O Sentido Da Vida escrita por Enma Ai


Capítulo 5
04. Décima Terceira Fita - Perigo! Pare!


Notas iniciais do capítulo

Bem... me empouguei escrevendo esse caps O_O tentei me controlar no máximo para deixar esse final para o próximo capitulo, mais quando veio a ideia não pude resisti-la... tão... tentadora... ainda mais quando se esta ouvindo Marilyn Manson com suas músicas que tem um sentido muitas vezes... macabro... por trás das letras... HSUAHS
Boa leitura XD



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Era um sentimento nostálgico ser reconhecida como uma artista de grande talento e se sentia em um sonho. Todas aquelas pessoas vendo suas obras de arte e de Sai era algo... maravilhoso. Estava nas nuvens...

Parou para olhar uma pintura que sua "aprendiz" havia criado. Moegi desenhou em um único corpo várias partes de outros. Os olhos, nariz, sobrancelhas, bocas, cabelo, orelhas, todo o rosto com formas e cores diferentes de pessoas que ela conhecia e no momento em que ela mostrou o quadro pode perceber obviamente que os cabelos eram seus, afinal, quem mais no mundo teria cabelos rosados? Estava contente por Moegi, por ela e por Sai.

Oh, Sai... um homem misterioso que sempre ocultou seu passado de todas as pessoas ao seu redor e que nunca falou nada sobre seus pais, na verdade, ninguém sabia se ele realmente tinha pais. Sai sempre foi silencioso e aparentemente arrogante no entanto quando se conhece ele nota-se que Sai é totalmente o contrario! Ele era gentil, educado e principalmente dedicado a suas obras e seu taleto era excepcional e foi com isso que der repente se vira tão apaixonada por ele.

Talvez fosse estranho falar que deixou de amar Sasuke Uchiha, alguém tão... prestigiado por mulheres para se mergulhar em algo novo. Em Sai.

O moreno era o que toda criança quis em seu futuro, um príncipe encantado. E foi o que eu sonhava... Pensou sorrindo levemente. Talvez tenha sido meu destino... foi graças as Sasuke... ou parcialmente a ele que conheci Sai, se eu não tivesse aceitado o convite de Sasuke eu ainda estaria babando pelo mesmo e sofrendo. Pensar em Sasuke não a afetava mais, simplesmente tinha derrubado uma barreira.

- Sakura-chan!

Sakura reconheceu a voz feminina e se virou sentindo um corpo pequeno e delicado se jogar nela e abraça-la. Era Moegi que como sempre vestia seu vestido roxo simples que estava por baixo de uma aconchegante blusa de frio e seu cabelo incrivelmente grande trançado e para a felicidade da rosada vinha acompanhada de Sai. Sorriu constrangida para o moreno que sorriu de volta.

- Moegi... - ele a chamou e a menina rapidamente se virou para olha-lo. Moegi sempre o obedecia - Não pule em Sakura desta maneira aqui, se for fazer isso consiga fazer ela cair no chão e daria uma bela imagem para algum quadro futuro! - Sai piscou e a pequena riu e olhou para a rosada indignada com as palavras do namorado.

A Haruno cruzou os braços e fitou desafiadoramente para Sai - Nem mesmo quando eu ficar velha ela conseguirá me abater! - sorri e volta a olhar para Moegi - Sabia que muitas pessoas ficaram impressionadas com sua magnifica obra? Eles me perguntaram quem a havia criado e quando disse que foi você, uma pequenina de 10 anos juro que quase os vi cair para trás surpresos!

- Jura mesmo Sakura-chan? - os olhos da menina brilharam como nunca quando viu sua Sensei afirmar com a cabeça. Deu alguns pulinhos de felicidade e abraçou novamente a Haruno que desta vez correspondeu sem vergonha alguma - Eu sabia! Eu sabia! Sakura-Sensei, espero algum dia ser tão melhor quanto a senhora!

Sakura riu e Sai a acompanhou. Quem visse aquela cena pensaria que eles poderiam formar uma família pois eram tão íntimos... mas Moegi já tinha uma família que se preocupava com ela e isso apenas fazia Sakura fantasiar ainda mais um futuro com Sai, afinal, estava com 27 anos e não queria criar algum filho quando estivesse "caduca".

- Então, pequena - Sai chamou Moegi novamente - por que não vai apresentar sua pintura para todos? - a menina apenas acenou levemente com a cabeça e saiu saltitante. O moreno observou-a e logo fitou a rosada que ria de sua aprendiz - A infância é bela não acha?

Sakura o olha e sorri - Sim, é mágica e isso me faz lembrar do idiota do Naruto. Aquela peste era pior que qualquer criança revoltada nesse mundo. Pregava peças até mesmo quando estava com o velho Jiraya no hospital! Não tinha respeito nem com o padre!

- Nota-se que Naruto foi alguém um tanto... - parecia tentar encontrar a palavra certa e riu com alguma coisa que possivelmente tinha passado pela cabeça - um tanto travesso - Sai se aproxima perigosamente da namorada que cora - mais me diga... você também foi assim quando criança?

A Haruno cora ainda mais quando o sente enlaçar sua cintura aproximando os corpos um do outro. Ambos se encaravam e seus rostos estavam a poucos centímetros separados - S-Sai-kun... aqui... agora não ok? Ou então quer que eu volte a a perguntar sobre você? - o sorriso no rosto pálido do moreno fez Sakura suspirar pesadamente. Ele não se abateria com aquela ameaça, nem se importava mais pois nunca respondia nada sobre sua vida então não tinha algo para se preocupar - Odeio esse seu silencio...

- E eu odeio essa sua teimosia, Sakura.

(...)

A neve voltava a cair em Konoha, lenta e levemente e logo começaria a inundar os caminhos limpos de neve na calçada e pela rua novamente, impedindo os carros ou as pessoas de passarem. Apertou o passo pensando nas inúmeras fitas que ainda tinha de ver e que com certeza assim como as outras não teriam algo muito interessante, teria que revê-las novamente para tentar encontrar algum vestígio de algo anormal ou estranho nas filmagens afinal... uma pessoa não iria querer simplesmente queima-las por nada e aquela cena, sim aquela da primeira fita não parava de aparecer na sua mente.

Quem seria aquela mulher em baixo do Torii? Como tinha conseguido chegar até lá sendo que não tinha nenhum tipo de escada improvisada ou outra coisa do tipo. Gostaria de poder esquecer esse detalhe no entanto não conseguiria assim facilmente, ainda mais agora que queria outra cena em que ela aparecesse, quem sabe assim conseguisse descobrir quem é.

Assim que viu sua casa pode perceber que já não mais andava e sim corria. 

Por que corria? Não tinha resposta para isso, talvez por ansiedade. Parou em frente a porta e respirou fundo tentando fazer sua respiração voltar ao normal e assim que retornou procurou por suas chaves e não as encontrou.

- Mais que merda é essa...? - Resmungou e tratou se procura-las novamente sem sucesso. Bufou e se encaminhou até próximo a cerca branca que separava sua casa da do vizinho apenas para pegar sua chave extra que ficava enterrada em um dos vasos de flores que tinha ali. Muitos achariam estranho isso, mais nunca se arriscaria colocar em baixo de um vazo de flor que fica proximo da porta ou em baixo do tapete como a maioria fazia. Quando morava com Jiraya, ambos saíram para uma pequena viajem de três dias á Tókio. Jiraya recebeu uma ligação pouco mais de um dia depois avisando que a casa tinha sido invadida e assaltada e ainda fizeram da pobre Yume-Chan, a empregada de refém. O mais surpreendente ainda estava por vir. O criminoso havia usado justamente a chave extra da casa que estava em baixo do tapete para abrir a porta. Depois disso os dois ficaram com certo "trauma" e Naruto, mesmo depois da morte de seu "avô" jamais cometeu esse erro.

Trancou a porta e jogou a chave em cima da mesa da sala e abriu a caixa que estava em cima da mesma. Na ultima noite tinha ajeitado as fitas e arrumado em ordem suas numerações, tirando as que já tinha visto e agora estava em sua décima terceira filmagem. Tinha um bom pressentimento sobre ela mais por algum motivo sabia que não iria gostar de ver o que tinha nela.

Ficou observando-a com curiosidade e aflição, sem saber se deveria ou não continuar com aquilo. 

Estava escrito na carta, não? Deveria destruí-las, acabar com elas sem ver seus conteúdos no entanto já tinha passado de dez fitas... o que uma a mais faria de mal? Poderia queima-las ou joga-las no lixo assim que visse essa ultima, porém... Suspirou e colocou a fita Décima Terceira em cima da mesinha e se levantou. Era melhor jantar e fazer seu trabalho.

(...)

Fitou o floco de neve cair e atravessar sua pequena mão pálida. A neve voltava a cair em Konoha como havia prometido os jornais.

Se perguntou o motivo de ainda estar ali, abandonada sem ter que acompanhar a trajetória de alguém. Já passara cinco dias desde que o Shiranui morrera e depois de seu enterro a noticia de que a mãe dele havia se suicidado atingiu ainda mais a familia. Não entendia o por que das pessoas escolherem a morte apenas por que outra pessoa se foi... se ela deixou o mundo humano era por que tinha não deveria ficar mais... não era?

Viu as crianças correrem em quanto seus pais iam logo atrás, rindo. Eles se divertiam aproveitando que o frio do inverno e curtindo as crianças que brincavam de jogar bolas de neve umas nas outras. Algumas mais travessas se penduravam em galhos de árvores e se sacudiam fazendo a neve cair em cima de seus amiguinhos ou sua familia.

Era interessante observar as pessoas, no entanto... se tornara algo tão... normal?

Conhecia a cidade como ninguém, sabia onde ficava cada comércio e estabelecimento de Konoha. Sabia exatamente o endereço da casa dos Akamura, dos Matsumoto ou dos Takamura. Conhecia cada detalhe do templo da familia Nara que ajudavam tantas pessoas e isso se tornou tão... chato. Era chato saber de tudo, saber falar várias línguas sendo que ninguém poderia apreciar esse pequeno detalhe que tinha. 

Antes que pudesse perceber estava novamente andando sobre as ruas movimentadas do centro de Konoha. Piscou algumas vezes e pode ver as pessoas atravessarem seu corpo falando ao telefone, conversando ou discutindo entre si. Um grupo de meninas de mais ou menos dezessete anos passaram sobre Hinata, incluindo uma das gêmeas vestida totalmente de roxo que parecia abalada com alguma coisa.

Já a tinha visto, não? Aqueles cabelos azulados com mechas extravagantemente verdes claras  não seriam tão fáceis de esquecer. Um estalo veio a sua cabeça e se virou. Era Watanabe Midori e se podia resumir, ela era apaixonada por Genma e estava no enterro do mesmo juntamente de todos os amigos e familiares dele. Ela estava lá, chorando por ele sendo abraçada pelo irmão mais velho, Isshin. Ela amava Genma e foi uma pena não poder ter dito isso á ele, seria mais triste ainda ele não poder dizer que sentia o mesmo. 

Se virou novamente e deu de cara com o homem misterioso que virá chorar no parque. Ele estava vestindo um terno preto, não tinha mais sua gravata e sua blusa tinha os três botões abertos. Seus olhos pareciam opacos e tristes.

Já vira isso uma vez em Genma. Era o sofrimento de um homem apaixonado.

Por alguma razão, Hinata movimentou seus pés para poder seguir o homem do parque e reparou que ele andava apressado e em alguns segundos mexia em seu cabelo nervosamente como se sentisse falta de algo. Percorreu seus olhos perolados entre as lojas que começavam a desaparecer e assim aparecendo mulheres com vestimentas curtas, decotadas e extravagantes. Prostitutas. Pensou olhando para uma que não desviava os olhos do homem do parque, logo ela soltou um risinho e voltou a prestar atenção no movimento. Devem se conhecer, se fosse outra teria andando até ele e se oferecido. Aliás... elas não sentem frio?

O homem do parque adentrou em um bar que tinha alguns clientes, as mesas estavam cheias de homens e mulheres que jogavam ou se embebedavam. Ele se sentou em uma cadeira do balcão e lentamente um homem gordo de cabelos castanhos e que tinha estranhamente uma marca espiral de cada lado da bochecha rechonchuda e rosada. 

- Sasuke - o gordo falou em quanto limpava um copo e colocava no balcão - aqui de novo?

O homem do parque chamado Sasuke suspirou e encostou a cabeça na madeira lisa e fria e acenou com a mão preguiçosamente - Yo, Chouji-san... - falou com a voz arrastada e grossa. Não queria conversar e sim beber - Por que não me trás o seu bom e velho sake?

- Por que não está em casa? - O rechonchudo perguntou e Sasuke apenas suspirou novamente - Sasuke, sei que não está bem , mais vá para casa, descanse. 

- Donos de bares não deveriam dar esse tipo de conselho - resmungou baixinho, mais o bastante para o gorducho ouvir e revirar os olhos - eles deveriam incentivar a bebedeira até que o homem não possa nem mais andar sozinho. - Sasuke estendeu os braços no balcão e olhou para Chouji - Vamos... hoje estou disposto a ficar tão bêbado que voltarei me arrastando pelas ruas.

Chouji balançou a cabeça negativamente e Hinata fez o mesmo. Nada era resolvido com álcool. - Entenda Sasuke, posso ser dono de um bar no entanto não significa que quero seu mal. Naruto me ajudou muito e ele me pediu para que-

- Bla bla bla - Sasuke gesticulou com a mão - Naruto não sabe o que fala pois não foi ele que levou um fora da mulher que ama! - o moreno se recompôs e olhou seriamente para o gorducho - Se não quiser que esse bar vá a falência, me traga um sake, e agora!

Chouji o fitou e abaixou os olhos tristemente em quanto ia até um armario para pegar a garrafa de bebida. Hinata olhou para o homem do parque e se sentou no balcão vendo-o observar Chouji colocando o sake em um copo com os olhos brilhando, mais ainda sim, estava opacos.

Pobre homem... Pensou querendo tocar-lhe a mão mais sabia que não teria algum tipo de sucesso. Se sente só, e abandonado, mais não está e se encontra cego pela dor sem poder enxergar que acabará com a própria vida em quanto se acaba em bebidas e prostitutas. Quando perceber pode ser tarde de mais... Fechou os olhos e os abriu novamente vendo que não estava mais dentro do bar e sim de volta ao parque. Queria poder ajuda-lo... no entanto... não existo. Direcionou seus olhos para a lua que se encontrava entre as nuvens cinzentas, mais ainda sim estava visível com seu brilho espetacular. Será que você pode me ver, pequena lua?

(...) 

Ali estava ele novamente, em sua discussão interna de ver ou não a fita.

13. Era esse o número de uma unica fita da qual tinha tanto remorso. Não sabia o por que... mais sentia que dela não seria mostrado algo bom, com certeza nada bom.  Mais mesmo assim, continuava ali, direcionando seu olhar para ela e para o aparelho de vídeo cassete.

Se levantou e respirou fundo, colocando-a no aparelho e se encaminhando de volta para o sofá. Cruzou a mão em frente a boca apoiando os cotovelos nas pernas e então... ela começou.

"O som de passos era notável. Ele caminhava entre as árvores filmando cada pedaço da floresta e quando ouvia algum barulho se não os seus, até mesmo o bater de asas virava a câmera na direção e parava de andar como se esperasse que algo aparecesse. Suspirou aliviado quando viu que não havia nada atrás de uma árvore grande e larga.

- Hoje... - começou a falar, com uma voz baixa e quase inaudível - hoje... eu... eu estou tentando de novo ir ao hotel e agora serei mais cuidadoso, não quero que alguém me siga ou me ache...

Virou a câmera novamente para o lado esquerdo mesmo sem ter ouvido nada. Estava paranóico.

- Esses dias... tenho me sentido seguido. Sei que não contei isso nas outras fitas... mais... nem sei se devo falar isso por que... por algum motivo acho que não deveria e mesmo assim. - Soltou um suspiro pesado e filmou o chão - Aqui estou eu... por parecer que me seguem indo em direção a um hotel que provavelmente é assombrado apenas para me sentir seguro. Gostaria de poder ir mais rápido no entanto minhas pernas estão congelando... deveria ter vindo de moletom...

Se encostou em uma árvore e começou a tossir. - O final do ano está chegando... e... - tosse novamente e sua respiração se tornou um tanto difícil - Merda de frio... - sussurrou e respirou fundo se erguendo e voltando a caminhar - aqui na ilha esse maldito frio chegou rápido de mais, por isso estou levando na mochila um pequeno cobertor, meias e uns três agasalhos completos e nessa outra mochila - mostra uma mochila preta com algumas listras brancas para a câmera - tenho comida o bastante para uma semana e se eu não inventar de dar uma de guloso insatisfeito - riu sem humor - para duas e quem sabe quase três semanas. Acho que isso é o bastante para me sentir seguro...

- Acho que deve estar se perguntando... por que não fala com a mamãe? - riu novamente e filmou o céu com nuvens escuras e acinzentadas. Provavelmente choveria... o sol estava desaparecendo - já falei com a mamãe, mais ela não acredita e não quero me arriscar não é mesmo? Outra pergunta. Por que está falando desta maneira? Por que acho preciso... - pareceu hesitar, mais logo prosseguiu - nesses quatro dias, desde que vi aquela... pessoa na praia... tenho perdido algumas lembranças, pequenas, como onde deixei meu material, ou o que comi no café da manhã, almoço ou jantar e nunca fui assim por isso... sinto a necessidade de gravar cada coisa que faço ou falar o que fiz antes das filmagens... e começará a partir de agora!

O vento soprou ferozmente e sem reparas onde estava pisando, tropeçou em uma raiz de árvore e caiu no chão. A câmera foi jogada uns dois metros dele, filmando o lado esquerdo da floresta mostrando parte do braço de Kono-kun.

- Mais que praga... - ele quase gritou raivoso - acho que torci o tornozelo. Merda de árvore! Se essa porcaria de vento não tivesse aparecido agora eu não teria caído!

O braço saiu do campo de visão da filmadora que logo foi pega e ajeitada. Rodou toda a floresta ao redor quando retornou para o caminho que seguia viu alguém de chapéu e capa preta vindo em sua direção em passos rápidos. - Ei! - O homem gritou e Kono-kun se virou correndo pelo lado contrário de onde o homem apareceu. Correu e correu deixando a trilha quase inexistente da qual seguia desde que entrara na floresta e seguiu entre as árvores desesperado.

Quem era ele? Ninguém mais passava por aquela trilha, ela era quase proibida por levar até o local do hotel! Então por que aquele homem estava caminhando por ela? A voz dele foi ouvida de longe e ecoou pela floresta e Kono-kun continuou correndo e parou abruptamente na beira de um barranco. A câmera tremia e era agitada para todos os lados. Ele não pensou duas vezes. Pulou e então a filmagem parou."

Naruto piscou os olhos e gargalhou. Riu como nunca havia rido em sua vida em quanto se perguntava do que esteve com tanto medo. Certo que deu um pouco de aflição ao ver que o garoto estava sendo perseguido, mais aquela fita era como as outras, não tinha nada de anormal.

Enxugou algumas lágrimas e se levantou para tirar a fita mais parou o movimento quando o telefone tocou. Olhou lentamente para o aparelho com certo remorso em quanto as palavras da mulher que lhe telefonará ecoavam em sua cabeça o fazendo sentir calafrios. Engoliu seco e se direcionou para o telefone que continuava a tocar. Continuou o olhando e finalmente atendeu.

- A... Alô?

- Naruto-san? - Naruto sentiu como se um peso fosse tirado de seus ombros e relaxou desabando no sofá ao lado. Reconhecia a voz. Era Chouji que com certeza queria falar sobre Sasuke.

- Sim, Chouji. É sobre o Sasuke não é?

Ouviu um suspiro do outro lado e sorriu minimamente - Bem... adivinhou. - O Uzumaki pode escutar risadas estéricas de pessoas e música cheia de palavrões. Esse era o bar de Akimichi Chouji quando passava das dez - Ele veio para cá novamente e não para de beber nem por um segundo. Sinceramente não sei mais o que fazer Naruto. Ele é muito teimoso!

Naruto riu e balançou a cabeça negativamente. - Já estou indo ai, Chouji. Consegue segura-lo por uns... quinze ou vinte minutos? - ouviu uma resposta positiva e se levantou - Logo estarei ai, apenas certifique-se de conseguir distrai-lo com algo.

- Acho que isso é facil - Chouji riu - Vi como ele repara em uma das meninas que está aqui. Ele nunca vai mudar, não é mesmo?

- Não... - pareceu exitar pensando o quão ruim seria se Sasuke jamais mudasse - talvez não...

Desligou o telefone e subiu a escada para ir em seu quarto pegar uma blusa de moletom laranja encobrindo uma outro que vestia. Estava frio lá fora e não queria ficar doente. Colocou a touca preta e saiu do quarto descendo as escadas e pegando a chave da porta.

Assim que saiu de casa pode ver algumas pessoas ainda na rua, certas jovens usavam um guarda chuva para se prevenir da neve caindo em seus cabelos e roupa, outros nem ligavam. Começou a caminhar um pouco rápido pois sabia que Sasuke não ficaria lá por muito tempo, sendo que com certeza o mesmo poderia ter visto Chouji fazendo a ligação. 

A questão de Sasuke nunca mudar o chateava. O Uchiha era um como um irmão mesmo que não compartilhassem o mesmo sangue. Eram irmãos. Ver Sasuke bebendo do jeito que bebia o fazia pensar se não poderia ter mudado o jeito de agir dele no colégio. Talvez o Uchiha não estivesse assim se Naruto simplesmente tivesse feito algo quanto a ele, o tivesse mudado assim como fez com o professor Kakashi antes do mesmo morrer... tocando no assunto... se lembrou que a esposa dele estava grávida de dois gêmeos e provavelmente agora os dois meninos teriam por volta de dois anos. 

Parou na ponta da calçada quando o sinal dos pedestres fechou e reparou em uma multidão olhando para cima. Fez o mesmo, assim como as outras pessoas do seu lado e arregalou os olhos levemente ao perceber que o que todos olhavam era um homem no topo do prédio do outro lado da rua que ameaçava pular a qualquer instante.

Naruto desviou o olhar e olhou para os dois lados da rua antes de atravessa-la com passos largos. Aquilo era loucura. Assim que pisou na calçada varios carros de polícia chegaram e mandaram todos se afastarem em quanto de um dos carros saia uma mulher que aparentava ter pouco mais de trinta anos e tinha os cabelos negros cacheados até os ombros e uma delicada franja sobre a testa e seus olhos eram negros como carvão. Ela o lembrava de Shizune... e toda aquela situação... apenas o fez se recordar de algo que não era bom. Kakashi-Sensei... Foi assim que ele morreu... Suicídio!

Aquela mulher estava desesperada e lágrimas grossas saiam de seus olhos. Alguns policiais correram pra dentro do prédio, provavelmente iriam tentar parar aquele pobre homem de tentar se matar. Naruto empurrou algumas pessoas e ficou na frente, tentou avançar em quanto olhava para cima mais um policial interveio.

Engoliu seco não gostando da sensação que tinha. Tudo aquilo... parecia se repetir... Todo o desespero, a surpresa e susto... era como se revivesse a tudo novamente e por alguma razão não conseguia se movimentar para sair dali, não que não quisesse, apenas não conseguia. 

A mulher de cabelos cacheados tentou ir até o prédio mais o mesmo policial que interrompeu sua ida até lá a segurou pelo braço e balançou com a cabeça dizendo que seus colegas resolveriam e salvariam aquele homem. 

Foi o mesmo com Kakashi... E a policia não pode o salvar. Naruto pensou em quanto continuava a olhar para cima sem nem mesmo picar. Seus olhos estavam arregalados e as cenas passaram por sua mente e aquele sentimento de culpa surgiu novamente. Mais foi minha culpa... Se eu não tivesse dito para ele que todos nós tínhamos a escolha de decidir por nós mesmo... se não tivesse falado que a morte as vezes pode ser mais fácil... Por Deus... que não se repita... não se repita...

Apesar do Uzumaki continuar a pedir para que o que aconteceu com Kakashi não ocorresse com aquele senhor isso não pareceu o bastante para o impedir de pular. Sim, ele pulou. Os olhos azulados de Naruto acompanharam sua queda com seu corpo petrificado. O homem caiu em uma velocidade absurda e o choque com o chão foi rápido. Ele caiu de cabeça e seu sangue espirrou para todos os lados, atingindo Naruto que teve seu moletom e rosto tingidos de vermelho, alguma pessoas correram e gritaram apavoradas e assustadas, outras vomitaram no chão enjoadas e a mulher de cabelos cacheados desabou no chão gritando coisas desconexas e chorando.

O Uzumaki continuou ali... parado em quanto o sangue escorria em seu rosto e algumas gotas caiam de sua touca pingando no moletom que já tinha a coloração vermelha alaranjada. 

Se repetiu...

A neve estava vermelha e o corpo do homem começava a ser coberto por ela. Olhou novamente para cima sem mover  cabeça e viu um papel caindo lentamente até parar em cima do cadáver e nele estava escrito uma pequena frase, quase ilegível.

"Os olhos de um morto são os olhos de um Shinigami"


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Notas finais do capítulo

Adorei esse capitulo *=* Sério *=*
OMG! Eu... fiquei fascinada em matar alguém, estava me irritando com essa coisa parada e sem sangue -.-
Mais bem. Marble Hornets - Estou recomendando de novo xD e daí? V-E-J-A-M! E se surpreendam ^^
Então... o final... ér.... o final... simplesmente surgiu isso... não entendi merda nenhuma nessas pequenas palavras e realmente quero conseguir encaixar essas coisas coisas estranhas em algum momento, não posso esquece-las =S
Tenho outra fanfic... estranha... Alice Human Sacrifice - Behind the Thuth que to meio empacada também no final, não sei se alguém que lê O Sentido da Vida fic já a leu, mais se tiver alguem, então vou avisar aqui: "Imaginação bloqueada". Na verdade... apenas quero um final... perfeito... o que não combina comigo, sempre sai coisas horriveis. Refiz o ultimo capitulo mais de cinco vezes e não sai nada que me agrade. Odeio isso ¬¬
Bye.



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