Alvo Potter E O Mensageiro De Boráth escrita por Amanda Rocha


Capítulo 20
Uma decisão pode afetar tudo


Notas iniciais do capítulo

Ok, guys, recomendo que vocês leiam o finalzinho do outro capítulo porque esse é a continuação (como se a história toda não fosse). Então, obrigada pelos reviews e tudo o mais, quem gostou da visita do Brubock não perde por esperar, e quem ficou feliz com o perigo vindo para se estabelecer aqui nesta fanfic, pode ir conjurando patronos porque agora é só ameaça de morte, baby :3
Enfim, boa leitura :P



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– Cadê o meu pai? – perguntou Scorpius, virando-se bruscamente para Brubock. – Você sabe onde ele está?

Antes que Alvo pudesse assimilar o que estava acontecendo, Brubock puxou o capuz e, antes de desaparecer completamente, deu um olhar suplicante à Alvo e murmurou algo como “depois da batalha o viajante descansa”.

– O que?! – exclamou Malfoy, tateando o ar no exato lugar onde, segundos atrás, estivera Brubock. – Para onde ele...? Não é possível... Não é possível...

– Aparatar em Hogwarts – completou Rosa, dizendo algo pela primeira vez desde que entrara naquela sala. Ela olhava perplexa para o ponto em que Brubock evaporara, depois desviou os olhos para Alvo, apavorada: - Não é possível aparatar em Hogwarts!

– Eu sei! – retrucou Alvo, irritado. Ele passou a mão pelos cabelos, e massageou a têmpora, enquanto andava em círculos pela sala, totalmente perdido.

– O que foi isso? – perguntou Scorpius, atrás dele.

– Como ele entrou aqui? – disse Rosa. – Como ele saiu?

– Do que ele tava falando?

– Como ele saiu?

– Ele é um comensal?

– Como ele saiu?

– Calem a boca! – explodiu Alvo, no ápice do desespero. Ele estava quase se escabelando. Os dois, assustados com o tom bravo do garoto, se calaram. Alvo respirou fundo e voltou andar em círculos. – Não faço ideia...

Ele encarou Scorpius e Rosa, frustrado, e, antes que a prima perguntasse “como ele saiu?” outra vez, acrescentou:

– Não sei como ele saiu, não como ele entrou e não faço ideia de quem ele seja.

Scorpius estreitou os olhos.

– Estava falando com ele – disse, lentamente. - Do que ele estava falando? Ele é um comensal da morte?

– Eu não sei – respondeu Alvo, nervoso. – Espera, estava ouvindo atrás da porta?

Scorpius pareceu desarmado por uma fração de segundos, mas logo deu de ombros.

– Ele é um comensal da morte? – repetiu, mais alto. – Não minta!

Alvo bufou.

– Eu não faço ideia! – repetiu Alvo, indignado. – Você estava ouvindo, não entendi o que ele queria dizer!

Scorpius desviou seu olhar para Rosa.

– O que ele queria? – perguntou a ela, sério. – Do que ele estava falando?

– Eu não sei – sussurrou Rosa, com os olhos fixos em Alvo. – Ele... Ele não especificou.

Scorpius cogitou essa ideia por um momento, mas então seu rosto ficou rubro e ele deu um muxoxo de irritação.

– Não minta para mim, Weasley! – rosnou, furioso. – Sei que estão mentindo! Ele é um comensal?

– Você entendeu? – perguntou Alvo à Rosa, ignorando Scorpius completamente. – Ele falou que eu ia embarcar ou o que?

– É, ele disse isso – assentiu Rosa, retornando à realidade, lentamente. Ela olhou para o teto, fazendo força para tentar lembrar, enquanto Scorpius continuava exclamando “me respondam!”. – Disse que você pegaria carona com embarcadores à meia-noite... Que o barco deles estava ancorado no cais que faz divisa com Hogsmeade e que era pra você dizer a eles que estava à mando de... Hector?

– Hector – concordou Alvo, franzindo a testa, tentando lembrar do resto. – Disse algo sobre o fim da linha, certo?

– Me digam! – guinchou Scorpius, bravo por não estarem prestando atenção nele.

– Certo – anuiu Rosa com a cabeça, ignorando o garoto desesperado. – Disse que você precisava descer no fim da linha.

Alvo voltou a andar em círculos, com os olhos fechados, a cabeça explodindo de pensamentos.

– Ok, isso pode ser uma mensagem ou algo assim – murmurou ele, tentando entender.

– Acha que tem algo a ver com o que você perguntou? – sugeriu Rosa, hesitante.

– Não sei – respondeu Alvo, pensativo. – Talvez ele só...

– Eu conto ao diretor! – guinchou Scorpius. Sua frase teve um efeito paralisante nos primos, e o loiro imediatamente viu que havia dito a coisa certa. – Me digam a verdade ou eu conto ao Longbottom sobre o menino.

Alvo e Rosa se encararam, quase desesperados.

– Não tem verdade nenhuma, entendeu? – disse Alvo.

– Eu juro que conto – tornou Scorpius, apontando um dedo para a porta. – Juro por tudo que eu conto à ele se...

– Não vai abrir essa boca! – Alvo praticamente gritou. Scorpius tirou a varinha do bolso traseiro da jeans e a apontou à Alvo, esperando por um duelo.

– Calma – Rosa pediu, devagar. – Ele está falando a verdade, nós não sabemos o que ele quis dizer. Não sabemos quem ele é ou como ele veio parar aqui.

Scorpius a encarou, provavelmente indeciso entre acreditar ou não. Voltou os olhos para Alvo que, embora estivesse com uma varinha apontada direto para seu peito, continuava encarando Malfoy mortalmente.

– Como sabiam que ele estava aqui? – perguntou o loiro, mirando Alvo. – Ouvi você cochichando qualquer coisa sobre ele estar chamando você. Sabia que ele estava aqui, não sabia?

Mas Alvo continuou calado, fuzilando o outro com os olhos.

– Alvo! – alertou Rosa, quando Scorpius levantou a varinha outra vez.

– É uma longa história – respondeu Alvo, num tom não muito recomendado para alguém que tem uma varinha apontada diretamente para o seu coração.

Scorpius fez sinal para que ele contasse e o garoto deu um suspiro, derrotado.

– Ele já apareceu para mim antes – começou, um tanto que contrariado. – Duas vezes. Uma na minha casa e outra aqui, nesta sala. Me disse coisas estranhas que eu não entendi. O nome dele é Brubock, e há dias venho sonhando com ele me dizendo “ele os levará”. Sonhei com isso na noite de Natal, e supus que falava sobre Bob Rondres quando vi que Carlos e minha irmã haviam sumido. Quando vi a frase no quadro percebi que só podia ser ele, então vim. Isso é tudo.

Scorpius continuou o observando, mesmo depois que terminou. Parecia querer enxergar algum traço no rosto de Alvo que denunciasse que estava mentindo. Depois de analisa-lo por um tempo, pareceu desistir.

– Você disse que ele era um comensal – disse, fitando Alvo. – Como sabia?

Alvo trocou um rápido olhar com Rosa antes de responder.

– Vi um símbolo no medalhão dele – explicou Alvo, se esforçando para manter a calma. – Um símbolo que acho ser algo como a nova Marca Negra. Sabe o que ela é, suponho.

– Que símbolo? – perguntou Scorpius, ignorando a última parte.

– Uma varinha apontando para um relógio de parede – respondeu Alvo.

Malfoy pareceu tentar puxar algo na memória, mas depois encarou novamente o garoto. Apontou-lhe a varinha:

– Ele é um comensal? – perguntou, confuso.

Alvo estremeceu de raiva.

– Não sabemos – respondeu Rosa, vendo que o primo estava à beira de um ataque nervos. – Mas não acho que é possível uma criança ser comensal da morte. Mesmo que...

– Mesmo que? – disseram Scorpius e Alvo ao mesmo tempo.

Rosa apertou uma correntinha no pescoço, nervosamente.

– Mesmo que fosse filho de um outro comensal – disse ela, para Alvo, que imediatamente entendeu que ela se referia à Bob Rondres.

Scorpius fez um esforço danado para tentar acompanhar o raciocínio dos dois, mas simplesmente não era o tipo de menino que se esforçava para pensar, então logo desistiu.

– Não entendi – disse, finalmente. – Ele não é um comensal?

Alvo suspirou e virou-se de costa, achando que se continuasse encarando a expressão lerda de Malfoy por mais um segundo, iria, provavelmente, acabar metendo-lhe a mão na cara.

– Já falei que não, seu palerma – respondeu Rosa, igualmente irritada.

– Não me chame assim, Weasley! – rebateu Scorpius, ofendido.

Rosa revirou os olhos e sentou-se em uma cadeira, observando Alvo que continuava andando para lá e para cá. Scorpius guardou a varinha, devagar, e cruzou os braços, olhando de Rosa para Alvo, em expectativa.

Alvo pensou... Pensou... E pensou ainda mais. Não teve noção de quanto tempo ficou pensando, porque sempre que achava que havia terminado de pensar, esquecia-se o que havia pensado, de modo que não tinha outra opção senão pensar de novo.

– Então é isso – disse, finalmente. – Vou fazer o que ele disse.

– O que? – exclamou Rosa, levantando-se, exaltada. – Al, você não pode! Nem sabemos quem ele é!

– E que outra opção eu tenho? – murmurou Alvo, parando de andar.

– Hã, ignorar, quem sabe? – sugeriu a prima.

Alvo bufou.

– Você não entendeu... – retrucou, irritado. – Ele estava certo das duas vezes que me deu mensagens. Acho que agora pode... Pode ter sido uma tentativa de me dizer algo.

– Al, se fosse isso, por que diabos ele não poderia simplesmente te dizer? – rebateu Rosa, determinada a discordar do garoto.

– Você o ouviu! – exasperou-se Alvo. – Ele não pode me contar, é perigoso!

Rosa revirou os olhos.

– É, claro, vamos pensar na segurança dele e nos lançar noite afora – disse ela, sarcástica. – Al, a gente nem sabe quem ele é. Ele pode ser um sequestrador ou sei lá mais o que.

– Um sequestrador? – repetiu Alvo, surpreso. – Rosa, ele não tem mais que sete anos!

Rosa, por uma fração de segundo, pareceu compreender o que o primo estava falando, mas então piscou os olhos e exclamou outra vez:

– É perigoso!

Alvo bufou e revirou os olhos. Rosa realmente não entendia.

– E se esses tais embarcadores souberem algo da Lilí e do Carlos? – objetou ele, tentando mostrar seu ponto. – Um exército inteiro de aurores está atrás do Rondres, mas não sabem de nada! Rosa, essa pode ser uma pista, algo como... Como... Bem, algo!

A ruiva olhou para ele com pena, como se olha para uma criança cheia de sonhos impossíveis.

– Não podemos embarcar no navio de gente que nem conhecemos para sabe-se lá onde, Al... – disse ela, com paciência.

– Não vou embarcar – contestou ele, irritado. – Só vou ver... Ora, o que temos a perder?

– A vida!

Alvo deu um muxoxo, muito embora quisesse era dar um sacode na garota.

– Al, pelo menos... – começou ela, suplicante. – Pelo menos pense antes de fazer qualquer besteira...

Alvo a fitou por um momento. Depois virou os olhos para o alto, para o chão, e de volta para a prima. Enfiou as mãos nos bolsos e finalmente concluiu:

– Eu vou.

– O que? – exclamou Rosa, perplexa. Obviamente, a prima estivera considerando a ideia de que “pensar” podia significar “não ir”. – Al, como...? Mas por que...?

– Rosa, já decidi – cortou ele, com firmeza. – Eu vou e ponto. Jamais me perdoaria se não fosse e no fim tivesse perdido uma pista ou o que quer que seja. É minha culpa o que aconteceu a eles, é meu dever fazer alguma coisa.

– Mas... – começou a prima, porém com apenas um olhar irritado de Alvo, entendeu que seria besteira continuar. Ela revirou os olhos e suspirou, logo em seguida mordeu o lábio inferior, com uma expressão pensativa no rosto.

– Ótimo, quando nós vamos? – disse Malfoy, repentinamente.

Tanto Rosa quanto Alvo não podiam ter feito uma expressão de “o que diabos...?” melhor.

– O que diabos...? – Alvo concretizou o que sua feição dizia.

– Perguntei quando nós vamos – repetiu Scorpius, lenta e claramente, como se os dois fossem de outra nacionalidade.

Nós? – disse Rosa, surpresa. – Nós é muita gente.

– O que você tá querendo? – indagou Alvo, ao loiro.

Scorpius arqueou as sobrancelhas, com um traço de desespero, mas logo assumiu uma expressão orgulhosa e superior.

– Vou com vocês – disse, simplesmente. – Ou conto ao diretor.

– Você só pode tá brincando – murmurou Alvo, tentando se convencer. Não, aquilo não.

Por que quer ir? – perguntou Rosa, mas, antes que Scorpius pudesse repetir “vou contar ao diretor”, sua expressão mudou, e ela passou de perplexidade para espanto. – Ai meu Deus...

– O que? – disse Alvo, olhando ansioso para ela.

Scorpius vacilou o olhar por um momento, e pareceu até nervoso diante da expressão que Rosa fez.

– Ai meu Deus... – repetiu Rosa.

O que? – insistiu Alvo, já preocupado.

– Seu pai – disse Rosa, para Scorpius. – Ele sumiu, não sumiu? Por isso não deu aula hoje. Por isso você entrou quando ouviu que Brubock supostamente era um comensal! Você acha que ele está com eles!

Scorpius ficou, desta vez, completamente desarmado. Até mesmo Alvo levou um tempo para compreender, mas quando finalmente entendeu, ficou mais que abismado. Virou-se para Malfoy, mas este, após o choque inicial, retomou o olhar superior e cruzou os braços, relutante.

– Não sei do que está falando, Weasley – respondeu ele, calmo. E até seria convincente se não houvesse uma gota de suor escorrendo por sua testa.

– É, sim! – confirmou Rosa, levantando-se e apontando um dedo para Scorpius. – É por isso que quer ir conosco! Quer encontrar ele!

Malfoy balançou a cabeça, negativamente, várias vezes, tentando contra argumentar, mas sem extrair nenhum som exatamente.

– Espera, o Draco simplesmente...? – Alvo tentou entender, mas Scorpius continuou balançado a cabeça negativamente, gaguejando qualquer coisa. – Mas desde... Desde quando ele...?

Alvo olhou para Rosa, mas esta virou-se para Scorpius, tentando decifrar sua expressão.

– Calem a boca, seus idiotas – disse Scorpius, finalmente. – Vou com vocês, está decidido.

– Cara, nós não vamos ir lá brincar no parquinho – Alvo foi logo avisando.

Scorpius olhou para ele, cínico.

– Jura? – debochou.

– Vai ser à noite, Malfoy – especificou Rosa. – Você já fica se borrando de medo de ir pra Floresta Proibida, isso é fora dos limites da escola.

Scorpius refletiu sobre isso por um instante, mas depois deu de ombros. Alvo bufou, vendo que não iria conseguir se livrar do garoto.

– Ótimo, e não conte isso a ninguém – avisou ao loiro.

Scorpius assentiu.

– Espera, vai ser só nós? – perguntou, após um tempo.

– É – confirmou Alvo.

– Bem, talvez não precisa ser nós – Rosa começou, e desde já Alvo descartou essa possibilidade. – Al, talvez... Com certeza vai ser perigoso. Não é melhor chamar o seu irmão?

Alvo não havia pensado nisso. Tiago era mais velho, perito em estuporação e com certeza toparia ir até o cais de Hogsmeade. Porém havia apenas um problema...

– Não – cortou ele, suspirando. – Se algo acontecer, pelo menos meu pai ainda terá... Bom, acho que três filhos em perigo seria demais para ele.

Rosa imediatamente entendeu o tom de “algo acontecer”, mas Scorpius pareceu ficar meio espantado com o que aquilo podia significar. No entanto, voltou a assumir o ar superior.

– Escutem aqui – disse ele, após achar que já haviam acabado -, se vocês não me procurarem... Se não me chamarem, eu juro que conto ao diretor. Mesmo que forem sem mim, ainda poderei contar a ele onde estão, entenderam?

Os primos, meio contrariados, assentiram de má vontade.

– Chantagista idiota... – murmurou Alvo, observando Scorpius desaparecer pelo corredor, após dar um olhar desconfiado aos dois. – Ele vai ser um problema...

– Ah, pode ter certeza que vai... – concordou Rosa.


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Notas finais do capítulo

HAHA! A história não é nada sem um trio. Mas ok, sei que a maioria não vai gostar dessa palhaçada do Scorpius ir junto, mas entendam, o pai do moleque desapareceu, né... Enfim, o que acharam?? Reviews são lindos e recomendações muito mais #SóDizendo u.u
Capítulo novo em duas semanas *w*



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