O Passado Nos Condena escrita por Fernanda Melo


Capítulo 12
Um Reflexo em Meio a Escuridão


Notas iniciais do capítulo

E quem diria que estudar de manhã e a noite me atrasaria tanto assim a vida? Ninguém me deixou preparada então sinto em dizer que as vezes esses atrasos serão impossíveis de não serem cometidos, mas abandonar a fic é a ultima das hipóteses eu não consigo me pegar pensando sem escrevê-la.
Então deixo aí o capítulo que era de semana passada, boa leitura!



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Depois de uma semana já ter se passado o começo de sexta feira não estava sendo agradável para Alice, começando pelo seu repentino enjôo matinal e a incômoda dor de cabeça que teimava em não abandoná-la. Mesmo assim não pôde deixar de ir para o trabalho, mesmo com a preocupação de sua mãe e os dizeres de seu pai. Porém aquilo deixou uma bela interrogação na mente de todos naquela casa. Alice andava cansada nessa semana, não saia de bom grado da cama, porém tinha que trabalhar e como todo pai coruja à primeira informação que brotou na mente de Carlisle foi à mera possibilidade de sua filha do meio estar grávida.

Ao se pegar tendo este pensamento acabou se engasgando com o café quente derrubando um pouco em sua calça em tom de pastel, praguejou algumas palavras e Esme olhou meio surpresa tentando entender o que havia de fato acontecido. Riley que chegava à cozinha naquele exato momento olhou para o pai e riu, não perderia as chances de começar sua enxurrada de piadas logo cedo, exatamente hoje que ela não havia acordado com o pé direito.

– Nossa, a idade de velho babão já chegou pai? – Ela olhou sarcasticamente para o pai com um sorriso irônico expresso em seus lábios. Ela nem ao menos notou a expressão séria tomada pelo pai quando a menina disse aquilo, ele logo começou a se limpar não se importando mais com o comentário sarcástico de sua filha.

– O que aconteceu Carl.

– Eu apenas me distrai com algumas coisas, quero dizer... Alguns pensamentos...

– Pensando em outra mulher não é pai?! Que feio você tem família está bem?

– Riley respeite seu pai.

– Nossa ninguém tem senso de humor nessa casa? – A menina disse fazendo todos aqueles atos rotineiros de sua manhã, medir a glicose, aplicar a insulina e em seguida regularizar seus alimentos.

– Não foi nada Esme, apenas quero tirar minhas dúvidas, sozinho, antes de criar confusão.

– Tudo bem, mas é melhor ir se trocar ou caso contrário irá se atrasar para o trabalho.

– Tudo bem meu amor, não se preocupe e não escute a cabeça dessa pestinha. – Ele disse bagunçando os cabelos de Riley em um longo cafuné. – Logo te direi o que está acontecendo se eu estiver mesmo certo.

– Mãe me leva pra escola?

– Levo sim querida, espero só um minuto e já vamos.

– Tudo bem.

As suspeitas de Carlisle não seriam em vão, não confiava muito em James em relação a isso e Alice com certeza não diria nada muito menos perto dele, mas ele descobriria de uma forma ou de outra sem muito custo.

***

No trabalho Alice não se agüentava mais em pé, transitando de um lado para outro naquele laboratório que naquele momento lhe parecia minúsculo, estava sentindo-se muito cansada e sentia o ar ficar cada vez mais rarefeito. O trabalho lhe cobrava um esforço incomum e aquilo estava ficando um pouco estressante para ela e ambas as pessoas que trabalhavam junto com ela.

Descoberta de novas vacinas não era fácil, ser forçada pelo governo pela a ajuda em boa quantia era um péssimo modo de trabalhar, sua cabeça já estava cheia e a cada erro sabia que aquilo poderia custar muito para si, seu tempo, sua calma e talvez até mesmo seu emprego. Enquanto tentava ver se desta vez a formula havia dado certo começou a pensar se havia feito a escolha certa. Já pensava em mudar seu diploma de faculdade com um pouco mais de um ano de profissão naquela área.

Poderia fazer qualquer outra coisa relacionada à área médica menos aquilo, mas logo pensou que teria que arrumar outro emprego e que receberia muito menos que aquele para poder conseguir pelo menos freqüentar sua faculdade, então ela percebeu que não adiantaria muito ficar pensando, não teria um caminho fácil em meio aquilo.

Em mais uma tentativa falha na vacina de ajuda a cura do câncer ela se irritou e acabou saindo do laboratório tendo sua presença notada por uma amiga de trabalho. Ângela pediu a Conrad que continuasse ao experimento que logo voltaria. Correu atrás de Alice pelo corredor, porém havia perdido a amiga de vista. Pensou que ela estaria no jardim da parte de trás do laboratório e quando chegou por lá ficou feliz em encontrar Alice por lá.

– Alice o que está acontecendo? – Ângela sentou-se ao seu lado colocando a mão no ombro da amiga.

– Estou cansada Ângela apenas isso. Preciso de outras férias ou vou enlouquecer.

– É pressão demais tomar responsabilidade por algo tão difícil. Eles estão nos forçando há ficar muito tempo focados no trabalho e estamos ficando doentes por isso, olhe só para você, está pálida.

– Isso eu sempre fui Ângela. – Alice forçou um sorriso corriqueiro, mas nem para isso ela conseguia reunir forças.

– Alice é melhor você pedir afastamento disso, sabe quantos biólogos já tentaram chegar a um curto processo de cura para o câncer?!

– Eu daria sorte demais se conseguisse não é mesmo? – Alice abaixou a cabeça e olhou para suas mãos pálidas entrelaçadas uma na outra, imaginando o quão sortuda seria por conseguir aquilo, mas estava surtando por causa daquilo, não tinha como mais respirar, tudo ficava mais difícil. - Eu mal consigo sair deste banco hoje.

– Você se alimentou? – Bastou apenas uma rápida troca de olhares para que Ângela visse que Alice respondia um enorme não. – Não precisa responder, vamos até a cantina.

– Não fala em comida comigo que eu logo fico enjoada.

Ângela sorriu, mas logo o mesmo pensamento que abateu em Carlisle atingiu Ângela. Ela logo pensou que Alice não seria tão inconseqüente de não se cuidar, ou que simplesmente ela quisesse aquilo, mas mesmo lhe parecendo inconveniente a pergunta resolveu fazê-la.

- Alice, me desculpe, mas você e James por acaso já...

- Você não está pensando que eu esteja grávida “né”?

- Apenas estou te perguntando.

- Eu e James já sim, mas nos prevenimos e... – Ela parou para pensar alguns minutos e imaginar inúmeras coisas que poderiam ter acontecido com ela, mas não queria aceitar estar grávida. A pausa perdurou por alguns segundos até ela negar mais uma vez. – Não é impossível.

- Nós sabemos muito bem que não Alice, basta um simples deslize.

- Ângela, por favor, pare com isso está me deixando nervosa e eu não posso estar grávida.

- Não pode ou não quer?

- Os dois. Mal conheço James, imagina estar esperando uma criança dele, por Deus e eu já lhe disse, nós nos prevenimos.

- Às vezes essas prevenções não adiantam ou simplesmente falham. – Ângela disse um pouco irritada com a amiga. – O único meio de você ficar sabendo é fazendo um teste, se quer saber logo te aconselho a ir à área ginecológica do hospital, lá têm alguns daqueles testes de gravidez rápidos.

- Eu não vou ir lá. E além do mais dizem que a mulher quando grávida sente seu corpo diferente e a única coisa que eu sinto é um peso sobre meus ombros.

- Pode ser na barriga e você fica fingindo ser nos ombros.

- Ângela. – Alice chamou a atenção da amiga enquanto a mesma ria.

- Olha agora falando sério, se eu fosse você faria esse teste se der negativo pelo menos ficaria menos preocupada, agora se der positivo você pode ter pelo menos um mês de preparação. Tenho certeza que com qualquer uma das respostas você saberá se virar.

- Tudo bem, eu farei. Mas eu não estou grávida.

- Tudo bem, ninguém disse nada.

***

Mais tarde após o horário de almoço Alice se dirigiu pela área hospitalar em meio aos consultórios dos ginecologistas, entrou em um quarto onde eram estocados os remédios dentre outras coisas até mesmo os testes de gravidez, ela achou rapidamente, pois sabia onde ficava tudo aquilo em seu estágio no hospital. Quando saia do recinto colocando o exame rapidamente colocando o teste em um dos bolsos de seu jaleco ela foi vista por uma pessoa na qual somente aumentou suas suspeitas quando viu o que ela portava em mãos.

Carlisle foi astuto e não deixou com que Alice notasse sua presença, porém conseguiu enxergar de longe o que ela foi procurar ali. Não acreditava no quanto Alice foi inconseqüente em fazer aquilo, uma gravidez agora seria muito cedo para ela, pelo menos ele achava. Ela não estava nem ao menos noiva apenas namorava há alguns poucos meses. Ele passou a mão sobre os olhos e tentou se esquecer daquilo por um pequeno momento tinha pacientes para atender, mas logo trataria de cuidar de Alice e ter uma bela conversa com sua filha.

***

Quem também não estava tendo um bom dia era Riley que infelizmente havia aceitado o convite de Joshua para passar a sexta à tarde em sua casa. Ela pensou que não teria nada de mais, até conhecer a avó do rapaz que não foi nem um pouco com sua cara. Ela mentiu para Josh fingindo não estar se sentindo bem para poder ficar um pouco longe da velha, pensou até que ele a levaria para casa, mas acabou indo para o quarto dele, aquela sexta não estava sendo como ele imaginava.

- Me desculpe minha avó às vezes é insuportável. – Ele disse encostando um pouco a porta. – Mas você está bem?

- Acho que sim. – Ela disse não conseguindo mentir muito bem, acabou caindo na gargalhada. – Me desculpe eu menti... Eu estou bem, apenas não conseguia mais ouvir sua avó falando aquelas coisas.

- Ela acha que você vai ser como as outras.

- Bem ela pode estar tirando conclusões agora que estou no seu quarto.

- Se eu quisesse te levar para cama seria em um lugar que não tivesse pessoas para interromper. – Neste momento entraram correndo as primas de Josh, Camile, 5 anos e Dana, 4 anos no quarto aos gritos, ambos se sobressaltaram assustados, mas logo começaram a rir. Riley havia achado as meninas lindas e não se sentia incomodada perto delas ao contrário da avó de Josh a D. Brigitte.

- Meninas vão brigar pra lá. – Josh disse enquanto semicerrava o cenho um pouco incomodo com aquilo tudo.

- Josh as deixe. O que aconteceu meninas?

- Dana não quer me dar a Barbie sereia o tempo dela de brincar já acabou, agora é a minha vez. – A menina cruzou os braços sobre o peito e formou um beicinho em seus lábios que Riley não se conteve em rir.

Riley apenas observar Dana sorrir meio sapeca e sair correndo do quarto do primo, ela chamou para que Camile sentasse ao seu lado na cama.

- E qual é a boneca que você está na mão?

- A Barbie bailarina. – A menina suspendeu a Barbie para que Riley a visse melhor.

- Você quer saber um segredo? – A menina confirmou. – Mas promete não contar para ninguém? Nem para sua irmã?

- Prometo.

- Acho a Barbie bailarina mais bonita. Se eu fosse brincar com uma dela ficaria com essa. – Ela disse apontando para a boneca na mão da menina. A garotinha de cabelos castanhos cacheados sorriu para Riley e em seguida ajeitou o cabelo da boneca.

- Você tem razão. – A menina deu um salto da cama e correu para o corredor e Josh enfim agradeceu pela calmaria.

- Enfim a sós. – Ele sorriu puxando Riley para se deitar em seu peito a menina riu enquanto mantinha seu rosto colado no peitoral de Josh. – O que podemos fazer agora?

- Não sei o que você sugere? – Ela olhou meio sapeca para ele, ele abriu um largo sorriso lateral e ambos começaram a se beijar calorosamente, se não fosse por passos firmes vindos do corredor eles não teriam se soltado um do outro.

Josh logo saiu da cama, sabia que era sua avó, sentou na cadeira do computador correndo, pegou um livro e jogou para Riley, com breves gestos sugeriu a ela que começasse a folhear o livro enquanto ele fingia fazer seus deveres escolares.

- Joshua, espero que estejam bem vestidos.

- Vovó, você está ofendendo Riley, já disse que ela não é como aquelas meninas.

- Meu neto, não admito que você se engane assim. Elas querem apenas seu dinheiro você não vê isso?

- Vovó, Riley não precisa do meu dinheiro, ou melhor, do dinheiro do meu pai. Riley é filha de médico cirurgião. – Ele rodou a cadeira para olhar nos olhos da avó que olhou para a menina que se permanecia em silêncio. – Ela é uma menina respeitável e a única que não caiu em minhas lábias, ela não é, e nunca vai ser como as outras e para sua informação vovó aquelas eram apenas de diversão e Riley creio que seja para toda minha vida.

- Vocês jovens não sabem nada sobre o amor.

- Acho que seja compartilhar a alegria e tristeza com seu companheiro D. Brigitte. Ser sincero e não manter nenhum segredo ou qualquer coisa que acabe ferindo os sentimento do outro. Amor poderia ser qualquer gesto carinhoso para com quem você ama. Sinto muito D. Brigitte, mas eu amo seu neto sim e nosso romance pode ter começado cedo, mas estou disposta a lutar por ele. – Ela disse se levantando e indo para perto de Josh que a puxou para se sentar em seu colo e lhe roubou um beijo rápido.

- Vovó é melhor você começar a tratar Riley melhor, pois é com ela que pretendo ficar daqui para frente, esperei por ela por anos, não vou deixá-la fugir, eu a amo.

Dona Brigitte não havia ficado satisfeita ou pelo menos ainda não concordava com aquele namoro e de alguma forma continuaria pegando no pé de Riley para ver o quanto ela gostava de verdade de seu neto.

***

Mais tarde ao sair do trabalho Alice ligava para Riley, queria contar àquela confusão que estava lhe acontecendo e ter a certeza que aquela afirmativa de Ângela não fazia sentido algum. Mas na saída ela acabou encontrado James lhe esperando na porta de seu carro, surpresa sorriu disfarçando seu nervosismo. Ele se aproximou e a abraçou, ela sentiu aquele cheiro de perfume adocicado que lhe fez enjoar novamente, mas ela sempre sentia enjoo com esse tipo de perfume.

- James você mudou de perfume? – Ela perguntou afastando-se rapidamente do homem com a mão cobrindo seu nariz pequeno e arrebitado.

- Sim, algum problema com ele? Não gostou?

- Está me dando enjôo, esse cheiro é muito forte. – Ela manteve sua mão no peito dele evitando que o mesmo se aproximasse e ele respeitou percebendo o intuito da namorada.

- Não sabia que era tão fresca com perfumes assim.

- Costumam me dar dores de cabeça e não enjôos.

Ela disse sem perceber, manteve-se ocupada procurando a chave do seu carro em sua bolsa o que era uma batalha diária enquanto o sorriso de James se desfazia enquanto processava a frase dita pela mesma ao notar que ele não se movia ou sequer lhe dava licença para poder abrir a porta de seu carro olhou para o rosto de James e ficou um pouco aflita com a expressão do mesmo e só então, depois de meros segundos ela pôde perceber a besteira que havia feito.

– Não, não, não, não... Nem pense nisso. – Ela disse histérica deixando a chave de lado por um instante.

– Pode me dizer no que exatamente estou pensando? Porque eu acho que ainda estou meio confuso ou zonzo sei lá. – Ele passou a mão pelos longos fios loiros percebendo que já estava passando da hora de cortá-los novamente.

– Que eu estou grávida, não, mas eu não estou e você sabe muito bem disso, tivemos apenas três relações e nos precavemos, não tem como algo tão absurdo acontecer.

– Você sabe que tem.

– Será que todo mundo resolveu me dar esta resposta hoje? – Ela deu de ombros um pouco aflita e por um instante por ver todos pensando em sua suposta gravidez até mesmo ela começou há acreditar um pouco nisso. – Eu não estou grávida está bem?! E eu aposto que se mais alguém me perguntar ou tentar dizer isso eu vou perder a cabeça e fazer alguma loucura.

James ainda impressionado sem afastar ainda aquela idéia absurda de sua mente, ele riu das gesticulações de Alice ao dizer tudo aquilo queria abraçá-la naquele momento, mas logo lembrou que ela o afastaria.

– Que tal esta loucura ser cometida em minha casa?

– James estou muito cansada, sério preciso de uma boa noite de sono.

– Então acho que marcaremos nosso jantar para amanhã.

– Havia me esquecido, me desculpe. – Ela disse surpresa.

– Tudo bem, mas esse jantar terá que sair amanhã. – Ele cruzou os braços e disse em com um breve ar de brincadeira.

– Está bem, prometo que amanhã não vou esquecer... Ou pelo menos tentar.

–É assim? Vou lhe perturbar a tarde toda para te lembrar o compromisso que você tem com seu namorado aqui. – Ele a puxou sem pensar muito e depositou um longo beijo em seus lábios e quando terminou aquele breve contato ela respirou fundo sentindo mais uma vez seu estômago dar voltas com o cheiro do desagradável perfume de James.

– Prometo que tentarei chegar lá inteira, desde que você não use mais este perfume.

– Prometo.

***

Riley após muita insistência de Josh acabou ficando para o jantar, mas a presença da Sra. Brigite estava ficando a cada minuto mais inconveniente e Riley tentava com todas as suas forças para não acabar explodindo perto pelo menos da mãe de Josh que por sinal havia gostado muito dela.

– Riley conte-me mais sobre você, meu filho fica suspirando seu nome todos os dias pelos cantos, dizendo que você é a menina mais especial de todas.

Ela sorriu um pouco enquanto se mantinha sentada ao lado de Joshua segurando sua mão.

– Sério?! Não sabia que ele ficava assim.

– Mãe, está vendo?! Você está me fazendo ficar com vergonha.

– Você com vergonha essa é novidade. – A menina disse e ao mesmo tempo sorriu para ele que abaixou o olhar no mesmo instante. – Bem pelo jeito de Josh deduzo que ele já tenha contado bastante coisas sobre mim.

– Ah com certeza. – Brigitte disse intervindo o assunto, colocando uma pequena pitada de rispidez no assunto do casal.

– Mãe... Desculpe-me Riley, minha mãe às vezes consegue pegar no pé de muita gente.

– Não tem problema algum, é ciúmes de avó presumo afinal elas são uma segunda mãe.

– Com certeza querida. – Brigitte disse com um largo sorriso nos lábios. – Afinal não gosto de ver meu neto perto de meninas abusadas como você.

– Vovó.

– Joshua, você tem que escolher uma menina melhor, só trás aqui garotas aproveitadoras e assanhadas com essa.

– Já chega vovó, você abusou da minha paciência e não vou deixá-la comparar Riley com aquelas meninas, ela é diferente já te disse isso.

– Ela será apenas mais uma, meu neto.

– Josh eu quero ir embora, não sou obrigada a ficar escutando desaforo de pessoas amarguradas com a vida.

Riley no mesmo instante levantou-se do sofá e junto a Ela Emily, a mãe de Josh também se levantou completamente envergonhada com a atitude da mãe.

- Sra. Campbell, foi um prazer imenso te conhecer, Josh sempre me disse coisas maravilhosas da mãe e vejo que ele tem razão.

- Obrigada Riley e me desculpe pela minha mãe, ela não mede palavras antes de dizê-las.

- Não tem problema algum, as atitudes dela não irão interferir nos meus sentimentos por seu filho e nem pelo carinho que sinto por você, acredite gostei muito da Sra.

- Ah querida. – Emily puxou Riley para um abraço. Ela havia gostado de verdade da garota e gostava da ideia de enfim seu filho estar apaixonado de verdade por alguém que ela também gostasse Riley sim ela gostaria de chamar de nora e futuramente adotá-la como sua filha. – Pode me chamar somente de Emily e também adorei lhe conhecer.

- Vamos Riley eu te levo em casa. – Josh dizia com um olhar ríspido em cima de sua avó.

O jovem casal fizeram o trajeto até a casa dos Cullen novamente e parado na porta, ainda dentro do carro, Josh pediu desculpas novamente pelas atitudes da avó.

- Josh você não precisa se desculpar por algo que não foi você quem fez. – Ela parou e respirou um pouco. – Tenho que admitir que sua avó não é um doce de pessoa, mas isso pode ter sido a prova de como eu amo você.

- É realmente não é fácil encarar minha avó e às vezes acho que ela tem forças o suficiente para poder morar sozinha. Mas... Fiquei feliz pelo menos por uma coisa. – Ele sorriu novamente aproximando o seu rosto no de Riley, e aquela conversa havia sido finalizada, selando a despedida da noite com um simples beijo.

***

Carlisle ainda não se encontrava em casa e Alice havia se trancafiado no banheiro. Riley chegou já contando como havia sido seu dia para sua mãe e Esme não se conteve em rir quando Riley reclamou da avó de Josh. Mas logo a garota queria conversar com a irmã para ver o que ela acharia da situação.

- Mãe, Alice já está em casa?

- Deve estar no quarto querida. – A menina mal esperou a mãe terminar e subiu rapidamente cada degrau daquela escada, quando chegou ao quarto de Alice ficou surpresa por não encontrar a irmã e então chamou pelo seu nome para ver se ela atenderia.

Alice não havia respondido e seu nervosismo parecia lhe ensurdecer. Ela olhava para o teste em suas mãos ainda dentro da caixa. Não tinha coragem o bastante para conseguir ir adiante com aquilo.

- Alice você está aí? – Riley bateu na porta do banheiro, esperando que aquela luz acesa significasse a presença de alguém ali.

- Sim, aconteceu alguma coisa?

- Não, apenas queria falar com você.

- Eu vou entrar para o banho, pode ser depois?

- Pode, mas... – A menina estava estranhando o tom de voz de sua irmã, se a conhecia muito bem, ela percebeu que sua irmã estava preocupada com alguma coisa. – Está bem, conversamos depois.

Alice sentiu-se aliviada por sua irmã ter resolvido ir embora tão rápido. Riley não perdeu muito tempo e foi se trocar e em seguida fez o mesmo indo para o banho. Quando saiu percebeu que Alice ainda não estava em seu quarto, desceu indo até sua mãe.

- Já conversaram? – Esme perguntou abraçando a filha que acabara de sentar-se no sofá.

- Não Alice estava entrando para o banho. – A menina tomou o controle da TV das mãos de sua mãe, deixando Esme um tanto quanto sem reação naquele momento.

- Estranho, pensei que ela já tivesse tomado banho. – Esme disse enquanto retomava o controle para si, voltando para o mesmo canal que assistia antes.

- É, vai ver que você estava enganada. – Riley disse simplesmente, dando de ombros e deixando sua mãe preocupada. A menina sempre fazia alguma piadinha sarcástica, ou desconfiava sempre que tinha alguma coisa errada, mas desta vez não disse nada.

- Você está bem querida?

- Sim mamãe, por quê? – A menina olhou para o rosto da mãe inclinando o pescoço em um ângulo desconfortável.

- Nada.

- Sei... – A menina disse desconfiada levantando-se novamente e indo até a cozinha. Enquanto isso Alice continuava trancafiada em seu próprio banheiro enfim criando algum tipo de coragem para fazer o teste. O tempo necessário de espera parecia uma eternidade e em meio aquilo tudo Carlisle chegou a casa pronto para conversar seriamente com Alice.

Ao entrar cumprimentou sua esposa e a filha caçula, que meio cismada com a atitude apressada do pai foi para seu quarto. Duas pessoas estranhas em um único dia já eram muita coincidência.

***

Carlisle bateu na porta do quarto de Alice que disse para quem quer que fosse que poderia entrar. Desta vez com uma aparência melhor e uma expressão mais aliviada estampada em seu rosto. Estava deitada confortavelmente na cama tentando descansar um pouco e por mais que soubesse que aquelas dúvidas sobre uma gravidez inexistente implantada em sua cabeça não era verdade, os sintomas que insistiram com que ela pensasse que aquilo era mesmo real persistiam.

Ela ainda continuava enjoada devido ao cheiro forte do perfume de James e junto a aquilo ela estava com uma dor de cabeça terrível.

- Filha podemos conversar? – Carlisle disse parando em frente à cama da moça de cabelos castanhos escuros compridos.

- Claro pai. – Alice sentou-se delicadamente na cama passando as mãos rapidamente em seu cabelo parcialmente desgrenhado, sorriu singelamente para seu pai que não era um portador de uma feição muito boa. Ele sentou na cama ao lado da filha e após respirar profundamente pensou novamente em como havia planejado iniciar a conversa. – Está tudo bem? Parece-me preocupado.

- E estou.

- Posso saber com o que?

- Com você Alice... Eu nem sei como lhe perguntar algo assim ou como conversar sobre estas coisas com você, mas fico me perguntando como pôde se deixar ser tão imprudente desta maneira.

- Espera aí, do que estamos falando necessariamente?

- Da sua gravidez filha. – Alice não se conteve e teve que rir naquele momento, uma gargalhada não muito forte, porém contagiante e ao mesmo tempo confusa para aquele homem ao seu lado.

- Pai eu não estou grávida o que te faz pensar que estaria?

- Vi você saindo com um teste de gravidez do hospital. Agora vai dizer que pegou para alguma amiga?

Alice desmanchou o sorriso em seu rosto instantaneamente e não conseguindo mais olhar no fundo dos olhos verdes de seu pai ela enroscou seus dedos uns nos outros demonstrando certo incomodo ou nervosismo.

- Certo. Eu também estava achando o mesmo que você, principalmente depois que Ângela pensou que eu estivesse grávida. Peguei sim o teste e deu negativo. Mas nunca seria imprudente desta maneira pai.

- E mesmo sabendo que estava fazendo tudo certo achou que havia algo de errado?!

- Todo mundo me disse que erros poderiam acontecer, comecei a ficar com aquilo em minha cabeça.

- Todo mundo quem?

- Ângela e James apenas.

- Fico aliviado por isso. – Ele suspirou fortemente aliviando aquela forte pressão que sentira em seu peito. – Me desculpe.

- Tudo bem, até mesmo eu não sabia o que estava acontecendo comigo. – Ambos sorriram amigavelmente. – Eu só estou um pouco nervosa por causa do trabalho.

- Fiquei sabendo de sua responsabilidade.

- Acho que devia ter me formado em pediatria mesmo.

- Você tem jeito com crianças. Mas ainda tem chances sabe disso.

- Você não precisa pagar outra faculdade para mim. Posso muito bem esperar, trabalhar e juntar algum dinheiro e também daqui dois anos Riley se formará e serão duas faculdades.

- Sei que você é orgulhosa, mas quando precisar pode me dizer. E tenho certeza que você tem capacidade de ganhar uma bolsa de estudos. Você tem tempo para resolver isso, pense bem. – Carlisle terminou beijando o topo da cabeça de Alice e seguindo para o lado de fora do quarto.

Em certo ponto Carlisle estava certo e ela ainda teria tempo para resolver mais sobre isso, ela teria oportunidades, era uma menina aplicada e sempre dedicada a tudo que sempre queria fazia bem.

Alice pensaria melhor naquela situação, aquela faculdade lhe pareceu propício naquela época, adorava pensar que ajudaria muitas pessoas e que se talvez se entrasse de cabeça conseguisse até amenizar uma doença ruim como o câncer, mas os experimentos apenas a fazia enxergar que fosse incapaz daquilo. A auto estima de Alice nunca foi sua melhor amiga e pensar que poderia estar chegando a um fracasso inevitável seria algo provável.

Mas às vezes bastavam simples palavras de força, lembrar do que já passou em sua vida, tudo aquilo que conquistou até hoje era uma grande vitória. Se continuasse naquela vida, se não tivesse um grande exemplo de sua mãe de coragem e superação ela nunca seria a mulher na qual se tornava a cada dia. Sofreu poucos quatro anos ao lado de seu pai covarde e bêbado. Um louco que não amava a família e nem a si mesmo. Pensava apenas em mulheres e nas diversões nas quais elas o proporcionavam.

Se tivesse crescido naquele lugar, no meio daquela violência, não seria quem era, não teria futuro, não conheceria Carlisle, não teria sua irmã mais nova, não teria a vida agradável e confortável na qual Carlisle proporcionou a sua mãe, a ela e seu irmão, uma vida na qual ele não tinha nenhuma obrigação de lhe dar. Alice tinha orgulho dele e sempre deixava claro aquilo. Carlisle era seu herói quando o conheceu com pouca idade, ele era seu amigo, companheiro, seu instrutor e sua inspiração, mas em principal, acima de tudo, ele era seu pai, não havia lhe gerado, mas em compensação lhe deu amor, carinho e educação, lhe protegeu dos barulhos assustadores da tempestade à noite, lhe afastou o medo de perder a mãe quando a mesma ficou doente. Ele era um verdadeiro homem ao contrário daquele que um dia levantou a mão para lhe bater.

Alice não desistiria daquilo no qual se esforçou longos cinco anos, o começo de tudo sempre era mesmo difícil, mas se desistir se declararia fraca e medrosa demais para aguentar qualquer dificuldade aparente, isso seria como uma pequena formiga no meio de seu caminho, nada imenso demais para o que sua vida já tinha lhe mostrado e muito pequeno ainda para o que a vida ainda lhe reservava.


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