O Céu Negro escrita por ValentinaV


Capítulo 4
Pegamos o trem


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer especialmente a Walber Florencio, que tem comentado e me estimulado a continuar a história. Obrigada!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/368155/chapter/4

POV Piper

Annabeth não maneirou na corrida, como eu já esperava. O pobre Grover gritou um pouco, e depois agarrou-se na cintura de Annie e escondeu o rosto. Com certeza ele estava tremendo. Em dois minutos, estávamos novamente na fronteira, e lá havia alguns postos de gasolina, restaurantes, hoteis e pessoas circulando. Eu fui encarregada, como sempre, de pedir as informações de como chegar na vila de Santa Cecília, e descobri que teríamos de viajar por 300 km até chegar lá. O céu já estava escuro quando saímos de uma lanchonete.

Annabeth colocou o capacete.

– Béh! – Grover tremeu – Não vamos mais de moto, pelo amor de Zeus!

– É o meio mais rápido de chegarmos, Grover! – ela tirou o capacete – Ou você quer que eu ligue para a Hazel e peça que ela venha com Arion?

– A-A-A-Arion? – Grover pulou – Não não não não. Mas...

– Annie, você não acha que tá pegando pesado com o Grover? Ele tem pânico de velocidade em terra firme. – eu disse.

Grover sorriu para mim, mas Annie não.

– E como vamos chegar lá? Jason não pode nos levar voando. Não há um aeroporto por lá, e não estou vendo nenhuma rodoviária por aqui. Isso aqui é um fim de mundo, vocês não perceberam?

– Realmente, isso é um fim de mundo – Jason disse – Mas há uma estação de trem há dez minutos à oeste. A linha férrea passa pela Vila, com certeza.

– Isso! – Grover gritou – Cara, eu te amo.

– De nada, Grover.

– Trem? – Annie fuzilou Grover com os olhos – Vamos demorar o triplo de tempo. Vocês estão lembrados que estamos numa missão, ou vocês acham que estamos a passeio? O tempo não espera, e temos que achar logo o...

Ela não conseguiu terminar a frase. Engoliu seco e abaixou a cabeça. Fui até Annie e abracei-a.

– Nós vamos encontrá-lo. – acariciei seu cabelo – Estamos falando de Percy, não estamos? Ele sabe se virar sozinho. Lembra daquele fim de semana que ele sumiu com Grover e Jason, e só os encontramos na segunda-feira, no clube, apostando no truco?

Ela assentiu com a cabeça. Acho que ela queria chorar.

– Então, Annie! – eu sorri, e olhei para ela – Ele deve estar metido em alguma missão secreta, ou perseguindo algum monstro... Nós vamos encontrá-lo, mas não obrigue o Grover a andar de moto. Ele tem pavor.

Annabeth ficou distante, mas assentiu com a cabeça. Ela pôs o capacete e disse:

– Vamos até a estação de trem.

POV Jason

Partimos de moto e chegamos em vinte minutos, já que Annie andou bem mais devagar com a moto. Acho que ela tinha percebido o quanto Grover se desesperava. Chegamos na cidadezinha de Laranjais e compramos nossas passagens no horário da meia-noite, já que chegamos quando um trem tinha acabado de partir.

Eu e Piper sentamos em um banco, e ficamos abraçados, porque ela estava sentindo frio. Grover sentou no banco da direita, mas Annie preferiu sentar no chão, encostada num pilar longe de nós. Eu estava exausto por manipular o avião, então dormi rapidamente e acordei com Piper me dizendo que o trem já ia partir.

– Adeus motos. Vou sentir falta de vocês. – Grover disse.

– Podemos arranjar outras lá em Santa Cecília. – Annabeth comentou.

– Ahhh! Hahahahaha – Grover deu um tapinha nas costas dela – Como você é engraçada, Annie.

Entramos no trem que era separado por cabines particulares. Cada cabine cabia quatro pessoas, a nossa era a cabine oito. Lá dentro havia apenas dois sofás-cama, um disposto de frente ao outro, e bagageiros abaixo deles. Fechamos a porta da cabine. Eu e piper deitamos em um sofá-cama, Annabeth se sentou na ponta da janela, e Grover se sentou na outra ponta do sofá-cama. Piper dormiu assim que deitou, e eu acabei fazendo o mesmo.

Quando acordei já estava amanhecendo, o céu estava mesclado de azul e lilás. Piper ainda dormia abraçada em mim. Como ela conseguia ficar mais linda dormindo? Eu podia olhá-la por horas... Mas ouvi um ronco estrondoso no sofá-cama da frente.

Grover estava ocupando a maior parte, e roncava que nem um porco, enquanto Annabeth estava dormindo sentada com a cabeça encostada na janela, como se tivesse pegado no sono sem querer, vencida pelo cansaço.

Tive pena dela. Dava para notar em seu rosto, uma expressão de tristeza e apreensão. Annabeth e Percy formavam um casal não muito comum, mas se amavam de verdade. Quantas e quantas vezes ele elogiava Annabeth, admirado de sua inteligencia e bondade... Ok, confesso que eu também conversava sobre Piper. Costumávamos a rir no fim das conversas, eu o chamava de idiota e ele me chamava de retardado.

Embora o amor seja grande, a vida de semideus não abre muito espaço para a tranquilidade. Eu e Piper, Percy e Annabeth... Era raro ter alguns meses de descanço, ou uma rotina parecida com algo normal. Mas essa coisa de desaparecer nunca havia acontecido comigo ou com Piper. E se eu estivesse no lugar de Annabeth, não sei o que eu faria.

– Jay? – Piper sussurrou.

– Oi meu amor. – eu a beijei.

– Descansou? – ela sorriu.

– Sim, e você?

– Também. – ela olhou ao redor – Annabeth dormiu assim?

– Parece que sim.

– Estou preocupada com ela, Jason. – Piper franziu a testa – Ela está sentindo alguma coisa, eu sei disso. Percy já desapareceu outras vezes, e eu nunca a vi desse jeito.

– Você acha que tem algum deus por trás disso?

– Não sei, mas Annabeth não está com bons pressentimentos. E eu sei o quão poderoso é um pressentimento de amor.

– Achei muito estranho aquela hora que ela caiu no campo. – eu disse – Foi do nada, ela caiu e começou a se retorcer, como se estivesse com dor.

– Eu não vi isso. – Piper arregalou os olhos.

– Foi por isso que eu demorei de chegar até você. Se eu não estivesse protegendo-a, ela teria virado comida de hidra.

O trem diminuiu a velocidade e finalmente parou. Eu e Piper nos sentamos, e Annabeth acordou. Grover continuou de boca aberta, roncando.

– Acorda, Grover. – Annabeth disse.

Ele roncou mais alto.

– Deixa comigo Annabeth – eu disse, dando um tapa na orelha de Grover – Acorda zé!!!

– Foi só uma torta de atum! – ele gritou e acordou – Ah, oi galera.

– Chegamos, Grover. – Annabeth disse, colocando a mochila no ombro – Estamos na Vila de Santa Cecília. Percy está aqui.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hahaha, prometo a vocês que o Percy vai aparecer no próximo capítulo, mas só vou continuar com pelo menos 2 reviews. Por favor, vocês não gastam tempo nenhum com isso, e eu vou ficar muito feliz! :D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Céu Negro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.