Trampled Flowers escrita por Lirium-chan


Capítulo 3
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Olá?
Waah.
Desculpem a demora absurda pra postar o novo capítulo. Mas eu fiquei sem computador por um tempo e, o que na verdade foi responsável pela maior parte do atraso, tive um bloqueio dos brabos -q
Mil desculpas, Rin-chan Ç_Ç
E ainda ficou meio pequeno... mas é que eu achei melhor deixar uma parte para o próximo capítulo, que em compensação vai estar bem grande~
Bem. Boa leitura :)



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 O que poderia ser tão interessante na janela?

 E aquela era uma pergunta que corria mil vezes pela cabeça de Rinto, e ainda mais números do que ele gostaria de admitir. É porque aquele menino Len é tão esquisito.

 E lá estava ele. A postura desleixada e os longos dedos entrelaçados, os olhos cerúleos fixos no vidro opaco de mais uma janela, uma expressão tão séria em seu rosto que parecia estar contemplando os mais profundos segredos do universo.

 Mas Rinto não se enganava. Pois o que interessava ao rapaz não eram as janelas, era o que ele gostava de observar através delas. Pessoas. E nesse ponto as janelas deviam ser suas melhores amigas.

 “Desculpe, eu o fiz esperar.”

 Desviou o olhar das pessoas apressadas na rua, pois bem ali havia um bem de perto.

 “Fez?” Abriu um sorriso pequeno, erguendo-se de seu assento e oferecendo a mão para mais velho. “Nem o percebi, estava distraído.”

 “Nota-se” Len lançou um breve olhar por sobre as pessoas na casa de chá antes de sorrir um pouco mais com o comentário.

 Sentaram-se, e Len o encarou de um jeito que fez com que quisesse fechar os punhos em sua cara e sair correndo dali para lavar-se em sal. Era como se tentasse saber tudo sobre ele.

 Pior, era como se já soubesse.

 A verdade é que Rinto já havia lhe perguntado diretamente – e que melhor jeito de fazer as coisas do que diretamente? – sobre esse costume pequeno (porém enervante) do rapaz. Embora, talvez, tenha sido mais especifico…

 “Len, por Deus! O que tem de tão fascinante em observar a mesma pessoa por horas?”

 E não era só daquela vez. Ele realmente tendia a se fixar em uma única pessoa por horas.

 Mas naquele dia era diferente.

 O loiro sorriu, e seu sorriso era de um jeito que ele parecia ter acabado de decidir alguma coisa.

 “Eu acho que a amo.”

 Eu acho, ele disse.

 E Rinto seguiu o olhar dele e, sem surpresa nenhuma, encontrando a figura de sua irmã com uma renda inacabada deitada no colo e uma expressão sublime de choque e esperança no rosto.

 Parecia que Eu acho era mais que o suficiente.

 Ele podia ter certeza depois.

  Foi arrancado de seus devaneios quando uma mão enluvada depositou uma xícara na sua frente. O garçom serviu o chá e se foi com uma mesura. Fitou o rapaz do outro lado da mesa com um ar questionador.

 “Ah, espero que não se importe. Tomei a liberdade de anteceder o pedido.”

 Rinto sorveu um pouco do líquido e sorriu inconscientemente.

Earl Grey.

“De maneira nenhuma.”

 “Hm. Sempre tivemos um gosto parecido para chá. Embora, é claro, eu prefira Ceylon Tea.”

 O mais velho fitou o caramelo límpido de sua xícara.

 “Muito adocicado, em minha opinião. Prefiro coisas mais… vivazes.”

 “Mas você não me convidou aqui para uma agradável conversa sobre chá, estou correto?”

 Rinto assentiu com a cabeça, assumindo ares mais sóbrios.

 “Estou preocupado com a Rin.” Disse, correndo os olhos pela mesa.

 “Entendo.”

Len inclinou levemente a cabeça e entrelaçou os dedos. “E você acredita que eu sou o motivo para você precisar estar preocupado.”

 Bebeu mais um pouco de chá, perfeitamente calmo.

 “Está precipitado. Eu só gostaria de saber se você notou algo diferente, ou se de repente sabe sobre algo que aconteceu. Ela parece mais pensativa que o normal ultimamente…”

 Len desviou o olhar para a janela novamente, como se Rinto houvesse se tornado desinteressante com aquelas palavras.

 “Ah. Eu certamente não observei nada de incomum no comportamento dela. Se anda tão pensativa, como diz, não é necessariamente algo ruim. Ela pode estar planejando os detalhes do casamento, por exemplo.”

 Rinto franziu o cenho.

 “Acredito que pensar demais em algo enlouquece. Principalmente se for algo mais sério do que flores para decorar o altar.”

 Len abriu um sorriso torto.

 “Eu não sou conhecedor dos pensamentos de uma mulher, Rinto. Você teria de perguntar para ela.”

 O loiro puxou uma rosa do arranjo de mesa e começou a desenhar o contorno dos espinhos com os dedos. O gesto aborrecia Rinto, embora ele não soubesse dizer o porquê.

 “Eu irei a sua casa hoje, visita-la. Se isso acalmar sua mente, posso pergunta-la sobre seus pensamentos.”

 “Visita-la?” O mais velho arqueou a sobrancelha. “Pergunto-me se mamãe está ciente disso.”

 Len deu de ombros, procedendo em acariciar as pétalas rubras da flor.

 Estranho. Era um rapaz estranho. Não que o achasse necessariamente ruim ou mau… mas às vezes Rinto achava que tinha algo de errado com ele.

 Além do fato de que ele provavelmente sabia o que se passava pela cabeça de Rin.

 Na verdade,

 Ele provavelmente sabia o que se passava na cabeça de todos.

 Coisas como seus medos, gostos para chá, cores, padrões de ação e quando você acha que ele fez algo para deixar sua irmã ‘pensativa demais’.

 “Eu estive pensando…” Len começou, girando a flor entre os dedos.

 Não, não pense tanto. Ele sabia disso. Pensar demais enlouquece.

Mas Rinto conseguiu abster-se de falar qualquer coisa. Aquela era uma batalha perdida.

“… sobre a eternidade.”

 Não era um garoto ruim, não era.

 “Durante a Antiguidade os gregos já sabiam muito.”

 “É mesmo? Já me foi dito que não sabiam de nada.”

 Len voltou a olhar o seu rosto. Mas ele já não via nada ali, parecia fixar em algum ponto no nada.

 E o ignorou, além de tudo.

 “Heráclito afirmou que não se pode mergulhar no mesmo rio duas vezes, isso é porque as águas já estão mudadas pela segunda vez… da mesma forma, nós também já mudamos.”

 Mais um gole de chá. Doce. Muito doce.

 “Não é uma mudança tão dramática.”

 “De fato, talvez não tão dramática de imediato. No entanto, se voltares ao rio vinte anos após ter mergulhado nele da primeira vez vais notar a diferença – tanto no rio quanto em si mesmo.”

 “É uma corrente incomum de pensamento que está seguindo. O pensamento de Heráclito já foi bem contestado com a simples lógica de que o ser é e não pode não-ser. O que está tentando me dizer?”

  O loiro sorriu, um sorriso tão esquisito que Rinto sentiu vontade de recuar – recuar para onde? Por quê? Vocês estão apenas bebendo chá.

 E de repente, Len estava de pé. De pé e ao seu lado. E o sorriso esquisito, e um brilho mais esquisito ainda nos olhos.

 “Estas rosas são bonitas, não concorda?” Ele segurou a flor que tinha em mãos junto ao peito, então puxou ainda outra do arranjo e ofereceu para Rinto, que a pegou com dedos contrariados.

 “Elas ainda tem aquele perfume suave característico, eu acredito que o perfume deve ser equacionado quando decidimos se uma flor é bela. Neste caso, estas são lindíssimas.”

  Torceu o nariz. Detestava a fragrância das rosas. Doce. Doentiamente doce.

 Len inclinou-se sobre ele, em fato, praticamente pairou sobre ele – parecia uma espécie de corvo em suas vestes negras.

 O cheiro adocicado confundia seus sentidos, já não sabia se vinha do chá ou das flores.

 E Rinto estava inerte, entorpecido e só conseguia pensar em quanto os olhos dessa pessoa que estava para desposar sua irmã eram tão irremediavelmente loucos.

 O corvo debruçou-se ainda mais, e ele soltou uma verdade sussurrada que era como um segredo, e que era um pouco como um presságio também.

Rosas esmagadas. As pétalas desvirginadas no colo de Rinto. O maldito corvo foi embora, não, não era corvo, aquele era seu primo, seu genro. Rinto fitou a confusão escarlate em seu colo, tentando evitar um aperto inexplicável em seu peito. As palavras que se repetem como um mantra terrível.

 “Rosas morrem.”


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Notas finais do capítulo

Oi?
Eu sei que não é o melhor dos capítulos. Talvez seja só comigo, mas não consegui ficar satisfeita... e acho que ficou meio chato.
Bem.
E a Rin-chan não apareceu (Não você, Rin-chan, a Rin-chan que é personagem).
Mas tudo bem porque ela vai aparecer bastante nos próximos ^^
Vou tentar não demorar tanto da próxima vez... realmente sinto muito.







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