As Aventuras De Thalia - Um Mundo Novo escrita por Stephany Pevensie


Capítulo 10
Traição é imperdoável


Notas iniciais do capítulo

Oi muchachos! Só eu que quando vejo a palavra ''muchachos'' imagino um bando de gente com bigode e chapéu mexicano? e.e Bem, acho que vou parar de comer flor de lótus ( fãs de Percy Jackson irão entender) ...Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/367652/chapter/10

– Ai estão vocês! - Disse Lice. - Sabia que os encontraria aqui. Já basta você de viciada em livros não contagie o Nicolau, por favor.

– Livros são muito bons. E eu não tenho com quem conversar sobre livros, você e Ítalo nunca vão ler e Hector gosta de ler apenas livros de feitiços. - Falei.

– É verdade, nem que me paguem vou ler um livro. - Disse Ítalo pensativo.

– Recomendou algum livro? - Perguntou Hector.

– Eu estava escolhendo agora. - Me virei para a estante e olhei as lombadas dos livros e rapidamente achei um chamado ''O fim''.

– Aqui. Esse fala sobre aventura e mistério. - Falei entregando o livro. - Espero que leia mesmo.

– Vou ler sim. - Disse Nicolau.

– Que flores são essas? - Perguntou Lice chegando mais perto para ver melhor.

– Nós passamos pelo jardineiro e ele estava com essas flores. - Botei as flores no primeiro vaso que vi por perto. Resolvi que só falaria da passagem com eles depois. - Lindas, não?

– Sim. - Disse Lice - Vamos aproveitar o resto do intervalo?

Saímos da Biblioteca.

– Vocês voltaram rápido o que houve? - Perguntei.

– Lorenzo nos liberou quando estávamos alimentando os cavalos não sabemos por que. - Disse Hector.

– Eu já volto. Encontro vocês no jantar. - Disse Nicolau dando meia volta.

Isso foi estranho. O que será que Nicolau queria me contar sobre Lorenzo? Será que ele estava seguindo Lorenzo e por isso some? O que Lorenzo estaria fazendo? Não haverá muitas oportunidades para ele me contar o tal segredo. Não vou contar aos outros ainda que Nicolau descobriu alguma coisa. Lice tem uma queda por ele, e com certeza Lice contaria à ele que Nicolau estava desconfiando de que ele estava fazendo algo de errado.

– Thalia! Acorda.

Pisquei. Os três estavam à minha volta, devo ter me desligado.

– Desculpe, me desliguei.

– Percebemos. - Disse Ítalo.

– Vamos logo antes que o horário livre acabe! - Disse Lice.

Na Sala de Reuniões ficamos brincando de lançar globos de luz um para o outro, bem mais divertido do que brincar com uma bola.

De repente senti o castelo tremer.

– O que foi isso? - Perguntou Lice arregalando os olhos.

Então ouvi um rugido de furar os tímpanos.

– Isso não pode ser coisa boa. - Falei.

Fomos até a grande janela que dava para o povoado.

Não acreditei no que vi. Havia um dragão verde voando em cima das casas cuspindo fogo. Pessoas correndo desesperadas. Guardas chegavam perto da situação com armas.

– D-dragão! - Exclamou Ítalo.

– Oh, não! - Disse Hector.

A porta se abriu num estrondo e Lorenzo adentrou no aposento aterrorizado.

– Ainda bem que estão bem, Majestades! - Disse Lorenzo sem fôlego.

– Nós estamos bem, mas, as pessoas lá fora, não! - Falei.

– Não se preocupem os guardas vão controlar a situação, e as pessoas vão estar bem. Porém o prejuízo será grande. - Disse Lorenzo.

– De onde surgiu esse dragão? - Perguntou Hector.

– É o Monstro.

– Nós já sabemos que é um monstro. - Disse Ítalo como se fosse óbvio.

– Não. O nome dele é Monstro. Ele fica na parte subterrânea do castelo. Alguém o soltou, nós só o usamos para o caso de guerras. - Disse Lorenzo.

– Mas, quem o soltaria? - Disse Lice.

– Eu não sei. Mas ele nunca poderia ter saído sozinho. Ele é preso com as mais poderosas magias. Só pode ter sido alguém dentro do castelo, pois o castelo é rodeado por centenas de guardas.

Ouvi mais um rugido e o castelo tremeu.

– Vocês têm alguma ideia de quem possa ser? - Perguntou Lorenzo.

– Não. - Falei.

– Eu tenho. Mas a ideia é muito absurda... ele não poderia fazer uma coisa dessas, eu acho... - Disse Hector.

– Quem acha que foi? Diga que ele será punido por causar caos e prejuízo! - Disse Lorenzo.

– Nicolau. Ele sumiu um pouco antes de o dragão aparecer. - Disse Hector um pouco inseguro.

Todos arregalamos os olhos para Hector.

– Hector, ele é nosso Guardião não faria isso. - Disse Lice.

– É por mais que eu não vá muito com a cara dele, não acho que tenha sido ele. - Disse Ítalo.

– E além do mais é nosso amigo. - Falei.

– Nós o conhecemos há pouco tempo, e além do mais é muita coincidência. - Falou Hector.

– Vou procurá-lo imediatamente. E se for mesmo ele, ele será julgado amanhã mesmo! - Disse Lorenzo saindo da sala.

– Hector... Como você pode acusá-lo? - Disse Lice.

– Pessoal é óbvio que só pode ter sido ele. Nós nem o conhecemos há muito tempo e nem sabemos onde ele foi quando sumiu.

Todos ficamos quietos. Eles se sentaram em frente à lareira, eu continuei olhando pela janela. Conseguiram prender o dragão. Boa parte da aldeia estava pegando fogo. Algumas pessoas ajudavam os guardas jogando água. Poucas pessoas pareciam feridas, o que é bom. Um guarda atirou no dragão, acho que algo como um tranquilizante, e amarraram a boca dele. Vários homens amarraram-no e o arrastaram. Pelo menos o estrago não foi tão grande.

Não consigo acreditar que Nico tenha feito uma atrocidade dessas. E nem que Hector tenha o acusado. Tudo bem que tudo parece se encaixar, mas não consigo acreditar.

Alguém bateu na porta. Belle entrou avisando o jantar. Nico não apareceu. Depois de um tempo Lorenzo apareceu.

– O julgamento será amanhã na Sala dos Tronos. Houve poucos feridos. O dragão já está sob controle. Porém o prejuízo foi grande, então vocês terão uma reunião com os Conselheiros para saber o que irão fazer. - Lorenzo praticamente cuspiu as palavras.

– Por que nunca disse que tínhamos um dragão? - Perguntou Ítalo, como se discutir o porquê não sabia da existência de um dragão fosse o assunto mais importante.

– Não queria que vocês ficassem curiosos e resolvessem ir lá embaixo.

– Quem são esse Conselheiros? Nunca ouvimos falar neles nesses dois meses que estamos aqui. - Disse Hector.

– Os Conselheiros são muito atarefados. Viajam por vários reinos para fazer acordos, apenas em alguns casos vem para cá. E o caso de boa parte do povoado ser destruído é para eles virem. - Respondeu Lorenzo pegando seu cálice.

– Então eles que vão julgar Nicolau? - Perguntou Hector.

– Não. Vocês vão. Vocês vão analisar os fatos e decidir se é culpado ou não, e eu vou ver de acordo com as leis a punição. - Disse Lorenzo calmamente.

– Nós?! - Disse Lice se engasgando.

– Não deveria ser outra pessoa para fazer julgamentos? - Disse Hector.

– Em casos normais. Porém esse caso é grave, e além do mais, o acusado era amigo e Guardião de vocês.

– Quando será a reunião com os Conselheiros? - Perguntei.

– Em três dias. Eles estão ansiosos para conhecê-los. Depois de tanto tempo sem governantes...

– Que horas vamos julgar Nicolau? - Perguntou Hector.

– Ás nove horas da manhã.

Ele se serviu de vinho e disse com uma expressão séria:

– Espero que vocês, Majestades, tenham o bom senso de julgar seu Guardião justamente, sem beneficiá-lo por ele ser amigo de vocês. Julguem-no pensando no que ele fez e não nos momentos de amizade.

Todos ficaram calados. Fiquei encarando meu prato que estava comido pela metade.

– Creio que estejam cansados. O que acham de irem dormir? - Sugeriu Lorenzo.

Dormi rapidamente.

No dia seguinte acordei cedo. A rotina de sempre. E fui tomar o café da manhã. Os outros estavam já lá.

– Bom dia. - Falei.

– Bom dia. - Responderam.

Sentei e me servi pão e suco.

– Vocês acham que Nico é o culpado? - Perguntou Ítalo em tom baixo.

– Acho. - Disse Hector sem hesitar.

– Sei lá. - Disse Lice.

– Eu não sei...

Lorenzo entrou na Sala de Jantar.

– Bom dia Altezas. Vejo que ainda estão tomando café... Quando terminarem, dirijam-se à Sala dos Tronos. - E saiu rapidamente.

– Lindo como sempre... - Suspirou Lice.

– Doralice, como você pode ser tão estúpida? Daqui a pouco iremos julgar um garoto acusado de soltar um dragão que destruiu boa parte da cidade. - Disse Ítalo.

Lice ficou vermelha e não respondeu.

Terminamos a refeição e fomos à Sala dos Tronos. Dois guardas escoltavam a porta principal e Nicolau estava no meio do salão. Lorenzo estava perto dos tronos. Todos nos sentamos rapidamente.

– Muito bem. Todos estão aqui. Para o pequeno julgamento de Nicolau, o Guardião. Nicolau, o Guardião jura dizer apenas a verdade?

– Juro dizer apenas a verdade. - Jurou encarando Lorenzo.

– Você está acusado de soltar o dragão real que destruiu moradias e feriu cidadãos. Está ciente deste fardo?

– Sim.

– É verdade que estava com Vossas Majestades um pouco antes de tal acontecimento?

– Sim.

– Confirmam? - Perguntou Lorenzo olhando para nós.

Ninguém falou, apenas concordamos com a cabeça.

– É verdade também que saiu de perto deles sem dizer para onde iria e o que iria fazer?

– Verdade.

Lorenzo olhou para nós novamente. Concordamos com a cabeça.

– Depois de o dragão sumir você não apareceu até eu achá-lo, certo?

– Certo.

– Vossas Majestades o consideram culpado de tal atrocidade? Graças à seu ato muitas pessoas poderiam ter morrido, e agora estamos com um prejuízo. Rei Hector?

– Culpado.

– Rei Ítalo?

– Culpado... eu acho...

– Rainha Doralice?

– Sei lá.

– Desculpe Majestade, mas você não pode dar uma opinião imparcial. - Disse Lorenzo dando um sorriso seco.

– Como Hector e Ítalo o acham culpado... Culpado.

– Rainha Thalia?

Engoli em seco.

– Traição é imperdoável. - Consegui dizer.

– Isso quer dizer que ele é culpado?

Confirmei com a cabeça.

Lorenzo pediu para os guardas levarem Nico.

– Espere. Eu queria dizer que gostei muito de ter vocês como amigos nesse tempo. - Ele disse. - E ah, Thalia, eu creio que tenha que devolver o livro.

Ele entregou o livro à mim.

– Eu prometi que iria lê-lo, lamento não cumprir a promessa.

– Isso é tudo? - Perguntou Lorenzo.

– Sim.

– Levem-no para a masmorra.

Os guardas obedeceram.

– Bem, o julgamento foi muito simples. Podemos voltar para nossa rotina normal. Vamos. - Lorenzo caminhou a passos largos para fora do aposento, eu fiquei alguns passos atrás com meus amigos.

– Esse julgamento foi simples demais. Tinha que haver mais perguntas. Acusadores e defensores. Nunca vou entender as leis daqui - Disse Hector.

– Será que ele vai ficar na masmorra para sempre? - Perguntou Lice.

– Acho que ele será banido do reino. - Disse Hector.

– Achei estranho o Nico não ter negado nem confirmado que foi ele quem soltou o dragão, ele confirmou apenas que havia sumido no momento que tudo aconteceu. - Falei.

– É foi estranho. - Disse Ítalo. - Será que vão achar outro Guardião?

– Com certeza.

– Até que ele era legal. - Disse Lice.

– É. - Falei.

Chegamos à sala e tivemos mais uma tediosa aula de história.

Durante o almoço Lorenzo sumiu como sempre. Quando terminamos fomos à Sala de Estudos esperar por ele.

– Ele está atrasado vinte minutos. - Disse Hector.

– E ele é sempre pontual. Será que algo aconteceu com ele? - Perguntou Lice.

– Doralice, não seja estúpida.

– E por que você não deixa de existir, Talinho?

– Vamos ver onde ele está. - Disse Hector.

Procuramos na Biblioteca, na Sala de Jantar e na Sala de Reuniões.

– Talvez ele esteja na Sala dos Tronos. - Sugeriu Lice.

Fomos até a Sala dos Tronos e Lorenzo estava lá conversando com uma figura encapuzada que segurava um machado.

– Com quem ele está falando? - Perguntou Lice assustada. - A Morte?

– Não seja tão tapada, Doralice. - Ele deu um tapa na nuca de Lice.

Lice o olhou com raiva e começou a bater nele.

– Ai! Ai. Para! - Ele fez um escudo e ela não pode mais bater.

– Talinho, quando você menos esperar você vai se ver comigo.

– Cadê a justiça? Eu só te dei um tapa e você me bate quatrocentas milhões de vezes e ainda fala que vai ter mais.

Lorenzo finalmente percebeu nossa presença e encerrou o assunto com o estranho, que logo foi embora.

– Desculpe ter deixado vocês esperando.

– Quem era aquele? - Perguntou Hector.

– O carrasco. - Respondeu Lorenzo.

– Carrasco? Por que você estaria falando com um carrasco? - Falei.

– Ora, para a execução de Nicolau. - Disse Lorenzo tranquilamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. E comentem nem que seja só para dizer ''Oi'', gosto que comentem :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Aventuras De Thalia - Um Mundo Novo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.