As Aventuras De Thalia - Um Mundo Novo escrita por Stephany Pevensie


Capítulo 11
O Conselho


Notas iniciais do capítulo

Oi muchachos, espero que estejam bem. Uma pessoa nova irá aparecer nesse capítulo, creio que vocês não vão ir com a cara dela rçrçrçrç



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- Como?! - Perguntamos espantados.

Como assim Nicolau seria executado? Como Lorenzo pode falar com uma tranquilidade dessas? Achei que ele seria preso ou do expulso do reino, mas não... morto. 

- Sim, eu não lhes contei? Essa é a pena, execução. - Disse Lorenzo.

- Pensei que ele fosse ser preso ou sei lá, mas não executado. - Disse Hector.

- Então,está dizendo que soubesse que a pena é a execução você iria mentir? - Perguntou Lorenzo desconfiado.

- Não... eu...

- A questão é que nós achamos que ele ser executado não é justo. - Disparei.

- Lamento, mas isso já foi determinado. - Disse Lorenzo.

- Quando ele será executado? - Perguntou Lice com a voz baixa.

- Depois de amanhã. Lamento, sei que ele era amigo de vocês além de Guardião, mas ele tem que pagar pelo que fez. Nosso reino é justo, e o que estamos fazendo trata-se de justiça. Bem, vamos para a aula que já estamos suficientimente atrasados. 

Tem de haver algum jeito de mudar a pena de Nicolau para algo mais leve. Sim, ele nos traiu libertando o dragão que causou caos e destruição e prejuízo, mas acho que não merece a morte.

Fomos para a aula em silêncio. Na primeira oportunidade vou falar com os outros o que eles acham o que devemos quanto a isso.

No horário livre não tivemos nenhuma tarefa nos estábulos, ainda bem. Fomos para a Sala de Reuniões e nós sentamos nas poltronas em frente á lareira.

- É uma pena... - Suspirou Lice.

- O que uma pena, Doralice? - Perguntou Ítalo.

- Graças a nós uma pessoa irá morrer. 

Realmente, ela não está normal, para não ter ligado pelo fato de ter sido chamada de Doralice.

- Nós não iremos matá-lo e sim o carrasco. E além disso o estrago que ele fez ao reino é bem maior do estrago que  terá na vida dele, ou melhor no fim da vida dele. - Disse Hector indiferente.

- Hector, há minuto atrás você estava chocado com a história da execução... - Comecei.

- Sim. É chocante. Porém, é o que Nicolau merece. Ele soltou um dragão que poderia ter matado centenas de pessoas, não matou mas poderia. E além de tudo nos traiu. Usem a cabeça não o coração, ele era nosso amigo. - Disse Hector.

Ítalo lançou um olhar significativo á Hector.

- Só estou falando a verdade.

- Enfim... Eu estava pensando em acharmos alguma lei ou sei lá, que pudesse ao menos mudar sentença. - Falei. 

- Você vai ajudá-lo? Depois do que ele fez? - Perguntou Hector com um tom de raiva na voz.

- Claro. Ele não merece esse destino, acho que se ele cometesse algo mais grave...

- Mais grave? Acha mesmo que se o deixarmos viver ele não vai cometer outros erros e até piores? - Disse Hector.

- Hector... Concordo com a Thalia. Ele era nosso amigo, se ele for expulso do reino pelo menos não irá, talvez, nos trair novamente. - Disse Lice.

- Lice, você não acha que ele sair deste reino não iria cometer crimes em outros lugares? - Disse Hector.

- E se não foi ele que fez isso? - Disse Ítalo.

- Até você? Quer saber? Se vocês querem ajudar esse vândalo que ajudem, mas eu vou entrar nessa. - Hector saiu batendo a porta. - Idiotas.

Isso foi estranho. Ítalo foi quem sempre implicou com Nico e Hector era legal com ele, e agora Ítalo o defende e Hector o acusa e diz que ele merece a morte? 

Mordi o lábio.

- Então, qual é a ideia? - Perguntou Lice.

- Eu não tenho nenhuma... - Falei. - Queria falar com vocês justamente para saber se tinham alguma ideia do que poderíamos fazer.

- E se dessemos uma olhada nas leis e encontrassemos um jeito? Será que não há um livro sobre isso na Biblioteca? - Sugeriu Ítalo.

Olhei-o surpresa. Ítalo tendo ideias? Que coisa mais anormal.

- É pode ser...

- Então vamos procurar, só temos até depois de amanhã antes do horário da... - A voz de Lice sumiu.

- Execução. - Completou Ítalo.

                                                      ***

Na Biblioteca olhamos alguns dos livros mais velhos que encontramos no resto do horário  do livre. Não tivemos sorte.

O resto do dia Hector não falou conosco, absolutamente nada. É quando ele está brigado ele ignora mesmo.

No jantar Lorenzo nos lembrou que no dia seguinte teríamos um encontro com o Conselho. Não sei o que esperar disso. Só quero encontrar um jeito de que meu amigo, ou ex-amigo, sobreviva.

                                                        ***

A Sala do Conselho. Lorenzo ainda não havia nos mostrado. Ela tinha o teto alto. Muitas cadeiras, que espero que não sejam ocupadas por muitas pessoas. Estou um pouco nervosa, um besteira isso, é claro. 

Lorenzo nos disse que deveríamos chamá-los de Lorde ou Lady. Acho que seria mas fácil chamar de Conselheiro ou Conselheira e logo o nome da pessoa em seguida. Mas Devonne tem suas leis e modos diferentes... Estou aqui há dois meses e ainda assim não consigo me enquadrar. 

Eu e os outros ficamos nas cadeiras mais altas da sala. 

- Só tem gente velha? - Perguntou Lice enquanto alguns dos conselheiros se sentavam.

Havia entrado cinco conselheiros. Os cinco pareciam ter uns sessenta anos.

- Não sei. - Disse Ítalo dando de ombros.

- Majestade, por gentileza, não chame-os de velhos. - Disse Lorenzo que havia chegado do nada.

- E-está b-bem. - Lice corou.

Mais dez conselheiros entraram. Dois pareciam ter sessenta anos também. E o resto eram homens e mulheres com em média trinta quase quarenta, eu acho. Todos nos olhavam com expressão séria.

- Acho que não foram muito com a nossa cara. - Sussurrei.

- Devem achar que somos crianças demais para governar o reino, ou algo do tipo. - Lice sussurrou de volta.

- Não. Sou. Criança. - Protestou Ítalo.

- Mas parece. - Retruquei.

- Estamos aqui para discutir o que faremos para restaurar o prejuízo que a soltura do dragão real fez. - Lorenzo disse em voz alta.

Todos o observavam.

- Sugestões? 

Os conselheiros levantaram as mãos e um por um deram sua sugestão e começaram a debater.

- Quando isso acabar, me acordem. - Ítalo disse encostando a cabeça no meu ombro. Empurrei-o no mesmo instante.

Alguns minutos de debate depois Lorenzo disse:

- Muito bem. Quem vota para demitirmos alguns empregados do castelo?

Mais da metade deles levantaram a mão.

- Quem vota para  apenas diminuirmos o salário?

Os outros levantaram a mão.

- Ótimo. Iremos demitir alguns empregados. Faremos os cortes hoje mesmo. 

- Ahn?! O que vamos fazer hoje?! - Ítalo exclamou um pouco alto demais ao despertar.

Fiz o meu melhor olhar de ''se não estivéssemos diante de tantas testemunhas eu te estrangularia agora'', enquanto vários olhares nos encaravam.

- Ítalo, você estava dormindo durante uma reunião importantíssima?! - Lorenzo sussurrou com um pouco de raiva na voz.

Acho que ele deveria rever o conceito de importante.

- E-eu e-estava... É quero dizer... - Ítalo viu o olhar dele e por fim disse: - Sim... Eu estava.

- Não cometa isso de novo. - Lorenzo disse entre os dentes.

Ele se virou para os conselheiros.

- Bem, a reunião está encerrada.

- Talinho, você deixou o Lorenzo muito decepcionado! 

- Cala essa boca se for para falar de Lorenzo, Doralice. -Retrucou Ítalo irritado.

- Ah... - Lice fechou a boca e não terminou a frase.

Um grupo de cinco conselheiros estava subindo na nossa direção.

- Ah não. Aposto que querem me dar sermão também. - reclamou Ítalo.

- Se você fosse mais discreto ao acordar ninguém perceberia que você havia dormido. - falei.

Ele revirou os olhos.

- Olá, Vossas Majestades. - Falou o conselheiro da frente e todos nos reverenciaram.

- Olá. - Respondemos.

- Sou o Conselheiro Frank. Estes são... - Parei de prestar atenção no que ele disse e comecei a pensar no que Nicolau queria me dizer sobre Lorenzo.

- Bem, foi um prazer conhecê-los. Se precisarem de ajuda só nos chamar. E Rei Ítalo, se me permite dizer, evite dormir em reuniões. - Terminou Frank.

Ítalo apenas deu um sorriso amarelo. Segurei o riso. Lice gargalhou quando os Conselheiros se foram.

- Talinho, - ela deu mais uma risada - Você será um ótimo rei, porém não. - E continuou rindo.

- Hahaha. Você é uma comédia, Doralice. - Resmungou Ítalo.

- Vocês já podem ir. Não teremos aulas até uma hora antes do jantar, pois estarei muito ocupado vendo quem irei demitir. - Avisou Lorenzo.

Hector foi o primeiro a levantar e quase saiu correndo.

- Por que ele não esperou vocês? - Lorenzo perguntou.

- Porque ele é um baba... - Começou Ítalo.

- Não sabemos o porquê. E agora se me der licença. - Interrompi.

Fomos descendo devagar.

- Poxa, Lia, você nem deixou eu xingar o Hector. - Reclamou Ítalo enquanto saímos do Salão.

- Não deixei para Lorenzo não saber que brigamos e já basta você irritando a Lice. E desde de quando meu apelido é Lia? - Respondi.

- Desde agora. - Disse Ítalo.

- Talinho, só porque estamos de mal com o Hector você não pode xingar meu irmão desse jeito. - Protestou Lice.

- Você não manda em mim, Doralice.

Ela fez uma careta ao ouvir seu nome.

- Olá, Majestades. - Disse uma voz desconhecida vinda de traz.

Viramos na mesma hora. Uma mulher com o rosto severo nos encarava. Ela tinha cabelos ruivos, num tom que parecia desbotado. Seus olhos eram negros. Usava a roupa que conselheiros usam.

Ela não nos reverenciou.

- Olá. Lady...? - Perguntei.

- Donatien. - Ela respondeu.

- Lady Donatien. - Repeti.

- Soube que vocês são as crianças da profecia que Garret fez há poucas centenas de anos... certo?

- Ahn... Certo. - Respondeu Lice.

- Pois bem, - Ela deu dois passos para frente - Eu acho que isso não está certo.

- Acha que não somos as crianças da profecia? - Disse Ítalo.

- Não. E você pode ser insolente com todos menos comigo. - Ela disse rispidamente olhando para Ítalo.

Outra pessoa que precisa rever os seus conceitos, no caso dela sobre insolência.

- Eu - ela deu mais dois passos e ficamos frente a frente com ela - Acho que Garret é um  tolo, em pensar que um bando de crianças melequentas vai trazer a época de ouro em                                      Devonne e que vão salvar o mundo, e outros mundos.

 - Nós não somos crianças melequentas... -Disse Lice.

- Não me importa. - Respondeu Donatien entre os dentes. - Eu sei é que crianças não são capazes de nada. Só ficam sonhando com coisas que nunca irão acontecer, se iludindo.  Fazem bagunça e é apenas para isso que servem não para governar um reino como Devonne.

- Eu não sou mais criança, mas eu já fui uma, e você também já foi um criança se você não sabe. - Se atreveu Ítalo.

- E com toda educação, Lady Donatien, só porque os seus sonhos não se realizaram, você não tem o direito de nos chamar de iludidos. - Falei.

- Vocês são só um bando de insolentes! - Ela praticamente gritou.

Senti um pingo de saliva dela no meu rosto. Eca.

- Eu vou provar à todos que vocês não são capazes de nada, que são apenas crianças e nada mais. Eu vou passar uma temporada aqui e provar que Garret sempre esteve errado. Seus insolentes.  E agora se me derem licença. - Ela deu meia volta e foi embora decidida.

- Aquela mulher cuspiu em mim, depois nós que somos os melequentos. - Disse Ítalo.

- Não gostei dela. - Disse Lice.

- Pois eu já odiei. - Falei.

                                                       ***

Quando entramos na biblioteca Hector estava lá, no andar superior.

- Ah, o retardado está ai. - Falou Ítalo em voz alta.

Ele virou e olhou para nós pegou um livro e foi para a escada para descer. Eu e Lice batemos em Ítalo, cada uma em um braço, ao mesmo tempo.

- Ai! Doeu.

- E era para doer mesmo. - Falei.

Hector passou por nós rapidamente.

- Hec... - Começou Lice.

Ele nós olhou por alguns segundos e  foi embora.

- Ítalo, só porque estamos sem falar com o meu irmão você não tem o direito de xingá-lo. - Disse Lice.

- Me deixa em paz. E que bom que aprendeu a falar meu nome.

Lice revirou os olhos.

- Vamos logo procurar mais livros.

Cada um de nós foi para um lado. Selecionei dois livros. E fui para uma mesa, pouco depois Lice e Ítalo se juntaram a mim.

Depois de pouco tempo lembrei que eu havia esquecido de falar sobre Lorenzo.

- Pessoal. - Chamei.

- Achou alguma coisa? - Perguntou Lice esperançosa.

- Não... Antes do Nicolau soltar o dragão... Ele queria me dizer uma coisa. 

- O que exatamente? - Perguntou Ítalo.

- Sobre Lorenzo.

- Ele percebeu o quão o Lorenzo é lindo? - Lice Perguntou.

- Doralice isso é sério. E o Nicolau não ia falar que o Lorenzo é lindo... Eu acho né... O que ele disse?

- Ele não conseguiu dizer. Porque vocês chegaram. Se acharmos uma lei que o deixe vivo poderemos saber o que ele ia dizer.

 - Ué, ele ia contar alguma coisa sobre Lorenzo só para você?  - Disse Lice.

- Acho que ele achou que Lorenzo veio junto com vocês então parou de falar, então depois não teve oportunidade de dizer o que era. Aliás, porque você chegou também né, Lice. - Resolvi não contar sobre a passagem.

- Como assim? 

- Acho que o que ele ia dizer sobre ele não era uma coisa exatamente boa e se você ficasse sabendo... Com essa sua paixonite cega...

- Onde você quer chegar? - Perguntou Lice.

- Ela quer chegar ao ponto de que se fosse algo ruim sobre o Lorenzo e você ouvisse, com essa sua paixonite ridícula, você iria sair correndo contar ao Lorenzo. Seja lá o que era. - Disse Ítalo.

- Você está insinuando que eu não iria guardar segredo? - Perguntou Lice fingindo estar ofendida.

- Lógico, com esse seu cérebro de minhoca você ia sair correndo para contar ao Lorenzito amado. E acabar com sabe se lá o que. E não duvido nada de você ir contar agora a ele, cérebro de minhoca, que Nicolau desconfiava de algo. - Disse Ítalo.

- E minhoca lá tem cérebro? E eu não faria uma coisa dessas.

- Espero que não faça mesmo. - Falei.

- Mas o que Lorenzo faria? Ele é bonito, inteligente, gentil...

- Cala a boca, Doralice. - Eu e Ítalo falamos ao mesmo tempo.

- Doralice não! Mas poxa... O Lorenzo é muito legal.

- Lice ele tem dezenove anos e você doze. Sete anos de diferença. - Falei.

- Só sete anos. 

- Só?Ah, deixa. Você vai se desencantar por ele sozinha. - Falei.

- Não vou desencantar. Ele é o amor da minha vida.

Revirei os olhos. Aturar amigo apaixonado é horrível. Decidi voltar a ler, já que Lice está cega.

Depois de um tempo achei no livro o que precisávamos para manter Nicolau vivo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, esse foi um tanto parado. Preparem-se para o próximo capítulo rçrçrçrç



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