Percy Jackson e a Trilogia Da Pedra escrita por Pedro


Capítulo 55
05 - A Arma de Tártaro


Notas iniciais do capítulo

5º Capitulo!

Obrigado ao Oxy Veemence pelo review fantástico, fico lisonjeado.



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05 – A Arma de Tartaro

Percy estava à sombra da tenda. Uma pedra de amolar estada disposta à sua frente. Contracorrente estava na forma de espada.

Ele a amolava. A armadura de bronze estava brilhando. O peitoral, além das grevas. Suas incontáveis facas estavam devidamente amoladas e dispostas com o cabo para fora nos dois suportes, do ombro, e no cinto. Além das adagas cruzadas horizontalmente na base de sua espinha.

O Acampamento estava vazio. Na tenda apenas Atena estafa de pé debruçada sob a mesa.

O sol irradiava seus primeiros brilhos quando Clarisse veio andando na direção da tenda. Ela estava vestida para a batalha. Peitoral de bronze. Grevas. Caneleiras e camisa camuflada. A costumeira bandana vermelha cobria seus cabelos castanhos. A filha de Ares era de amedrontar. E desde a traição de Chris, ela parecia duplamente mortal.

—Jackson... – ela murmurou. Percy a olhou e assentiu.

Apoiou a lança elétrica na mesa e deixou seu escudo sob ela. Como Percy, Clarisse também tinha algumas facas dispostas em pontos estratégicos de sua armadura.

Quando o garoto terminou de amolar sua espada, ele descreveu um giro no ar. O brilho continuava ameaçador.

O arco de Épiro estava em cima da mesa. Percy o prendeu nas costas.

Luke e Beckendorf chegaram logo após. Trajavam suas melhores armaduras. Os olhares mesclavam entre determinação e apreensão. Não era medo, eles não sentiam isso.

Todos aqui? – Atena não retirava os olhos da mesa – Pois bem, não sabemos onde é o Acampamento deles, portanto, terão que achá-lo. Resgatem Annabeth, apenas. Nada de heroísmos.

“Que os deuses estejam com vocês”

***

Quando eles finalmente estavam prontos, Percy analisava a muralha de bronze e o grande portão sendo aberto pelos campistas. Ele estava à sombra de uma árvore.

Luke e os outros esperavam algum movimento do garoto. Mas ele continuava lá, parado.

O sol já estava no alto do céu. Eles haviam feito refeições e se preparavam para a aventura.

Contracorrente estava fincada no chão à sua frente. A espada, mesmo depois de anos, ainda continuava com aquele brilho feroz e mortal. Ele andou em sua direção. O cabo se encaixou perfeitamente. A transformou novamente em caneta e se foi andando na direção de seus amigos.

Os pensamentos se conectaram com os de Gryphion. Ele ordenou o grifo a ir à seu encontro.

O bater de asas seguiu-se de um baque sonoro que fez o chão estremecer.

Gryphion ainda assutava alguns meio-sangues distraídos quando exibia sua exuberância e imponência nos gramados do Acampamento.

O grifo foi seguido de três Pégasos. Os dois de Luke e Beckendorf, pretos. Blackjack era o terceiro.

“Ei chefe”

Percy ouviu os pensamentos do cavalo. Ele estreitou os olhos, franziu a sobrancelha, mas não encontrou nenhuma memória relacionada ao alazão negro.

Blackjack se postou ao lado de Clarrise. Com os olhos ela pediu permissão à Percy. Ele não entendeu o porque, mas assentiu.

O garoto andou em direção à Gryphion. Os semideuses os olhavam com espectativa de cima dos muros. Apolo trajando sua armadura dourada, olhava Percy com certa preocupação. Parecia se importar com o garoto.

A armadura do grifo brilhou no céu do meio dia enquanto o chão se distanciava e os ventos açoitavam os cabelos de Percy.

Eles voavam em formação, as muralhas do Acampamento já muito atrás. A floresta carbonizada contrastava com o céu azul e o sol dourado brilhando no alto.

Nenhum sinal de monstros ou deuses primordiais. Eles voavam baixinho, os pés de Gryphion chegavam a tocar a copa sem folhas das árvores mortas.

Já estavam tão longe que as primeiras árvores floridas começaram a aparecer.

Percy ordenou Gryphion a voar parado no ar. Ele cerrou os olhos e olhou dentro da mata. As árvores eram bem próximas, densas, mas o barulho de bigornas e grasnados monstruosos os disseram que estavam no lugar certo.

Ele se balançou na sela e deslizou o corpo para a copa de uma grande nogueira.

Se esgueirou por entre os galhos, assim como seus amigos. Os monstros patrulhavam de grupos de cinco. Todos compostos por um líder semideus. Alguns eram empousas, dracaenas ou ciclopes. Como batedores para detectar algum ataque do Acampamento.

As forças maiores estavam mais à frente. Os cães infernais, com suas armaduras de ferro, soldados mortos vivos e o resto dos semideuses traidores.

Por enquanto eles tinham a vantagem. Ainda não haviam sido detectados. Percy desejou ser invisível, tornaria a missão muito mais fácil. Ele preparou o arco de Épiro. As flechas eletrizantes reduziram o grupo mais próximo a pó.

Ele não acertou o semideus, que estava aturdido e se escondia à sombra de uma árvore.

Percy não queria matá-los, mesmo que fossem traidores. Mereciam uma chance de redenção.

Aquele espírito de justiça do garoto era algo quase como obrigatório. Ele não sabia o porque. A missão de Caos era para não haver hesitações ou receios. Mas era isso o que ele estava sentindo.

Respirou fundo. Os olhos se estreitaram. Estavam enevoados, sinistros.

O baque veio seguido da flecha eletrizante fincada na testa do semideus. Seu corpo permaneceu imóvel no chão.

Percy soltou a respiração. Era preciso.

Após aquilo não houveram mais hesitações. Ele gostaria que as flechas não matassem os semideuses. Seria como um consolo se eles só estivessem desacordados.

Grupos e mais grupos eram dizimados, mas os números de Tártaro eram grandes. Para cada monstro morto, mais cinco pareciam ressurgir de imediato.

Quando os primeiros cães infernais foram destruídos a esperança de completarem a missão estava começando a se firmar em seus corações.

Contracorrente ainda estava transformada em caneta. O garoto usava somente o arco. As flechas eram letais e todas acertavam os alvos. Ele se desviava de porretes, lanças, espadas e machados com facilidade, para logo depois as setas eletrizantes reduzirem mais e mais monstros a pó dourado.

Parecia fácil demais. Um calafrio na nuca de Percy gritava louco para ele sair correndo dali. Ele ignorava. Precisava salvar Annabeth. Por alguma razão. Sua determinação era tremenda.

Mais à frente a floresta parecia se tornar cada vez mais densas. As copas das árvores estavam tão próximas que a luz solar já não penetrava por entre as folhas, jogando o lugar numa escuridão cada vez mais profunda.

Os archotes queimando fogo grego seguiam numa trilha pelos troncos de árvores. O restante das forças de Tártaro já não lutavam contra o quarteto semideus. Luke, Beckendorf e Clarisse lutavam como deuses. As bençãos divinas pareciam ajudá-los, enquanto Percy era guiado pelo objetivo de salvar a garota Annabeth.

Quando finalmente os archotes levavam a uma clareira Pery prendeu a respiração e se escondeu.

A escuridão parecia se prender às árvores, ao chão.

Parecia emanar daquele trono. Negro. Encrustado com rubis nos apoios. Além do corvo empoleirado.

Havia, disposta na frente do trono, uma mesa cheia das melhores iguarias, vinhos, queijos e frutas. Velas negras ardiam com fogo grego.

A clareira estava vazia.

Ele não viu Tártaro, nem seus generais, nem mesmo mais forças. Percy sabia que aquilo não era uma fração dos montros do primordial. E sendo o próprio Tártaro poderia facilmente ressucitar mais forças do abismo para lutar por seu senhor.

Ele olhou para seus amigos. Eles pareciam tão assustados quanto ele. A única coisa brilhante era a lança elétrica de Clarisse.

Percy destampou Contracorrente. O brilho revelou seu rosto, que mesmo surpreso não se deixou fraquejar.

O garoto engoliu em seco e avançou. Saiu de trás da árvore e se esgueirou por para dentro da clareira. Os outros o imitaram.

Quando passaram pela mesa Beckendorf esticou a mão para um cacho de uvas enorme.

—Não toque em nada – ele bateu na mão de Beckendorf e uma uva caiu de suas mãos.

Eles avançaram em direção ao trono negro cautelosamente. Parecia radioativo, ou pior.

Algo chamou a atenção do garoto. Parecia um alçapão. Revelava uma escada de degraus. Um brilho esverdeado emanava do buraco no chão.

—Armadilha – Clarisse seguiu o olhar de Percy.

—E se não for? – o garoto murmurou – E se é onde ele mantém os prisioneiros.

“Annabeth”

O olhar de todos foi o mesmo. Esperança. Resgate.

Percy assentiu e eles o seguiram. Ele foi o primeiro a entrar, e descer pelas escadas de degraus negros. Tiveram que andar abaixados, era apertado.

Mais archotes estavam nas paredes. Desceram por uma série de degraus que finalmente se abriram em uma câmara escura e úmida. Percy estava certo. Haviam duas ou três celas.

O garoto se aproximou. As barras negras projetavam sombras bruxuleantes no chão da cela. Ele colocou os olhos em algo. Um manto laranja. Uma camisa rasgada.

Uma camisa do Acampamento Meio-Sangue.

Ele socou as barras. Se enfureceu, afinal Annabeth esteve ali. Era a mesma cela que Tártaro havia mostrado a ele, no dia que havia chegado ao Acampamento.

—Vamos, vamos embora – Luke dizia – Ela não está aqui.

Ele pronunciava as palavras com cuidado. Percy assentiu por fim.

A contragosto ele subiu os degraus escuros. Seu coração gelou ao ouvir vozes acima. Mas não eram poucas. Uma comoção parecia estar reunida.

Uma armadilha. Clarisse estava certa.

Quando seus olhos novamente encontraram as luzes bruxuleantes da clareira seu coração falhou uma batida.

Monstros se estendiam circundando toda a clareira. As armas estavam a postos, e as caras monstruosas pareciam especialmente cruéis.

Estavam cercados. Tártaro e seus primordiais estavam mais atrás.

Não eram eles o que faziam o coração de Percy falhar.

E sim a garota. Loura. Parada logo a frente de Tártaro. Os amigos de Percy abriram as bocas e cerraram os punhos.

Annabeth.

Ela trajava uma armadura negra de ferro estígio, a camisa camuflada e os jeans pretos por baixo. Além das grevas e coturnos negros.

Uma faixa negra circundava sua testa, por baixo dos cabelos louros presos num coque.

—É este, meu senhor? – Annabeth sorriu malignamente, diferente da líder que ele havia observado pelo braseiro na cidade de Caos. 

Annabeth girava a adaga de bronze nas mãos habilmente. Os cabelos louros caíam pelas beiradas da bandana negra.

—Sim, Annabeth, querida – ele gargalhou malignamente. A espinha de Percy esfriou.

—Pois bem, o matarei – ela retirou o boné dos Yankees do bolso. 

Annabeth encarou Percy enquanto o sorriso diabólico desaparecia, junto com o resto de seu corpo. 

Percy segurou Contracorrente firmemente nas mãos.


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Notas finais do capítulo

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