eles não se falavam mais de nenhuma maneira.

Quando ambos os rostos se afastaram ela abriu os olhos para ver se aquilo era mesmo real. Viu James sorrir delicadamente e ela ainda se mantinha séria como se estivesse confusa.

- Me desculpe eu não...

- Está tudo bem. – Alice o interrompeu. – Está... Mesmo tudo bem. – Ela sorriu levemente e ele sentiu-se um pouco aliviado, sabia que com Alice tudo tinha que ser aos poucos e conquistar sua confiança já estava tendo um bom progresso. – Você me parece ser uma boa pessoa...

- Isso quer dizer que você gosta de mim.

- Eu não ouvi quando eu disse isso. – Ela zombou, entrando no clima de James.

- Eu tenho mesmo que lavar meus ouvidos... Então... Alguém está com fome?

- Com certeza. – Ela sorriu mais uma vez e James a beijou rapidamente ainda segurando as mãos ambos sentaram-se um no lado do outro, James a mantinha perto de si com o braço em torno do ombro dela, acariciando levemente o braço de Alice lhe causando pequenos arrepios.

Ambos continuaram rindo e conversando sobre fatos de suas infâncias e adolescência, riam quando tinham aqueles momentos em família que eram os mais constrangedores. O papo estava ótimo até decidirem ir para a praia. James lhe perguntou mais uma vez se ela não queria realmente passar em casa para trocar de roupa, mas Alice insistiu que não, tinha mesmo vergonha daquilo, vergonha das marcas que seu pai deixou em seu corpo.

Quando chegaram na praia, escolheram um lugar um pouco distanciado das pessoas que estavam ali presentes, mas não sumiam no campo de visão de todos.

- Pensei que as ondas estariam boas para surfar hoje. – James disse em um tom desanimador.

- Um dia você ainda terá oportunidade de se exibir não se preocupe.

- Tudo bem, não vou estragar nosso dia por causa disso. Se importa se eu for dar um mergulho?

- Não.

- Sério?

- Sério, vai lá.

- Tudo bem então. – Ele disse tirando a camisa mostrando todo aquele peitoral bem definido, Alice por sorte estava de óculos escuro e dava para disfarças seus olhares descarados sobre o belo abdômen de James. Ele a beijou de surpresa e saiu correndo de encontro ao mar, ela sentou-se e ficou imaginando quando um dia teria um homem daqueles.

- Alice?

- Ângela? Você por aqui?

- Acha que é só você que tem direito de diversão? – Ângela olhou para o mar e viu James dando braçadas para cada vez mais dentro do mar. – E que diversão hein dona Alice?!

- Desse jeito você vai me matar de vergonha.

- A vergonha que você não tem não é?! Meu Deus, parabéns amiga, parabéns... – Ângela completou sua fala com uma salva de palmas enquanto via Alice ficar cada vez mais vermelha, não sabendo se seria de vergonha ou por causa do sol, resultado de sua pele pálida demais por esconder-se sempre atrás de um jaleco e nunca dar chances ao sol.

- Vou parar de te matar de vergonha antes que seu bofe chegue. Beijo amiga.

- Tchau Ângela.

Alice parou e olhou por um instante e viu o caminho que sua amiga fazia e por um momento de distração viu James já voltando para perto de si.

- A água está uma delicia, não devia ficar somente aí.

- Estou bem.

- Bom então onde havíamos parado nossa conversa?

- Quando você era um menino completamente revoltado e descontava em seu pai.

- Ah claro... – Ele parou e riu. Contou a Alice as várias vezes em que ele fez brincadeiras com seu pai, sua faze de querer chamar a atenção de seu pai, como o dia que cortou todos os papeis dele de negócio em formato de bichos o velho Sr. De Niro teve um surto castigando ao filho, mas James pouco se importava naquela época, até mesmo os xingamentos de seu pai valiam a penas, pelo menos aquilo significava um pouco de atenção.

Quando a tarde foi caindo eles resolveram jantar em um restaurante perto da praia aonde todos ali iam. E quando foi ficando cada vez mais tarde o assunto ia acabando, James via que era o momento certo talvez.

Caminhando até o carro James pediu que Alice procurasse por algo dentro da mochila dele, havia somente uma coisa naquele bolso da frente da mochila, somente uma caixinha de veludo preta. E James de surpresa abriu a outra porta do carro.

- Sei que posso estar parecendo antecipado demais, mas quero que pense sobre isso. – Ele pegou a caixinha das mãos de Alice abrindo-a, mostrando um anel cravejado em diamantes. – Não vejo uma pessoa certa para ser minha namorada a não ser você.

- Eu... Eu não sei o que dizer. – Alice mantinha-se quieta, estática no mesmo lugar apenas olhando para James e pouco se importando com o anel de compromisso. – James... Conhecemos-nos há tão pouco tempo.

- Mas parece que nos conhecemos a mais... Tudo bem se você quiser pensar um pouco irei entender, mas fique com a aliança.

- Tudo bem, irei pensar, mas acho que não deveria ficar com ela.

- Fique, por favor. Se você não quiser um relacionamento mais sério agora irei entender... Mas fique com ela e pense bem.

Alice olhou para a aliança não acreditando que já deveria avançar um passo tão longo daquela maneira.

- Tudo bem... Você... Você se importa em me levar para casa?

- Não, vamos entre.

O trajeto foi silencioso até a casa dos Cullen, Alice apenas observava a caixinha em sua mão e imaginava aquele anel em seu dedo. Aliança de namoro seria demais, além do mais chamativa, até porque ela era cravejada de diamantes. Mas logo Alice se perguntou o que a impedia de namorar com James, estava desimpedida, ambos eram solteiros e James havia lhe agradado, não tinha um motivo certo a não ser sua dúvida constante. E quando ele parou o carro em frente à casa da família ela não desceu do carro, continuou olhando para a caixinha e James apenas a observava e após alguns minutos Alice saiu do transe.

- Eu aceito. – Ela disse de uma vez. – Eu não sei ao certo o que estou fazendo, mas eu aceito.

James sorriu largamente não acreditando em sua tamanha felicidade.

- Isso parece loucura.

- Talvez eu conheça por outro nome... Amor. – Ele tomou a caixinha de sua mão e tirou a aliança de dentro colocando-a no dedo de Alice. Ela olhou para ele como se buscasse uma resposta para tudo aquilo, mas preferiu apenas curtir aquele momento, afinal não seria sempre que lhe pediriam em namoro. – Te vejo amanhã? – Ele perguntou após o beijo.

- Pode ser.

- Ótimo... Eu te amo.

Alice ficou feliz por James tê-la beijado naquele momento, como diria a ele que o amava sendo que o conhecia a tão pouco tempo? E por sorte ela perdurou o beijo mais tempo do que devia para que ele não esperasse aquela mesma frase sair da boca de Alice.

- Até amanhã. – Ela disse antes de sair do carro. Ele voltou a aquecer o motor apenas esperando Alice entrar em casa seguindo o caminho de volta a sua, apenas pensando em sua vitória.

- Finalmente você é minha Alice.

***

Alice entrou em casa cumprimentando todos os presentes na sala de estar. Tentou passar direto e subir para o seu quarto, mas Emmett a interrompeu bruscamente.

- Onde pensa que vai antes sem me explicar qual é desse anel no seu dedo.

Alice congelou no tempo, Emmett estava na poltrona de costas e não olhou para trás em momento algum.

- Como você...

- Estou vendo no reflexo do meu celular, tenho uma ótima visão.

- Bisbilhoteiro.

- Isso é o que estou pensando que é? Uma aliança de namoro? – Emmett virou-se para ver melhor. – Cravejada de diamantes? – Ele achou aquilo um absurdo.

- O que? – Riley jogou a revista de lado não acreditando que a irmã já estava a este nível. – Não acredito que já esteja namorando.

Alice tentou esconder a mão, mas era inútil todos já ouviram o que Emmett dissera em alto e bom som.

- É isso é uma aliança de namoro.

- Isso é um absurdo sabia? – Riley se queixou. – Você está saindo com ele tem o que duas... Quase três semanas?

- Você não pode falar nada.

- Claro que posso, conheço Josh desde quando me entendo por gente ou até mesmo antes disso, moramos no mesmo fim de mundo desde sempre e você conhece James a mesmo tempo que vocês já se encontram.

Alice se viu por vencida, porém tinham ao seu lado Carlisle e Esme que viam aquela discussão toda de Riley apenas ciúmes exagerados de irmã.

- Você não devia implicar tanto assim com sua irmã.

- Está bem. – Riley jogou suas mãos para o alto. – Vocês querem apoiar essa maluquice tudo bem, já deixei bem claro que não concordo com isso e nunca vou concordar, Alice pode se casar, ter filhos e ficar velha ao lado de James e eu vou continuar não gostando dele.

- Riley. – Foi à vez de Esme se manifestar.

- Mãe todos tem direito a opinião aqui não é? Estou apenas dando a minha. Enfim... Para a alegria de vocês vou permanecer em silêncio sobre esse assunto pelo o resto de minha vida, mas depois se qualquer coisinha acontecer eu apenas vou dizer que eu avisei.

Riley levantou-se e mesmo mancando subiu as escadas passando direto pela irmã como se ela não estivesse ali. Alice não entendia a tão forte implicância de Riley com James, mas sabia que aquilo poderia não terminar bem, pelo menos sentiu um calafrio subir pelo seu corpo quando Riley disse que algo poderia acontecer, mas apenas deixou isso de lado, talvez isso de Riley fosse somente uma fase ou talvez não...


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