Amor De Irmãos escrita por Minori Rose


Capítulo 17
Extra: Há alguns anos, algumas dores.


Notas iniciais do capítulo

Gente, consegui achar isso no meio de umas 70 notas que tem no meu celular, aleluia!
Como prometido, atrasado, mas está ai o conteúdo do caderno-agenda kkkkkk
Espero que gostem... Posto o capítulo normal em breve ;)
Boa leitura!



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Para onde vamos, ninguém sabe

Nunca diga que está um pouco deprimida quando

Deus te deu estilo e graça

E colocou um sorriso em seu rosto



Anos trás

Hoje passei boa parte do dia trabalhando, no resto estudando, mas na verdade não fui eu... Foi o meu subconsciente, ou eu quis mesmo dizer a mim que eu fiz isso quando na verdade eu não fiz nada. Nada mais do que martirizar-me pensando em Violetta. Pensei o que ela havia feito e o que faria caso minha pessoa estivesse lá. Puxando de minhas memórias, lembro-me que ela sempre acordava reclamando... "Cinco minutinhos" ela dizia com manha enquanto tapava os ouvidos.

Alias, eu adorava com todo o meu pobre coração quando a mãe me destinava essa tarefa. Ah como gostava; Violetta sempre se remexera muito dormindo, então o edredom caia ao chão assim que caia em sono profundo. Sempre chegava tarde em casa e corria para o quarto dela; sempre estava descoberta. Sempre a cobria, não antes de tirar aqueles bracinhos frágeis debaixo de sua cabeça para evitar dormência, e não antes de olhar para ela. Não a olhava com desejo ou qualquer coisa do tipo e sim com carinho... Talvez olhasse, mas naquele tempo não me permitia a tal.

Depois ela sempre abria os olhos devagar. Mesmo a luz de um sapinho lanterna ela me reconhecia. Dava á ela, um ou dois beijos de boa noite, na maioria das vezes á pedidos; caso mamãe tivesse brigado com ela, fazia bico e me abraçava acanhada – realmente não sei se sentia-me feliz ou triste com isso – e por fim, Violetta me pedia para sentar naquela poltrona branca, perto de sua cama e esperasse para que ela dormisse. Dava lugar a uns resquícios indícios ficando ali até depois de ter adormecido.

Ali mesmo perguntava a mim mesmo o que se passava em mim, comigo... Não via nada demais nas outras meninas, mas via em minha própria irmã detalhes que irmão nenhum veria. Foi a partir daquela época que comecei a me sentir incomodado perto de Violetta; logo em seguida passei a castigar-me com o cigarro. Me sentia relaxado, silenciava por um tempo aqueles pensamentos e vozes que tanto me inquietavam.

Já de manhã, ás sete minha Violetta pegava a roupa da escola e brigava comigo para ficar com o banheiro de cima, obviamente nunca protestei. Saía de lá na maioria das vezes já pronta com aquela camiseta cinza maior do que ela. Antes que eu mesmo, saísse para trabalhar como de costume sempre beijava a testa dela... Dizia quase que rindo, para que prestasse atenção na aula e comesse direitinho – Sempre teve problemaa com isso –.Ma chérie se irritava: "Não sou mais criança!" dizia mesmo só tendo 12 anos.– O que diga-se de passagem, só piora a minha situação–. Quando vi já estava consideravelmente distante de tudo, menos de Ma Chérie... Mudei-me em meio de duvidas para o RJ, para enfim silenciar as vozes que me sufocavam. Mas certamente isso não aconteceu... Elas – as vozes – gritavam! Gritavam o nome de Violetta, sobre os meus medos e desejos mesmo eu sabendo que ela vivia bem sem mim. Era o que eu esperava, que ela estivesse bem.

Comecei a mandar-lhe cartas, sempre recheadas de palavras e indagações repitidas pelo simples fato de que o assunto da qual eu mais ansiava em falarnão poderia de jeito nenhum ser ao menos citado. Falar ao telefone não era uma opção para mim, e quando acontecia, toda vez que ouvia a voz de Violetta, toda vez que ela ria ou falava algo exagerado por mais singelo que fosse em sentia vontade de voltar... Mas não pudia, eu não pude me controlar. Eu realmente me sentia um pedófilo de plantão, por estar louco de paixão por uma garota de 13 anos – na época –, mas enfim, eu a amava.

A única vez que fui a SP e visitei a minha antiga moradia, meio que sem opção levei Celina; Assim que entramos percebi pelo silencio do piano que ma Chérie não estava. Quando finalmente chegou, confesso que não mais me aguentava de empolgação e saudade, recusou-se a falar tanto comigo, quanto com Cel. Eu ri, mas mamãe a repreendeu e por fim Vi fez cara feia durante todo o jantar, e não disse mais do que duas palavras á mim. A moral gritava! Se batia, praticamente me chutava. Como eu pudia estar tão vidrado nela, ou abservar cada um dos seus movimentos... Até quando escorregava os dedos sobre o copo por fim firmando-os, ou empurrava o prato para frente desistindo da refeição, qualquer coisa me despertava o interesse.

Lembro-me de ter ficado minimamente chateado por sua mudez... Pensei que vibraria em me ver, e me deliciei com todo o meu não pudor quando algumas vezes durante aquela noite, minha Violetta sorriu para mim... Linda! E cá entre mim e você querida moral, nunca irei me esquecer daquele ciúme bobo exposto em seu lindo rosto, ou aquela doce indiferença forjada que sombreava aqueles olhos verdes. No brilho daquela esplendorosa noite, em meio á varias de dor soube do sucesso dela quanto aos garotos da escola. Parece que as minhas cartas não eram as únicas que ela lia.. Mais uma vez eu xinguei internamente por ter ficado minimamente repulsivo quanto a isso... Por favor Adam, não é como se não soubesse que isso sempre ocorrera.

Mesmo chorando por dentro, uma hora tive que levantar-me e dizer um breve até logo. Vi a tristeza passar sobre os olhos dela novamente como quando eu me fui pela primeira vez... Mas sabia que a angústia também passava sobre mim; abracei-a por uns minutos. Mesmo eu a segurei ali; parecia que o meu ponto de luz iria embora junto a sua figura...

Beijei sua testa como antes, exatamente como antes e antes que eu pudesse me afastar, enquanto as pessoas ao redor conversavam sobre algo, algumas palavras que me nutriram pelos anos seguintes saíram da boca rosadamente pequena de minha menina em um sussurro... "Adam, eu te amo..." disse enquanto apertava meus ombros, nas pontas dos pés para equipar-se ao meu tamanho... "Te amo muito mais..." foi tudo o que eu disse, antes de não resistindo beijando seu rosto pela última vez.


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Notas finais do capítulo

Erros? Sorry, foi meio na pressa rs
Comentem, please. Beijos :3



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