Hurricane escrita por Lauriel


Capítulo 5
Capítulo 5




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- Concepción Rodriguez? – perguntou Beckett.

- Sim, posso ajudar? – uma mocinha baixa, morena, com os cabelos lisos e compridos atendeu-os com um sorriso.

- Creio que sim – respondeu Kate, mostrando o distintivo – Detetive Beckett, 12ª NYPD. Este é o Sr. Castle. Podemos conversar durante alguns minutos em particular?

A moça empalideceu.

- Eu...  Eu não posso... Não posso deixar a loja sozinha... Perderia meu emprego e...

- A que horas você sai?

- Às 17h...

- Muito bem, esperaremos no carro. – Beckett já ia se virando pra sair, mas antes disse – E, Concepción... Não tente fugir. Por enquanto não temos nada contra você, mas se tentar, pode se complicar. Só queremos fazer algumas perguntas. Seria melhor se colaborasse.

Ela balançou a cabeça em concordância, assustada.

- Você acha que ela sabe de algo? – perguntou Castle, já no carro.

- Talvez. Pode não estar envolvida com a gangue, mas não ficou assustada daquele jeito por nada.

- Beckett, acho que por aqui em geral as pessoas se assustam quando são procuradas pela polícia. Ainda que não tenham feito nada.

- Pode ser. Só espero que ela esteja disposta a colaborar.

As horas passaram-se lentamente. Castle jogava no celular, enquanto Beckett tentava pensar em outras formas de investigar esse caso. Nenhuma lhe vinha à mente, pelo menos nenhuma que não esbarrasse no bloqueio feito pelo FBI. Eles haviam cercado muito bem a morte de Bracken, e os estavam afastando cada vez mais dela. Pouco depois das 17h Concepción saiu da loja, ainda assustada, olhando para um lado e para o outro da rua.

- Castle. – Kate o alertou. Piscou os faróis do carro e Concepción se aproximou.

- O que vocês querem? – ela perguntou – Não fiz nada errado...

- Provavelmente não – respondeu Beckett – Mas Nick fez. Há algum lugar aqui por perto onde podemos conversar sem sermos observados?

Concepción pensou durante alguns momentos, torcendo as mãos.

- Vamos ao La Rubia. É uma lanchonete aqui perto. Em geral só estudantes vão lá, depois das aulas. A esta hora não deve ter muita gente.

Os três entraram na lanchonete, que ficava a duas quadras da loja onde Concepción trabalhava. Estava vazia, e encaminharam-se para a mesa mais ao fundo. Logo uma senhora idosa, com avental amarrotado e cara entediada os atendeu. Cada um pediu um refrigerante e uma porção de fritas, pra dispensar a mulher.

- Muito bem, Concepción – começou Beckett, em voz baixa – Nós sabemos que você era namorada de Nick Smith. Precisamos que nos diga tudo o que sabe sobre o envolvimento dele na morte do senador William Bracken.

A moça pareceu genuinamente apavorada.

- Co-como? Morte do... Do senador? Não! Ele não... Ele não...

- Os documentos e o celular de Bracken foram encontrados com ele, Concepción – disse Castle, delicadamente.

- Não! Vocês não entendem! Precisam acreditar em mim! Ele não...

A senhora chegou com uma bandeja com as fritas e os refrigerantes. Concepción engoliu em seco e baixou os olhos, torcendo as mãos nervosamente. Depois que ela se afastou, a moça continuou.

- Escutem, não sei o que está acontecendo, mas Nick não fez isso, ouviram? Não fez!

- Como você pode ter tanta certeza? – perguntou Beckett – Ele fazia parte dos Hurricane há dois anos.

- Sim, fazia! E estava tentando sair! – ela tremia – Escutem, eu... Eu... Eu estou grávida dele. Soube há duas semanas. Contei a ele e ele realmente estava disposto a sair dessa vida. Estávamos planejando nos mudar pro Texas, tenho uma tia que trabalha numa fazenda, ela nos daria abrigo lá, e ficaríamos longe de todas essas pessoas ruins. Nick queria uma vida nova pra ele e segurança pro nosso bebê.

- E como ele foi morto numa guerra de gangues então? – Beckett questionou, tentando ser delicada.

- Não se sai de uma gangue assim do nada, moça. Vocês de boa família, com dinheiro, estudo, não sabem como é, o que temos que fazer pra sobreviver. Nick sabia demais, sabia que teria dificuldade pra sair dos Hurricane. Ele... Ele falaria com o chefão esta semana, mas até lá precisava cumprir as ordens. Só que... Não deu tempo... – ela começou a chorar.

- E essas ordens não envolviam matar Bracken?

- Não! – Concepción levantou a voz sem querer. A mulher do balcão olhou pra eles, desconfiada. Ela tentou baixar a voz novamente – Não, eles não se envolveriam nisso, seria chamar atenção dos federais pra eles, além de toda a polícia de Nova York. Por que fariam isso? Não, não, o negócio deles é com assaltos e drogas, e tudo com lugares muito certos. Essa outra gangue, não sei qual delas foi, estava vendendo drogas na área dos Hurricane. Nick falou que eles já estavam de olho há dias.

Beckett passou a mão nos cabelos, irritada. Tinham voltado pra estaca zero.

- Tudo bem, Concepción. Preciso que você me dê o endereço de Nick, pode ser?

Ela balançou a cabeça afirmativamente, enquanto enxugava as lágrimas. Anotou um endereço em um guardanapo.

- Posso ir embora agora? – ela perguntou.

- Espere – disse Castle – O que você vai fazer agora? Sobre... A criança?

- Não sei – ela respondeu – Acho que vou pro Texas, morar com a minha tia. Mas ainda não decidi. Eu... Eu me sinto perdida sem o Nick. – e começou a chorar de novo – Por favor, me deixem ir.

- Tudo bem, Concepción. Pode ir. Obrigada – respondeu Beckett.

A menina saiu da lanchonete rapidamente.

- Vamos. – disse Beckett, enquanto deixava o dinheiro e o lanche ainda intocado na mesa – Precisamos dar uma olhada na casa de Nick. É nossa última alternativa.

O endereço ficava a algumas quadras da lanchonete. Castle percorreu o caminho inteiro calado, pensativo.

- Você está bem? – Beckett perguntou, a determinada altura.

- Estou. Só... Pensando nessa moça. Grávida, sozinha. Nessa criança que não vai conhecer o pai.

Beckett entendeu o porquê do silêncio dele.

- Lembrou do seu pai?

- Um pouco. Não foi fácil pra mim. Não vai ser fácil pra elas.

- Não. Mas elas têm boas chances. Veja no que você se tornou, apesar de tudo.

Ele não respondeu.


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