A Profecia Dos Sete escrita por Walber Florencio


Capítulo 14
Dayane


Notas iniciais do capítulo

Pronto leitores lindos! Mais um capítulo pra vcs^^



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Fizeram o caminho de volta ao acampamento em cerca de três horas. Estavam voando muito alto, e o frio era forte. Ainda mais para Dayane, acostumada ao calor do norte do país. Mesmo assim, eles optaram por fazer o trajeto o mais longe do chão possível. Obviamente, não poderiam evitar o chão para sempre, mas queriam adiar ao máximo o reencontro com Gaia.

A ambrosia já havia curado todos os seus ferimentos. Não fosse Pomona e sua vontade infinita de reclamar sobre tudo o que passou até vir parar num país de terceiro mundo, eles teriam feito uma viagem silenciosa, perdidos em seus próprios pensamentos.

Dayane esperava que ninguém estivesse os vendo. Um dragão com três pessoas nas costas não era uma coisa que aparece todos os dias.

Quando enfim chegam ao acampamento meio-sangue, o que encontram não é nada agradável.

Mais um dos Gigantes estava atacando.

Este, bem maior que Alcioneu, parecia um ferro velho ambulante. A roupa era formada por centenas de placas enferrujadas e carcaças de carros velhos. O cabelo em dreadlocks era um emaranhado de cabos de energia. As pernas, semelhantes ao outro filho de Gaia, era de escamosa, mas a cor era vermelho-ferrugem. A arma era um cajado metálico do tamanho de dois portes de energia empilhados. Parecia furioso.

Cerca de quinze cavaleiros montados em belíssimos pégasos e armados com arco-e-flecha o atacavam por cima, liderados por Thaís.

No chão, Daniele liderava dúzias de semideuses, armados em espadas e lanças lutavam bravamente com os mais exóticos robôs humanoides feitos de lata, que pareciam cair de dentro da armadura do Gigante.

E um pouco atrás, Renée comandava o ataque com armas de fogo. Canhões, catapultas e outras armas disparavam contra a criatura, que não parecia se abalar muito a cada explosão.

Mesmo com tudo isso, o Gigante parecia resistir facilmente, e Dayane pode notar vários jovens sendo medicados ou apenas afastados do campo de batalha por semideuses que, devido às habilidades de seus pais divinos, não eram bons lutadores.

Então Festus já estava descendo. Eles já sabiam o que faltava para vencer a batalha, embora tal vitória parecesse tão distante. A ajuda de um deus. Algo em Dayane alertava que um deus só poderia ajuda-los uma vez, de modo que Pomona não seria a melhor opção para isso.

Dayane procurou por Tétis. Não a viu ali perto. Quando estavam a uma altura que ela podia ser ouvida, gritou:

- Onde está Tétis?

- Eles chegaram! – O Gigante quando os percebe, fala, com uma voz que lembrava um rádio mal sintonizado. – Já estava ficando entediado!

- Quem é você? – quer saber, Neto, empunhando sua espada.

- Me chamem de Big T... – ele fala. A carranca cheia de ferrugens que era seu rosto esboçou um sorriso, na hora que uma bala de canhão explode em seu rosto, sem efeito – Sou o Gigante criado para matar Hefesto, o seu pai... – ele aponta o enorme dedo para Neto.

Em seguida agita as mãos, atingindo Festus. O dragão começa a cair descontroladamente, mas recupera o equilíbrio.

Big T, como se autodeclarara, tenta pisotear Renée e os demais jovens, mas eles correm, abandonando as armas, que são destruídas num festival de explosões não intencionais.

Dayane pula de Festus quando o dragão chega ao chão. Ele tinha que encontrar Tétis ou qualquer outro deus, senão o anti-Hefesto os mataria.

De repente ela é cercada por dois autômatos. Seus membros eram pedaços de ferro pontudos e eles tinham mais de dois metros de altura. Dayane esquivou de um golpe surpresa e enfia a espada nas engrenagens onde ficariam o joelho de um deles.

O robô desaba e Dayane corta seu pescoço. A máquina para de funcionar. Mas o outro ainda a atacava. Desta vez ela não consegue escapar tão rapidamente e sofre um corte no braço. Mas em seguida enfia sua espada no tórax enferrujado e corta vários fios. O autômato para.

Dayane não pode evitar pensar que Neto estaria com pena de matar autômatos.

Daniele se aproxima dela, a medida que esquiva dos golpes de um robô desengonçado com uma mola no lugar da cintura.

- Que bom que voltaram! – diz ela cortando o pescoço do oponente e o destruindo.

- Precisamos da ajuda de Tétis... – diz Dayane.

- Não entendo para que... – diz Daniele – Ela nem é uma deusa guerreira...

- Onde ela está? – Dayane insiste – Depois lhe explico.

- No lago – Daniele aponta para um lago ao mesmo tempo em que enfia a espada no peito mecânico de mais um autômato. Só então parece perceber Pomona nos braços de Dayane.

Sem explicar, a filha de Hades corre até o lago, ouvindo os ruídos da batalha atrás de si.

Chegando ao lago ela chama por Tétis. Então uma cabeça surge na superfície do lago de águas cristalinas. A deusa emerge com um olhar assustado.

- Você precisa nos ajudar... Apenas com deuses e semideuses juntos poderemos vencê-lo!

Dayane deixa a cabeça de Pomona no chão, próximo a seus pés. Olha para a batalha. Nota Kelly montada em um pégaso que dava coices na cabeça de Big T. Pendurado em Festus, Neto lançava fogo no Gigante.

Então, Dayane grita ao prever uma cena. No chão, Big T levanta o pé reptiliano para esmagar alguns semideuses. Abaixo dele, Renée não consegue correr a tempo e some debaixo de seus pés. Dayane fica em choque.

Só consegue agir novamente, quando Tétis, também desesperada pela menina sai da água e materializa uma espada.

As duas se aproximam a passos largos da batalha, juntas. Tétis gotejava água e tinha a aparência de uma das lendárias ninfas, mas estava pronta para a batalha.

Dayane esperava que Renée estivesse bem. Partiu para cima de Big T e começou a escala-lo, como fez com Alcioneu. Mas desta vez, o Gigante é mais ágil e sua armadura feita de latas enferrujadas não ajuda em nada na subida. Dayane escorrega e cai.

Quando atinge o chão, caindo de costas, Dayane sente a respiração falhando e um osso fraturado. Ofegante, rasteja até o corpo imóvel de Renée. Quando estava se aproximando da menina, sente seu corpo levantado. Eram semideuses não combatentes. Sente o gosto doce da ambrosia em sua boca.

Percebe pelo canto do olho Tétis e Neto atacando o Gigante juntos. A deusa, com jatos de água que trazia do lago. O semideus, com rajadas de fogo. Juntos, geravam um vapor tão contrastante que deixava Big T desorientado e mais suscetível ao ataque dos cavaleiros e das armas dos jovens.

Dayane procura por Renée. Então vê o garoto moreno, o outro filho de Hefesto, chorando com a irmã nos braços. Ela sente um aperto no coração.

Se solta dos braços dos curandeiros e corre até a menina.

- Renée! – ela grita, caindo de joelhos ao lado dela.

A filha de Hefesto abre os olhos roxos. Seu rosto estava muito machucado, assim como o resto de seu corpo. Ela sorri para Dayane.

- Você cumpriu sua promessa... – Renée diz com os olhos cheios de lágrimas. – Está bem... Pena que eu estou morrendo... Adeus, minha melhor amiga...

Então uma última lágrima escorre e os olhos da menina se fecham.

Dayane começa a chorar.

No entanto, seus lamentos são interrompidos por uma explosão maior que as anteriores.

Big T parecia sofrer um curto-circuito de proporções colossais. Seu imenso corpo desaba, pedaço por pedaço. O ferro se tornado pó e areia. Mas Dayane nota também Festus imóvel num canto. Nota que a cabeça do dragão estava irreconhecível.

“Os sacrifícios mal começaram...”, Dayane escuta em sua mente. Reconhece a voz seca e ancestral de Gaia.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que estão achando? OHMIGODS só falta mais um capítulo!! :)



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