No Rules escrita por drê


Capítulo 1
Foco no futuro


Notas iniciais do capítulo

Apenas introdução. Por isso é chata. rsrs



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Ouço um barulho ensurdecedor que me obriga a acordar. Procuro pelo meu celular encima da cômoda que fica ao lado da minha cama, mas a única coisa que consigo fazer, é derrubar tudo o que há encima. Sem achar meu celular, é claro. Sempre acontece.

Desisto, e esfrego minhas mãos nos olhos, e com uma certa dificuldade abro-os totalmente, encarando o sol que atravessa a cortina. Logo, encaro o teto de meu quarto, me acostumando com a claridade e tentando lembrar de alguma coisa da noite anterior. Por fim, me levanto da cama.

Sigo direto ao banheiro, parando na porta para olhar pra baixo da escada para ver se enxergo alguma coisa na cozinha. Mas nada. Então, aí sim sigo ao banheiro. Faço tudo o que tenho que fazer.

Quando termino de urinar, vejo um ponta preta, atrás da cortina que tampa a banheira. Lentamente vou me aproximando para ver o que diabos é aquilo. Franzo minha sobrancelha, sem entender porra nenhuma. Quando abro a cortina, me deparo com uma garota deitada lá. Aquilo preto que eu estava enxergando era seu sapato. Rio daquilo. Que situação!

Não mexi na garota, e nem quis me perguntar que diabos aconteceu na noite passada pra ela estar dentro da banheira. Deixei-a lá mesmo, e segui até a cozinha. Pelo relógio que há no micro-ondas, pude então saber que eram duas horas da tarde. Abri a geladeira, e peguei a garrafa de suco que havia lá. Me servi em um copo, e bebi. Ouvi alguns barulhos na sacana da sala, e fui dar uma olhada.

Foi divertido ontem a noite. Eu gostei.– ouvi alguém falar. Era Arthur, meu irmão.

Pelo o que percebi, sem olhar nada, ele estava com uma garota. E estava paquerando-a. Eu encostei-me em uma mesa de sinuca que havia na nossa sala, e fiquei observando-o sem falar nada. Apenas ri. Ouvir ele falar e paquerar aquela garota era demais pra mim, tanto que acabei gargalhando e ele ouviu.

– Nathan. - ele ficou sem graça. Abriu a porta da sacada e ficou me encarando. Cruzei meus braços, ainda com o copo de suco na mão e fiquei olhando-o também. - Faz muito tempo que está aí?

– Não. - ri mais uma vez. - Não ouvi nada demais, relaxa. - ele ficou sério, e me apontou o dedo do meio. Eu não me contive, e gargalhei.

– E então, lembra de ontem a noite? - perguntou a mim.

– Não. E por falar nisso, tem uma garota jogada na nossa banheira. Acho que você deve ir lá dar uma olhada. - falei, tomando meu último gole de suco.

– Ah meu Deus!! - a garota que estava com Arthur falou e saiu correndo em direção ao banheiro. Nem eu, e muito menos Arthur, interrompemos ou nos pusemos a ajudar.

– Vai ir lá? - perguntei, me aproximando dele. Ele apenas acenou com a cabeça que não. Nós rimos e nos cumprimentamos com as mãos. - Mas sério, o que aconteceu ontem à noite?

– Nem eu sei, Nate. Só sei que tinha muitas garotas jogadas na nossa sala. Essa aí – que nem sei o nome dela – diz que tinha. Que quando eu acordei, todas já tinham ido embora. Aí perguntei pra ela, porque não tinha ido, e ela disse que estava esperando a amiga acordar.

– Que é a que está no banheiro? - perguntei.

– Deve ser. Só sei, meu irmãozinho, que ontem a noite foi louco. - ele riu.

Nós vivemos assim: de festas. Eu tenho dezessete anos, e jurei a mim mesmo e a quem quisesse, que esse ano seria o melhor de minha vida. Ano que vem parto para Seattle, me matricular em uma faculdade de Medicina, e então, acabou toda a diversão que a vida pode proporcionar. E Arthur, com dezenove anos, não quer saber de nada. Um verdadeiro vagabundo, vadio. Nós vivemos nesse apartamento no centro de Los Angeles, e minha mãe nos manda dinheiro quando precisamos. Minha mãe é dona de uma fábrica de perfumes, e então ela não se importa de mandar um dinheiro extra pra nós.

O jeito que vivemos pode parecer ridículo para algumas pessoas, e podem até pensar que não valorizamos as mulheres. Pelo contrário, as mulheres são a coisa mais preciosa da vida, são incríveis. Mas, ainda não encontrei nenhuma que eu devesse à honra de tratá-la como uma princesa. O jeito é festejar a vida todos os dias, como se não houvesse amanhã, meu amigo.

A garota que estava com Arthur desceu as escadas com a outra nos braços. Aí sim, nos pusemos a ajudar. Peguei garota que estava na banheira, e carreguei-a até o sofá.

– Podem chamar um táxi? - a outra falou.

Arthur pegou o telefone, e chamou pelo táxi. A garota que estava no sofá, estava meia sonolenta. Ela não estava totalmente acordada, mas sabia do que acontecia ao seu redor.

– Ai.. minha cabeça.. - ela resmungou.

– Dê um banho bem gelado nela. - falei, olhando a outra garota. Ela apenas sorriu.

Passado cinco minutos, nós ajudamos elas a irem até lá embaixo na rua esperarem pelo táxi por lá. Eu estava sem camisa, e havia um vento gelado. Me arrepiei todo. E tivemos que esperar pelo táxi junto delas. Aquilo estava me chateando, queria subir e fumar um cigarro. E Deus ouvindo minhas preces, trouxe o táxi rapidinho. Enfiamos as duas dentro do táxi, e subimos de volta.

Quando entramos novamente no nosso prédio, nos deparamos com Cate e Trisha no saguão. Trisha e eu já namoramos, e Cate é apaixonada por mim desde sempre, e com isso Arthur tira proveito. Como sempre.

– Mas nossa, que caloroso que tu tá, Nate. - Cate comenta.

– Tá malhando? - Trisha tira sarro.

– Larguem disso. - falo, cumprimentando-as.

Eu não vou muito com a cara da Cate, até porque todos os meus namoros ela fez alguma coisa pra atrapalhar. Até mesmo com a Trisha que é melhor amiga dela. Hoje em dia ela está mais calma, mas já foi uma pedra no meu sapato.

– O que vocês fazem aqui? - Arthur indaga.

– Nós viemos na casa de uma amiga nossa que mora aqui também. - Trisha comenta.

– Ah é? Onde ela mora? - pergunto.

– É gata? - Arthur completa minha pergunta.

As duas nos olham sérias, e Cate simplesmente mostra o dedo do meio para nós.

– Vocês vão prestar alguma dia? Vocês precisam se endireitar. - comentou Trisha.

– Eu sempre prestei. Prestei para azarar, para festejar.. - falei, rindo em seguida.

– Essa é a nossa lei, gatinhas. Festejar sem fim! - Arthur falou, também rindo.

Elas se irritaram e foram embora. Nós não demos bola e subimos até nosso apartamento. Logo que chegamos, fui logo procurar minha carteira de cigarro. Acendi um e fui até a sacada. Arthur fez o mesmo.

Uma coisa que sempre fazemos é ficar na nossa sacada. Adoramos ficar ali, fumando um cigarro, olhando Los Angeles de cima. Toda aquela movimentação, aquelas luzes acesas nos prédios distantes. É ótimo pra relaxar.

– E então Nate.. Teu último ano nessa movimentada Los Angeles, não? - falou, olhando longe.

– Pois é. Nem consigo acreditar, sabe? Vai ser difícil ir pra Seattle e me acostumar com as coisas de lá. Los Angeles é tão maravilhosa. - soltei um riso.

– Mas tu tem certeza disso que tu quer? - perguntou.

– Sim. - respondi com certeza. - Eu sempre sonhei em ter uma carreira promissora, e uma família, tá entendendo? Parece estranho pra um cara como eu. - eu ri. - Mas é assim que penso. Vou pra Seattle e toda essa festança que a gente tá fazendo, vai acabar. Vou me dedicar aos estudos. É isso que quero.

– Tá certo, irmãozinho. Você teve a cabeça que eu nunca tive. - ele riu. - Olha aí, tenho dezenove anos e ainda fico na festança. Mas não quero parar. Sei lá, eu tô curtindo, daqui uns anos eu faço uma faculdade “facinha”, arrumo um emprego meia boca e pronto.. Aí encontro uma garota que goste de viver assim também. Nunca fui muito de me dedicar.

– Tu gosta do mais fácil, mais simples. Bem diferente de mim. - sorri, olhando longe. - Mas se tu quer isso, corre atrás, irmão. Não desiste não. Se te faz feliz, vale a pena então.

– Digo o mesmo pra ti, irmãozinho. Vai pra Seattle, escolhe a tua faculdade e vai de cabeça nos estudos.

– Entrar de cabeça.. - repito. Em seguida gargalho. - Entrar de cabeça me lembra outras coisas.

– Larga de ser otário, Nate. - ele gargalha. - Canalha!

– Ué, irmão, pense no que eu penso. - olhei pra ele com um sorriso malicioso. Ele não se aguentou, e sorriu da mesma maneira pra mim. - Viu?! - gargalhei.

– Vai, vai, Nate. - ele riu, jogando o toco do cigarro fora. - Vamos. Vamos dar uma volta.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem. ♥



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