[...]

            Hoje acordei um pouco cedo que o normal. Acordei 5h para ser mais exata. Bom, não queria tomar café da manhã lá então escrevi um bilhete pra Gina avisado que estaria no Três Vassouras. Tomei um banho e me arrumei tentando não acorda-la e sai. Aparatei fora d’ A Toca e cheguei.

Sentei em uma mesa encostada na parede. Lá não estava muito lotado como de costume, mas novamente tinha alguém que eu não queria ver. Justin. Ele ficava olhando pra mim com uma cara de gato morto que me dava raiva!

Eu pedi um café e fiquei lá sentada. Justin vinha se aproximando a casa segundo. Ele ficou de frente de onde eu estava e perguntou:

– Quer companhia?

– Não a sua. – mas mesmo assim ele sentou. Do meu lado!

– Ouvi falar que terminou com o ruivo nojento. – ele fixava o olho em mim e eu olhava apenas para a mesa.

– Engraçado como as notícias correm soltas, como coelhos...

– Você precisa de alguém para lhe animar. E o cara pra isso está bem aqui...

– Onde?

– Sou eu!

– Acho que não.

– Qual é Hermione. Deixa-me ajuda-la! Será que pode deixar de lado as coisas que eu te fiz, e me perdoar?

– Posso até perdoar.

Ficamos calados por longos minutos. Ele também pediu um café. Estávamos sem assuntos, ou sei lá, mas Justin arrumou um jeito de continuar, não o jeito certo...

– Pense bem. Sou mais bonito que ele, bem mais rico que ele, muito mais carinhoso que ele. Sei respeitar e confio...

– Pode parar! Eu não namorava o Rony por ele ser rico ou não! Isso não importa pra mim! Não mesmo! E ele me respeita. É carinhoso, Embora seja muito idiota as vezes... – a partir dai eu comecei a perceber o jeito como falava de Rony, eu não podia negar a paixão nos meus olhos.

– Olha Hermione, eu só estou tentando ajudar. Só quero dizer que eu poderia ser um cara certo pra você.

– Me desculpe Justin, mas eu terminei um relacionamento agora, e... – eu parei de falar quando o vi concordando com a cabeça. Aquele seria realmente um “Justin Mudado”? 

POV RON.

Acordei-me e todos já tinha se levantado. Até Harry. Tomei um banho e me arrumei para o café. Não encontrei Hermione em canto nenhum, não que eu estivesse procurando, mas enfim... Puxe Gina para o andar de cima e perguntei baixinho:

– Onde está Hermione?

– Pra que você quer saber?

– Preciso... Pedir... Desculpas... – respondi pausadamente.

– Ela está no Três Vassouras.

– Ótimo! Não diga onde eu fui! Obrigado. – eu puxei um casado do cabide e sai.

– Rony...

– Sim?

– Boa sorte.

POV HERMIONE.

Justin estava tão... Tão carinhoso comigo! Ele me fazia olha-lo, passava suas mãos pelo meu rosto...

– Olhe... Só não quero que você fique triste com ele...

Ao falar isso, ele se aproximou mais de mim. Fechou os olhos e aproximou meus lábios com os dele. Eu o olhava abismada, mas não tinha pra onde ir, correspondi. Lá estávamos nós, nos beijando, e Rony na porta... PAREI! Rony na porta?! Mordi a boca de Justin que sangrou, depois o empurrei em um impulso. Rony estava parado lá na porta! Ele nos olhou com uma cara séria e saiu. Eu corri atrás embora Justin estivesse me chamando.

– Rony! Espera ai! – eu gritava. Ele estava indo para a Casa dos Gritos

– Por que você não volta pro seu novo namorado e me deixa em paz?

– Rony, ele não é meu namorado! Eu posso explicar!

Ele parou. Virou para mim e disse:

– Eu estava certo? Estava certo em ter desconfiado? Você me traia com ele mesmo?

– Olha, o que eu vou te dizer agora é a PURA VERDADE! Eu não te traia com ele, não tinha nada com ele. Absolutamente nada! Eu sentei ali no Três Vassouras e ele foi falar comigo. Começou a me animar por que eu estava triste com o fim do nosso namoro. Eu estava frágil ele me beijou! Eu não consegui voltar pra traz, Rony, acredite em mim!

– Eu acredito. Mas o que eu tenho haver com sua vida agora mesmo não é...

– Tudo. Você fez parte, e faz parte da minha vida, querendo ou não. Tem por obrigação saber.

Embora eu falasse, Rony não conseguia esconder a tristeza no seu rosto. Continuou andando e sentou em um pedaço de tronco no meio do caminho. Eu sentei junto com ele.

– Por favor... Acredite em mim.

– Eu acredito. Só me responde uma coisa...

– O que?

– Você gosta, ama o Justin? Ou sei lá...

– Não gosto, e nem amo. Ele não...

Rony sorriu. Eu sorri junto

– Me desculpa por desconfiar tanto de você?

– Não precisa se desculpar Rony...

–... É o ciúme, eu acho.

– Está tudo bem.

Eu e ele aparatamos juntos dali depois. Voltamos e almoçamos. Não falamos mais nada depois. Ficou como se fossemos estranhos ou sei lá. E isso me deixou triste por que depois do meu beijo com o Justin, tinha ficado tudo bem. Molly e Arthur viajaram depois que comemos. Eles foram para casa de uma tia de Molly. Jorge foi para casa de Angelina dizendo que ia dormir por lá. Ficamos apenas eu, Rony, Harry e Gina.

E eu acho que eles fizeram de tudo para me deixar as sós com Rony por que os dois saíram para “comprar coisas” e não voltaram com nada, mas tudo bem... O ruim é que não conversamos.

À noite até que chegou rápido. Jantamos um bife que Gina fez e não vou mentir... Estava ruim pra caramba! Mas ela não pode saber que eu achei isso! Tenho pena do Harry quando eles se casarem. Ficamos acordados até 00h00min, depois Harry deu um beijo em Gina e entrou. Rony deu um “sorrisinho de cinema pra mim” e entrou também.

Naquela noite, eu não conseguia dormir pensando naquele diazão que eu tive! Até que foi legal... Quero dizer... A parte que Rony viu aquele beijo não! Eu me coloquei no lugar dele na mesma hora. E se eu o visse com a Lilá, ou sei la?

Preciso de um copo com agua. É sério... Desci as escadas tão levemente com medo de acordar alguém que nem percebi quando cheguei. Escava tão escuro que eu não enxergava uma mão a minha frente.

Bati-me em tanta coisa até chegar à geladeira que... ARGH! Bebi agua e quando estava pronta para subir, ouço um ruído no topo da escada.

– Lumus! – e saiu uma luz azulada da ponta da minha varinha, iluminando os olhos azuis de um garoto ruivo descendo as escadas.

– Hermione?

– Oi... Vim pegar agua.

– Eu vi que era você e resolvi descer...

– Por quê?

– Por que não aguento. Preciso conversar. – e sentou-se no sofá, bateu com a mão para que eu me sentasse também, e assim eu fiz. Então, ele começou:

– Olha... Eu sempre fui inseguro quando a questão era você. Sempre soube de garotos que pediam para eu te arranjar para ficar com eles, quando estudávamos em Hogwarts, e como eu era louco por você, tinha medo de te perder. E você sabe como eu sempre tive minha autoestima muito baixa. Imagine quando o Krum apareceu... – ele pausou, continuou olhando pra mim e eu para ele – A questão não é desconfiança. É ciúmes.

– Rony... Sei que você tem ciúmes por que... Eu também tenho! É normal. Mas quero que saiba que no período que namoramos, nunca pensei em outro menino que não fosse você, e apenas você.

– Eu acredito em você. – ele mordeu os lábios, e continuou – Quando te vi hoje com o Justin, o que mais quis foi arrancar a cabeça dele. Tirar você de perto dele e dizer: “A Hermione é minha!”, mas não pude...

– Enquanto ao Justin... Peço por favor, esquece ele, Rony! Eu te juro que ele me pegou de surpresa ali. Ele...

– Eu sei... Eu vi tudo...

Ele colocou a mão no meu rosto, e com a outra pegou na minha mão. Fixou o olho em mim, sem piscar uma vez. Aproximou-se um pouco mais e disse:

– A questão é que eu não vivo sem você.

Ao falar isso, eu não esperei que ele se aproximasse mais. Rapidamente, coloquei as mãos dele na minha cintura e o beijei de uma forma que ele conseguisse perceber que eu o amava. Quando menos percebemos, eu estava dentada em cima dele no sofá, ainda o beijando.

Quando paramos, ele olhou para mim, eu olhei para ele, e nós dois sorrimos. Mas não foi aquele sorriso que dávamos todo dia. Foi algo que diferente e mais intenso.

– Eu te amo Rony. E não consigo viver sem você.

– Eu também te amo, Hermione.

Ele me abraçou forte, tão forte, que eu me senti protegida novamente. Estava com um desejo desses beijos e desses abraços que ele me dava, com saudade de tudo isso.

– Você não... Ãnh... Está namorando com o Justin não, né?

– NÃO! Nem pensar. Não gosto dele. Não mesmo... Eu gosto de outro.

– Outro? Quem? – eu podia imaginar mesmo que Rony não tinha percebido a indireta...

– VOCÊ!

– Então... Por que... ãanh... bom...

– Você quer voltar, não é?

– S-Sim

– Ótimo! Por que eu já ia dizer isso.

Nós do rimos. Eu não estava com coragem de sair de cima dele, e ficamos lá... A noite inteira. Amanhã temos que ir trabalhar, e nada melhor que começar a semana juntos, certo?

– Sabe o que eu estou lembrando? – ele sussurrou.

– O que?

– Que seu aniversário é terça.

– AH, é mesmo!

– Terça vocês vai ter um dia incrível. E eu vou fazer de tudo pra que isso aconteça.

– Você é um amor...

Poucos minutos depois, adormeci no braço dele. Rony ainda me segurava e sempre ficava arranjando um jeito para que eu ficasse confortável. Ele era um amor de pessoa. Um amor de namorado, e era o cara que eu ia querer ficar para o resto da vida, sem dúvidas.