Percy Jackson e a Trilogia Da Pedra escrita por Pedro


Capítulo 54
04 - O Verdadeiro Percy Jackson


Notas iniciais do capítulo

4º capitulo!!!

Boa leitira!



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04 – O Verdadeiro Percy Jackson

 

Percy estava na Arena. Atirava facas nos bonecos de treinamento. Uma após outra ia se alojando em diferentes partes de seu crânio e seu coração de palha.

À esquerda no canto o enorme cão negro mastigava um escudo de bronze como se fosse um brinquedinho. Percy parecia alheio à ela. Nem mesmo quando ela o atacou e o lambeu até os pés ele manifestou alguma emoção. Parecia ser o dono da cadela.

Quíron havia dito que ela se chamava Sr O’leary. Um presente de Dédalo ao garoto. Também mencionara o fato dela ter retornado ao Acampamento junto com ele.

As facas estavam acabando no suporte preso ao ombro dele. Era um pequeno suporte no ombro esquerdo que portava até cinco facas. Somadas às que ele tinha na cintura eram mais cinco. Além das outras duas presas na horizontal na parte inferior de suas costas.

Ele era armado “até os dentes”.

Além de Contracorrente. O arco de Épiro e suas incontáveis facas ele ainda tinha uma adaga embainhada presa na cintura. Essa era diferente. A lâmina era de ouro com as pontas afiadas em bronze. O cabo era cravejado com rubis e inscrições em grego. Sangue Real. Era o que diziam as inscrições.

Mas o que mais contrastava com suas armas gregas eram as duas pistolas flintlock do século dezessete. Talhadas em ouro e bronze. Percy ainda não havia as usado. Elas sempre pendiam no coldre axilar que ele sempre usava.

Quando as facas acabaram ele foi andando calmo até o boneco destruído. Recolheu todas e as prendeu em seus lugares.

Percy saiu da Arena calado. Os olhos estavam fixos na Casa Grande. A garota ruiva o analisava de longe.

O garoto recebeu uns muitos cumprimentos. Sorrisos. Mas não reconheceu ninguém. Nem os gêmeos Stoll, que sorriam para ele da loja do Acampamento.

Na ala dos chalés ele não olhou para nenhuma das construções, apenas entrou calado na de número três. Poseidon. Ele estava dormindo naquele lugar.

Já haviam se passado dois dias desde o conselho. O resgate seria no dia seguinte. Apenas um pequeno grupo iria. Percy, Beckendorf, Luke e Clarisse. Ela era do chalé de Ares, e não parecia amistosa ao garoto. Ele se perguntava o porque.

Ele não se importava com isso. Apenas valorizou o fato dela ser a única voluntária dentre todos os semideuses. Mas Percy não os culpava. Arriscar-se nas linhas inimigas correndo perigo de serem cortados e mandados ao mundo inferior pelo próprio Tártaro não era uma oferta tentadora.

A ducha que ele tomou foi tão demorada que o sol já havia desaparecido quando saiu.

Ele abriu seu guarda-roupas pela primeira vez desde que havia chegado ao Acampamento.

Ainda enrolado na toalha ele observou as poucas peças de roupa. Quase, senão todas as blusas eram alaranjadas.

Ele se arriscou a tocar em uma delas. Parecia que ele ia tomar um choque ao encostar.

Com cautela ele a vestiu. Caiu perfeitamente. Como se a blusa fizesse parte dele. Ao mesmo tempo sentiu-se estranho. Como se algo estivesse faltando.

Colocou os jeans azuis escuros rasgados num dos joelhos e calçou os Janoski pretos.

Ele saiu do chalé em direção ao pavilhão das refeições. Todos os campistas faziam o mesmo percurso.

O refeitório estava apinhado de campistas. Todos riam e conversavam. Pareciam estar bem diferentes de quando ele os observava do Grande Salão na fortaleza de Caos.

O garoto parecia dar a eles uma onda de renovação e esperança. Mesmo que isso não fosse intencional da parte dele.

Quando notaram Percy com a blusa do Acampamento o burburinho foi inevitável. Ele ouviu murmúrios do tipo O verdadeiro Percy está de volta” e coisa do tipo.

Ignorou-os e sentou-se sozinho na mesa de Poseidon. Nem mesmo o sátiro Grover juntou-se a ele. Ficou na mesa principal, onde todos os olhares pairavam nele.

Percy sentia a pressão cada vez maior sobre si. Mas estava determinado e firme. Não ia fraquejar. Ele era o símbolo da esperança dos semideuses. Tinha que provar que iria derrotar Tártaro e suas forças das trevas.

Calmamente ele comeu. Seu prato se encheu de queijos, frutas e carne. E o cálice de Cherry Coke. O encantamento do refeitório parecia conhecer Percy muito bem, pois ele comeu fartamente.

Quando ele estava se levantando ouviu um pigarro.

—É... – ele analisou o sátiro Grover, que se encolheu um pouco – Quíron me pediu para entregá-lo. É seu.

—É?

Percy esticou a mão para pegar o colar de couro preto. Cheio de contas coloridas. Ele teve um vislumbre. Conhecia as contas.

O Tridente, uma réplica do Velocino. O arco e flechas azul, além do Labirinto e por último o Empire State.

Percy hesitou, mas prendeu no pescoço.

—Então – ele quebrou o silêncio – Grover?

—Sim – o sátiro assentiu.

—Tenho a impressão de que você me conhece mais que a maioria daqui, porque?

—É verdade, nos conhecemos à muitos anos. Estive com você em todas as batalhas e missões.

—Conte-me, quero saber quem foi esse verdadeiro eu.

***

Percy e grover estavam na área da fogueira. Os campistas de Apolo, após muito tempo, cantavam. O próprio Apolo tocava uma lira.

Percy estava de pé. Os braços cruzados. Ele observava a fogueira mudar de tom. Do alaranjado ao púrpura e então ao dourado.

Grover havia contado tudo. Desde quando o Raio de Zeus fora roubado por Ares, com a ajuda de Luke, para a surpresa de Percy.

Quando ele havia sido sequestrado por Polifemo e aprisionado no Mar de Monstros. Grover o contou da missão de resgate à Annabeth e Ártemis.

A batalha do Labirinto de Quintus, mais tarde revelado ser Dédalo.

Até que Grover chegou à parte da conta sobre o Empire State. Percy ficou tamborilando os dedos por ela enquanto ele descrevia as batalhas contra as forças de Tártaro. Até mesmo quando Annabeth invocou as estátuas de Manhattan para defendê-los e os Pôneis de Festa.

Os olhos de Percy brilhavam incandescentes ao ouvir aquelas palavras.

—Então esse é o verdadeiro Percy Jackson. O verdadeiro eu.

“Não me lembro de nada. Mas obrigado por me esclarecer, Grover.”

As chamas dançantes fizeram o sono pesar sobre Percy. Ele ficou mais um pouco observando a fogueira mudar de cor até que se foi para a ala dos chalés.

O Acampamento era iluminado por postes ambientados do século XIX. Alguns semideuses em grupo conversavam baixinho próximo aos postes. Murmuravam palavras de encorajamento à Percy.

Quando Percy finalmente entrou no chalé de Poseidon se sentiu estranho. Uma inexplicável sensação de estar em casa. Em sua verdadeira casa. Mesmo que não soubesse o porque.

Ele se jogou na cama debaixo da beliche, próxima à janela, onde o chifre do minotauro pendia.

Com poucos segundos ele adormeceu. Desta vez sem sonhos.


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Notas finais do capítulo

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