Amor De Irmãos escrita por Minori Rose


Capítulo 18
Adeus á muitas coisas.


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões! Eu me enrolei toda essa semana.
Estou sendo jurada de um concurso de fanfics, e tenho que ler e avaliar o material
até semana que vem... Problemas pessoais (e amorosos /cry) bateram forte.
Enfim, foi difícil. Mas aqui estamos e aqui seguimos. Desculpem e obrigada pela paciência, comentários. Amo vocês. Boa leitura.



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Vamos onde ventar, menina
Foi bom te encontrar la em cima
Odeio despedidas
Mas tudo bem
O dia vai raiar
Pra gente se inventar de novo


Ponto de vista – Adam


Antes mesmo de dar-me conta do que fazia, já sabia ou melhor sentia. Essa nem de longe era a solução do meu principal e mais agonizante problema; a minha tormenta era o meu alivio, o veneno era o antídoto. Mas por mais vivido que eu fosse me faltava “manejo” com a situação e eu sabia mais ainda que Bárbara não sufocaria Violetta... Por mais linda e meiga que ela fosse não seria Violetta. Isso me doía muito mais. Acabo por fim vendo como fui e estou sendo mais do que injusto com as duas.

Cada vez que Bárbara sai mais cedo do trabalho para fazer algo para mim, diz que me ama ou demonstra algum tipo de afeto e amor por mim, sinto-me mau; não a amo do jeito que digo. Além disso, penso em Violetta. No que fiz com ela e no que aqueles beijos acarretaram...

Penso se ela me ama como dizia, ou se ainda lembra de mim como antes. É ai que eu oscilo totalmente; quero que ela seja louca por mim e ao mesmo tempo em que me odeie. Quando soube, realmente não passou em minha cabeça outro motivo que não fosse a asma para o mal estar de Violetta. Fiquei tão aflito quando Fernando me disse... Inclusive quando avisou-me do novo comportamento dela. Segundos suas palavras, a Violetta que eu amei, delicada e calorosa, morreu.



Violetta tirou o celular do bolso fintando o visor com o nome de Adam e uma foto deles juntos, do dia da festa. Antigamente pestanejaria para atender, dessa vez apertou o botão rapidamente.

– O que é? – perguntou levantando-se da cadeira estofada e andando até o corredor.

– O que é o que? Qual teu problema?

– Vários. Você é um deles.

Por uns segundos tolos Adam chegou a tirar o celular do ouvido e olhá-lo, verificando se havia ligado para a pessoa certa. Riu de irritação.

– Violetta não haja como uma criança!

Ela não respondeu; com um dos braços sobre os seios e a cabeça encostada na parede. Violetta queria mais era desligar aquela merda... Nunca pensou que a voz de Adam pudesse ser tão irritante.

– Diga logo o que você quer, estou trabalhando.

– E você acha que eu não tenho nada pra fazer? Achou mesmo que poderia esconder suas crises de mim para sempre?!

Inferno! Ela havia pedido para que não contassem; tudo de mais desnecessário era os sermões de Adam, sem duvida.

– Não tem plural... Foi somente uma vez nesses ultimo anos. E que diferença isso faria? Se você ficasse sabendo ou não, não vai afetar a minha vida, a minha doença e muito menos mudar os meus problemas. – praticamente vomitou as palavras, não dando espaço para que ele falasse alguma coisa.

Surpreendeu-se; não esperava por essa injuria toda.

– Eu me importo com você. Caso caia do nada e fique dias no hospital eu realmente gostaria de saber...

– Não foi do nada e você sabe. – Violetta disse ressentida. Adam Gelou. – Uma dica pra você, peça para sua mamãe te manter informado sobre as desgraças de minha vida. Se bem que ninguém mais do que você para saber de seus próprios passos.

Adam ouvia tudo xingando. Irritado e inpaciente, mordia o polegar tentando raciocinar.

– Espera Adam! A sua mulher talvez saiba... pelo jeito Bárbara anda te controlando muito bem. – disse em voz mansa, serena.

Sem uma exaltação sequer... Sentia tanta raiva que em meio as suas magoas, não conseguia nem se quisesse lembrar da forma que o tratava antigamente. “A sua mulher, que idiota” ele pensou antes de gritar; pouco se importando com as pessoas ao redor.

– Isso é ridículo! Eu não acredito que seja hoje mesma... O que fizeram com você, minha menina eu...

– Nunca mais me chame disso. Paremos por aqui; vá trabalhar para sustentar sua noiva e seus futuros filhinhos. – Foi tudo o que disse antes de desligar o celular.

Bernardo ouvia tudo e encarou Violetta que tinha o rosto vermelho de tanto segurar as lagrimas. Encontrou-se desorientado. Antes que ela pudesse correr para o banheiro sua dor rolava por seu rosto. Olhou para ele assustada e passou as costas das mãos sobre as bochechas... Já ele mal deu-se conta do que fazia. Abraçava Violetta meio sem jeito, mas muito firme. Não questionou sobre o que havia acontecido, deixando-a aliviada por isso. Sentiu-se tão irado por vê-la solução de choro, mas satisfeito por segurá-la em seus braços.


– Sabia que voltaria... – Samuel disse para Violetta.

Ela se sentou em uma cadeira a sua frente, séria. Parecia tensa.

– Olá Sam...

– Como está?

– Bem, estou bem. – disse ajeitando a bolsa ao colo. Pareceu mudar de postura. – Doutor Samuel, eu vim por que preciso muito bater papo, não faz idéia de como eu acordei com vontade de falar.

– Falar? Hmm... Deve ser recompensa para seus dias em pleno silencio mal criado. – Disse diminuindo a voz gradativamente, sem intenção nenhuma.

Em vez de respondê-lo Violetta riu; Samuel deliciou-se com sua risada e pensou em como era complicado atender pacientes bonitas.

– Bom vamos lá. Fiquei sabendo que, além disso, você faz birra pra comer... Deveras interessante. – Chutou.

– O senhor acha? – “Senhor, oh céus” – Sinceramente eu até comia bem, mas a vontade foi passando com o tempo... Acho que isso acontece muito, não?

– Claro; só não se esqueça que o que se vai pode voltar novamente.

– Não brinque com isso! – ela disse, rindo – Sou modelo fotográfica pizza nunca mais!

Samuel ficou sério e alguns minutos de silencio se penduraram.

– Violetta... O que te aflige?

Ela olhou para ele com um olhar perdido no além. Depois de cair em si curvou os lábios em um sorriso depressivo.

– Acontece comigo algo que, creio eu, nunca poderei contar alguém.

– Nunca é uma palavra extremista.

Depois disso ela desconversou falando um pouco da infância, adolescência e os problemas que tinha no trabalho e eventualmente na escola, principalmente para reconciliar os dois. Um pouco antes de sair de sua consulta caríssima tanto em dinheiro quanto em tempo Samuel se levantou, e entregou a ela um cartão com dois telefones. Ambos pessoais. Ela sorriu e agarrou-os entre as mãos, enfiando no bolso logo em seguida.

Ele sabia o risco que corria; Violetta além de ser uma garotinha era sua paciente. Sempre agiu e agiria como um doutor dentro daquele consultório, mas só teria responsabilidades quando á isso somente lá dentro. Além de ter um certo interesse nela queria mais ainda saber sobre suas aflições.

Violetta e seus segredos eram mais do que instigantes e por mais que dissesse que não em poucos dias uma faísca de “querer” surgiu; o que por si só já era complicado. Uma garotinha com cara de menina e jeito de mulher; não conseguia ver alguém melhor para colorir sua vida apática.


Violetta havia acertado todo o trato no trabalho no Rio de Janeiro; de que Bernardo ia junto piorando seus problemas. Depois do ocorrido se viu envergonhada por ter chorado em seus braços sem o conhecer direito; O viu somente uma vez depois daquilo e Bernardo parecia mais gentil. Suas aulas já estavam para acabar; encontravam-se atrapalhando, mas mesmo assim sentiria falta de tudo aquilo: Da biblioteca, das carteiras, do pátio e sem duvida principalmente dos amigos.

Meiko, Igor, Thomas – se é que ele se enquadra nessa categoria – de todos eles. Muito provavelmente não os veria como antes. O trato em si estava formado para que a sessão de fotos fosse feita logo após a formatura. Em uma passagem de algumas semanas, em todas, mesmo sem tempo Violetta aparecia para falar com Samuel. Não é como se ela estivesse fazendo com algum interesse oculto, mas gostava de Sam e tinha planos com ele.

Sua vergonha veio a tona quando sentiu vontade de chama-lo á formatura, com isso tendo suas próprias idéias. Por uns minutos a Violetta envergonhada e demasiadamente meiga voltou; para o delírio de um medico que adoraria se perder naquela “loirisse”.


Ponto de vista – Samuel


Ela parou de rir e olhou para mim de um jeito que não pude decifrar muito bem; quando me chamou para a sua formatura mal pude acreditar enquanto mais uma piadinha inteligente antes do sim. Durante toda a cerimônia pude ver um lado de Violetta que não conhecia; chorou, contou piada, chegou a falar de um jeito muito fofo fazendo com que algo dento de mim se mexesse novamente.

Realmente foi imperceptível a reação das pessoas, do pai principalmente em ver que eu estava ali ao pedido dela; nem eu mesmo podia responder a isso. Uns dez anos mais velho, com uma relação de inicial puramente medica – agora não mais – e sem muitos indícios, também era impossível.

Não era um problema pra mim que ela fosse mais nova; não parecia ser para ela também. Então acabei por decidir-me em realizar o meu desejo por ela assim que nos fosse conveniente. Por detrás de todos os meus tolos interesses queria acima de tudo, saber como Violetta havia feito com que eu me animasse com a vida novamente. Coisa que nem a outra conseguia.


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Notas finais do capítulo

Talvez tenha ficado mais curto que o habitual, ou pior, não sei.
Digam o que acharam e só tenho mais uma coisa pra dizer: Cada um por si daqui em diante.
Beijos, é até mais.
obs.: acabou meio paia, sorry.