15° Capítulo - Diálogo

  Bellatrix entrou no pequeno quarto, observando a cena e andando de um lado para o outro.

  Hermione nunca esteve tão feliz em ver Bellatrix.

– Seu pai não gostaria de ver isso, Draco.

  Draco se levantou por impulso.

– V-você vai falar para o papai? – perguntou ele com um nó na garganta.

– Não. Sabe, eu nunca gostei de você mesmo. Seria realmente um bom castigo gostar de uma grifinória, sangue-ruim e por cima de tudo, inimiga de Mylord. Eu só espero que faça ela sofrer – Bellatrix olhou com ódio nos olhos para Hermione e deu um sorriso cínico. “ Por Merlin! Será que todos aqui fazem esse sorriso que eu odeio?” pensava Hermione – Vim aqui para me divertir, nos últimos dias eu não tenho conseguido muita coisa, mas parece que você chegou primeiro.

– Valeu, mas não deixa ninguém nos pegar aqui.

– você não manda em mim. - ela gruniu.

– Está bem – disse ele meio constrangido.

  Bellatrix foi embora, Draco respirou fundo e olhou para Hermione.

– Onde estávamos? – ele perguntou malicioso.

– Você indo embora e me deixando aqui.

– Resposta errada, Granger.

  Draco deitou-se sobre Hermione e levou seus lábios ao ouvido dela.

– Eu já me lembrei – e soltou uma risada fria.

– Draco, que tal conversarmos?

– Conversar? Não é a minha idéia.

– Desde quando você está com essa idéia?

– Desde as férias, porém achei melhor não revelar nada.

– Eu prefiro mil vezes morrer com o feitiço da morte!

– Mas essa não é uma de suas opções.

– E quais são por acaso?

– Você fazer ou – mais uma vez Draco fazia aquela cara cínica com ar pensativo – você fazer.

– Quando eu sair daqui, faço questão de te levar para Azkaban!

– Você não me bota medo, Granger. Aliás, você é virgem?

– Sou!

– Ótimo!

– Nem que eu me mate, mas você não vai me tocar!

– Só por curiosidade, Granger... Alguém já te tocou?

– Você não vai obter nenhuma resposta minha!

  Draco saiu de cima dela e se sentou no chão.

– Granger, se lembra da poção da verdade?

– Como eu poderia me esquecer?

– Eu tenho um frasco dela aqui, mas você sabe que te forçar a responder é bem mais divertido, né?

– Ok, foi no 4° ano.

– Quarto ano?!? – Draco gritou espantado, ele achava que a resposta era não, mesmo tendo criado toda essa situação, Hermione era sua.

– Foi... Foi o... Foi o Vítor Krum!

– Aquele miserável – Draco sussurrou.

– Eu estava na escadaria e ele apareceu por lá e nós... Ficamos, mas não aconteceu mais nada que isso, só ficamos – Hermione corou e abaixou a cabeça com vergonha.

– Comigo é melhor, não é?

  Pela primeira vez Hermione pensou no assunto. Ela sabia a resposta, mas não queria falá-la, resolveu mentir então.

– Não, Vítor foi tão romântico – ela sabia que se fizesse uma boa encenação ele iria ficar irritado, então, ela olhou para cima e fingiu uma cara de apaixonada – ele é tão... Tão... Lindo...

  Draco fez cara de nojo.

– Romântico? Ele estava te enganando! Ela não passa de um aproveitador – falando daquele jeito ele parecia o Rony.

– Sério? – disse ela com sarcasmo – Olhe para você!

  Draco abriu a boca para discutir, mas a fechou em seguida.

  Ele se amargurava por não tê-la e sabia que não iria tê-la por bem e não tinha certeza se iria tê-la por mal.

  Finalmente, ainda sem falar nada ou mudar a expressão pensante, ele se levantou e foi em direção a porta, parando na abertura.

  Ele desviou seu olhar para ela, sem vê-la.

– Até mais, Granger – e se foi.

  Ele deixou Hermione confusa e absorta em pensamentos, mas aliviada por ele ter desistido da possível idéia da qual ela não queria nem pensar.