"Viajo na minha subjetividade e te encontro

Lambendo meus sentidos"...

No final de uma longa noite, April receu esse bilhete, jogado em cima de sua pilha de tristezas e um bolo de poeira... Era estranho, era incomum que alguém a tenha escrito um bilhete, ainda mais com aquelas palavras.

Qual o motivo daquilo?

Lendo mais atentamente, o bilhete se estendia:

"E nesses dias estranhos, nada cabe em mim.

Nada é tão forte para me tirar desse transe

Toda revolução leva tempo, e que tempo amargo

Não quero mais isso em mim

Quero sentir o que não defino o que não conheço

Mesmo que não seja o melhor pra mim

Prefiro o inferno a mesmice desses dias tão longos"

Sombriamente aquelas palavras ecoavam na mente de April, que já as tinha escutado em algum lugar de alguma forma misteriosa. Nunca soube do paradeiro de seus pais e fora criada em um reformatório, onde era constantemente explorada e humilhada.

Mas era em seus sonhos atormentados que seus pais se comunicavam com ela e sempre indicavam um lugar escuro, que se assemelhava à um antigo teatro abandonado e April sempre acordava sobressaltada e com uma sede insaciável,quase cortante em sua garganta.

Era a sede da imortalidade que gritava em sua garganta.

Pois sua linhagem era essa e não teria como escapar, era seu destino: se tornar uma vampira.

E isso aconteceria de uma forma inesperada, mas aconteceria.

E April sentia calafrios ao pensar nessa possibilidade, mas sua sede não cessava e a atormentava cada vez mais;