As Aventuras De Thalia - Um Mundo Novo escrita por Stephany Pevensie


Capítulo 1
Meus pais enlouqueceram


Notas iniciais do capítulo

Oi.



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Todo dia sempre a mesma coisa. Sempre a mesma rotina. Uma vida completamente monótona. Acordo bem cedo para não perder a hora do colégio, me arrumo e assim vou para lá. Não tenho amigos. Me sinto como uma espécie completamente diferente da dos estudantes que frequentam a escola.

Ninguém nunca quer fazer trabalhos escolares comigo ou coisa do tipo. Acho que eles também percebem que não sou normal. Me deram o apelido de Thalia, a esquisita, até hoje não falei sobre isso com os meus pais, não do jeito como são protetores seriam capazes de me mudar de escola, de país e até de planeta se fosse possível.

Gostaria que as coisas mudassem, que houvesse alguém que me entendesse e que conversasse comigo. Queria que meus pais não fossem tão desconfiados de mim, não sei o que eles acham que eu faço de errado, o que é estranho nunca fiquei de castigo e minha ficha na escola é ótima. Talvez eles tenham medo de que como estou quase na pré adolescência eu fique rebelde.

A mudança de hábito é o que eu mais queria, mas não era dessa forma que eu queria que a minha vida mudasse. Coisas inexplicáveis estão acontecendo comigo. Hoje na escola uma das garotas mais populares da escola falou em voz alta como sou esquisita, fiquei com raiva, claro. Eu estava perto do bebedouro e então do nada a água vazou do bebedouro e encharcou a garota. A diretora achou que eu tive alguma coisa a ver com o fato da água acertar a menina e me deu detenção por duas semanas. Acho que era isso que meus pais estavam esperando para ficar cada vez mais desconfiados de mim.

– Filha, nós nunca pensamos que você fosse capaz de fazer uma coisa dessa! - Disse minha mãe assim que cheguei da escola.

Acho que eles já esperavam algo desse tipo acontecer, pois não pareciam muito surpresos.

– Mãe, eu não tive nada a ver com isso. Eu não ia dar o gostinho para aquela garota, não ia dar o gosto de ela ver que conseguiu me irritar tanto que eu parei na detenção!

– Então aquela garota estava irritando você? Nunca me contou que as pessoas na escola estavam azucrinado você. - Ela me encarou com aqueles olhos castanhos claros como se estivesse me scaneando.

– Espero que nunca mais faça isso ou algo do tipo com os seus amigos.

Amigos? Que amigos? Eu não tenho ninguém que seja da minha 'espécie' lá dentro.

– Você não acredita em mim não é? Mãe, eu não fiz aquilo eu juro! - Eu disse com a maior sinceridade.

– Lamento filha, mas havia muitas testemunhas.

– Tudo bem se prefere acreditar neles do que em mim, ótimo! - Subi as escadas correndo e me tranquei no quarto o resto do dia.

Tenho que encarar os fatos. Minha mãe não confia em mim, acha que finjo ser uma boa pessoa para dar o ''cheque - mate'' mais facilmente. Realmente não sei o que aconteceu para aquele bebedouro jogar água na Ema, mas de certa forma acho que foi bem merecido. Ela não pode julgar os outros sendo que nem as conhece, quer dizer poder pode tanto que ela me julgou, mas fazer isso ela não deve.

Bem, amanhã é outro dia. E pensando pelo lado bom, vou fazer algo diferente, irei para a detenção.

As aulas de hoje acabaram, agora tenho que ir para a temida detenção. Tive que descer várias escadas para chegar lá. No fim da escada vi a porta com a plaquinha escrita detenção.

Não deve ser tão ruim assim. Então fui em direção a porta e a abri.

Me enganei, não é ruim, é terrível. Todos que estavam na sala estavam correndo e gritando. Acho que está mais para hospício do que detenção. Assim que me viram começaram a cochichar.

– Quem é aquela garota?

– Nunca vi ela aqui.

– Acho que foi ela que jogou água na Ema.

Eu sentei na primeira carteira, pois as cadeiras de trás só havia valentões, e prefiro não incomodá-los.

Demorou uns quinze minutos para o professor aparecer.

– Olá, alunos delinquentes. - Disse indo se sentar em sua mesa.

Eu não sou delinquente, estou aqui por pura injustiça.

Ele olhou para todos dentro da sala e parou os olhos em mim.

– Parece que temos uma nova delinquente! Se acabou na detenção uma vez, vai vir outras vezes.

É claro que eu vou ter que vir, diretora me deu duas semanas de detenção.

– O que você fez para estar aqui?

– Eu não fiz nada. Estou aqui injustamente.

– É o que todos dizem. Vou tirar uma soneca. Aprontem alguma e vocês levarão suspensão! - Então ele se acomodou na cadeira e fechou os olhos.

Que professor irresponsável! Enquanto ele dorme os delinquentes de verdade vão fazer besteira. É, detenção é outra coisa nova que eu não gostei.

– Então quer dizer que você encharcou a minha namorada?

Me virei, era um dos valentões. Ele estava com um casaco de couro. E como assim uma garota de onze anos namora um de quinze?

– Não foi culpa minha.

– Sabe o que acontece com quem mexe com a minha namorada?

– Eu não fiz nada! E você não será covarde o suficiente para bater em uma garota de doze anos.

– Você me chamou de que? Primeiro molha a minha namorada e agora me chama de covarde?

– Não... Eu...

Ele se levantou e ficou me encarando, levantou a mão para me bater.

Eu não vou apanhar desse delinquente sem futuro.

Logo depois de eu ter pensado nisso todas as gavetas e armários que estavam na sala explodiram, papéis voaram para todos os lados. O professor acordou assustado.

– Mas o que é isso? Agora vocês conseguiram me tirar do sério! Todos fora daqui, e todos estão com suspensão! Seja lá como fizeram isso!

– Espera eu também estou suspensa? - Perguntei tirando restos de papel do meu cabelo.

– Está! Até porque coisas esquisitas sempre acontecem quando você está presente, não pode ser só coincidência! Fora!

Peguei minha mochila e sai da sala. Suspensão? Meus pais vão me matar! Não sei o que aconteceu naquela sala, mas não foi culpa minha.

Quando cheguei em casa minha mãe estava sentada no sofá e não parecia estar decepcionada, ou seja, ainda não sabia que fui suspensa. Sua expressão mudou depois de falar ao telefone. Tentei fugir, mas não consegui.

– Thalia Pennafort! Como assim você foi suspensa?!

– Mãe, foi outra injustiça! Eu não tive nada a ver com isso.

– Não sei como você conseguiu fazer voar papel pela sala, mas está de castigo! Já para o seu quarto!

Subi para o meu quarto imediatamente. Mais uma vez ela não acredita em mim, seja lá o que acontecido naquela sala não foi culpa minha. Aquele professor, um completo irresponsável. O estranho é que tudo aconteceu quando aquele garoto ia me bater...

Pensei tanto sobre o assunto que nem percebi as horas passarem. Minha mãe me chamou para jantar e fui para a sala de jantar hesitante.

Olhei para o meu prato e ele estava cheio de brócolis, o que eu realmente detesto. Aliás quem não detesta brócolis?

– Você sabe que eu não gosto de brócolis.

– Eu sei, mas do mesmo jeito você está em fase de crescimento e precisa de alimentação saudável.

– Eu detesto esse troço...

– Não interessa você vai de comer se não quiser ficar doente. - Ela se virou e foi em direção à cozinha.

Fechei os olhos e suspirei. Odeio brócolis, queria macarronada ou algo do tipo. Quando abri os olhos não havia mais brócolis e nem o que o acompanhava, havia macarronada com queijo ralado.

– Deus. - Sussurrei.

– O que foi que disse? - Disse meu pai parando de prestar atenção no noticiário. Ele não perde o noticiário nunca, ele é muito patriota, ama muito a Itália - Onde está a sua comida? Sua mãe não fez macarronada e nem tem queijo ralado aqui em casa.

– Eu não sei o que houve.

– Querida, venha cá- Minha mãe voltou da cozinha. - Ela está comendo macarronada.

– Como assim...? - Ela olhou para o meu prato. - O que você fez?!

– Nada, mãe. Eu fechei os olhos e quando abri de novo tinha macarronada.

Ela pegou meu prato.

– Seja lá o que você tenha feito, não pense que vai escapar. - Assim voltou para cozinha levando o prato de macarronada que parecia ser delicioso.

– Muito estranho... - Comentou meu pai distraído e voltou a prestar atenção na televisão.

Pelo menos eles não me castigaram. A minha vida do nada ficou bizarra, nem quero saber do que vão me chamar na escola, deve ser algo do tipo Thalia, a bombardeira.

Depois de minha mãe voltar com um prato cheio de brócolis e eu comer com relutância, escovei os dentes e fui me deitar com a roupa que estava.

Meus sonhos foram muito estranhos. Sonhei que eu estava com o cabelo ruivo, que o céu era o chão e o chão era o teto, o mundo estava virado de cabeça para baixo; tudo estava ao contrário da realidade.

Acordei um pouco assustada, mas lembrei que era só mais uns desses sonhos completamente estranhos que qualquer um tem. Fui ao banheiro para escovar o dente, assim que terminei me espreguicei e olhei-me no espelho. Uma das coisas mais estranhas da minha vida. Meu cabelo estava vermelho.

– O que é isso?!

Como isso foi acontecer? Nunca quis pintá-lo de vermelho. Como vou tirar isso? Estou ridícula! Vou faltar a escola, vão me zoar mais ainda! Talvez minha mãe saiba o que fazer.

– Mãe - Chamei.

– Sim. O que foi? - Ela chegou na porta carregava o cesto de roupa suja, e logo que viu meu cabelo deixou o cesto cair no chão. - Você pintou o cabelo?!

– Não, mãe. Você sabe que eu detesto vermelho.

– É verdade. Vou ver se há algo para tirar a tinta, tome banho enquanto isso.

Obedeci minha mãe e fui tomar banho. Passei o xampu em minha cabeça e fechei os olhos. Espero que minha mãe encontre uma forma de fazer meu cabelo voltar ao normal. Abri os olhos novamente. Olhei para o chão do box e estava avermelhada a água. Não pode ser sangue não me machuquei e nem algo do tipo. Foi então que eu vi as pontas de meu cabelo, estava loiro de novo.

Terminei o banho e desci a escada quase correndo. Quando estava perto dos últimos degraus parei para escutar o que meus pais estavam falando.

– Será que ela é isso mesmo? - Ouvi a voz de minha mãe dizer.

– Querida eu passei por situações parecidas com a dela. - Disse meu pai.

– Mas nós a protegemos tanto, ela nunca pareceu ser assim...

– É nessa idade que começa...

Começa o que? Eu sou o que? Que situações meu pai passou para serem parecidas com as minhas? Decido descer.

– Eu sou o que? Vocês estão dizendo que eu sou o que? Que eu sou anormal?

Os dois olharam para mim assustados.

– Filha, seu cabelo voltou ao normal. - Disse minha mãe tentando mudar de assunto.

– Não mude de assunto. Vocês estavam falando de mim.

– Thalia, você é muito nova para pintar o cabelo nunca mais faça isso. - Falou meu pai ignorando o que eu disse.

– Eu não pintei o cabelo! - Explodi. Peguei minha mochila e sai porta à fora.

– Você não tomou café da manhã! - Disse minha mãe tentando me alcançar.

– Fiquei sem fome! - Gritei. E fui para escola o mais rápido que pude, não queria que eles me alcançassem.

Quando cheguei ao colégio, Ema, a garota que insiste em dizer que a encharquei, veio falar comigo.

– Ora, ora,ora... Pensei que você estava suspensa.

– Meus pais conversaram com a diretora. E além do mais isso não é problema seu.

– Vira problema meu quando envolve o meu namorado.

– É nova demais para namorar, principalmente um garoto de quinze anos.

– Não tente mudar de assunto. Graças a você meu fofusco está suspenso por uma semana! - Fofusco? Que apelido ridículo. - E você vai pagar por isso, esquisitona.

– Eu realmente estou com muito medo. - Digo ironicamente. - Desculpe, mas o sino vai tocar não posso perder a aula. - Eu a contornei e fui seguindo em frente.

– Quem disse que era para você ficar com medo de mim? Devia ficar com medo dos amigos do fofusco, eles também estavam cumprindo detenção e levaram suspensão graças a você. E não estão nem um pouco felizes.

Isso não é nada bom. Cinco garotos de quinze anos contra mim? Mas pelo menos vai demorar até eles voltarem da suspensão, vou pensar em algo até lá. Continuo seguindo para dentro da escola, fingindo que não ouvi a ameaça.

No recreio lanchei sozinha como sempre. Ema ficou me lançando olhares ameaçadores, que na minha opinião parece mais que entrou um cisco no olho dela, da mesa dos populares. Não tenho medo dela e parando bem para pensar se aqueles garotos me baterem serão expulsos da escola, até porque já devem ter aprontado muito no colégio.

Na hora da saída Ema veio atrás de mim. Como eu queria que ela levasse um tombo e parasse de ficar me azucrinando. E foi isso o que aconteceu, absolutamente do nada ela caiu de cara no chão. Não chegou a sangrar, mas seu rosto estava bastante ralado.

Saí de perto, a diretora com certeza iria botar a culpa em mim, mesmo que a Ema estava à dois metros de distância de mim.

Assim que cheguei em casa meu pais estavam sentados no sofá com expressões muito sérias. Era só o que me faltava a diretora ligar para a minha casa para me culpar por algo que eu não fiz.

– Mãe, pai. A garota estava a uns dois metros distante de mim eu nunca poderia fazê-la cair e se machucar.

– Como foi que disse? - Perguntou minha mãe surpresa.

Então não é por esse motivo para estarem tão sérios.

– Ignorem tudo o que eu disse. Vocês queriam falar comigo?

– Sim e conversaremos mais tarde sobre você ter machucado uma garota. O que temos que falar é uma coisa muito séria mesmo. - Disse meu pai me encarando com aqueles olhos verdes.

– Você vai ficar um pouco chocada. Mas devido as coisas inexplicáveis que estão acontecendo chegamos a conclusão de que você é o que seu pai é.

Como assim sou o que meu pai é?

– Filha, eu sou... você é.... - Ele deu uma pausa e por fim disse: - Feiticeira.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem. Se gostaram da história por favor comentem que posto os outros capítulos. :D