O Passado Nos Condena escrita por Fernanda Melo


Capítulo 13
As tempestades Violentas Sobre o Mar Revolto




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                Com o inverno chegando cada dia mais depressa e a neve começando a formar uma massa grossa no chão de toda a cidade de Forks, começava ali uma época melancólica e ao mesmo tempo apaixonante, encontros de casais eram mais frequentes e mais aconchegantes. O verão já fazia muita falta para as pessoas principalmente para os moradores daquela cidade que nunca tiveram um verão tão aconchegante como aquele antes.

                A tristeza abatia no coração de duas pessoas que chegavam naquela cidade, em uma pessoa até mais, chegava ali de férias e ainda se permanecia surpreso pelas modificações feitas naquela cidade nunca havia imaginado Forks daquela maneira.

                O homem olhou para a criança através do espelho retrovisor, o pequeno garotinho de apenas dois anos que dormia feito anjo no banco de trás, o menino de cabelos negros encaracolados como os de um anjo e os olhos da mesma cor, a única coisa que trazia alegria no coração daquele homem que rodava pela a cidade. A medida que a neve caia ele se lembrava dos momentos ruins que passou durante aquelas ultimas semanas, porém a vida continuaria e ele teria que viver para si e para seu filho.

                Quando chegou naquela casa aconchegante foi bem recebido por uma mulher com mais idade e ao sair do carro com seu filho nos braços sorriu para a mulher que fechando a blusa para se proteger do frio foi até ao filho para recebê-lo.

                - Olá mãe.

                O mês de dezembro não chegou muito bem vindo, o natal não teria muita graça para alguns seria mais um dia para pensar em percas e em pessoas que amaram, mais um dia para ter que aturar a dor cravada no peito, o ano terminaria de um modo como nunca havia terminado...

                ***

                A presença do quase fim do segundo semestre daquele ano estava sendo incrivelmente confuso para muitos ali. Começando por Alice que não sabia o que fazer em relação a sua relação. Poderia parecer confuso tudo aquilo, mas James conseguia ser mais, tudo isso pelo simples motivo dele querer ir mais além na relação com Alice, pedir sua mão em noivado e se casarem. Aquela ideia parecia um ataque terrorista para Alice, apesar de ser feminina demais e não suportar ver nenhuma coisa fora do lugar ela não conseguia se ver no sonho de se casar com James um dia ou com qualquer pessoa que fosse.

                Estava tentando lhe dar com esta situação e enrolar James cada vez mais que o possível, mas ele percebia o modo como ela parecia cada vez mais distante quando ele dizia sobre isso, ele notava no olhar dela que as coisas não estavam mais como eram antes e as hipóteses mais absurdas não lhe fugiam da cabeça.

                A cada vez que Alice mudava de assunto ela assinava sua sentença, era como se pedisse para que ele visse algo de errado onde não tinha absolutamente nada, mas apesar de ter 23 anos ela não tinha maldade em sua mente capaz de imaginar o quão violento aquele homem poderia ser quando desconfiado de algo.

                - Não acha que seja cedo demais? – Alice apenas contradisse mais uma vez a ideia de James, o mesmo, já carrancudo retorceu os lábios e passou a mão nos olhos tentando afastar o nervosismo por ouvir aquela resposta mais uma vez da boca dela.

                - O que está acontecendo com você? Nunca concorda com a ideia de nos casarmos, pensava que você gostasse de mim, normalmente as mulheres gostam da ideia de serem pedidas em casamento.

                - Eu apenas acho que não nos conhecemos o bastante para um ato tão profundo.

                - Sério?! Alice Estamos juntos há quase um ano são onze meses que nos conhecemos e já tem mais de um que tento me casar com você e nada. Às vezes acho que você não quer mais nada comigo.

                - James não é isso. – Alice levantou do sofá logo atrás de James, a coberta quente caiu sobre o chão enquanto James caminhava em frente a lareira de sua casa de um lado para o outro tentando encontrar algo para fazer para enfim se distrair um pouco. – James espera, você nem ao menos me deixa explicar.

                - Então me diga por que não quer se casar comigo.

                - Eu não consigo... – Ela disse meio amuada, tentando não pensar muito. – Eu não consigo. – James olhou para ela esperando mais alguma resposta, mas quando percebeu que nada mais sairia da boca de Alice resolveu dizer qualquer coisa

                - Apenas isso? Que você não consegue? – Seu tom de voz já parecia um pouco mais alterado, não conseguia manter a calma naquele momento. – Será que é tão difícil usar uma droga de vestido branco e dizer um sim? – Ele gritou em meio aquela sala silenciosa assustando Alice que se sobressaltou sentindo seu coração acelerado. Até mesmo Hanna que cuidava do jantar se assustou na cozinha imaginando o que estava acontecendo e se deveria interromper para que não acontecesse nada.

                - Eu sempre entendi tudo que aconteceu com você, sempre estive no seu lado, a incentivei a fazer coisas nas quais você nunca faria e ao invés de sentir um amor incomum vindo de você como agradecimento apenas recebe não.

                - Eu não consigo fazer isso e você sabe muito bem o porquê. – Ela tentou dizer com voz firme, mas o nó na garganta fazia com que sua voz saísse meio falha.

                - Não, não sei não, porque você nunca me diz.

                - Eu não quero ter a mesma vida que minha mãe teve, você acha que me esqueci daquele primeiro dia que saímos? Pode ter se passado meses James, mas aquilo nunca se apagará, ainda não sinto confiança em você o bastante para termos uma vida juntos.

Ela disse alterada deixando as lágrimas escaparem não aguentando mais se reprimir aos seus sentimentos resolveu seguir ao conselho de seu psicólogo, colocaria tudo para fora e depois apenas sentiria duas coisas culpa ou tranquilidade.

- Já lhe provei que não sou daquele jeito e disse que não sabia o que estava acontecendo.

- Meu pai também não era assim com minha mãe antes de se casarem.

- Eu nunca faria isso com você.

- Falar é fácil. – Ela deu as costas para ele voltando a calçar seus sapatos e pegando sua bolsa.

- Onde você vai?

- Embora. – Ela se levantou pegou a chave do carro e ele simplesmente a deixou ir, a raiva queimava dentro dele, sentia seu sangue ferver e sua pele clara ficar avermelhada por sua raiva depois de coçar a nuca agressivamente pegou um vaso qualquer e jogou contra a parede.

Pela a janela assistiu o carro de Alice ir embora. Não conseguia pensar que ela faria aquilo, mas ele não deixaria assim como está. Pegou a chave do carro e dirigiu seguindo a mesma a longa distância a viu parando em um café, assistiu a mesma pedir um cappuccino e nervosa bater freneticamente com as unhas na superfície da mesa. Ele observava cada ato dela sem ao menos piscar algumas vezes.

Ela passou a mão pelos cabelos um pouco mais curtos que antes e depositou-a em sua nuca demonstrando certo incômodo. Ela limpou as lágrimas que desciam naquele momento e mesmo a vendo daquela maneira James não demonstrou nenhuma emoção, estava com um olhar frio fixado em Alice, seus gestos lhe entregavam como um verdadeiro psicopata, um maníaco capaz de fazer qualquer coisa para se permanecer de pé.

Alice parou de chorar antes que alguém percebesse, não queria nenhum estranho lhe questionando sobre sua vida. Ela pagou a conta e resolveu então sair, antes atendeu ao telefonema de sua irmã, ela olhou para os lados antes de atravessar a rua. Ali James acelerou o carro no qual ninguém sabia que ele tinha o carro no qual ele dirigia para fazer suas coisas particulares nos quais ninguém deveria saber. O ronco do motor foi forte bastava somente passar a marcha para o carro ir além. Ele observava Alice atravessar a larga rua, sua respiração pesada, o olhar fixo naquele sorriso que ela abriu enquanto conversa no telefone.

Inúmeras situações poderiam passar em sua mente, mas somente uma permaneceu na mente daquele insano homem, outra pessoa na qual Alice se encontrava. Ele então acelerou o carro sem pensar duas vezes.

O homem que caminhava em direção ao mesmo café viu o carro sair com rapidez no estacionamento logo a frente e rapidamente olhou para a moça que atravessava distraída na rua pensou em chamar a atenção dela porém pensou que talvez pudesse atrapalhar ao invés de ajudar, o carro se aproximava rápido demais e mesmo se tentassem frear o carro derraparia em meio a neve e atingiria Alice da mesma forma.

Um casal que passava na rua também foi pego de surpresa vendo o carro naquela velocidade, o homem de 31 anos aproximadamente gritou para que a moça ouvisse e Alice pega pelo susto olhou em direção ao carro, devido ao susto se pegou congelada em meio aquilo tudo, porém aquele rapaz que chegara à cidade com seu filho mais cedo correu até alcançá-la e por pouco, muito pouco, o carro não atingiu ambos, sentiram apenas o vento produzido pelo carro em alta velocidade.

Ambos estavam caídos no chão o homem loiro passava a mão pela cabeça sentindo uma linha de sangue descer de sua testa, mas nem um pouco preocupado com aquilo olhou para a moça caída ao seu lado, ela contorceu sentindo um pouco de dor em seu braço, ele ainda não havia olhado em seus olhos, queria ver se ela estava bem enquanto a multidão de curiosos se formavam ao redor de ambos.

- Hei moça você está bem? – O rapaz perguntou delicadamente demonstrando em seu timbre que sentia dor. Encostou sua mão no ombro de Alice e ela um pouco espantada por achar que conhecia aquela voz piscou inúmeras vezes pensando que com a queda tivesse batido a cabeça e estivesse imaginando algo.

Ela olhou para o rapaz e naquele momento o mundo pareceu congelar em volta de ambos, aquele cabelo loiro encaracolado e seus profundos olhos verdes. Alice não podia acreditar no que estava vendo, pensava que havia morrido, desmaiado ou que estava tendo alucinações.

- Alice? – E foi quando ele disse o seu nome foi quando ela teve a certeza de que não estava sonhando.

- Jas... Jasper? – Ela olhou para ele como uma pessoa que vê uma assombração. Há anos não o via, há anos não recebia notícias e nem ao menos procurava saber como ele se encontrava. As pessoas se perguntavam o que havia acontecido em meio àquele reencontro. Perguntavam se deveriam chamar a polícia e meio a aquele tumulto já pediam uma ambulância para ambos ali no chão.

- Não é preciso uma ambulância, pelo menos para mim não, você está bem? – Ele perguntou tentando se levantar e segurando nas mãos dela para ajudá-la a fazer o mesmo e neste momento ele não pode deixar de notar aquela aliança no dedo de Alice e mesmo ainda amando Maria, mesmo após a sua morte ele nunca pôde dizer que deixou de amar Alice. Ela sempre esteve presente em meio aos seus pensamentos e ver aquela aliança em sua mão ele sentiu um incômodo imenso dentro do peito.

- Me solta, para esta doendo. – Alice gritou para que ele a soltasse depressa sentindo uma dor muito forte e aguda em seu braço esquerdo. Ele a soltou devagar voltando a se ajoelhar ao lado dela.

- Onde?

- Meu braço. – Ela levou a mão até o local que estava machucado. Jasper tentando ajudar encostou meio sem jeito no local fazendo Alice sentir um pouco de dor.

- Me desculpe, vou com você para o hospital. – Ele disse olhando no fundo dos olhos dela, não acreditando o quanto que ela havia mudado, o seu cabelo era maior do estilo curto que ela usava no colégio devido às brincadeiras sem graça dos outros alunos, ela estava diferente e bonita demais desde quando terminaram naquela época.

- Vocês estão bem? – Perguntou uma senhora de idade que havia presenciado toda cena através da vitrine do café. – Você está sangrando filho, não devia ficar um pouco mais quieto?

- Eu estou bem, obrigado, mas onde está esta ambulância que não chega? Alice está com braço machucado. – Ele disse olhando em meio às ruas. – Antigamente ela chegaria mais rápido.

- Também não se adaptou ao crescimento da cidade filho?! Logo, logo ela chegará fique calmo.

- Ainda está doendo?

- Muito. – Ela olhava em direção ao braço enquanto Jasper continuou ali perto de dela a todo o momento.

- Me desculpe.

- Pelo o que? Você salvou minha vida. Tenho que agradecer. – Ela enfim olhou para ele novamente e nem mesmo o barulho da ambulância chegando conseguiu cortar o clima eminente nos olhares de ambos, algo ainda estava guardado dentro deles, um sentimento no qual não se permitiu sair de lá em momento algum, um amor verdadeiro.

Logo após os paramédicos fazerem todo seu trabalho Jasper e Alice foram encaminhados para o hospital, Jasper foi liberado rapidamente, havia apenas sofrido um pequeno corte na testa e uma pequena torção no pé, apenas repouso melhoraria aquilo, aguardava na sala de espera a chegada de seu pai e também alguma notícia de Alice, porém antes de qualquer um dos dois acontecerem Carlisle foi o primeiro a chegar lá logo após que o médico que examinava Alice disse que tinha um acompanhante com ela.

- Jasper?

- Carlisle.

- Me disseram que havia um homem com Alice pensei que fosse James. O que te trouxe a Forks novamente?

- Férias... Mas e Alice? Ela está bem?

- Distensão muscular, ela terá que ficar com o braço imobilizado por um tempo está sem sensibilidade na mão, não é nada grave. Mas o que houve?

- Um carro veio a toda velocidade pra cima dela, surgiu do nada do estacionamento e em poucos segundos já estava quase a atingindo.

                - Obrigado Jasper, você sempre protegeu minha menina.

                - Mas também a magoei... – Jasper parou abruptamente quando ouviu seu nome sendo dito por um homem de idade. Seu pai estava na porta do hospital indo rapidamente até o filho.

                - O que aconteceu? E este machucado?

                - Eu estou bem pai, você não disse nada a mamãe não é?!

                - E você acha que se eu tivesse contado ela não estaria aqui? – Ambos riram. – Olá Carlisle.

                - Olá Ivan.

                - Agora posso saber o que aconteceu? Você saiu com seu carro e te encontro sem ele e com um machucado na cabeça.

                - Salvei uma jovem dama de um atropelamento.

                - Por Deus, essas jovens de hoje que não prestam atenção ao atravessar a rua, Forks não é mais a mesma de antes.

                - Pai. – Jasper disse em meio aos risos seguidos por Carlisle que achou graça. – A jovem moça no caso é a Alice.

                - Oh meu Deus, me desculpe Carlisle.

                - Tudo bem Ivan, pelo o que soube ela estava mesmo distraída no telefone.

                - Mas a culpa não foi dela, vi quando o carro saiu em alta velocidade no estacionamento do nada, pegaria qualquer um de surpresa até mesmo parecia que a pessoa queria fazer de propósito.

                - Os policias já colheram depoimentos das pessoas que estavam presentes, os que viram disseram o mesmo, carro preto, vidros escuros, não deram conta de anotar a placa e nem identificar quem dirigia o veículo. – Carlisle se prontificou em informar.

                - Posso ir vê-la?

                - Neste momento Charlie está com a Alice, mas se puder esperar um pouco.

                - Claro, sem problema algum. – Jasper disse de imediato não se importando com as horas naquele momento. Queria saber como ela estava, poder ver aquele rosto mais uma vez, ele pensava que quando a encontrasse que talvez ela estivesse a mesma garota que antes, ela nem sempre se agradava com modificações, mas Alice havia se tornado uma bela mulher na qual ele jamais imaginou que ela seria. Estava bela, seu olhar tinha mais vida do que antes, parecia que ela enfim havia conseguido encontrar um caminho para a felicidade.

                E então o encanto se acabou nos pensamentos de Jasper ao lembrar-se daquela aliança de namoro em suas delicadas mãos. Aquele poderia ser o motivo dela enfim ter mudado tanto daquela maneira, um homem em sua vida que lhe fizera feliz e enfim que cuidasse verdadeiramente dela.

                Mas no que estou pensando? Ele se perguntava mentalmente, acabara de sair de NY, em busca de um pouco de sossego, sua esposa acabara de falecer e a amava de verdade, pelo contrario não teriam um filho. Maria poderia ser mais velha que Jasper, mas assim que bateu os olhos nela soube que teria que construir uma vida, tocá-la para frente, não sabia do dia de amanhã.

                Quando enfim Charlie apareceu dizendo que não tinha como saber ao certo o que havia acontecido e nem provas para continuar a investigação deram o caso como perdido, consideraram então que deveria ser apenas um louco ou um bêbado que não estava nem aí para a vida das pessoas, até mesmo um adolescente inconsequente.

                Quando enfim Jasper acompanhado por seu pai e Carlisle puderam entrar no quarto ele observou bem Alice, o médico terminava de lhe passar a receita de remédios para cortar a dor.

                - Belo reencontro você não acha? – Jasper brincou tentando cortar o clima estranho que permanecia entre ambos.

                - Até parece com o dia em que nos conhecemos, só que ao invés de carro podemos colocar Jéssica e sua gangue. – Ela riu enquanto com sua mão direita livre ajeitou o cabelo. – Obrigada, mais uma vez.

                - Não precisa agradecer. Faria isso por qualquer pessoa e principalmente por você.

                Alice meio sem jeito depositou o olhar no chão do hospital demonstrando certo incômodo com aquela aproximação de Jasper e ele mantinha mesmo que não notasse uma esperança viva dentro de si.

                - Bem, nos vemos por aí.

                - Até mais.

                ***

                - Como isso pôde acontecer? – Esme dizia enquanto ajudava a filha a se trocar. Riley apenas observava Alice enquanto se mantinha quieta e sentada na cama da irmã apenas fazendo o que a mãe lhe pedia.

                - Não sei, apenas quando eu olhei tinha um carro logo em minha frente.

                - Então quer dizer que Jasper está na cidade? – Riley resolveu se pronunciar enfim, sem muita animação ou descontração como ela sempre fazia para tentar alegrar a família, estava amuada desde que Josh foi para NY fazer a faculdade de administração e morar com o pai. Soube a tão pouco que ele não viria nem para o passar o natal, isso queria dizer que aquilo somente pioraria dali para frente.

                - É e me parece estranho.

                - Vocês deveriam conversar.

                - Esquece, pode tirar o seu pônei da chuva que eu e Jasper nunca mais teremos algo, ele é casado.

                - Viúvo. – Riley disse pegando uma blusa qualquer de Alice e entregando para a mãe.

                - O que?

                - Sempre pergunto para Rose sobre Jasper, me parece que Maria morreu faz algumas semanas, ele resolveu tirar umas férias da empresa de publicidade e veio para Forks com o filho.

                - Ele deve estar arrasado.

                - Ele poderia parar de ficar e eu também se você largasse James e ficasse com Jasper. – Riley disse sinceramente para a irmã ainda com a tonalidade de voz seca e sem vida.

                - Não dá, eu e James brigamos hoje, ele vem me pedindo em casamento já tem quase dois meses.

                - Ah por Deus me diga que não aceitou.

                - Ainda não, mas no hospital estava pensando na hipótese. Sinto que na discussão acabei o magoando, ele sonha em se casar comigo e formar uma família e eu tento sempre afastar isso dele.

                - Quer uma solução que ambos vão sair felizes? Largue ele, arrume outra mulher que o deixe feliz com o que ele quer e você ainda leva de brinde sua felicidade, está na cara que vocês não foram feitos um para o outro Alice.

                - Riley, vamos deixar sua irmã descansar um pouco. – Esme disse não querendo pensar na hipótese de uma discussão entre ambas.

                - Vou ir dormir também, mas pense no que eu disse.

                - Em certo ponto ela tem razão. – Alice olhou para a mãe tentando buscar uma ajuda.

                - Querida seu coração é bom demais para magoar as pessoas, prefere viver na eterna infelicidade para ver o outro feliz. Isso pode ser bom e em certo ponto ruim, pois onde você fica nisso? – Ela passou a mão levemente pelo rosto de Alice. – Pense bem se quer mesmo se casar com James, nesses tempos ele pode ter sido confiável para você, mas é isso que o seu coração quer?

                - Eu não sei mãe, estou confusa e nervosa demais.

                - Peça algum tempo para poder pensar e enfim responder. E quando tiver a total certeza dê a resposta certa.

                ***

                - Eu quase a matei. – Era o que James estava dizendo desde o momento em que chegou em casa, suas atitudes elétricas e compulsivas era de causar medo em qualquer pessoa que o visse naquele estado. Andava de um lado para o outro, ficava quieto por longos minutos, sentia seu coração bater freneticamente e a única coisa que ele pensava que estava lhe ajudando naquele momento era a bebida, porém apenas o fazia sentir mais culpa e ao mesmo tempo ódio.

                Sua personalidade estava confusa ora se culpava pelo o que fez em seguida dizia que estava certo e que deveria ter feito pior. Sua mente passava um turbilhão de pensamentos, mas tudo aquilo gerava em torno de sua ambição, não poderia perder Alice, ela tinha que ser sua, apenas sua e de mais ninguém, sendo assim se ela não aceitasse se casar com ele teria que fazer alguma coisa.

                - Você tem que ser minha. – Ele olhava uma foto de ambos no porta retrato. Observava os traços delicados no rosto daquela jovem mulher, queria ela sempre ali ao seu lado, mas ela não aceitava.

                Seus pensamentos foram interrompidos pelo toque do seu celular e ao olhar na tela do aparelho viu o nome e a foto de Alice, resolveu não atender, se queria consertar as coisas teria que ser quando estivesse sóbrio e não no estado em que se encontrava. E quando ela desligou viu que ela havia deixado uma mensagem no correio de voz e após de muito tempo pensar ele resolver ouvi-la.

                “James... Acho que não estamos muito bem e entendo se não quiser falar comigo, mas é que a ideia de nos casarmos agora é muito... Muito surpreendente para mim. Sei que pode ser seu sonho e eu estou o destruindo, mas acho que entenderia se eu lhe pedisse um pouco de tempo para poder pensar na resposta certa para lhe dar ou invés de te enrolar cada vez mais. Hoje o dia foi complicado, não devíamos ter discutido daquela forma, algo estranho me aconteceu logo após que saí de sua casa, mas isso posso lhe dizer amanhã talvez. Apenas peço que entenda o meu lado...”

                James ouviu aquela mensagem inúmeras vezes pensando em Alice naquele momento, sua voz estava sonolenta e as pausas ouvia-se sempre um gemido de dor, ele logo soube que algo havia acontecido, apesar de um rapaz tê-la a salvado ela havia se machucado.

                ***

                No dia seguinte Alice não havia dormido direito, quando conseguia cochilar acordava com as fortes dores que sentia em seu braço, de manhã sua mãe foi ver como ela estava após arrumar um belo café da manhã ambas ficaram juntas, conversaram um pouco tentando se distrair, Esme acariciava os cabelos de Alice como lhe fazia quando pequena. Por vez ou outra a jovem acabava pegando no sono, aquele domingo seria um ótimo dia para ficar aconchegado daquela maneira.

                - Olha que eu vou acabar ficando com ciúmes. – Riley disse como um sussurro observando Alice dormir no colo da mãe, Esme sorriu ao ver a filha a porta com um sorriso no qual ela não se encontrava a uma semana.

                - Já de pé querida está cedo é apenas domingo.

                - Estou sem sono acordei agora pouco e fiquei revirando na cama. Mas e Alice como ela está? – A menina sentou-se cuidadosamente na ponta da cama de sua irmã para que a mesma não acordasse.

                - Estava reclamando de dores até a poucas horas.

                - Ela não tomou o remédio?

                - Acabou de tomar, mas ela tem que respeitar o horário, mas se não tiver o efeito desejado ela terá que voltar ao médico.

                - Jasper disse que achou muito suspeito aquele carro ter aparecido do nada.

                - Você conversou com Jasper?

                - Dele eu gosto, foi o único que Alice namorou que eu não peguei no pé, até porque é uma ótima pessoa e eu via um brilho inexplicável nos olhos de Alice quando ambos estavam juntos, mas como ia dizendo, ele me disse isso, papai disse que os policiais não tem como aprofundar no caso, sem provas o suficiente.

                - Mas se isso for verdade quem poderia ser? – Esme olhou profundamente para a filha e em seguida decidiu excluir aquela ideia de sua mente. – Não, isso pode ser uma das hipóteses Riley, pode também ser um jovem inconsequente ou um louco ao volante, nunca saberemos o que de fato seria.

                - Você tem razão. Mãe estava pensando e mais tarde ir à casa da Kate posso?

                - Você sabe que não gosto muito do pai dela não é?!

                - Eu sei mãe, sei também que ele te desrespeitou uma vez quando Alice e Emmett eram pequenos e você trabalhava como faxineira, mas ela disse que ele está viajando com a nova madrasta dela.

                - E ele deixa a filha assim sozinha?

                - Sempre foi assim e Kate diz que agora pouco se importa e o que ela mais quer é distância do pai.

                - Coitada dessa menina, tudo bem você pode ir na casa dela. – Esme parou por um minuto e pensou, tentando lembrar ao certo o que queria dizer a filha. – Seu irmão me ligou ontem à noite quando soube do acidente, disse que viria hoje para o almoço.

                - Ótimo vou poder ver minha sobrinha.

                - Não... – Alice dizia em meio ao sonho, atraindo os olhares de sua mãe e irmã. – Eu não posso... Não consigo. – Ela dizia em um sussurro quase inaudível.

                - Ela esta sonhando.

                - Alice. – Esme disse em seu tom de voz sereno não querendo assustar a filha. – Querida acorde, é apenas um sonho. – Esme passou a mão delicadamente pelo seu braço meio descoberto e sentiu a pele de Alice quente. – Ela está com um pouco de febre, Riley pegue o termômetro para mim?

                - Claro. – A menina prontamente se levantou e caminhou até o banheiro social.

                Quando voltou entregou para a mãe o objeto e em seguida percebeu Alice acordar meio assustado, como se perguntasse o que estava acontecendo.

                - Estava sonhando com o que?

                - Com ontem. – Alice passou a mão livre em seus cabelos tentando afastá-los de seu rosto.

                - O que exatamente você não podia?

                - Não é nada.

                - Sei... Liguei para Jasper ontem a noite para perguntar como ele estava, você acredita que ele ainda fica preocupado com você como antes?!

                - Riley, deixa essa imaginação de lado, Jasper ficaria preocupado com qualquer pessoa e além do mais ele me salvou sem saber quem eu era.

                - Um reencontro como nos filmes de romance. – A menina suspirou como se estivesse completamente apaixonada por aquilo. – Ah e seu namorado também ligou. – Ela disse sem muito entusiasmo.

                - O que ele disse?

                - Que viria te ver, pediu para você ligar quando fosse mais conveniente.

                - Mãe me passa o telefone, por favor. – Alice disse encostando mais confortavelmente na cabeceira de sua cama. Assim que Alice pegou em seu telefone foi diretamente para o numero de chamada de James e Esme achando melhor a filha ter privacidade naquele momento levou Riley junto consigo para fora do quarto.

                - “Alice soube o que aconteceu com você. Como você está?” – James disse em disparado no outro lado da linha fingindo sua exata preocupação em meio a um programa de esportes que passava na TV.

                - Estou bem, não aconteceu nada de mais, minha irmã me deu seu recado.

                - “Queria ir te ver, me sinto mal pela briga que tivemos ontem e prometo não lhe pressionar mais em questão ao casamento.”

                - James quanto a isso, acho melhor pensarmos bem. Esse é mesmo seu desejo se casar e formar uma família?

                - “É o que mais quero.”

                Um silêncio permaneceu e o único som emitido foi de um forte suspiro de desconforto vindo de Alice.

                - Acho que talvez eu não seja a pessoa certa para você neste caso.

                - “Como não?”

                - James não sou como todas as mulheres, não sonho em entrar em uma igreja vestida de branco em meio a tantos convidados. Não consigo imaginar minha vida assim.

                - “Alice você não acha que esteja sendo um pouco egoísta?!”

                - Acho sim e por esse motivo acho melhor você encontrar alguém melhor para compartilhar esse desejo com você.

                - “Não... É você que eu quero.”

                - Me desculpe, não foi você mesmo que me disse que quando encontramos a pessoa certa sabemos que é ao lado dela que queremos passar o resto de nossas vidas a partir de um simples olhar?!

                - “Por isso mesmo lhe pedi em casamento, eu te amo Alice, não faça isso comigo.”

                - Me escute James, se eu continuar com você sinto que estarei fazendo uma coisa errada, lhe privando de uma vida, enganando o seu amor.

                - “Você quer dizer então que não me ama.”

                - Não. – Ela mordeu os lábios inferiores sentindo um nervosismo invadir seu corpo, ela havia mentido naquela resposta queria apenas ter dito a verdade, ter dito que não sabia o que sentia por ele, se era apenas atração ou simplesmente amor, mas não conseguia ficar em paz consigo mesmo magoando os sentimentos de alguém.

                - “Por favor, pense nisso Alice.” Se você está terminando comigo por causa de minha pressão do casamento eu entendo, não vou mais lhe pressionar, mas não me deixe.

                Alice manteve-se em silêncio por longos segundos que parecem perdurar horas no outro lado da linha, James como em todas as outras vezes que teve seus desejos contrariados ficou nervoso subitamente tentando não demonstrar aquilo ele sentia seu sangue ferver em suas veias.

                - “Quem colocou esta ideia absurda em sua cabeça? Foi sua irmã não foi?”

                - Riley não tem nada haver com isso.

                - “Claro que não ela sempre um anjo de menina.”

                -James deixe minha irmã fora disso, ela é apenas uma adolescente, aceite isso amigavelmente não podemos mais ficar juntos.

                - “Você tem certeza? É isso mesmo que você quer?”

                - Sim.

                - “Ótimo.” – James sem demonstrar qualquer tipo de educação naquele momento desligou o telefone rapidamente jogando o mesmo contra a parede de raiva. Gritou e se trancou novamente naquele mundo perverso no qual estava sempre submetido. A cada minuto que se passava ele era tomado a cada vez mais pela a escuridão em sua mente.

                Permaneceu o olhar parado fixamente na foto de Alice consigo em um dia qualquer que agora tão pouco lhe fazia importância.

                - Espero que você Alice tenha bastante cuidado com sua vida e com a vida de sua irmãzinha, porque vocês duas vão precisar.

                ***

                - Onde você pensa que vai desbotada? – Emmett disse enquanto segurava a pequena Zoe em seu colo olhando para a irmã bem vestida para somente ficar em casa.

                - Para de me chamar de desbotada, caramba.

                - E você não é? Já se olhou no espelho assombração?

                - Herdei a genética do papai você também esta o ofendendo.

                - O Carlisle ainda é mais corado que você. E pare de fugir da minha pergunta, aonde você vai já que não tem mais o marginal do Joshua Campbell na cidade?

                - Não te interessa. – A menina disse furiosa para o irmão, sentindo uma pequena inquietude dentro de si ao ouvir o nome de Josh, ela não sabia o que fazer quanto aquilo a distância estava sendo uma tortura a cada dia e ela sentia que seria questão de dias ou talvez horas para que tudo aquilo acabasse. Uma pequena pontada de tristeza havia lhe invadido ao lembrar-se dos últimos dias que encontrou com Josh, mas bastou piscar os olhos algumas vezes para que ela voltasse à realidade.

                - Papai e mamãe já sabem aonde você vai?

                - Tenho pena da Zoe.

                - Não precisa quem manda em casa sou eu. – Rose disse segurando as mãos gordinhas de Zoe e beijando-as fazendo com que a menina soltasse uma doce gargalhada.

                - Isso é mentira. – Emmett bufou e riu logo em seguida mantendo sua pose de macho alfa, mas bastou seu olhar encontrar com os de Rose para que ele se encolhesse como um cachorro com medo de foguetes em dias de ano novo. – Tudo bem ursinha, você tem razão.

                - Por isso que eu sempre gostei da Rose, de todas as suas namoradas ela foi à única que soube te colocar na linha. – Riley disse sorrindo para a cunhada e se aproximando para poder mexer com Zoe antes de sair.

                Riley pegou a menina em seus braços e a ninou de um modo como ninguém tinha visto. Ela adorava a sobrinha e brincava com ela daquela maneira tão carinhosa quando não havia ninguém por perto, mas ela estava irritada e somente Zoe conseguia acalmá-la.

                - Vou roubar você para mim pequena Zoe. – A menina dizia enquanto andava com a menina nos braços de um lado para o outro. – Será que sua mamãe vai deixar?

                A menina sorriu ao olhar nos olhos da tia, mal entendia o que ela estava lhe dizendo, mas gargalhou enquanto se distraia com os adereços da blusa de Riley.

                - Você não vai querer mais a mamãe filha?! – Rose entrou na brincadeira entendendo que aquela doce risada de sua filha fosse uma resposta afirmativa a pergunta de Riley.

                - Ela ama a titia dela, não é mesmo Zoe? – A menina apenas soltou um gritinho fino e alegre ao olhara para a tia novamente Riley sorriu e beijou a bochecha rosada da sobrinha. – Vou te sequestrar só para mim, não quero compartilhar você com ninguém. – A menina desta vez permaneceu quieta enquanto Riley caminhava de encontro a Rose para entregá-la Zoe a menina por sua vez começou a querer a chorar.

                - Está vendo ela não te ama mais Rose. – Riley disse em meio aos risos enquanto ninava Zoe novamente. Rose apenas riu da situação achando engraçado o modo como Riley fazia piada de tudo. - Agora a tia precisa ir meu amor, prometo que vou à sua casa para poder brincar mais com você qualquer dia desses.

                - Pai você pode me levar?

                - Claro filha. – Carlisle prontamente se levantou do sofá, mas antes se despediu de Esme com um singelo beijo amoroso.

                ***

                Mais tarde tendo se passado apenas um pouco mais de uma hora que Riley estava na casa de Kate ela recebeu uma ligação de James, pensou muito antes de atender, não queria ter outra conversa desagradável com ele.

                - “Se você estiver perto de qualquer pessoa levante e saia sem dar nenhuma suspeita.”

                - O que? – Ela perguntou sem entender o tom de voz de James no outro lado da linha.

                - “Isso mesmo que você entendeu, vá para um lugar que você fique sozinha.”

                Alice olhou para seus pais e seu irmão, ela já podia sentir seu coração pulsar forte e sua respiração ficar um pouco mais ofegante.

                - O que você quer James?

                - “Quero que você volte a ser minha.”

                - Por favor, pare com isso eu não posso mais continuar com isso. – Ela disse enquanto se trancava em seu quarto.

                - “Isso não foi um pedido Alice.”

                - E o que te faz pensar que eu voltaria para você principalmente agora com esse tom de voz ameaçador?

                - “Simplesmente isso que vou lhe dizer agora. Ou você aceita se casar comigo ou eu vou matar a sua irmãzinha nesse exato momento.”

                Alice sentiu seu corpo estremecer, não acreditando o grau de crueldade que James era capaz.

                - Você está blefando.

                - “Tudo bem quando sua irmã não voltar mais para casa e consequentemente a sua amiga Kate também pagar o preço por ter me visto assassinar sua irmã veremos se eu estarei blefando.”

                - Não. – Alice gritou assustada e ao mesmo tempo apavorada com tudo aquilo, como alguém poderia ser tão cruel assim? – Não faça nada com Riley.

                - “Posso pensar em poupar a vida de sua irmã se talvez você se casar comigo Alice, basta você dizer uma simples palavra, se você responder a certa sua irmã ficará bem, se responder a errada será questão de cinco passos para eu acabar com a vida dela.”

                Alice sentiu-se paralisada não dando conta de pensar e tão pouco coordenar seu corpo para responder a coisa certa, não podia simplesmente pensar em si naquele momento, era a vida de Riley que estava em jogo, a vida de sua irmã, não poderia vacilar daquela forma.

                - “Sabe Riley está ficando sem tempo e também sem distância de vantagens para conseguir fugir de mim.” – Neste momento Alice procurava forças para poder responder abria a boca para tentar dizer qualquer coisa, mas nada saia de seus lábios, mas bastou um momento de desespero para que o incentivo fosse grande.

                -“James?” – Alice ouviu a voz de Riley no outro lado da linha e aquilo bastou para que o sim saísse de seus lábios e para ter certeza ela o repetiu quantas vezes achou necessário.

                - Eu aceito me casar com você seu louco... – Ela disse em meio às lágrimas que tomaram seus olhos. – Mas deixe minha irmã em paz.

                Naquele momento James sorriu vitorioso e cumprimentou Riley com um simples aceno de cabeça.

                - “O que está fazendo por aqui?”

                - “Apenas dando um passeio, fico entediado trancado em casa.”

                - “Kate vamos para dentro, ficar na frente de sua casa está sendo mais perigoso do que eu imaginava.”

                Alice que ainda escutava tudo continuava chorando, estava nervosa e não acreditando onde havia se metido, desta vez sua vida havia ido ao fundo do poço e não conseguia imaginar como conseguiria sair de lá.

                - “Muito bem meu amor, a vida de sua irmãzinha será poupada, mas espero que ela não interfira mais no nosso amor, agora vou te dar o prazo de um mês para começarmos a organizar nosso casamento e logo em seguida você se mudar para minha casa. O que foi meu amor não está gostando da grande novidade? Dentre meses seremos marido e mulher, não tem coisa melhor?”

                - Você é um monstro James, um monstro.

                - “A meu amor, adoro quando você me elogia sabia?” – Ele manteve a tranquilidade e a felicidade em seu tom de voz como a de um homem quando recebe a notícia de que será pai. – “Agora se você pensar em contar para alguém até mesmo para a polícia eu juro que a vida de ninguém de sua família estará a salvo, lembre-se de que eu sempre estarei um passo a frente de você Alice, sempre.”

                - Seu louco...

                - ”Não chore Alice, sei que deve ser muita felicidade conseguir conquistar o coração de um homem tão bonito e rico como eu, mas eu realmente não sei lidar com nenhum não e saiba que se eu souber que você não queria se casar comigo por causa de outro homem considere ele morto, agora tenha uma ótima noite Alice.” – Ele disse mantendo um sorriso estonteante nos lábios enquanto dirigia de volta para sua casa.

                Alice por sua vez tentou se manter calma e não sabendo o que fazer apenas se jogou na cama, mas logo pensou, lembrou de Riley e resolveu ligar para ela e a cada toque de chamada que a menina não atendia ao telefone ela entrava mais em desespero, tentou discar mais uma vez e desta vez a menina atendeu.

                - “Aconteceu algo Alice?” – Alice permaneceu em silêncio tentando normalizar sua voz, ela não podia desconfiar de que algo houvesse realmente acontecido. – “Alice?”

                - Nada, liguei para o numero errado, me desculpa se interrompi algo.

                - “Tudo bem, estávamos apenas conversando a toa.”

                - Tudo bem, tome cuidado.

                - “Tudo bem.”

                Alice não sabia mais o que fazer apenas sabia que agora sua vida estava realmente condenada entregue para as sombras de seu passado. Tudo que ela tentou recorrer para mudar sua vida não haviam adiantado em nada, tentava imaginar o que seria sua vida dali para frente e uma repugnância lhe abateu apenas de imaginar morando na mesma casa com James, sabia que ele não aceitaria apenas estar perto dela ele iria querer tomar seu corpo para si e muitas vezes, ela não conseguiria fazer aquilo, até porque antes achava que estava apaixonada por ele e agora tudo que mais sentia era medo e nojo daquele homem.

                Mas não podia fazer mais nada seu destino já estava traçado, mas ao contrario de seu passado ela não teria para onde correr, pois se optasse pela mesma alternativa de sua mãe sabia que alguém de sua família pagaria pelo seu erro, erro de acreditar e confiar em alguém tão sociopata quanto James, seu único caminho agora seria a aceitação ou sofrimento e para que somente ela sofresse e mais ninguém ela resolveu tentar encaixar em sua cabeça que era melhor para todos que ela se entregasse, o seu passado estava lhe condenando novamente e aquilo era somente o começo do retorno de seu grande pesadelo.


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