Amor De Irmãos escrita por Minori Rose


Capítulo 16
Esqueço-me de você hoje, para lembrar amanhã.


Notas iniciais do capítulo

Como vocês são rápidos, talvez o que vá acontecer nesse cap não seja surpresa.Apresente-lhes dois novos personagens, revolucionários huehueEnfim, espero que gostem.



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Ouvi que você está perguntado a todos por ai

Se eu estou em algum lugar pra ser encontrada

Mas eu cresci muito forte

Para nunca mais cair em seus braços



O nada já lhe era comum; mas o medo insistiu em tomar de conta dessa vez. Aquelas vozes desconhecidas, gritando e dizendo coisas da qual não compreendia despertavam desespero, mais do que o fato de que o ar a renegava. Abriu as pálpebras pesadas; olhou ao redor... Não era a enfermaria. Deu-se conta de que estava com uma mascara de oxigênio, o que era deliciosamente confortável. Finalmente pode respirar adequadamente. Não havia ninguém naquele quarto.

Tentou falar, mas a voz não saiu. Não sentia nada, simplesmente nada. A única coisa que mostrava a Violetta que ainda residia nesse mundo impiedoso dos vivos era a dor que sentia no seu coração; mas se encontrava cansada até mesmo para chorar. Nem se lembrava da ultima vez que aquilo havia acontecido, mas que seja... Doía. Já tinha ficado sem voz antes, era agonizante; susto ou até mesmo a própria asma criavam aqueles tipos de empecilhos ate para se comunicar.

Já era o ensaio.

Não apertou o botão para que alguém viesse; esperou que alguém sabe-se lá quem aparecesse enquanto respirava fundo aquele oxigênio vindo dos deuses. Demorou, mas uma enfermeira – que não era a Rosangela – entrasse. Começou ali mais uma etapa: Chamar um medico, avisar os pais, dizer que ela ficaria ali por mais um tempo. Pouco se importou. Nos dias que ficou ali fazendo mais uma enxurrada de exames, que nada revelaram. Só poderia ser problema emocional... Só podia. A voz foi voltando aos poucos, primeiro guinchos, depois sussurros até que aquela voz doce voltasse.

Para não querer cantar. Violetta não falava. Mal respondia o que lhe perguntavam e pouco se importava com as injeções e troca de soro. Parecia presa a chave e cadeado a um mundo desconexo da realidade; nada se passava nos olhos da menina. Começou a assustar. Resolveram que chamariam um psicólogo para que conversassem com ela e vissem o que se passava com Violetta, que não dava dicas muito menos brechas para o que acontecia.

Samuel era um velho medico conhecido de Violetta; ela já se consultou com ele no começo da adolescência. Sentiu-se mais segura sabendo que ele, e não outro iria encher-lhe a paciência. Sam entrou no quarto enquanto Vivi ouvia musica no celular. Olhou para ele e depois fechou os olhos novamente entregando-se a musica. Vamos lá. Ele tirou os fones dos ouvidos da menina que revirou os olhos. Santo Deus... Sossego existe?

– Violetta... Menina esperta já sabe por que estou aqui. Comecemos pelo básico, esta minimamente bem?

– Inteligente de sua parte falar “minimamente”. Perdi a chance de ser grossa, como você é chato Sam.

– Chatíssimo! Seja diferente de mim me chamando de Doutor, indicio de respeito sabe.

– Sam...

– Doutor Samuel.

– Sam. – ela disse sorrindo.

Samuel suspirou. Puxou uma cadeira e sentou ao lado de Violetta, olhando para ela. Violetta fixou o olhar nele de escrevia algo em uma folha, pregada em uma prancheta. Era bonito, jovem. Trabalhava fixamente há muito tempo; ele tinha 27 anos ou mais pelas contas de Violetta, mas realmente não parecia. Uns olhos negros assustadores, contrastante ao seu simpático sorriso de covinhas na bochecha. Pelo menos foi no que ela pensou antes de Samuel começar com as perguntas. Perguntas chatas.

O que ela sentia. Por que não queria falar. Se achava que as crises era emocionais, tudo nessa base. Respondeu-lhe todas as perguntas sem pestanejar, tendo que se rebolar para convencer em alguns argumentos, mas de qualquer forma ele pareceu acreditar no que ela dizia. Até uma perguntava que foi a mais difícil do questionário.

– O que acontecia quando você teve a crise?

Violetta pareceu fazer reprise; Aquele maldito cartão foi a entrada para os seus novos problemas. Talvez não fosse somente um cartão. Era um comprovante de escolhas diferente, rumos novos... Uma mensagem ridícula, com uma foto ridícula, e um convite ridículo, para uma união ridícula. Essa seria a resposta ideal, mas não poderia ser dada.

União de uns, separação de outros. Queria morrer! Ou matar alguém ao menos... Viu suas tolas esperanças caírem com uma simples mensagem: “Convidamos você para o nosso casamento.” Somente morta compareceria naquela igreja. Sam falava alguma coisa, mas ela nem ouvia, até que ele estalou os dedos. Despertou-se.

– Bem eu... Estava no meu quarto e do nada isso aconteceu. – Mentiu.

Ele olhou para ela balançando a cabeça negativamente, porém não disse mais nada. Depois que Samuel finalmente saiu, avisaram-na que teriam uma nova consulta em breve; parece que suas respostas não “colaram”. Um dia depois disso foi embora. Andou pelo estacionamento com certa fraqueza, novamente dispersa em seus pensamentos até o nome dele ser citado. Olhou para a mãe, considerando o que ela dizia.

– Da ultima vez que não avisei Adam ficou irritado. Acho que devo ligar para ele... – Agnes disse andando até o carro. Abriu a porta.

Violetta entrou do outro lado e assim que se ajeitou, apertou o braço da mãe com a pouca força que tinha.

– Mãe... Eu estou bem. Por favor, não avise para ele. Não vai fazer diferença, só vai preocupá-lo...

Agnes fitou a filha e por um momento percebeu que precisava atender mais aos seus pedidos; não queria se ela se chateasse novamente. Assentiu. No meio do caminho ficou feliz por Violetta finalmente ter falo com ela.

– Foi papai que me pegou?

– Foi. Ele foi o único que ouviu você batendo nas coisas... Mas Violetta, não entendendo por quer ficou tão mal, parecia ótima mais cedo.

– Vai saber...

Deitou-se na rede do lado de fora, no jardim se balançando sem rumo na vida. Na hora do jantar, tomou a sopa quase vomitando enquanto Agnes falava mais uma vez em como estava feliz por Adam ter dado um verdadeiro jeito em sua vida.

Violetta parecia cada vez mais distante dos outros; fria e introspectiva, se transformava totalmente caso o trabalho exigisse. E isso aconteceria. Violetta fora contratada para fazer um ensaio fotografo para uma grife de roupas; mas não seria sozinha. A seu contra-gosto seria com um cara chato: Bernardo. Parecia ser a versão mais velha e masculina dela – loiro, dos olhos verdes –. Eles já se trombaram em eventos algumas vezes, mas não eram amigos.

Não mesmo. Violetta odiava o jeito egocêntrico de Bernardo e ele por sua vez repulsava aquele sorriso que ela distribuía a todo mundo, falsa. De toda forma eles teriam de trabalhar juntos. E essa não foi e nem seria nos próximos ensaios uma convivência fácil. Mas nisso tudo existia coisas que fazia com que Bernardo amasse e odiasse Violetta ao mesmo tempo. Por exemplo, agora; ele estava atrasado pra caramba, a mãe o irritava com algo que não era de menor importância para ele. Menina ridícula, estava a ocupar todo o seu espaço tanto com elaquanto nas fotografias.

– Escute Bernardo, tente ser amigo dela... Por favor... – suplicava sua mãe, olhando com olhos lamentosos.

Ele não respondeu antes de sair. Estava farto daquela situação; tão irritado. Sentia que não agüentaria aquilo por muito tempo, acabaria abrindo a boca e sem duvida lascando com a vida de todos que estavam envolvidos, e acredite, não era pouca gente. Chegou ao estúdio e correu para trocar de roupa; parece que o ensaio de Violetta já começara e ele deu uma olhadinha nisso antes de sessão para a sua própria sessão.

A peste ainda era talentosa no que fazia. Ria de alguma coisa para seu amiguinho fotografo antes de se ajeitar para a próxima foto; olhou e não pode deixar de pensar em como ela tinha pra quem puxar. Riu por isso, se encaminhando para onde devia. Aquilo não se penduraria por muito tempo... Se dependesse dele, não mesmo.

Bernardo parecia ter medo de tocar em Violetta; e tinha mesmo. Na realidade ele estava sem jeito, destruindo totalmente a sua figura de soldado valente – como dizia o próprio nome – e no final da sessão acatou ao pedido da mãe. Antes que pudesse se aproximar dela, alguém fez. A senhora sua mãe, ansiosa como era estava lá sem ser chamada. Batendo na porta do camarim de Violetta que rodava a chave. Merda.

– Shirley! – ela disse abrindo os braços.

Abraçaram-se. Bernardo revirava os olhos.

– O que faz aqui? – Violetta perguntou encostando o quadril do outro lado da porta.

– Vim ver o Bê... – Shirley disse; Violetta quase soltou um riso espalhafatoso – Mas eu quero mesmo é falar com você.

– Comigo? Pode entrar... – Disse saindo da entrada da porta.

Shirley entrou em passos lentos, e pediu para que ela encostasse a porta. Antes de atender ao pedido sorriu de olhos fechados para Bernardo...

– Shirley, algum problema?

– Muitos... Soube que você esteve mau...

– Ah, asma... Sabe como é meio imprevisível, nada demais.

Shirley pareceu pensar antes de perguntar, estalava os dedos de nervosismo. Ficar perto dela a deixava nervosa.

– Você é feliz?

Violetta largou o que estava fazendo para olhar para Shirley; estava ficando estranho...

– Sou. Bom, às vezes. Dicas para seguir em frente?

– Acima de tudo pense em você. Se aquilo não faz bem a sua vida, acabe. Acho que é isso.

Violetta sorriu... Adorava conversar com Shirley, os seus conselhos eram sempre tão úteis. Percebeu ali que talvez estivesse agindo errado; coisas da qual ela se apegava somente por que achava que era a sua obrigação, ou porque não conseguia largar, mas que não fazia mais diferença alguma em sua vida. Duas pessoas estavam prestes a invadir sua vida e duas ela mesma colocaria para fora.

A sua relação com Adam era superficial e com Thomas rodava apenas na boca do povo; eles nem se viam direito... A coisa começou a andar para amizade novamente a partir do momento que ela passou a recusar-lhe. Com muita, e toda dor no coração disse que pararia por ali. Não agüentava mais fazer as coisas para agradar as pessoas e esquecer dela mesma. Enterrou-se nas fotos, nos eventos nas propagandas, mais nada tinha importância em sua vida que não fosse o que ela queria, criasse ali uma pessoa egoísta?

– Eu estou meio ferrado cara... – Adam dizia para Fernando no telefone; não entendia o porquê de ter ligado, sabia que odiava falar por telefone.

– Deve estar mesmo; qual é pra você querer se casar tem coisa. Ela ta grávida?

Adam riu; do jeito que andavam era bem possível.

– Por incrível que pareça, não está. E se está eu não estou sabendo.

Ouviu Fernando suspirar do outro lado da linha.

– Violetta fez umas fotos pra Tucci, ficaram perfeitas.

– Eu sei, comprei a revista somente para ver o anuncio. Aplausos para mim e a minha capacidade de ainda estar em decadência.

– Cara, vou direto ao ponto. Não espere que ela já ao seu casamento ou qualquer coisa do tipo, parece ter ódio de você. Se citarem o seu nome ela para o que está fazendo e sai... Sei lá, eu sei que você ia perguntar.

E ele ia mesmo. Já sabendo que a resposta não seria agradável, iria perguntar somente para sofrer mais um pouquinho. No passado, morreria ouvindo que ela o odiava, hoje em dia achava que assim poderia ser melhor... Assim eles se manteriam afastados evitaria mais problemas. Antes que Adam pudesse responder, Fernando disse o que queria falar desde o começo da conversa.

– Violetta passou mal, de novo.

Destino é uma coisa divina. Se Adam achava que por ela estar morta de raiva iria desistir de fazê-lo sofrer estava mais do que enganado. Violetta ansiava por vê-lo rastejar por seu perdão, por dizer quão arrependido estara por ter lhe virado as costas e ficado com outra, e como estava...

– Ensaio em Copacabana... Que interessante... – Ela disse sorrindo maliciosamente enquanto sentir o celular vibrar em seu bolso.

RJ, lá vamos nós.


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Notas finais do capítulo

Amores da minha vida, obrigada pelos comentários e tudo mais ok? Bem até o próximo capítulo :3 ♥