O Playboy E A Abusada... escrita por Alponcho Scharf
Os dois estavam no banheiro. Daniel apoiado sobre a porta e José parado a sua frente respirando ofegante e descontroladamente.
– Será que ela vai estudar aqui? - perguntou o amigo de José apoiado ainda na porta.
– Claro que não! - meio que gritou o garoto de cabelos negros.
– Como você sabe que não, José? - indagou o amigo esperando uma resposta.
– Ta na cara que ela não tem dinheiro para pagar uma matrícula no Beta... - respirou e continuou - ... nós discutimos por causa de um celular vagabundo - ele passou a mão de leve pelo topete e virou-se olhando para o espelho e pensou numa hipótese e virou para seu amigo ainda posto na porta - Será que foi as câmeras que me denunciaram ou ela é ...
– Bolsista! - balançou a cabeça - Mas ...
– Mas o quê? - perguntou José com algum resto de esperança.
– Bolsista aqui nessa escola é bem raro , só temos dois ou três bolsistas aqui no Beta - confirmou para o amigo o deixando mais desesperado.
– Então ela veio atrás de mim - disse pensativo - Cara, to ferrado.
– Vai pedir desculpas a ela e pronto. Fala que dá outro celular para ela ... - disse o amigo intacto sobre a porta, ainda.
– Não! Só vou comprar o celular - disse estufando o peito.
– Você se esqueceu que quase matou ela também? - Daniel estava gostando de ver o amigo orgulhoso se rebaixar um pouco.
– Pare Daniel, ela nem morreu e não aconteceu nada com ela - José deslisava língua sobre os lábios superiores, parecia um tipo de tique-nervoso.
– Vamos sair daqui com cuidado, é tudo ou nada - falou Daniel olhando pela fresta da porta.
Os dois foram para o corredor em direção ao laboratório e entraram na sala toda branca e com grandes mesas de mármore e se sentaram um ao lado do outro já que a próxima aula era de Química.
Trinta minutos depois, Daniel estava posto na porta olhando pela pequena janela de vidro o movimento pelo corredor congestionado do Beta. Assim, os alunos que teriam aula na sala começaram a entrar.
Enquanto Daniel dava uma varredura em todo Beta atrás da garota, José estava no laboratório esperando o amigo voltar para ele poder ir embora. Até que Daniel volta depois de olhar cada canto do Beta.
– Vamos, tudo limpo - falou Daniel.
– Vamos, antes temos que passar la na sala da Chapa e pegar os panfletos das inscrições para os novos membros se inscreverem.
Assim os dois seguiram para a sala da Chapa Blanco.
A sala lembrava um escritório e nela tinha vários quadros com o emblema da chapa, que era um leão pintado a óleo e o nome Blanco com uma caligrafia impecável. Parecia um quadro pintado por Da Vince e tinha cara de caro. O resto da sala era pintado a verde escuro e azul-marinho em estilo medieval com portas e janelas de madeiras brutas pintada de negra e sobre as paredes tinha poster de banda, chiclete grudado, pinturas, e fotos dos membros em toda parte.
Pegando as folhas das inscrições na gaveta da mesa-mestra, José tranca a mesa e sai com o amigo em direção a porta que e invadida pela inspetora Silvia e a garota.
– Bom! Sra. Rodriguez, essa é a sala da Chapa Blanco... o dono da chapa ai.. - a inspetora aponta para o garoto que deixa as folhas cair no chão ao ver a garota - Sr. Blanco, você está bem?
Os olhos da garota arderam ao ver o seu quase assassino e o destruidor de celular. Ela ficou calada ao ver o garoto todo atrapalhado ao chão e virou para Daniel sorrindo, e assim o garoto o retribuiu.
– Vejo que o Sr. já imprimiu as inscrições para a chapa - disse a inspetora parando ao lado da garota.
– Sim-sim, Senhora. - sem contato visual ele se levantou e parou ao lado do amigo.
– Essa é a aluna nova do Beta - olhou a inspetora para a garota sorrindo - Comprimente-os Sra. Rodriguez.
E assim ela fez, apertou a mão de Daniel que olhou para a garota com um sorriso meio patético no rosto e ela se virou para José e apertou sua mão. Seus olhos observaram todo o garoto e o soltou. Ela estava adorando esse nervosismo.
– Bom, Sra. Rodriguez, essa é a última sala que lhe mostro. Vou deixa-lá aqui, porque terei que fazer muitas coisas, esses alunos daqui são muito bagunceiros - ela olhou para Daniel e José - Seja bem-vinda ao Beta - A inspetora Silvia sorrir para a garota e diz : - Você vai ficar bem? - perguntou ela para a garota.
– Pode deixar Senhora, estou ótima - disse ela para inspetora que saiu da sala deixando os três jovens sozinhos.
– Oi! - disse Daniel.
– Nos encontramos - virou ela ajeitando os fios negros de seu cabelo atrás da orelha.
– Eu lhe darei outro celular - ele saiu andando em direção a porta mas ela segurou seu braço.
– Calma ae! Onde você pensa que vai? - sem contato visual, disse ela.
– Estou ocupado..digo, estamos ocupados, vamos Daniel - ele tentou escapar mas ela não o largou.
Daniel pegou os papeis da mão do garoto e saiu deixando-o surpreso.
– Belo amigo esse - pensou o garoto.
– A sós. Bom garoto, acho que me deve desculpas - ela o soltou e foi em direção a porta a fechando e parando em frente a ele, assim, os dois ficaram se observando.
– Não é para tanto. Olha para você. Sem um arrainhão
Verdade! Ele a observou naquele shorts curtos, blusa curtas e um tênis all star de cano longo até a canela , a deixando despojada e sensual.
– Mais sem celular... e por pouco sem vida - Olhos cinzas observavam o garoto de topete - Ou me pede desculpas ou terei que falar com a inspetora sobre o incidente com um filhinho de papai que eu tive hoje cedo.
José sorriu mas sem humor. Dava para ver que ela não fazia parte do mundo dele.
– Não vou pedir - ele caminhou até ela ficando a sua frente. - Pode sair de frente da porta?
Ela balançou a cabeça negativamente. Ela estava determinada a tirar um pouco de orgulho daquele garoto.
– Ou desculpas ou um celular novo!
– Onde vou arranjar um celular aqui? - disse ele sem tirar os olhos dela.
– Então me pede desculpas, oras. - cruzou os braços.
Quem é mais orgulhoso?
– Não! - ele balançou a cabeça negativamente.
– INSPETORA SILVIAAAAAAAAAA! .... - ela gritou.
Sim ela gritou. ( risos)
Em um movimento rápido ele tapou a boca da garota com uma das mãos e a empurrou para a porta fazendo que seus corpos ficassem grudados.
– Fique quieta - disse ele pondo a outra mão no bolso.
Assim ele tirou a mão da boca da garota pedindo para ela ficar quieta.
– O que você está fazendo com essa mão ai? Desgrude de mim - ela tentou empurrar ele, mas, sem sucesso.
Ele tirou seu celular da ultima geração do bolso e a entregou.
– Fique com o meu até eu comprar outro - ele se afastou dela - Não conte para ninguém o que aconteceu.
– Vou te dar um prazo de dois dias até você me dá outro celular. Se não ... - ela balançou o celular em frente ao seu rosto.
– Se não o quê? - ele a segurou no braço.
– Acho que hoje já mantemos contato físico o bastante - ela se soltou dele e saiu porta a fora e ele foi atrás dela - Não demore muito em filhinho de papai, se não bye bye celular.
Ela saiu desfilando corredor a fora. A essa hora o Beta estava vazio. José ficou a observando com uma carranca na cara.
– Mas que garota petulante - disse ele sussurrando e lamentando pelo seu celular está em mãos de estranhos.
– Ela e linda, né? - disse a voz feminina da inspetora atrás dele - É inteligente, tem um gênio forte e não parece bolsista - falou ela para o garoto.
– Eu vou ter aula com ela todos os dias?
– Sim! Vai.
– Cadê a faca para enfiar na minha jugular e me matar mais rápido? - sussurrou o garoto
– Que? Falou algo? - perguntou a inspetora
– Nada, não.
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