As Aventuras De Thalia - Um Mundo Novo escrita por Stephany Pevensie
Notas iniciais do capítulo
Oi, espero que gostem :)
No dia seguinte acordamos no horário normal. Só teríamos aulas com Lorenzo ao fim da tarde, pois antes disso haveria a seleção do Guardião.
Não sei por que um Guardião seja necessário já que temos todo tipo de proteção e vários guardas. Mas como Lorenzo disse : regras são regras.
Sentamos em nossos tronos e esperamos os candidatos.
– Eu vou fazer perguntas para eles e vocês dizem o que acham, mas eu vou dar a palavra final. - Disse Lorenzo enquanto segurava uma prancheta.
O primeiro candidato se chamava Gun e tinha uns quarenta anos e não sabia manejar um espada. Rejeitamos na hora. Ele foi o mais velho dos candidatos. Os outros não pareciam muito seguros de que queriam estar mesmo ali. Alguns não sabiam usar espada. Eu e os outros achamos quem um jovem de vinte cinco anos serviria, porém Lorenzo o rejeitou.
– Já acabou? - Perguntou Ítalo impaciente.
– Creio que sim... Espere! Falta mais um. - Disse Lorenzo.
Eu só queria andar um pouco não aguentava mais ficar sentada ali vendo pessoas entrando e saindo do salão dos tronos.
Um garoto entrou no salão. Quando prestei mais atenção percebi que era o garoto que eu havia visto no Festival. Ele devia ter mais ou menos nossa idade, por que se candidatou?
– Boa tarde, Majestade e ...? - Disse o garoto se ajoelhando.
– Lorenzo. - Respondeu Lice.
– E Lorenzo.
– Mostre o que sabe fazer. - Disse Lorenzo pegando sua espada.
Não acredito que ele ia mesmo duelar com o garoto.
– Precisa de uma espada? - Perguntou Lorenzo.
– Não já tenho a minha. - Respondeu o garoto pegando sua espada.
Os dois se distanciaram um pouco e começaram o combate. Tudo era tão rápido e preciso que só se via riscos prateados no ar e o se ouvia o bater de espadas. O garoto conseguiu desarmar Lorenzo, e ainda conseguiu pegar a espada do adversário no ar. Quando a pegou, cruzou as duas espadas no pescoço de Lorenzo.
– Impressionante. - Disse Lorenzo. O garoto abaixou as espadas e devolveu a de Lorenzo.
Fiquei boquiaberta. Como ele conseguiu desarmar Lorenzo? Que era um dos melhores espadachins que eu tinha visto. Os outros também pareciam bastante surpresos.
– Você o deixou ganhar só pode. - Acusou Ítalo.
– Majestade, eu não o deixei ganhar, lhe garanto.
Ítalo não pareceu satisfeito. Não deve ter gostado da demonstração pois o garoto deve ter a mesma idade que a dele e mesmo assim consegue ser muito melhor que ele em combates com espadas.
– Você é feiticeiro? - Perguntou Lorenzo.
– Sim, mas não tenho muita prática. - Respondeu o menino.
– Mostre o que sabe.
Ele se virou para Lice e olhou fixamente para o espelho que segurava. O espelho voou da mão de Lice, que se sobressaltou, e foi para a mão do candidato.
– Ótimo. Pode aprender com o tempo mais feitiços. Qual o seu nome? E sua idade?
– Nicolau, mas me chame de Nico. E tenho treze anos.
– Como um garoto da minha idade vai me defender? Ficou doido, Lorenzo? - Disse Ítalo.
– Talinho, você ainda não fez treze. - Lembrou Lice.
– Que seja. Mas ele é jovem demais.
– Bem, ele me parece muito capaz apesar da idade. - Disse Lorenzo. - Só Ítalo discorda quanto a minha escolha do Guardião?
– Concordo com a escolha.
Hector acenou com a cabeça.
– Que seja. Só devolva meu espelho. - Disse Lice indiferente.
Magicamente o espelho voltou para Lice.
– Não vão se arrepender da escolha, eu garanto. - Disse Nico dando um leve sorriso.
Ítalo bufou.
– É oficial você é o Guardião de vossas majestades. Vou pedir que algum criado arrume um quarto para você, já volto. - Lorenzo sumiu por um corredor como sempre.
Ficamos em silêncio.
– Então... Acho que vou para o meu quarto...- Disse Lice.
– Vamos ter aula quando Lorenzo voltar. - Lembrou Hector.
– Ah... é.
– Vocês têm aula de que? - Perguntou Nicolau.
– Feitiço, história, boas maneiras... - Falei.
– Parece ser legal. Nunca tive aulas. - Comentou.
– Espere, você fala a nossa língua. De onde você é? - Disse Hector.
– Sou de lugar nenhum. - Ele deu um suspiro.
– Como assim você nunca teve aulas? - Perguntei.
– Nunca tive ninguém para me ensinar. - Disse ele num tom triste. - Eu observava outros fazerem e aprendi certas coisas sozinho.
– Mas e seu pai e sua mãe? Ninguém da sua família te ensinou? - perguntou Lice parando de olhar para o espelho.
– Meus pais morreram e não tenho família, se tenho não sei onde estão.
– Então você vive de roubar as coisas dos outros com magia? - Disse Ítalo em tom implicante.
Nicolau arregalou os olhos.
– Não entenda Ítalo mal, ele é irritante mesmo. Lice pode confirmar. - Falei.
– É verdade. Ele ama irritar os outros, principalmente à mim. Ele fica me chamando pelo meu nome verdadeiro, o que eu detesto. - Disse Lice arrumando o cabelo.
– Assim como você, Doralice, me chama por um apelido que eu não gosto! - Disse Ítalo.
– Não me chame de Doralice, Talinho. - Ela desgrudou os olhos do espelho para encará-lo.
– Não me chame de Talinho, Doralice!
– Então não me chame de Doralice, Talinho!
– Se eles estão brigando na sua frente, Nico, considere-se nosso amigo. - Falei.
– Já sei! - Disse Hector.
Ele apontou para Lice e Ítalo e disse:
– Silencius.
Os dois perderam a voz. Continuaram abrindo e fechando a boca, mas nenhuma voz saia. Eles continuaram brigando, mas agora brigavam com Hector.
– Bem melhor.Queria ter descobrido esse feitiço há um tempo. - Disse Hector.
– Eles vão ficar assim para sempre? - Perguntou Nico.
– Não. Só vão ficar assim até eu fazer o feitiço para eles voltaram ao normal. Ou seja só quando se acalmarem. - Disse Hector.
– Ah...sim. Vocês não são daqui? Ou são?
– Não somos. Está em Devonne há pouco tempo? - Perguntei.
– Há uma semana cheguei por um portal. Eu descubro portais e entro neles para ver onde vai dar. - Disse Nico.
– Você não tem medo de cair em algum lugar sombrio? Sei lá, com monstros? - Disse Hector surpreso.
– Ah, isso já aconteceu uma vez. Mas mesmo assim continuo entrando em portais. Não fico muito tempo no mesmo lugar, por isso eu disse que eu não sou de lugar nenhum.
– Se não gosta de ficar muito tempo no mesmo lugar por que veio se candidatar?
– Eu resolvi ficar uma temporada aqui. Não se parece nem um pouco com o lugar que eu nasci, então isso me agrada não me traz lembranças desagradáveis. - Disse fazendo um careta.
– Você só não fica num lugar por muito tempo por causa das lembranças desagradáveis do seu passado? - Falei.
– É mais ou menos isso.
– Desculpe se isso pode incomodar, mas saiu de casa com quantos anos? - Perguntou Hector.
– Com oito, quando minha mãe morreu. Eu já tinha a minha espada, que fora de meu pai, e comecei a treinar sozinho um tempo para esquecer das coisas. Enfim, como vieram parar aqui? - Perguntou desviando do assunto.
– Por um portal também. Foi um acidente. Nós sentamos em um arbusto e quando vimos estávamos caindo em um túnel com pontinhos brilhosos. - Disse Hector.
– Caímos no campo de margaridas. Foi realmente estranho, principalmente porque eu havia descoberto no mesmo dia que era feiticeira. - Comentei.
– Você não sabia? - Perguntou Nicolau surpreso.
– Sim, eu vivia num lugar que vocês consideram anormal, o mundo dos sem magia. Confesso que prefiro aqui do que lá. - Falei.
– Qual era o problema de lá, fora o fato de não ter magia?
– A convivência com as outras pessoas era difícil... Eu não tinha amigos. Mas quando vim para cá conheci Lice, Ítalo e Hector, e apesar de serem meio malucos, são meu amigos,meus primeiros amigos.
Lice e Ítalo estavam quietos prestando atenção no que eu havia dito.
– Eu também não tenho amigos, mas acho que às vezes a solidão é uma ótima companhia. - Disse Nico.
Lice bateu no ombro de Hector e apontou para a garganta. Ele entendeu a mensagem e disse:
– Barulus.
– Thalia, você nunca nos contou sobre a sua vida antiga... Nunca pensei que você fosse excluída... - Disse Lice.
– É eu era, mas para que ficar pensando no passado? Por que não mostramos o castelo ao Nico já que Lorenzo parece que vai demorar? - Sugeri.
– As próprias majestades me mostrarem o castelo será uma imensa honra. - Disse Nico.
– Não precisa nos chamar de majestades. - Disse Hector.
– Precisa sim. - Disse Ítalo numa falsa tossida.
– Talinho, o Nico vai virar nosso Guardião agora, e ele parece ser uma pessoa legal. Portanto não precisa. - Falou Lice com reprovação.
– Está bem. Nicolau, não é necessário nos chamar daquele jeito. - Disse Ítalo de má vontade.
Ítalo foi na frente pelo corredor; eu,Nico e Hector logo atrás e Lice por último olhando no espelho se havia algo de errado no espelho. Quando a coroação começou a se aproximar Lice passou a ser muito vaidosa e um pouco distraída, mas fora isso estava normal.
– Você pode me ensinar a lutar com espadas daquele jeito? - Perguntou Hector animado.
– Claro, majes... Hector.
– Também quero ter aulas. - Falei.
– Você quer aprender a lutar com espadas?! - Disse Nico espantado.
– Sim. Algum problema?
– Não é que... Nunca vi uma menina que fosse querer aprender. - Disse Nico um pouco envergonhado.
– É verdade. Lice é uma dessas que não iria querer. - Concordei.
– O que tem eu? - Perguntou Lice parando de prestar atenção no espelho.
– Estávamos falando que você nunca ia querer aprender a lutar com espadas. - Disse Hector.
– Doralice?! Hahahaha. Ela nunca iria querer! - Disse Ítalo se metendo na conversa.
– Por mais que eu não goste de concordar com Talinho... Ele tem razão. Eu nunca iria querer aprender. Sangue. Suor. Nada disso combina comigo. Gosto apenas de feitiços mesmo.
– Esta é a Sala de Jantar. - Disse Hector quando entramos na sala, interrompendo Lice.
– Vocês jantam aqui todos os dias? - Disse Nico maravilhado.
– Sim. E se quiser pode jantar conosco. - Falei.
– Não, eu não comeria na mesa de vocês,reis e rainhas.
Mostramos boa parte do castelo. Mostramos a Sala de Reuniões,a cozinha e outros. Obviamente não mostramos o último andar, que até hoje Lorenzo nunca mencionou conosco. Voltamos à Sala dos Tronos quando terminamos, e Lorenzo no esperava lá.
– Onde você estavam? Estão atrasados para a aula. - Disse Lorenzo.
– Estávamos mostrando o castelo para Nicolau, para ele não se perder. - Disse Lice.
– Entendo. Nicolau, Belle irá lhe mostrar seus aposentos. Se tiver algum pertence que não esteja com você,os criados irão pegar. O jantar é às sete da noite.
Nico acompanhou Belle pelas escadas.
– Antes de irmos para a sala, devo avisar que vocês terão, a partir de amanhã, aulas de equitação e de espadas.
– Espere... Você vai trazer os cavalos aqui para dentro para termos a aula? - Perguntou Lice.
– Deixe de ser tapada, Doralice. Ele quis dizer que vamos sair do castelo. - Disse Ítalo.
– Mas você não disse... - Começou Hector.
– Sim eu sei o que eu disse, porém, como vocês não sabem andar à cavalo você terão aulas ao ar livre de vez em quando, agora que temos um Guardião e o povo parece que gostou de vocês. - Explicou Lorenzo.
– Quer dizer que se não gostassem de nós iriam tentar nos matar? - Perguntou Lice.
– Sim... Haveriam revoltas, mas eles estão confiantes de que vocês são mesmo as crianças da profecia. Mais alguma pergunta? Não? Então vamos para a aula.
Seguimos Lorenzo para mais uma aula de história.
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