Amor De Irmãos escrita por Minori Rose


Capítulo 22
Querida Copacabana


Notas iniciais do capítulo

Eu estou viva. Eu não abandonei a fic. Eu não desistirei. Desculpa gemt! Mesmo! Por esse sumiço repentino e tal, mas é que eu estive com problemas e um ataquezinho de preguiça u.u prometo que vou voltar a postar como antes, então espero o reconhecimento de vocês hein? Ah, antes que eu me esqueça, sempre tem estraga-prazeres pois sou muito ruim! muhahaha (vou recompensar devidamente... haha) Boa leitura docinhos! ♥



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Eu não vou mais estar do teu lado.

Mesmo assim, sempre eu vou te amar.

E essas coisas do teu namorado,

Em silêncio hoje eu vou falar

É uma necessidade.

O que se resumia a fazer raiva á Adam, passou no nível de respeito pessoal arriscado.

Disse que não usaria Samuel para atingi-lo e era justamente o que estava prestes a fazer; a pior parte disso tudo (entenda caro leitor, prosseguindo a linha tênue de pensamentos da menina Violetta) era que mal podia se concentrar no trabalho. O sorriso que todos aclamavam parecia perdido e sentia que nem isso sabia exercer com totalidade do seu coração. Justamente por isso, boa parte de seu heart não batia somente para mantê-la viva, por mais ridículo que isso fosse.

Violetta não parecia ser a única a estar com problemas, profissionais e emocionais; Bernardo se encontrava no mesmo barco mesmo que seu martírio não fosse amoroso. Aquele aperto que sentia, como se se não falasse logo iria afogar-se no mar de sua própria consciência, já que sabia de toda a verdade e não queria contá-la. Mas devia.

Ele havia mesmo enchido a cara. Recebeu bronca por isso é claro, mas sua cara de morto-vivo (vulgo zumbi) permaneceu. Se sentia indiferente a tudo, menos á ela. Depois de tanta conversa, com os dois por estarem tão diferentes, lamentos e questionamentos decidiram por fim deixar ensaio para o dia seguinte. Faltaram sambar por isso, logo surgiram planos. As férias seriam antecipadas. Talvez o mar curasse a ressaca, levasse as dores.

Querida Copacabana. Foram correndo para as instalações e logo após quase correndo para a praia. Violetta sentia ansiosa para chegar logo, não se lembrava quando fora a ultima vez que mergulhou em águas salgadas. Estava tão quente que a areia mais afastada do mar queimava os pés, e tocá-los na água era alivio e choque térmico. A menina usava maio, por pura vergonha. Nunca se sentiu confortável com aquelas roupas, no entanto mesmo assim chamava atenção; Arrancava olhares maliciosos dos garotos que passavam e pela visão do Bernardo das garotas também. Por ter uma pele incrivelmente branca e sem costume com o sol, mais se irritava do que bronzeava e por isso de meia em meia hora o seu assistente a ajudava na parte das costas.

Em baixo de um guardo sol, pensou em como era difícil a tarefa de Adam de a manter longe de seres despudorados; o que mais o indignava era o fato de que ela sorria de volta, agia como se não visse a apodyopsis acontecendo. Quando Violetta deitou de bruços Bernardo jogou a toalha em cima, alegando não ter como bronzear as costas de maiô.

Ela sorriu.

Por um tempo não falaram nada. Santo Cristo, não conseguia falar. As faíscas de coragem que nasceram iam apagando junto ao caimento que o sol fazia vez ou outra. Fala logo!

– Hmm, Violetta eu preciso falar contigo.

– Já está falando. – ela disse normalmente. Ele revirou os olhos. – Estou brincado, fala.

– É complicado... Não sei como dizer.

Ela que até então estava com os olhos fechados, apenas o ouvindo, abriu-os e o encarou. O que diabos ele queria dizer. Seja lá o que fosse, que dissesse logo. Marien já estava voltando, e ser forte era ser muito intrometida.

– Olha lá. – ela disse sentando e passando as mãos nas pernas. – a Marien está voltando.

– Qual o problema dela? Não faz nem dois minutos que saiu daqui.

Violetta inclinou a cabeça para o lado oposto ao de Bernardo, quase que o instigando a continuar com o assunto inicial, seja ele qual fosse.

– Olha, menina, eu não posso falar aqui. Mas é muito importante, envolve a sua vida e a minha.

– Ah, a culpa de o ensaio ter sido tão ruim que nem chegamos a começar não foi minha. Você estava caindo de cadeira em cadeira. Iniciante. – por algum motivo seu humor havia melhorado por estar com ele. Falava de maneira totalmente jocosa. Mas Bernardo não queria saber disso.

– É sério, ok? Precisamos conversar sem que ninguém ouça ou nos perturbe.

– E o que você quer comigo, hein?

– Não é nada do que você está pensando, idiota. – falou dando um tapinha no ombro da menina, também rindo. – Bom, até irmos embora a gente dá um jeito. Só quero que saiba, isso tudo é uma novela.

Mensagem: “Nos vemos amanhã, sim ou claro?”

Resposta: “Nos vemos amanhã sim, querido.”

Violetta respondeu sorrindo. Arrumaria a sua vida ainda naquela semana.

No dia seguinte as fotos foram feitas em total perfeição. O sono foi o melhor remédio. Uma produção envolvente de profissionais e trabalhos começou a ser feita. Era assistente pra cá, gente falando pra lá. E muito bom humor. Seja lá o que tenha acontecido naquela noite Violetta sentia-se mais motivada com a visita do Samuel. Bernardo já criava seu script, e Adam ainda morria por dentro. Dentre todos eles era o único que realmente estava morrendo.

Foi atrás de Violetta, mas ela não estava. Teve a leve impressão de que ela o evitaria ao máximo, se é que a veria a sós como antes. Nada seria como antes mesmo. Nem dormia mais; durante três meses pelo que havia contado a insônia o corroia; ela o matava até em sonhos. Em seus sonhos a sua menina, a pequena, a sua irmãzinha com cheiro de amêndoas corria para os seus braços; braços aqueles que não a apertava com lascívia. Arrependia-se tanto de ter feito tudo o que fez. De ter aberto a merda da boca e ditos todas aquelas coisas, escritos todas aquelas coisas. Só queria dormir e não acordar mais, ou ao menos voltar no tempo e não praticamente incentivar o seu desejo e amor com aqueles abraços noturnos ou beijos no canto da boca.

Queria pedir perdão á ela. Por ter acabado com tudo, com a ótima e companheira relação que tinham. Ainda lidava com as cobranças de Bárbara para com o casamento; só fez adiantamentos para deixá-la mais tranqüila, o que não estava fazendo efeito nos últimos dias. Enchia a paciência para que ocorresse um jantar com Agnes, Violetta e a família dela; ele riu diversas vezes enquanto a mulher falava. Ela se irritou e para ter sossego, mais uma vez atendeu ao seu pedido, mesmo que tudo o que menos quisesse era ter Bárbara e Violetta no mesmo espaço.

Nem ao menos sabia quem era a pessoa a quem seria apresentado. Droga. A idéia de ter sua mocinha a poucos quilômetros longe de si o angustiava mais do que tê-la em outro estado. Não conseguia deixar de sorrir lembrando-se dela, de seu cheiro. Ah, céus aqueles beijos doces – que alias pareciam bem mais “estruturados”. Ela com certeza agora sabia bem o que fazia. – e a aquelas mordidas. E aquela dor... Iria verificar quem era o ser é claro, já não ia dormir aquela noite mesmo.

Ponto de vista – Samuel

Já era de noite quando cheguei. Ela correu para os meus braços quando cheguei minimamente perto. Pela primeira vez a vi de calça, não me parecia jeans, mas cobria toda a perna. Acho que a apertei demais, já que a renda de sua blusa preta pendeu-se a um dos botões de minha camisa; ri pelo constrangimento mais amável que já me ocorreu. A proximidade me fez ter que beijá-la na frente de todos que estavam presentes e fiz isso sem muito pudor; andamos de mãos dadas e para ser sincero eu estava gostando daquilo.

Arrumei algumas coisas – no mesmo hotel em que minha Vi estava –. A beijei mais uma vez. Pedi para andarmos no calçadão, por o papo e dia é bom. Senti-me um pouco estúpido por perceber que mesmo naqueles poucos dias eu havia sentido a sua falta, de seu jeito inocente e ao mesmo tempo tão libidinoso, tão cheio de lascívia e tão presente em pureza. Céus, aquele quarto de hotel gritava por mim, e por ela.

Antes mesmo que eu pudesse dar uma brecha completa para os meus pensamentos impróprios a idade da mocinha ali, antes mesmo que eu pudesse sentar na areia e desfrutar de sua companhia alguém apareceu. Alguém que por sinal Violetta conhecia perfeitamente bem, já que fez uma cara estranha e contraiu a boca ao por os olhos nessa pessoa. Esses que passaram de verde primavera a um verde mais escuro do que a menor tonalidade poderia proporcionar. Era um homem. Um homem com mais ou menos a minha altura, de camisa sem paletó e com um olhar terrivelmente fulminante. Pareceu-me ter algum problema em sua psique – não é um chute – já que sorriu. Um sorriso totalmente desprovido de boas intenções.

Violetta apertou a minha mão pela segunda vez.

Ponto de vista – Violetta

Não esperava vê-lo ali. Não bem ali. Eu sei, eu o havia chamado, mas não o queria ali! Pensei que conhecia Adam muito bem, mas eu estava enganada; pensei que ele não iria, que me esperaria para falar as mesmas besteira de sempre no hotel, mas não ele havia me procurado! Pensei que o conhecia, mas não virou as costas nem partiu pra agressão. Simplesmente sorriu. Sim, sorriu. Sorriu com seus dentes perfeitamente alinhados, com os olhos semicerrados, com o paletó em uma mão e a outra no bolso. Sorriu.

O nó na minha garganta, que já estava se tornando tão comum se fez tão rápido quantos a possessão de Samuel sobre mim, afinal eles não se conheciam. A mesma situação se repete de modo diferente, de modo ou outro Adam estava tão certo... Samuel passou uma das mãos em volta de minha cintura e vi o olhar de Adam esbofetear-me a face por dentro. Não me importava se ele me fez passar pela mesma coisa dois dias atrás, só eu sabia o quanto doía ver uma cena daquelas. Era preciso, ele precisava entender que perdia tempo, que perdeu tempo.


Não demorou muito que o seu senso e espírito administrativos conduzissem a situação. Tomou a frente e começou a falar, explicando os nossos laços sanguíneos. Como podia ser tão bom ator?!

– Ah sim, e você veio passar as férias aqui Doutor? – perguntou em tom calmíssimo enquanto eu não havia aberto a boca para pronunciar nada. Não saia.

– A pedido da sua irmãzinha aqui. – Samuel disse, desalinhando o meu cabelo que já se encontrava um desastre por conta da brisa noturna.

Sorriu de novo. Outro tapa.

– É mesmo? E como ela anda se comportando por lá? – dessa vez o tom de sarcasmo escorregou por seu controle. Ele não trabalharia na Broadway.

– Muito bem, eu acho... – rebateu, em tom de brincadeira.

Não entendia o que se passava ali?

– Bem, eu... Preciso ir pra casa. Tenho umas coisas pra resolver e acabei de sair do trabalho.

Eu e Samuel concordamos com a cabeça. Calma...

– Alias Samuel, se ainda estiver aqui apareça lá em casa com a Violetta no final de semana. Vai ter um jantar, alguma coisa assim, Bárbara está me enchendo pra isso. – disse rindo. O bom humor iluminava o seu rosto.

– Claro, nós vamos não é?

Concordei com a cabeça, de novo.

– Ah, para o bem da minha irmãzinha preciso lhe fazer uma pergunta. – o nó passou de uva para caroço de manga. Entalei totalmente. – qual a relação de vocês?

Sam olhou para mim e levantei a cabeça para encará-lo. Com certeza esperava que eu dissesse algo, eu precisava dizer algo. Eu parecia ser a única ali a perceber e sufocar-me com a situação, com o que ela me propunha. O meu irmão era o ser mais rancoroso da qual conheci. Ele nunca esqueceria daquilo. Era um ultraje, uma humilhação. Exatamente darling, era um insulto ao nosso amor.

– Sam é meu namorado. – eu disse, com um sorriso frouxo.

– Mesmo? Já estava na hora de largar mão dos garotinhos. Mas agora eu vou ter que redobrar a atenção sobre vocês hein? – outro tom cômico. Outra fala encapada, com dor e desespero ocultados. Outro tapa.

Pedi a Samuel algo para beber enquanto acompanharia Adam até seu carro. “Assunto particular” eu disse para que não se importasse muito. Eram poucos passos, mas eu queria ouvir o que ele tinha a dizer. Mas ele não disse nada. Caminhou em silencio com as mãos nos bolsos, calmo, distraído, irado por dentro que eu sabia.

Do nada, antes que pudesse abrir o carro automaticamente ele parou e olhou para mim. Acho que descobriu a arte de sorrir a tão pouco tempo que queria exibi-lo a mim somente para me matar mais um pouco; curvou a boca tristonhamente e me abraçou. Perdi a reação por alguns segundos, como se tivesse atingido o ápice de alguma coisa, o ápice de amor que eu podia sentir por aquele homem.

Amava-o tanto que se me beijasse ali mesmo eu não me importaria se Sam, mamãe, Bernardo, Marien ou qualquer outra pessoa que nos conhecesse visse. Amava-o tanto que se me pedisse para largar minha carreira, minhas roupas, meus sapatos e tudo que eu tinha para segui-lo em um outro lugar eu iria. Sempre odiei esses clichês. Mas admito que quando se amava uma pessoa na intensidade que eu amava o meu irmão você perderia consciência de quem você é, do que você já foi, do que você queria ser somente se mudasse amar essa pessoa e receber o seu amor sem cobrança e julgamento.

Há tempos o sobrenome Barizon não me representava mais nada, quanto mais ter que chamá-lo de irmão na frente das outras pessoas. Estava pouco me danando pra tudo, inclusive, em controvérsia, para o nosso amor, que nunca deixaria de existir. Nunca mesmo. Acho que naquela época ele não entendia esse fato, feito e consumado, e que teria de aprender, na dor e no perdão de si mesmo.

– Poderia esquecer tudo o que fiz contigo? Quer dizer esses anos todos que eu estraguei as coisas. Vamos voltar a sermos bons e velhos companheiros de guerra de travesseiro, como éramos antes? Por favor. – suplicou ainda me apertando.

– Não, dear. Você é burro ou o que? Repita a pergunta.

– Eu fui um ótimo menino agora a pouco, mereço uma recompensa.

– De novo. – eu disse não me agüentando. Estava explodindo. Sangrando de amor.

– Vamos fugir dias antes do casamento?


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Notas finais do capítulo

Eaew, de acordo? Torço para que sim.incentivo aqui em baixo? hum? :) Beijos, até mais! ♥