A Vida e as Mentiras de Alvo Dumbledore escrita por Vinícius


Capítulo 6
Conhecendo Tom




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A Sra. Cole me levou até um quarto

– É aqui - anunciou a Sra. Cole - Tom? Tem uma visita para você. Este é o Sr. Dumberton... desculpe, Dunderbore. Ele veio lhe dizer... bem, vou deixar que ele mesmo diga.

Entrei e houve um momento de silêncio.

– Como vai, Tom? - perguntei e estendendi a mão.

O garoto hesitou, aceitou a mão e me cumprimentou. Puxei uma cadeira de madeira para junto de Riddle.

– Sou o Prof. Dumbledore.

– Professor? - repetiu Riddle. Mostrou-se preocupado - É como um “doutor”? Por que está aqui? Ela trouxe o senhor para me examinar?

– Não, não - respondi sorrindo.

– Não acredito no senhor. Ela quer que me examine, não é? Fale a verdade!

Ele disse as três últimas palavras com uma força que era quase assustadora. Era uma ordem, e, pelo jeito, ele já a dera muitas vezes antes.

– Quem é o senhor?

– Eu já lhe disse. Meu nome é Dumbledore, e trabalho em uma escola chamada Hogwarts. Vim lhe oferecer uma vaga em minha escola, sua nova escola, se quiser ir.

A reação de Riddle ao ouvir isso foi surpreendente. Ele pulou da cama e se afastou, furioso.

— O senhor não me engana! O hospício, é de lá que o senhor é, não é? “Professor”, claro, pois eu não vou, entende? Aquela gata velha é que deveria estar no hospício. Nunca fiz nada a Amadinha nem ao Dênis Bishop, e o senhor pode perguntar, eles dirão ao senhor!

– Eu não sou do hospício - respondi - Sou professor e, se você sentar e se acalmar, posso lhe falar sobre Hogwarts. É claro que se você preferir não ir, ninguém irá forçá-lo...

– Gostaria de ver alguém tentar.

– Hogwarts - continuei - É uma escola para pessoas com talentos especiais...

– Eu não sou louco!

– Sei que não é. Hogwarts não é uma escola para loucos. É uma escola de magia.

Fez-se silêncio. Ele congelara.

– Magia? - repetiu num sussurro.

– Exato.

– É... é magia, o que eu sei fazer?

– Que é que você sabe fazer?

– Muita coisa - sussurrou. - Sei fazer as coisas se mexerem sem tocar nelas. Sei fazer os bichos me obedecerem sem treinamento. Sei fazer coisas ruins acontecerem a quem me aborrece. Sei fazer as pessoas sentirem dor, se quiser.

Suas pernas tremiam. Ele se adiantou e tornou a se sentar na cama.

– Eu sabia que era diferente - murmurou para os seus dedos trêmulos - Sabia que era especial. Sempre soube que havia alguma coisa.

– Bem, você estava certo, você é um bruxo.

Riddle ergueu a cabeça. Havia nele uma felicidade que me preocupou muito.

– O senhor também é bruxo?

– Sou.

– Prove - ordenou rapidamente.

Ergui as sobrancelhas.

– Se, como imagino, você estiver aceitando a vaga em Hogwarts...

– Claro que estou!

– Então, vai se dirigir a mim, chamando-me de “professor” ou de “senhor”.

– Desculpe, senhor. Eu quis dizer: por favor, professor, pode me mostrar...?

Tirei a varinha do bolso interno do paletó e a apontei para o guarda-roupa velho. Logo, este pegou fogo.

Tom pulou da cama. Seus pertences deviam estar ali dentro, pois ele veio em minha direção. Imediatamente parei o fogo.

– Onde posso arranjar uma dessas? - Disse ele apontando para minha varinha.

– Tudo a seu tempo - respondi - Acho que tem alguma coisa querendo sair do seu guarda-roupa. Abra a porta.

Riddle hesitou, mas atravessou o quarto e tirou uma caixinha do guarda-roupa.

– Tem alguma coisa nessa caixa que você não deveria ter? - perguntei.

Ele me lançou um olhar demorado, penetrante e astuto.

– Suponho que sim, senhor - disse finalmente com uma voz inexpressiva.

– Abra-a.

Riddle tirou a tampa e virou o conteúdo em cima da cama, sem olhar. Lá dentro tinha um ioiô, um dedal de prata e uma gaita-de-boca oxidada.

– Você os devolverá aos donos com suas desculpas - eu disse, tornando a guardar a minha varinha no paletó - Saberei se fez isso - e alertei - Em Hogwarts, não toleramos roubos.

Ele não me pareceu envergonhado. Depois respondeu:

– Sim, senhor.

– Em Hogwarts - continuei - Ensinamos não apenas a usar a magia, mas a controlá-la. Você tem usado os seus poderes, decerto sem saber, de um modo que não é ensinado nem tolerado em nossa escola. Você não é o primeiro nem será o último a deixar que a sua magia fuja ao seu controle. Mas é preciso que saiba que Hogwarts pode expulsar alunos e o Ministério da Magia, porque existe um Ministério, castiga os que desrespeitam as leis, ainda mais severamente. Todos os novos bruxos têm de aceitar que, ao entrar em nosso mundo, se submetem às nossas leis.

– Sim, senhor.

Ele guardou os objetos na caixa e me disse:

– Não tenho dinheiro.

– Isto é facilmente remediável - respondi, tirando uma bolsa de couro do bolso - Há um fundo em Hogwarts para os que precisam de ajuda para comprar livros e vestes. Você talvez tenha de comprar alguns livros de feitiços e outras coisas de segunda mão, mas...

– Onde se compram livros de feitiços? - Ele me interrompeu, pegando o dinheiro sem agradecer.

– No Beco Diagonal. Trouxe a sua lista de livros e materiais escolares. Posso ajudá-lo a encontrar tudo...

– O senhor vai me acompanhar?

– Certamente, se você...

– Não preciso do senhor, estou acostumado a fazer tudo sozinho. Ando por toda a Londres desacompanhado. Como se chega a esse Beco Diagonal... senhor?

Eu lhe entreguei o envelope contendo a lista de materiais e, depois de orientar o garoto exatamente como ir do orfanato ao Caldeirão Furado, acrescentei:

– Você o verá, embora à sua volta os trouxas, as pessoas que não são bruxas, não o vejam. Pergunte por Tom, o dono do bar, é fácil lembrar, porque tem o mesmo nome que você...

Ele fez um movimento de irritação, como se tentasse espantar uma mosca insistente.

– Você não gosta do nome “Tom”?

– Tem muita gente com esse nome. Meu pai era bruxo? Ele também se chamava Tom Riddle, me disseram.

– Receio não saber dizer.

– Minha mãe não deve ter sido bruxa ou não teria morrido. Deve ter sido ele... Muito bem, depois de comprar o que preciso, quando vou para essa tal Hogwarts?

– Todos os detalhes estão na segunda folha de pergaminho no seu envelope - informei - Você embarcará na estação de King's Cross no primeiro dia de Setembro. Há também um bilhete de trem aí dentro.

Me levantei e estendi mais uma vez a mão. Segurando-a, Riddle disse:

- Posso falar com as cobras. Descobri isso quando fui ao campo, nos passeios, elas me acham, sussurram para mim. Isto é normal nos bruxos?

– Não é normal - respondi - Mas há ocorrências.

O estudei curiosamente por um minuto e então me despedi:

– Até mais, Tom. Verei você em Hogwarts.


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