Hurricane escrita por Lauriel


Capítulo 4
Capítulo 4




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- Acho que não vejo tantos fotógrafos juntos desde a festa de lançamento do meu último livro. – comentou Castle, enquanto saíam do elevador na delegacia. Haviam passado por um mar de fotógrafos e jornalistas, todos ávidos por informações.

- Vou falar com Gates – respondeu Beckett – Vamos tentar tirar o máximo de informação possível do FBI e descobrir porque eles estão metidos nisso. Quero resolver esse caso antes que vire um circo maior do que já está.

- Ele era senador, não é normal o FBI se envolver?

- Mas essa não é a forma deles agirem. Parece que estão fazendo as coisas de qualquer maneira, às escondidas.

- Bem, o FBI não tem pessoas das mais comunicativas, eu diria.

- Beckett, temos um problema – disse Ryan, assim que os encontrou – Na verdade... Temos uma situação estranha.

- Alguma coisa pode ficar ainda mais estranha nessa história? – perguntou Castle.

- Ah, pode. Houve uma briga de gangues esta madrugada, um homem foi morto e... Com ele foram encontrados os documentos e o celular de Bracken.

- O que?! – Kate ficou chocada.

- E tem mais. A balística comparou as balas da arma que matou o senador com a arma que estava com ele. Batem. São da mesma arma.

Ela desabou na cadeira. Nada mais fazia sentido.

- Bracken foi executado por uma gangue? – divagou Castle – Mas... As ligações, as transferências... Então não estão relacionadas à morte dele? Me parece bem pouco provável...

- Não faz sentido, nada faz sentido... – completou Beckett – Quem é esse cara que foi morto?

- Nick Smith – respondeu Esposito, enquanto pendurava a foto do bandido no quadro – Tem uma bela ficha. Foi criado num orfanato, de onde fugiu com 9 anos. Começou com pequenos furtos, tráfico de drogas, passou pra assaltos à mão armada até que, há cerca de dois anos, começou a ser identificado com os crimes da gangue conhecida como Hurricane. Ela disputava território com uma outra gangue, ontem se enfrentaram e nosso amigo levou a pior.

- Houve outras mortes? – perguntou Castle.

- Não, só ele se deu mal dessa vez.

- Não é curioso que justamente o único bandido morto num enfrentamento de gangues seja o que matou Bracken? Não, história muito ruim. Fraca, pouco criativa. Quem está arquitetando isso tudo não é tão bom quanto parece.

- Bom o suficiente pra nos tirar todas as evidências. Eu tenho a sensação de que tudo está escapando das minhas mãos – disse Beckett. – Espo, Ryan, encontrem alguém, qualquer um que tenha qualquer tipo de relação com esse Nick. Vasculhem a vida dele, achem o endereço, parentes, namorada, colegas de cela, qualquer coisa. Precisamos de pistas, precisamos de alguma coisa que conecte esses dois casos. Alguém com algum motivo pra querer implicar Nick na morte do senador. Lanie já fez a autópsia?

- Já. – respondeu Esposito – Três tiros de grosso calibre, dois no peito, um bem no meio da testa. Morreu na hora, sem chances. Nada de anormal além disso.

- Ok... Se o cadáver não vai nos dizer muita coisa, então vamos ter que buscar algo ou alguém que diga. Mande os documentos e o celular de Bracken pra perícia. Vamos tentar achar alguma impressão digital.

- Já fiz isso. Agora é esperar o resultado.

- Ótimo. Agora me ache alguém pra depor, porque nunca vi um caso mais escorregadio que esse...

- Deixa comigo.

- Confesso que não sei o que fazer... – disse Kate, desanimada.

- Bracken não se envolveria com gangues. Não pessoalmente. Isso não tem o estilo dele. – Castle divagou.

- Não, é claro que não. Isso tem cara de evidência plantada. E provavelmente a perícia só vai encontrar as digitais desse Nick Smith. Quem está por trás disso sabe bem o que está fazendo.

- Embora eu ainda ache que essas pistas foram muito mal plantadas. A questão é: Por quem? E por que?

- Exato. Mal plantadas ou não, quem está por trás de todas essas armações tem muito espaço de manobra. E está limitando cada vez mais o nosso. O que me dá a certeza de que pessoas poderosas estão envolvidas.

- Detetive Beckett – chamou Gates – Pode vir à minha sala, por favor?

Enquanto Kate e Castle entravam na sala, Gates prosseguia com as apresentações.

- Detetive, senhor Castle, este é Mike Benson, capitão do setor de inteligência do FBI. – após os cumprimentos, continuou – Ele veio... Bem, veio encerrar o caso do senador Bracken.

- Como assim encerrar? – surpreendeu-se Beckett. – Nós ainda estamos no meio da investigação!

- Discordo, detetive. – Benson respondeu friamente – Fui informado de que o assassino do senador foi morto esta madrugada numa briga de gangues. Ele estava de posse dos documentos e do celular da vítima, e estamos apenas aguardando o resultado da perícia sobre impressões digitais para dar como encerrado o caso. O corpo dele neste momento já está sendo removido para o senado, para ser velado com as honras de estado de um senador da república.

- Mas vocês não podem fazer isso! Esse caso tem vários elementos que precisam ser explicados e... Um deles, inclusive, é porque seus homens limparam o escritório e o quarto de hotel do senador. Pode responder a isso, capitão?

- Meus homens fizeram o que era necessário fazer no sentido de levar conforto à família da vítima.

- Bracken não tinha família próxima, capitão – argumentou Castle. – O senhor deve saber disso.

- A família de um representante da república é seu eleitorado, senhor Castle. – Benson respondeu, indiferente – Examinamos todo o material e não encontramos nada relevante para o caso. – o celular dele tocou – Está pronto? Ótimo. Encaminhe para o escritório. – enquanto guardava o telefone, completou – Saiu a perícia, e as únicas digitais encontradas, além das do senador Bracken, foram as do seu assassino, Nick Smith. Caso resolvido, detetive. Os EUA agradecem seu empenho nesse assunto, mas seu trabalho se encerra aqui. – virou-se para Gates e, apertando sua mão, concluiu – Agradeço a atenção dispensada pela senhora e sua equipe a essa tragédia. A 12ª NYPD está de parabéns pela celeridade com que lidou com essa situação, mas espero que entenda que, daqui pra frente, é nossa alçada. Tenham um bom dia. – sem esperar resposta, saiu.

- Mas que diabos foi isso?? – perguntou Beckett, atônita.

- Também não sei, detetive. Mas seja o que for que tenha acontecido, esferas superiores querem abafar. E é melhor para os nossos empregos que não nos coloquemos como obstáculo a isso.

- Como a perícia saiu tão rápido? – perguntou Castle.

- Influência, senhor Castle – respondeu Gates – Tenho certeza de que o senhor entende bem disso. Agora, detetive, cuide da papelada de encerramento do caso. De preferência antes que o FBI grude em nossos pescoços. Estamos entendidas?

- Sim senhora.

Beckett saiu da sala de Gates extremamente irritada. Não se conformava com aquele desfecho.

- Isso... Isso é... Inacreditável! – ela resmungou.

- Não é?! De onde saiu esse cara? Nunca vi alguém tão cheio de clichês. “A família de um representante da república é seu eleitorado, senhor Castle”. Não sei sobre ele, mas certamente não sou da família do Bush  – Beckett não respondeu –  O que vamos fazer? – ele perguntou.

- Finalizar o caso. As ordens não são essas?

- Certo, oficialmente vamos encerrar o caso... Mas e extra-oficialmente? Você não vai deixar isso assim, sem respostas.

Ela suspirou e debruçou-se sobre a mesa.

- Esperar o retorno de Ryan e Esposito. Se eles encontrarem alguém, e eu realmente confio que vão encontrar, vamos interrogar essa pessoa. Fora daqui, evidentemente. É a única esperança que temos, porque todas as outras conexões possíveis desse caso estão bloqueadas. Com o FBI agindo duvido que consigamos o mandato pra acessar os e-mails, não temos como descobrir de quem é o telefone pra quem Bracken ligava, não temos como descobrir de onde vinha o dinheiro, não temos como descobrir onde foi parar a pasta nem o que tinha dentro, não temos nada...

- Se o dinheiro vinha de fora do país, e Bracken estava envolvido em algo sujo, além de muito grande a julgar pela quantia que vinha recebendo, então ele pode... Ele poderia ter sido eliminado pelo próprio FBI?

- Como assim? Por que o FBI eliminaria um cidadão americano, mais ainda, um senador prestes a se candidatar à presidência?!

- Não sei... Se ele ameaçasse a segurança nacional de alguma forma com esses contatos...

- O homem queria se eleger presidente, Castle, não jogar uma bomba atômica em Manhattan. – o telefone de Beckett tocou – Hey, Espo. E então?

- Acho que conseguimos alguma coisa. Nosso sr. Smith tinha uma namorada.

- Parecida com a Angelina Jolie?

- Castle!

- Desculpe.

- Continue, Espo.

- Ela trabalha numa lojinha de bugigangas em East Harlem, na rua 116, ao lado da estação de metrô. Concepción Rodriguez é seu nome.

- Estamos indo pra lá agora.


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