Amor De Irmãos escrita por Minori Rose


Capítulo 15
Seguindo em frente, ou não.


Notas iniciais do capítulo

Bloqueio, again. Então sorry pela demora.
Boa leitura, espero que gostem. (cap mais curto, sorry²)



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Depois de aceitarmos os fatos
Vou trocar seus retratos pelos de um outro alguém
Meu bem
Vamos ter liberdade
Para amar à vontade
Sem trair mais ninguém
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também


Adam não agüentou ver Violetta chorando; sabia que estava sendo duro demais com elas, mas a sua visão era devido, era preciso. O mesmo já estava beirando as lagrimas e se surpreendeu, quando elas começaram a brotar ao abraçar a sua irmãzinha caçula. Nunca se sentiu tão mau em toda sua vida. Sempre odiou vê-la chorar; não pensou que ela faria isso em sua frente... As coisas andavam de mal a pior.

Violetta pediu para que ele não dissesse mais nada e saísse; preferia ficar sozinha. Tentou controlar sua vontade, mas acabou em ler mais um pouco da agenda. Adam desceu e ficou lá, tentando controlar-se conversando sobre assuntos da qual não tinha interesse algum. Depois de um tempo Violetta desceu, arrumada com uma jaqueta jeans e uma daquelas botas que Agnes odiava. Almoçou junto a todo mundo; a vermelhidão em seus olhos ainda era visível, falava olhando para o chão. Manteu o máximo de distancia de Adam; por volta das 15:30 ele disse que precisaria ir embora.

Despediu-se de todos e chamou Violetta para ir com ele até o aeroporto; ela aceitou a contragosto. Ela sentia um aperto tão grande na garganta que as palavras hesitavam em sair, ou nem conseguiam. Adam já havia feito o Check-in; estava na porta de embarque olhando para ela com expressão de aflição.

– Eu vou estar aqui te esperando quando estiver pronto para assumir, e se responsabilizar pelo que fez comigo...

– O que eu fiz com você?

– Fez com que eu me apaixonasse... – ela disse passando a mão sobre o rosto dele como se tentasse memorizar exatamente como Adam era.

– Sinto muito por isso...

Violetta pulou nos braços dele; Adam a segurou tão forte que faltou quebrá-la ao meio. Pensou por uns segundos que não havia ninguém de conhecido ali... Não faria mal beijá-la somente mais uma vez. Poderia ser a ultima. Foi nesse pensamento de despedida que ele a sentiu, em seus pensamentos pela ultima vez; foi a forma mais intensa da qual já havia beijado alguém... Foi a coisa mais intensa que já fizeram em publico. Parecia cena de filme. Podiam ouvir junto às chamadas de embarque as lamentações das pessoas que assistiam a cena. E foi assim que ele finalmente a soltou ao um voo livre, sem a sua nobre proteção. Passou as mãos nos cabelos loiros da menina antes de proferir um adeus que certamente não exprimiu dor maior... Poderia vê-la novamente, mas em um futuro incerto e distante, de um jeito distante.

Sua mocinha não chorou mais. Simplesmente disse um até mais com tom de até nunca; Não havia mais nada que pudesse ser dito ela sabia com toda sua fragilidade que Adam não voltaria para lá, muito menos para ela. No máximo ligaria no natal se seu orgulho nitidamente precaucioso deixasse-o ouvir a voz dela novamente.

– Eu te amo. – ultima chamada vôo 1457 – Sinta-se livre para viver, minha menina.

Foi tudo o que disse antes de sorrir depressivamente, e adentrar o portão de embarque. Que se fechou poucos minutos depois.


Violetta voltou para o condomínio e correu para os braços de Thomas; ele estava lá esperando por ela na sala de estar. Pela primeira vez chamou-o para o subir para o quarto sem muita vergonha; assim foi. Correu para o colo de Tom como se fosse seu ponto de salvação... Fechou a porta do quarto exatamente como o boçal – na cabeça dela – havia feito mais cedo, entregando os pontos totalmente a ele.

Thomas sabia do desespero de ser amada que Violetta sentia e acabaria com isso em minutos. Colocou o filme preferido dela, puxando-a para perto. Thomas acariciava os braços de Violetta por baixo dos seus e quando deram por si, a fala dos personagens estavam nulas perto aos afagos. Ela ria, enquanto ele passava a mão em seu pescoço ou até mesma a boca. A partir daquele dia ela decidiu que não iria abandoná-lo; dedicou todo o seu amor á Thomas e seu sorriso carinhoso. Depois que ele saiu Violetta olhou o quarto.

Quarto aquele que a faria lembrar de Adam até pelo cheiro. O cheiro dele estava naquele travesseiro onde ela deitou, e chorou. Chorou muito, até que suas têmporas latejassem e seus olhos pedissem arrego; segurou a agenda e a pulseira nas mãos e agarrada com os presentes dormiu. Ao termino da noite, nunca mais chorou por Adam, ele não estava morto, somente distante.


Semanas se passaram. Com o cancelamento do espetáculo por conta de uma torção no pé de Isabella, só ocorreria a alguns meses; Nesse meio tempo começou a se trabalhar com fotografias, ensaios fotográficos, por insistência da mãe. Fez um ensaio ali, um book aqui e quando se deu conta já estava mais do que envolvida e conhecida nesse meio. Começou a destinar todo seu tempo a essa “causa”, passando a ser mais sérias do que o próprio Ballet, que depois da apresentação ficou somente como exercícios físicos.

Parecia tudo bem, já se encontrava no meio do primeiro ano. Aprendeu a reviver velhos costumes vivendo sem Adam, mas continuando a amá-lo; alias perdeu as contas de quantas vezes leu o que ele escrevera e reviveu em sua mente momentos especiais. Ele que realmente terminou com Celina e passou a viver recluso, somente trabalhando e trabalhando. Não voltou a escrever sobre Violetta, tampouco lhe enviava cartas como antigamente. Ligou no natal, no aniversario e só. Nada mais do que “estou bem e você?”.

Nisso em um dia que jantava sozinho em um restaurante por furo de um sócio, reencontrou um velho amigo dos tempos da faculdade. Junto dele estavam duas mulheres: A namorada de seu amigo e Barbara. Barbara era amiga do casal, e passou a ser de Adam. Eles começaram a se ver com freqüência. As vezes por acaso, as vezes propositalmente. Ele gostava de Barb, e muito. O jeito dela o fazia lembrar de Violetta, por alguns minutos se sentia perto dela novamente.

Barbara tinha os cabelos vermelhos opacos, meio alaranjados – natural – e os olhos no mesmo tom de verde de Violetta. Não podia comparar sua menina de patamar elevado a ninguém, mas era uma brecha aos seus sonhos do passado. Querendo ou não, Violetta e Adam pensavam um no outro todo santo dia que lhe era proporcionado. A distancia criou firmeza no coração dela, uma saudade ridiculamente sobrenatural no dele. De toda forma, na dor e rancor, alardeamento, conformismo e sentimentos ambos viveram distantes por cerca de dois anos.

Dois anos opacos, mas cheios de surpresas. Duas delas, as mais impossíveis, bombásticas e surreais estariam para acontecer naquele mesmo ano; revelações que acabariam em um passe de mágica com suas realidades, com suas mentiras encobertas. Shirley continuou a ver Violetta discretamente, muitas vezes trombara com ela na rua – não por coincidência – e sempre a aconselhava em momentos difíceis. Pareciam até amigas, principalmente depois que ela começou a trabalhar no condomínio.

Violetta já tinha dezessete anos, Adam vinte seis. Em um dia em que sentiu necessidade de falar com ela, ligou. Somente para parabenizá-la – mentira – por uma campanha de doações daquele ano, da qual ela fazia parte. Temeu em ligar, sempre que fazia se sentia estranho por vários dias... Querendo ouvir a voz dela todos os dias. Precisava evitar aquela sensação de vazio que tomava de conta de seu interior toda vez que desligava o celular.

Enquanto chamava ele já estava fumando de novo; tinha até diminuído o “habito”, mas sempre caia em tentação. E só assim não desligaria o telefone antes dela dizer alô.

– Oi... – Violetta disse deitada na cama, sem olhar o identificador de chamadas.

– Violetta...

– A-adam... – disse sentando-se direito. – Oi não vi que era você.

– Sem problemas. Tudo bem?

– Ah, sim... Bem, Adam e você?

– Ótimo. Bem eu liguei para te dar meus parabéns pela campanha sabe? Muito nobre.

– Imagina... E obrigada. Estou muito feliz por ter me ligado...

– Estou muito feliz por ter ouvido sua voz...

Violetta sorriu não acreditando, Adam apertou os olhos, droga.

– Adam está puxando o S!

– Não essstou não! – Ele respondeu rindo.

– Adam é carioca! – Ela disse se jogando na cama de novo.

Ótimo, bom rumo pra conversa. Estaria, se Violetta não esquecesse suas vergonhas e fosse ao ponto que queria perguntar.

– Sou que está de namorada nova...

– Já faz um tempo.

– Qual o nome dela?

– Barbara.

– Ah...

– E você? Agora que está conhecida, saindo muito? – Diz que não, diz que não...

– Não. – ah... – Ainda estou com Thomas.

Adam apertou o cigarro quase se queimando. Violetta pensou em perguntar mais sobre a certa namorada, mas acabou por desistir; era o suficiente por um dia. Ele disse tchau, alegando estar atrasado. Mais uma mentira, já tinha terminado tudo o que havia para ser feito. De novo sentiu-se ir para longe com o silêncio que se fez quando desligou. Sempre se arrependia depois de ligar; sentia vontade de correr para ela assim que o tratamento com deveras carinho ou indiferença era mostrado em sua voz... Por mais que quisesse não conseguia deixar de amá-la. Por mais que tentasse. A sua cisma por texto se transferiu totalmente para a sua coleção de fotos, revistas ou tudo e qualquer coisa que ela pudesse ter feito.

Sabia que se estivesse lá poderia participar desse novo momento da vida de sua menina. Moça, de sua mudança para a fase adulta que se aproximava. Alias isso só o deixava ainda mais nervoso. Ela teria dezoito em breve... Seria livre, e poderia querer emancipar-se o que só piorava. Violetta pensava em como ele realmente havia seguido em frente sem ela. O que só tornou-se em evidencia alguns meses depois quando um certo envelope apareceu no correio dos Barizon, no e-mail de Violetta.

Quase não acreditou no que lia; sentiu aquela desgraçada sensação apertar sua garganta novamente. Foi quando teve um dos seus piores ataques. Começou a tossir no meio do choro. O barulho mais irritante de um gatinho miando em seus pulmões começou novamente. Ela se sentou esperando que aquilo passasse, mas não passou. O ar não queria mais entrar. Apertava os lençóis como se aquilo fosse fazer com que o ar fluísse em seus pulmões caóticos. No momento que não agüentava mais aquele desespero tentou levantar-se, foi isso com certa dificuldade. Abriu a porta e andou até as escadas quase que engatinhando, até perto da escada.

A voz não saia. Violetta sentou-se no corredor, desesperada. Olhou para a pulseira que Adam havia dado-lhe aos 15 anos. Céus! Que Deus a perdoasse pelas coisas que fez (que nem foram muitas). Sentia que iria morrer ali mesmo. Já não ouvia nada, quando sentiu um puxão em seu braço. Apagou.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo... Beijos :3 ♥