As Aventuras De Thalia - Um Mundo Novo escrita por Stephany Pevensie


Capítulo 2
Caindo e Caindo


Notas iniciais do capítulo

Oi.



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Meus pais só podem estar de brincadeira, só pode ser pegadinha. Ou talvez enlouqueceram quem sabe. Não existem feiticeiros. Não existem contos de fada. Não existe final feliz. Isso é cientificamente impossível. Tudo bem que o que tem acontecido é realmente muito estranho, mas eu nunca seria feiticeira.

– Vocês só podem estar brincando comigo. Feiticeiros não existem.

– Existem sim, tanto que eu sou um.

– Pai, para de brincadeira isso não tem graça.

– Quer uma prova, não é? Só acredita vendo. Ok.

Ele olhou para um vaso de plantas que estava em cima da lareira. Levantou a mão ainda prestando atenção no objeto. O vaso começou a voar e foi ao encontro da mão do meu pai. Foi realmente impressionante mas deve ser apenas um truque de mágica.

– Então...? - Perguntou.

– Isso não foi suficiente. Qualquer mágico faz algo como isso. E mesmo que nós fôssemos mágicos, não deveríamos viver em um mundo mágico ou algo do tipo?

– Deveríamos, mas como sua mãe é uma pessoa normal, achamos que talvez você nascesse sem poderes, então resolvemos morar aqui sem magia.

– Então se há um mundo mágico, como um humano comum saberia da existência dele?

– Por acidente. Sua mãe nos descobriu caindo em um dos portais.

– E do que adianta eu saber que sou feiticeira?

Ainda estou desconfiada de que seja uma pegadinha de mal gosto. Mas porque eles fariam isso?

– Nós vamos voltar a morar no mundo mágico. Já que é feiticeira não vai se sentir bem convivendo com pessoas que não sejam que nem você.

Talvez isto explique o fato de eu não me sentir da mesma espécie que os outros da escola.

– Quando nós vamos?

– Agora mesmo. - Disse minha mãe.

Meu pai pegou uma caneta e balançou-a em linha reta no ar. Uma fenda foi se formando até ficar do tamanho de uma cama de casal, o fundo da fenda era verde. Começou a ventar.

– Só atravessar. - Disse meu pai.

Nós três atravessamos juntos a fenda. Fechei bem os olhos por causa do vento. Senti uma brisa em meu rosto e abri os olhos. Estávamos em uma vila, havia várias árvores, havia varias casinhas bonitinhas. Então era verdade.

– Antes de falarmos com eles vamos mostrar para ela onde eu morava. - Falou meu pai.

– Ok, eles vão querer botar a conversa em dia o que vai demorar.

Fomos nos distanciando da vila, e nos aprofundando pela floresta. Até que chegamos em uma árvore que havia uma casinha de madeira na copa.

– Quando eu e sua mãe nos conhecemos, eu morava aqui. Bom saber que não foi destruída pelo tempo ou por alguém. - Disse meu pai.

– Você morava ali. - Digo surpresa.

– Sim, seu avô que fez para mim, e depois que meus pais morreram, perdi a casa, então sobrou apenas minha velha casa da árvore.

– Meus avós morreram como?

– É uma longa história, querida, agora vamos voltar.

Então meu pai ficou órfão e passou a morar em uma casa da árvore, nós viajamos por uma fenda e ele fez um vaso voar até ele. Só posso estar sonhando. Voltamos para a vila. Minha mãe bateu na porta de uma casa azulada.

– Pelo visto ela ainda ama azul. - Comentou minha mãe.

Uma moça de cabelos azuis e olhos azuis elétricos atendeu a porta.

– Valentina! Leonard! Mas que surpresa boa, pensei que nunca mais voltariam para o Vale.

Eles se abraçaram por um tempo e logo se soltaram.

– Que bom que você está bem. Alessa esta é minha filha, Thalia.

– Olá. - Disse Alessa para mim.

– Você tem o cabelo azul! - Foi a única coisa que consegui exclamar.

– Foi exatamente isso que sua mãe disse quando me conheceu alguns anos atrás. Tal mãe, tal filha.

– Onde está Dolabela? - Perguntou minha mãe.

– Está em casa fazendo um daqueles experimentos dela. Eu também tive filhos.

– Com o Paolo?

– Sim, gêmeos. Doralice e Hector. Até apresentaria vocês a eles agora, mas estão brincando por aí com o filho de Dolabela, Ítalo.

– Ela também teve um filho, mas com quem?

– Vocês não o conhecem, até porque ficaram tanto tempo longe daqui...

Eles continuaram conversando. Até que uma hora chegou a mulher chamada Dolabela. Ela tem os cabelos pretos e olhos cor de mel. Fiquei completamente excluída depois de ser apresentada para Dolabela. Decido me distanciar um pouco. Me sentei apoiada em um tronco de uma árvore e fiquei escutando música.

Tudo está tão confuso. É muita informação de uma vez. Vou começar a morar aqui não conheço ninguém. Meus pais parecem ter sido bem felizes aqui.

Do nada três crianças apareceram na minha frente.

– Só pode ser ela. - Sussurrou o garoto de cabelos pretos e olhos cor de mel para os outros. - E aí gatinha, qual é o seu nome?

– Thalia, por quê? - Respondo um pouco agressiva.

– Gatinha estressada, hein.

– É que ela já deve ter sentido que você é um chato de galocha, Talinho. - Disse a garota de cabelo preto azulado e olhos azuis elétricos.

– Não me chame de Talinho! - Disse irritado. - Minha mãe parou de me chamar assim desde quando eu tinha oito anos!

– Talinho, você não sabe que mentir é feio?

– Para de me chamar assim!

Os dois começaram a discutir. Então olhei para o garoto que não havia falado nada até agora. Ele é extremamente parecido com a garota, parecem até serem gêmeos.

– Eu sou o Hector, tenho doze anos. Esse é Ítalo, ele tem treze anos...

– Treze anos e meio! - Corrigiu Ítalo.

– Treze anos e meio, e essa é minha irmã gêmea Doralice.

– Eu já não disse que detesto que me chamem de Doralice, Hector? - Disse Doralice o fuzilando com os olhos. - Thalia, desculpe o erro do meu irmão, me chame apenas de Lice.

– Lice, não é culpa minha se nossa mãe escolheu um nome para você, e que você o detesta. - Explicou-se Hector.

– Espero não ter que repetir isso. - Disse Lice.

– Doralice. - Disse Ítalo em tom provocante. - Doralice...

– Cala a boca. - Disse Lice dando um empurro em Ítalo.

– Pessoal, chega. Ela mal conhece a gente e já vai pensar que somos anormais. - Disse Hector separando-os.

– Nós já somos anormais, pessoas normais não tem magia.

– Me chamou de anormal? Geralmente as garotas me chamam de gatinho. - Se gabou Ítalo.

– Tem certeza de que você é filho da Dolabela?

– Tenho, por quê?

– É que você é muito diferente da sua mãe. Ela é inteligente e humilde enquanto você... como posso dizer educadamente... é o contrário dela. - Digo.

– Você me chamou de burro?!

– Mais ou menos isso.

– Valeu, Thalia. - Lice bateu a palma da mão na minha.- Eu nunca iria ter uma ideia de insulto desse.

Ítalo a olhou de cara amarrada.

– Bem vamos brincar de alguma coisa? Que tal pique-pega? Sabe brincar, Thalia? - Perguntou Hector.

– É claro que sei.

– Ok. Ítalo está com você.

– Ah, de novo. - Reclamou.

Lice, Hector e eu começamos a correr. Quando Ítalo começou a se aproximar, Hector e Lice sumiram no ar. Olhei para trás e Ítalo não estava mais lá. Senti uma mão encostar em meu braço.

– Peguei. - Disse Ítalo.

Doralice e Hector apareceram do meu lado.

– Como vocês...? - Perguntei.

– Definitivamente você não sabe brincar de pique-pega. - Disse Lice.

– Eu só sei do jeito normal.

– Normal? - Perguntou Ítalo confuso.

– Ainda não sabe se teletransportar, não é? - Perguntou Hector.

– Não sei. - Respondo.

– Você só tem que pensar no lugar que você quer ir, mas como somos crianças...

– Vocês que são crianças, eu tenho treze anos e meio, sou adolescente. - Interrompeu Ítalo.

– Está bem... Agora não me interrompa. Nós não podemos ir tão longe. Podemos recomeçar?

– Sim. - Digo.

– Ainda está com você Ítalo.

– Droga! Um, dois, três... Já!

Nós começamos a correr. Eu quero ficar atrás do Ítalo. Eu, Hector e Lice sumimos ao mesmo tempo. A sensação é de que você está voando e que está invisível. De repente me vi olhando para as costas de Ítalo, toquei o braço dele, ele olhou para trás, mas eu já estava perto da árvore onde eu havia me sentado.

Brincamos por uns quarenta minutos. O pique-pega é um pouco demorado porque sumimos a todo momento.

– Cansei! - Disse Lice.

– Eu também. - Disse Ítalo.

– Todos nós estamos cansados. - Disse Hector.

– Verdade. - Concordo.

Nos sentamos de costas para um arbusto. Sinto algo sugar minhas costas.

– O que é isso? - Pergunto.

De repente todos nós somos sugados para um buraco e começamos a cair.


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