No Rules escrita por drê


Capítulo 2
Brindando à felicidade


Notas iniciais do capítulo

YOLO!!!!!! ♥ ♥ ♥



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Subi correndo até meu quarto, troquei de roupa, peguei meu cigarro e saí na companhia de Arthur. Não sabíamos exatamente aonde iríamos, apenas seguimos. Fazia sol, mas havia um vento gelado que cortava a pele. Era cerca de quatro horas da tarde quando meu celular tocou. Peguei-o dentro do bolso de minha calça, olhei para tela, mas não aparecia quem me ligava. Atendi:

– Alô? - falei, esperando uma resposta.

– Nate.. - falaram. Era uma voz feminina. - Vem no Saint Luis.

– Eu vou. Mas quem é? - ri.

– Larga de ser idiota, é a Megan! - ela falou, com um tom raivoso.

– Ah tá! - gargalhei. - Desculpa, Meg. Daqui a pouco tô aí. - falei, desligando o celular em seguida. Guardei-o novamente no bolso, e olhei para Arthur com um sorriso no rosto.

– O que é? - ele me olhou. Mas logo se ligou, sorrindo de volta. - Saint Luis?

– Isso! E adivinha quem ligou? - continuei com meu sorriso no rosto.

– Megan. Isso quer dizer.. - ele foi ligando os pontos. - Ih rapaz, é hoje que a gente fica chapadão!

Nós gargalhamos, seguindo diretamente para o Saint Luis. Era um parque, muito frequentado por adolescentes. Há muito skate, dança de rua, e muita, mas muita maconha. Nós vamos lá desde o primário, quanto tínhamos treze anos.

Meg é minha melhor amiga. É a única garota próxima a mim e ao Arthur que nenhum de nós ficou. Não que ela seja feia, pelo contrário, ela é uma gata. Mas teve algo nela, a uns anos atrás, quando nos conhecemos, que mais nos aproximou do que nos encantou. A irmã dela é traficante, e ela sempre tem uma erva da boa com ela. Pra vender ou pra fumar.

Nós chegamos, e já fomos logo no lugar onde sempre íamos. Pra rampa de skate. A maioria das pessoas que frequentava lá, fumava uma maconha sem estresse. Vimos Megan, acompanhada de Tyler e outras pessoas ao seu redor. Nós chegamos, cumprimentando todos.

– Ah, Nate!! - Tyler me cumprimentou, me abraçando, e já me oferecendo um copo de vinho.

Em seguida ele cumprimentou Arthur. Ir ao parque era um de nossos lemas. Nossos melhores amigos estavam lá, e sempre que queremos beber e fumar, ali era o nosso lugar. O parque é um de meus lugares favoritos para passar o dia! E fumar, é claro.

– Nate, hoje tenho um convite pra ti. - Tyler falou. - Festinha do Stanley. - ele riu, completando o seu copo com mais vinho.

– Caralho, não acredito! - gargalhei. - Precisamos ir, cara.

– Vocês sabem que o Stanley daqui um tempo vai acabar com vocês, não sabem?! - Meg falou, esmagando a maconha nas mãos, pra poder fazer um cigarro dela.

– O dia que o Stanley pegar a gente, eu não me chamarei mais Nathan, tá entendendo? - comentei, gargalhando.

O fato era que: Stanley era rico. E sempre dava festas em sua casa, e só convidava as garotas mais bonitas e os caras mais ricos e parecidos com ele. Eu e Tyler sempre entramos de penetras. Se faltamos à uma de suas festas foi muito. Nós arrasamos, sem caô.

Tyler estudava comigo. Desde a primeira série do primário. Assim como Megan. Nós somos melhores amigos a vida toda. Somos o trio mais conhecido da parte sul de Los Angeles. E ainda tem gente, igual ao Stanley, que não convida a gente pra suas festas. Presença VIP.

– Aí, vou dar um chega logo ali. - Arthur falou, levando um copo de vinho.

Ele se dirigiu a outro grupo que estava ali próximo a nós. Arthur tem os amigos dele também. Ultimamente ele tem andado com pessoas que eu não conheço muito, mas nunca me importei. Ele tem dezenove anos, esse otário sabe o que faz.

Fiquei junto de Megan e Tyler, até que ela terminou o nosso breu. Ela me entregou e sorriu.

– Fiz bonito?

– Demais! Tá muito bem bolado. Acho que você é a única garota que conheço, que sabe fazer um cigarro de maconha tão bem.

– Não exagera, e bote fogo. - ela riu.

Peguei o esqueiro que estava no meu bolso, aproximei o breu da minha boca, apertei-o com os lábios e acendi. Puxei a fumaça bem fundo, e a segurei dentro do meu peito. Segurava o breu na ponta dos dedos. Quando não tive mais fôlego, soltei a fumaça. Repeti o processo mais duas vezes, depois passei o cigarro ao Tyler.

Fui soltando a fumaça lentamente. Meu corpo já foi amolecendo, meus olhos começaram a pesar e eu já sentia os efeitos da maconha. Aquilo era indescritível. A sensação de alívio, de paz, de calmaria me satisfazia muito.

Depois de fumarmos mais uns dois cigarros de maconha, nos deitamos ali perto da pista de skate e esperamos o tempo passar.

– Aí Nate. - Arthur me chamou. - Eu vou dar uma volta com a minha turma, depois nos encontramos em casa. - ele fez um sinal com as mãos pra mim, me dando as costas. Eu o observei ir junto com “a turma dele”

– Qual é a do Arthur? - Megan perguntou.

– Sei lá. Deve tá tramando alguma. Mas ele sabe o que faz, nunca se meteu em encrenca.

– Relaxa, vai ver só vai ir buscar mais uma maconha, pegar umas gatinhas lá na avenida. - Tyler comentou, e depois gargalhou de um jeito muito agudo.

Eu e Megan não nos aguentamos e caímos na gargalhada. Com o efeito da maconha, nós rimos até do vento que soprava. E rimos por muito tempo, minha barriga até doía.

– Aí rapazes, precisamos ir pra escola. - Megan comentou.

– Já tinha até esquecido. - falei. - Quando que é a festa do Stanley?

– Hoje. - Tyler falou amassando sua carteira de cigarro. - Me empresta um cigarro.

– Nós precisamos ir nessa festa. - falei, entregando um de meus cigarros a ele, oferecendo um à Megan e colocando um na minha boca.

– E como que vamos ir? Temos escola. - Megan falou.

– E desde quando nós seguimos as regras? - me levantei, ficando de frente para os dois. - É só a gente queimar o último período de aula. A gente tem Química, não é? É justamente quando a direção da escola tem reunião com os funcionários.

– Cara, como que tu consegue pensar? - Tyler ficou me encarando.

– Cala a boca! - gargalhei. - Nós pulamos o muro de trás, que sai bem na rua do Stanley.

– Já é! - Megan concordou.

– E aí Tyler? - sorri.

– Por mim pode ser. - falou. - Mas sério, me explica como que tu conseguiu pensar nisso tudo.

Eu e Megan gargalhamos. Tyler era muito engraçado quando fumava maconha.

***

Nós três arrumamos nossos materiais para trocar de sala de aula para nossa última aula que seria Química. Quando todos os nossos colegas iam subindo as escadas, nós corremos para a porta de entrada, já que a porta dos fundos era trancada. Contornamos a escola, sem passar pelo portão principal, onde haviam câmeras, e fomos para os fundos da escola, e pulamos o muro, que era um muro pequeno.

Megan já havia pulado e Tyler estava sentado em cima do muro fazendo graça. Só faltava eu, que ainda estava no pátio da escola, quando avistei o zelador da escola na porta dos fundos. Ele já era de certa idade, então não conseguia correr. Ele gritou algo como “ei” e veio em nossa direção.

– Vai Tyler. - gritei, me apressando para apoiar os braços no muro e com uma certa força me erguer.

Consegui tal façanha e depois passei minhas pernas por cima do muro, me jogando pro outro lado. Nós corremos, e descemos a rua, e o som da casa do Stanley já era perceptível.

A casa do Stanley era enorme. Tinha dois andares e.. Era muito grande! Uma piscina enorme havia no quintal de trás, e cada quarto daquela casa era do tamanho do meu apartamento inteiro. Sim, era enorme. Nós passamos pelo portão, e entramos na casa, sem cerimônia alguma ou qualquer tipo de permissão. Megan não gostava muito quando fazíamos isso, mas a danada sempre estava junto. A casa realmente era gigante. Já entrei ali várias vezes, mas sempre me surpreendo. E seria muito azar trombar com o Stanley em uma casa tão grande dessas.

Uma garçonete com uma saia bem curtinha estava passando com uma bandeja de bebidas. Eu e Tyler nos entreolhamos e sorrimos. Gritamos “aiê” e pegamos um drinque que havia naquela bandeja. Ela ficou nos olhando e nos seduziu, devo admitir. Nos olhamos novamente e brindamos.

– À nós! - Tyler gritou, já que o barulho do som era ensurdecedor.

– Ao Stanley. - falei, gargalhando e brindando com Tyler.

Viramos nosso drinque em um gole só. Agora, era só curtir. Procurar pelas garotas e ganhar o dia. Vivendo sem regras, não?


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Notas finais do capítulo

Em alguns capítulos a linguagem é um pouco diferenciada. Eu uso gírias, bem coisa informal. Colocarei o significado de cada uma delas, sempre que aparecerem.
1. Chapadão = na história, significa ficar muito chapado, ter fumado muita maconha e estar sentindo seus efeitos em excesso.
2. Caô = mentira, papo furado, conversa fiada. Como usei o "sem" o significado total ficou algo como: sem mentiras, sem conversa fiada..
3. Dar um chega logo ali = na história, significa estar indo a outro lugar, se direcionando à outro canto.
4. Breu = na história, é gíria pra maconha.
5. Bolado = como se refere ao cigarro de maconha, quer dizer que esta muito bem feito, bem produzido.
6. Bote fogo = acender o cigarro de maconha. Era claro, mas caso houvesse dúvidas, ta aí o significado.
7. Tramando = na história - e nas gírias -, significa estar aprontando alguma coisa, organizando ou até mesmo escondendo algo.
Espero que gostem ♥



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