As Aventuras De Thalia - Um Mundo Novo escrita por Stephany Pevensie
Notas iniciais do capítulo
Oi.
Meus pais só podem estar de brincadeira, só pode ser pegadinha. Ou talvez enlouqueceram quem sabe. Não existem feiticeiros. Não existem contos de fada. Não existe final feliz. Isso é cientificamente impossível. Tudo bem que o que tem acontecido é realmente muito estranho, mas eu nunca seria feiticeira.
– Vocês só podem estar brincando comigo. Feiticeiros não existem.
– Existem sim, tanto que eu sou um.
– Pai, para de brincadeira isso não tem graça.
– Quer uma prova, não é? Só acredita vendo. Ok.
Ele olhou para um vaso de plantas que estava em cima da lareira. Levantou a mão ainda prestando atenção no objeto. O vaso começou a voar e foi ao encontro da mão do meu pai. Foi realmente impressionante mas deve ser apenas um truque de mágica.
– Então...? - Perguntou.
– Isso não foi suficiente. Qualquer mágico faz algo como isso. E mesmo que nós fôssemos mágicos, não deveríamos viver em um mundo mágico ou algo do tipo?
– Deveríamos, mas como sua mãe é uma pessoa normal, achamos que talvez você nascesse sem poderes, então resolvemos morar aqui sem magia.
– Então se há um mundo mágico, como um humano comum saberia da existência dele?
– Por acidente. Sua mãe nos descobriu caindo em um dos portais.
– E do que adianta eu saber que sou feiticeira?
Ainda estou desconfiada de que seja uma pegadinha de mal gosto. Mas porque eles fariam isso?
– Nós vamos voltar a morar no mundo mágico. Já que é feiticeira não vai se sentir bem convivendo com pessoas que não sejam que nem você.
Talvez isto explique o fato de eu não me sentir da mesma espécie que os outros da escola.
– Quando nós vamos?
– Agora mesmo. - Disse minha mãe.
Meu pai pegou uma caneta e balançou-a em linha reta no ar. Uma fenda foi se formando até ficar do tamanho de uma cama de casal, o fundo da fenda era verde. Começou a ventar.
– Só atravessar. - Disse meu pai.
Nós três atravessamos juntos a fenda. Fechei bem os olhos por causa do vento. Senti uma brisa em meu rosto e abri os olhos. Estávamos em uma vila, havia várias árvores, havia varias casinhas bonitinhas. Então era verdade.
– Antes de falarmos com eles vamos mostrar para ela onde eu morava. - Falou meu pai.
– Ok, eles vão querer botar a conversa em dia o que vai demorar.
Fomos nos distanciando da vila, e nos aprofundando pela floresta. Até que chegamos em uma árvore que havia uma casinha de madeira na copa.
– Quando eu e sua mãe nos conhecemos, eu morava aqui. Bom saber que não foi destruída pelo tempo ou por alguém. - Disse meu pai.
– Você morava ali. - Digo surpresa.
– Sim, seu avô que fez para mim, e depois que meus pais morreram, perdi a casa, então sobrou apenas minha velha casa da árvore.
– Meus avós morreram como?
– É uma longa história, querida, agora vamos voltar.
Então meu pai ficou órfão e passou a morar em uma casa da árvore, nós viajamos por uma fenda e ele fez um vaso voar até ele. Só posso estar sonhando. Voltamos para a vila. Minha mãe bateu na porta de uma casa azulada.
– Pelo visto ela ainda ama azul. - Comentou minha mãe.
Uma moça de cabelos azuis e olhos azuis elétricos atendeu a porta.
– Valentina! Leonard! Mas que surpresa boa, pensei que nunca mais voltariam para o Vale.
Eles se abraçaram por um tempo e logo se soltaram.
– Que bom que você está bem. Alessa esta é minha filha, Thalia.
– Olá. - Disse Alessa para mim.
– Você tem o cabelo azul! - Foi a única coisa que consegui exclamar.
– Foi exatamente isso que sua mãe disse quando me conheceu alguns anos atrás. Tal mãe, tal filha.
– Onde está Dolabela? - Perguntou minha mãe.
– Está em casa fazendo um daqueles experimentos dela. Eu também tive filhos.
– Com o Paolo?
– Sim, gêmeos. Doralice e Hector. Até apresentaria vocês a eles agora, mas estão brincando por aí com o filho de Dolabela, Ítalo.
– Ela também teve um filho, mas com quem?
– Vocês não o conhecem, até porque ficaram tanto tempo longe daqui...
Eles continuaram conversando. Até que uma hora chegou a mulher chamada Dolabela. Ela tem os cabelos pretos e olhos cor de mel. Fiquei completamente excluída depois de ser apresentada para Dolabela. Decido me distanciar um pouco. Me sentei apoiada em um tronco de uma árvore e fiquei escutando música.
Tudo está tão confuso. É muita informação de uma vez. Vou começar a morar aqui não conheço ninguém. Meus pais parecem ter sido bem felizes aqui.
Do nada três crianças apareceram na minha frente.
– Só pode ser ela. - Sussurrou o garoto de cabelos pretos e olhos cor de mel para os outros. - E aí gatinha, qual é o seu nome?
– Thalia, por quê? - Respondo um pouco agressiva.
– Gatinha estressada, hein.
– É que ela já deve ter sentido que você é um chato de galocha, Talinho. - Disse a garota de cabelo preto azulado e olhos azuis elétricos.
– Não me chame de Talinho! - Disse irritado. - Minha mãe parou de me chamar assim desde quando eu tinha oito anos!
– Talinho, você não sabe que mentir é feio?
– Para de me chamar assim!
Os dois começaram a discutir. Então olhei para o garoto que não havia falado nada até agora. Ele é extremamente parecido com a garota, parecem até serem gêmeos.
– Eu sou o Hector, tenho doze anos. Esse é Ítalo, ele tem treze anos...
– Treze anos e meio! - Corrigiu Ítalo.
– Treze anos e meio, e essa é minha irmã gêmea Doralice.
– Eu já não disse que detesto que me chamem de Doralice, Hector? - Disse Doralice o fuzilando com os olhos. - Thalia, desculpe o erro do meu irmão, me chame apenas de Lice.
– Lice, não é culpa minha se nossa mãe escolheu um nome para você, e que você o detesta. - Explicou-se Hector.
– Espero não ter que repetir isso. - Disse Lice.
– Doralice. - Disse Ítalo em tom provocante. - Doralice...
– Cala a boca. - Disse Lice dando um empurro em Ítalo.
– Pessoal, chega. Ela mal conhece a gente e já vai pensar que somos anormais. - Disse Hector separando-os.
– Nós já somos anormais, pessoas normais não tem magia.
– Me chamou de anormal? Geralmente as garotas me chamam de gatinho. - Se gabou Ítalo.
– Tem certeza de que você é filho da Dolabela?
– Tenho, por quê?
– É que você é muito diferente da sua mãe. Ela é inteligente e humilde enquanto você... como posso dizer educadamente... é o contrário dela. - Digo.
– Você me chamou de burro?!
– Mais ou menos isso.
– Valeu, Thalia. - Lice bateu a palma da mão na minha.- Eu nunca iria ter uma ideia de insulto desse.
Ítalo a olhou de cara amarrada.
– Bem vamos brincar de alguma coisa? Que tal pique-pega? Sabe brincar, Thalia? - Perguntou Hector.
– É claro que sei.
– Ok. Ítalo está com você.
– Ah, de novo. - Reclamou.
Lice, Hector e eu começamos a correr. Quando Ítalo começou a se aproximar, Hector e Lice sumiram no ar. Olhei para trás e Ítalo não estava mais lá. Senti uma mão encostar em meu braço.
– Peguei. - Disse Ítalo.
Doralice e Hector apareceram do meu lado.
– Como vocês...? - Perguntei.
– Definitivamente você não sabe brincar de pique-pega. - Disse Lice.
– Eu só sei do jeito normal.
– Normal? - Perguntou Ítalo confuso.
– Ainda não sabe se teletransportar, não é? - Perguntou Hector.
– Não sei. - Respondo.
– Você só tem que pensar no lugar que você quer ir, mas como somos crianças...
– Vocês que são crianças, eu tenho treze anos e meio, sou adolescente. - Interrompeu Ítalo.
– Está bem... Agora não me interrompa. Nós não podemos ir tão longe. Podemos recomeçar?
– Sim. - Digo.
– Ainda está com você Ítalo.
– Droga! Um, dois, três... Já!
Nós começamos a correr. Eu quero ficar atrás do Ítalo. Eu, Hector e Lice sumimos ao mesmo tempo. A sensação é de que você está voando e que está invisível. De repente me vi olhando para as costas de Ítalo, toquei o braço dele, ele olhou para trás, mas eu já estava perto da árvore onde eu havia me sentado.
Brincamos por uns quarenta minutos. O pique-pega é um pouco demorado porque sumimos a todo momento.
– Cansei! - Disse Lice.
– Eu também. - Disse Ítalo.
– Todos nós estamos cansados. - Disse Hector.
– Verdade. - Concordo.
Nos sentamos de costas para um arbusto. Sinto algo sugar minhas costas.
– O que é isso? - Pergunto.
De repente todos nós somos sugados para um buraco e começamos a cair.
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