A Repetente escrita por CassieWriter
No dia seguinte abri os meus olhos mas preferia ainda estar dormindo ao relembrar o pesadelo que estava vivenciando, senti fortes dores no corpo inteiro, eu já estava presa naquele cativeiro por dois dias, cujos custaram a passar, eu estava cansada, suja, sendo mal alimentada, com saudades de casa, o Jared agora já não era meu único problema.
-Bom dia princesinha. -Disse um dos sequestradores.
- Bom dia o caralho, quando é que vocês vão me tirar daqui?
- Quando tivermos ordem. - Disse o outro.
- Ordem de quem? Eu não aguento mais isso. Me deixem sair daqui -Eu disse, fazendo força contra as cordas que me prendiam naquela cadeira.
- Cala a boca, toma o seu café da manhã! - Disse um deles jogando um prato com ovos fritos em meu colo.
- Como é que vou comer sem as mãos, filho da puta?
- Deixa que eu te sirvo na boquinha...
- Prefiro ficar com fome! - Gritei, com nojo daquele homem.
Ele olhou para mim sem responder nada, veio em minha direção e desamarrou minhas mãos.
-Come agora.
Comecei a comer aquela comida ruim, só porque estava com muita fome, mas eu estava com muito nojo daquela comida, daquele lugar e daqueles homens nojentos, terminei de comer, e logo vieram me amarrar.
- Não me amarrem, por favor, não me amarrem!
- Só deixo com uma condição, lindinha...
- Se for pra fazer algum serviço sexual pode tirar seu cavalinho da chuva.
- Não, porque sabemos que você não iria fazer, queridinha... Quero que você vá naquela salinha ali e prepare um suco para nós, se cumprir isso, deixo você sair lá fora pra tomar um ar, mas claro que com a nossa companhia.
- Viu, agora me soltem.
Eles me soltaram e eu fui até a sala que eles haviam me mandando, tinha todos ingredientes para fazer suco, quando terminei e já iria servir, abri uma gaveta e encontrei os soníferos que eles colocavam em minhas bebidas, acabei juntando também com os outros ingredientes do suco e fui servi-los.
- Vamos ver se isso vai prestar. - Disse o mais alto.
- Só vamos deixar sair se tiver bom... - Disse o outro.
Servi os dois, ignorei as piadinhas e sentei de volta na cadeira, agora só restava esperar o sonífero fazer efeito.
- Está bom o suco, gatinha...
- Além de linda, cozinha super bem!
Em menos de meia hora, ali mesmo no chão os dois adormeceram, com muito cuidado para não acordá-los, peguei no bolso de um deles o celular e sai correndo daquele lugar, quando já estava um pouco afastada peguei o celular e disquei o número da minha mãe que eu tinha memorizado.
- Alô? -Disse a minha mãe com voz de choro.
- Mãe, me ouve por favor...
- Becca, onde você está? Quer me matar de preocupação?
- Fui sequestrada, estou em uma fazenda, só agora consegui escapar.
- Sequestrada? Por quem?
- Por dois homens que eu nunca vi, foi mandado por alguém.
- Filha, esse cativeiro é muito distante daqui?
Detalhei onde era o cativeiro para minha mãe, como era cidade pequena, nós sabíamos onde ficava, e eu sabia ir até uma estrada próxima que havia por ali.
- Faz o seguinte, saia dai o mais rápido possível, que mandarei a polícia te buscar e descobrir os sequestradores.
Corri o mais rápido que pude até a estrada que era cerca de um quilômetro e meio do cativeiro, quando cheguei lá cansada, morrendo de sede, já haviam duas viaturas me esperando, quando me viram aproximar, todos desceram e vieram falar comigo.
- Becca, tudo bom com você? - Perguntou a delegada.
- Estou muito fraca, pois passei muita fome e sede, fora isso estou bem.
- Eles te machucaram?
- Não, só me assediaram e me davam bastante sonífero.
- Estamos indo para lá com a viatura, você volta pra casa com a Delegada na outra viatura.
Eles entraram na viatura e foram em direção do cativeiro, entrei na outra viatura com a Delegada e ela foi o caminho todo me interrogando. Ela me levou até em casa, quando cheguei lá fiquei surpresa com o que eu vi, o meu pai estava lá junto com a minha mãe, a Jessica, a Vic e alguns familiares que eu não via há bastante tempo. Minha mãe veio correndo em minha direção e me deu um abraço demorado.
- Eu te amo, Becca!
- Eu te amo, Mãe.
A Vic também veio em minha direção, chorando me abraçou e disse que estava com saudades de mim e que eu havia emagrecido. Meu pai, que não me abraçava a bastante tempo e não era mais presente em minha vida, disse que me amava, me emocionei. Até vaca da Jessica me tratou bem, no fundo, eu gostava dela e ela gostava de mim.
- Becca, você está imunda, tome um banho que vamos te levar no hospital.
- Hospital? Estou bem, Mãe.
- Não, você não está bem, está abatida, e mais magra.
- Viu, Mãe...
Me despedi de todos e entrei no meu quarto, lá havia um pacote embrulhado escrito "Becca" com letras bem desenhadas, abri e tinha uma caixa de chocolates e um cartão.
"Soube do que aconteceu, espero que você esteja segura neste momento. Eu te amo, Becca!"
E como sempre, não havia assinatura. Será que era o Jared? Parei de ficar pensando besteiras, fui ao banheiro e tomei um longo banho, era como se mesmo depois do banho eu ainda estivesse suja, suja daquele lugar, e daqueles homens nojentos, eu só queria que tudo ficasse bem, eu queria que minha família fosse "perfeita" apesar dos defeitos, queria esquecer de todo esse pesadelo, e queria que o Jared estivesse ao meu lado, me apoiando, correspondendo o amor que eu sinto.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Emoções finais, o próximo capítulo é o último, e então, o que acharam? Beijos!