Primeiro dia de aula. Que barra, Hein? Passei a noite em claro. Detesto a escola, se eu pudesse eu tacava fogo nela. Malditas leis que prendem os homicidas... tomei banho gelado, pra ver se melhorava a cara de sono. Não funcionou. Saí do chuveiro, e fui me vestir. Vejamos... O que eu vestiria hoje? Acabei optando por uma blusinha preta , minha jaqueta preta, saia, e botas pretas. Imagina que eu gosto de preto. Catei uma maçã e saí correndo para a porta, senão eu não iria conseguir pegar o ônibus. Aí você pensa: Nossa, que menina mal educada, nem fala com a família no café da manhã! A questão, meu caro amigo, é que estão todos dormindo. Eu meio que esqueci de informar que são cinco horas da manhã, e que eu moro lá na puta que pariu, e o ponto de ônibus mais perto fica a um quilômetro de distância. Sortuda eu, né? Pois é. No que me pareceu uma eternidade, eu consegui chegar ao ponto. Eu estava lá sentada, toda linda e feliz ouvindo música no meu MP4 enquanto o ônibus não chegava, quando senti uma mão me cutucar. Eu não dei atenção, mas a coisa continuou a cutucar, então eu tive que me virar.

– Que foi? - Grunhi.

– Seu bom humor me encanta. - Ele disse, em um tom sacana. O garoto era pálido, com cabelos negros como a madrugada.

– Ah, meu humor matinal. Encanta a qualquer um. - Ele riu de canto. Estava flertando comigo! Nem os mosquitos flertavam comigo.

– Encantado em conhecer alguem bem humorado assim - Ele disse. - Posso saber o seu nome, rainha do bom humor?

– Não que seja da tua conta, mas eu me chamo... - Eu ia dizer meu nome verdadeiro, mas resolvi brincar um pouco. - Eu me chamo Nielle. - Eu disse, tentando passar veracidade.

– Eu acho Nielle sexy. -  Prendi o riso.

- Sempre me dizem isso. - ri de canto.

–  Cara, eu estou me sentindo ferido. Estamos aqui a exatamente - ele olhou no celular - Dez minutos, e nem mesmo perguntou meu nome.

– Mil desculpas, cara. Que mal educada. - abri um pequeno sorriso -Como se chama? - perguntei.

– Nico. - ele disse.

– Tem um apelido? - perguntei.

- Os caras me chamam de Nicole, e acho melhor nem tentar me chamar assim. Isso me deixa frustrado, cara. - ele disse. Eu ri.

– Bom saber desse detalhe importante, Nicole. - ele colocou as duas maos na cara. 

– Esse tipo de coisa me decepciona. - ele disse.

– Que pena, cara. - ele sorriu de canto.

Dito isso, o ônibus chegou. Mal eu me sentei, uma Annabeth desesperada veio logo se sentar ao meu lado. Annabeth era totalmente o contrário do que eu sou: Cachos loiros, estilo princesa. Ela se acha feia, mas quando ela não está olhando todos os meninos ficam , para minha extrema infelicidade, exaltando o quanto ela é gostosa. Ela PULOU no meu colo, e começou a falar.

– YeY ! Primeiro dia de aula, primeiro dia de aula, primeiro dia de ... - Ela parou, quando viu minha cara amarrada. - Não tá animada, Thals ? - Eu já disse que detesto esse apelido ?

– Não. - Disse em um tom tão frio que até gelou meu coração.

– Mas é o primeiro dia ! Garotos novos !

– Annabeth, você tem que parar de se focar tanto em garotos!

– Me obrigue. - Ela disse, e nós desembarcamos na escola que eu tanto amo.

A escola estava completamente organizada, todos andando em fila. Só que não. Parecia um verdadeiro caos, e só pra me certificar de que ninguém perderia a vida no meio de tudo isso, estendi a minha mão pra pegar a de Annabeth. Que não estava mais do meu lado. BELA AMIGA VOCÊ, ANNIE! Eu começei a procurar ela com os olhos, e tudo estava indo perfeitamente bem, até um capeta, ops, instrumento do mal na terra, ops, garoto, passar correndo, sem nem sequer olhar pra onde ia, e cair em cima de mim. Sim colega, ele caiu em cima de mim. Ele transgrediu a regra número um da lista de regras que eu acabei de inventar. Eu senti uma dor muito forte no pulso, eu tinha caído com tudo em cima dele. Acho que, ouch, deve estar quebrado. Ah, mais esse idiota me paga. Ou eu não me chamo Maxinni Nielle. Ok, eu não me chamo Maxinni Nielle, mas ele vai me pagar mesmo assim.

– Regra número um, novato. Não toque em Thalia Grace.