O Sentido Da Vida escrita por Enma Ai


Capítulo 12
11. Past?




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"Na noite escura, eles a viram, caminhando lentamente a beira da praia, chorando pela perda de sua vida e pela solidão sem fim. Diziam que ela chorava por mais uma coisa... por mais alguém, como se sua própria dor não fosse o suficiente para entristece-la."

(...)

A neve continuou a cair e ele continuou ali, sentado no balanço com o olhar perdido e duvidoso. Não compreendia aquele homem, ele era como um enigma. Seus olhos antes eram brilhantes e cheios de uma energia incrivelmente revigorante. Se sentiu estranha quando o viu pela primeira vez, no entanto, agora aquele olhar... sem brilho, sem aqueles inúmeros sentimentos a deixava... triste? Não entendia mais o que se passava com ela e nem ligava para isso, apenas o queria ver com aquele brilho interessante que vira.

Se ajoelhou na frente do loiro e estendeu a mão para "tocar" a dele.

Ele se levantou, ela também. Ele deu alguns passos incertos, ela apenas o imitou, e então ele caiu na neve olhando o nada, Hinata se deitou ao seu lado fitando seus olhos sem vida.

Assim ficaram ambos. Sozinhos na neve vendo o inexplicável. Tentando entender alguma coisa. Hinata levou as mãos aos olhos os esfregando levemente e logo sentiu uma ardência incomoda.

Estou... chorando...?

(...)

Atravessou a rua aproveitando a pouca movimentação de carros e entrou dentro da lanchonete. Ela estava quase vazia por causa das explosões do dia anterior. As pessoas estão começando a ficar com medo e pelo que parece algumas vão sair da cidade. Isso está virando uma zona. Se sentou em uma mesa perto da janela e pediu apenas um café.

"- Pode se arrepender. - o ouviu perguntar o por que surpreso. Fechou o livro e o empurrou na direção dele - Cidades cheias de pecados podem matar."

O que diabos isso quer dizer? Aquele velho apenas me deixou com mais perguntas ainda. Suspirou e viu uma mulher se aproximar com seu café e coloca-lo na mesa. Passou a mão no rosto cansado e depositou a mochila ao seu lado, logo se interessou pelo que um grupo de homens dizia na mesa de trás. Eles falavam de alguém. Falando muito mal por sinal, hunf. De quem será? Resolveu prestar mais atenção enquanto tomava seu café e rapidamente estranhou o rumo da conversa.

– Estou dizendo cara, ele anda muito estranho.

– Ele sempre foi estranho. - os outros riram - Eu soube que ele parou de ir naquela empresa dele e do Uchiha.

– Mais é sério, ontem eu o encontrei saindo do hospital, aquele que sofreu uma das explosões. Eu fui cumprimenta-lo e ele nem se quer me reconheceu!

– Até parece que iria, são quase dez anos sem nos vermos idiota! - eles riram novamente e o outro bufava - Eu soube de um amigo da policia que o delegado acha ele um suspeito nato! Lembram-se do Kakashi-sensei?

– Nem tem como esquecer. Sinto arrepios só de lembrar do enterro e da mulher dele.

– Parece que Naruto - Naruto?– foi tratado psicologicamente, ele é louco meus amigos. - O proprio riu - Meu pai sempre falava para me manter longe dele, agora entendo o por que. Ele dava sinais de ser um maluco desde a escola!

Eles riram mais uma vez e Shino ajeitou seus óculos. Tirou alguns trocados e colocou na mesa pegando sua mochila e indo em direção a porta, no entanto parou e andou até o balcão para falar com a recepcionista. - Por favor - a chamou e se inclinou para frente - poderia me informar se conhece o... Naruto?

Ela pareceu surpresa - Naruto? - Shino suspirou e deu de costas indo de volta a saída - Espere! Eu sei quem é, ele anda bem famoso de uns dias pra cá... Mais por que quer saber?

– Sou novo na cidade... e... uma pessoa me falou sobre ele. Sabe... sobre seu trabalho... - inventou qualquer desculpa e se repreendeu mentalmente.

– Ah, sim. Todos dizem que ele tem muito talento para desenhos. - ela riu mas voltou a ficar séria - Ultimamente não se vê muito o Naruto, mas bem... - ela sorriu envergonhada e olhou pela janela o outro lado da rua, arregalou levemente os olhos e sorriu - Parece que tem sorte, senhor. Ele está bem ali.

Shino olhou para fora e viu um homem loiro caminhando na calçada sem qualquer agasalho apropriado para a temperatura atual. Agradeceu a mulher e saiu da lanchonete. Então ele é o tal Naruto que aqueles homens estavam se referindo... não tem nada de diferente nele.

Olhou para a rua e viu um caminhão vindo e o esperou passar, assim atravessou metade da rua antes de olhar o loiro novamente, e o que viu não foi algo que gostou.

Tinha algo se formando ao seu lado e isso se tornou uma pessoa. Uma mulher... ela... ela seria... Respirou fundo e chegou a calçada caminhando logo atrás deles. Ela andava no mesmo ritmo que ele observando-o atentamente. Quem é ela...?

(...)

Levou o pincel ao quadro passando-o lentamente enquanto deixava suas memórias retornarem, uma das únicas em sua opinião aceitáveis, era agradável se lembrar dela. Suspirou longamente fechando os olhos deixando-se relaxar. Pintaria aquilo para si e ninguém mais. Sei que tal beleza seria aceita de bom grado no mercado, mas... mas... ela é só minha.

Olhou o quadro e sorriu satisfeito. Ele ficaria pronto mais rápido do que imaginava. Ela é a única coisa que me deixa em paz... e ninguém é capaz de me tira-la.

Foi até a porta e saiu trancando-a, assim que se virou deu de cara com Moegi com um novo vestido roxo e um agasalho quente branco. Sorriu e pegou na mão dela.

– Acredito que ficou esperando aqui fora, não é? - ela assentiu confirmando animada e riu - Certo, vamos ficar pouco tempo do lado de fora, lembra-se do que seus pais disseram?

Ela fez um careta. - Obedeça o tio Sai, escove os dentes três vezes ao dia, coma frutas e legumes e não somente carne e bla bla.

Ele gargalhou e apressou o paço - Pelo que eu me lembre eles falaram também, "não fique muito tempo do lado de fora por que é perigoso". - ela fez outra careta e sorriu novamente ao chegarem na porta - Vamos brincar lá fora um pouquinho como prometi e sinceramente... não sente frio com esse vestido?

– Meu vestido é quente! - ela o mostrou a língua e abriu a porta - Então para de reclamar dele e vamos logo!

Assim que saíram, Moegi correu e se jogou na neve preparando para a possível guerra de bolas de neve que fariam. Sai balançou a cabeça inconformado e se sentou em qualquer lugar. Não demorou muito para uma pessoa muito familiar aparecer. Ino...

– Ora, ora. Os mortos sempre aparecem, não?

A loira corou e desviou o olhar desconfortada. Ele sempre causava essas reações nela, não entendia exatamente por que, mas sabia que não era bom ainda mais pela sua amizade com Sakura.

– Bem, desculpe aparecer assim mas é que... ando preocupada... com o Naruto. - ela direcionou seus olhos para o chão e Sai a mandou se sentar ao lado dele - Sabe, esses dias eu não o tenho visto e ando ouvindo algumas coisas sobre ele. Estou realmente preocupada.

– Não tem por que ficar assim. Sakura me disse que ele sempre soube se virar em qualquer situação.

– Não... não é isso. - Ino suspirou e colocou a franja para trás da orelha e abraçou as próprias pernas - Ele me procurou uma vez falando sobre um telefonema que recebeu. Eu ja tinha percebido isso antes... mas não liguei.

– Percebeu o que?

– Que... ele tinha sinais de alguns problemas... e depois que ele foi na minha casa pensei em falar com ele novamente, mas não o encontrei, na verdade acho que o Naruto não anda muito em casa. E... - Ino sabia que não deveria tocar naquele assunto perto de Sai, mas ignorou e respirou fundo - fui na policia saber do Sasuke. - Sai pigarreou incomodado - Eu sei 'ta bem? Mas o Sasuke está desaparecido, sabia? Esses dias estou sobrecarregada com o trabalho e não tenho ninguém a quem descontar. - As lágrimas já se formavam em seus olhos. Seus dias de psicologa estavam cheios e nem dormia direito - Naruto está por ai sendo falado mal como se ele fosse alguém assim, Sasuke sumiu e a policia parece ter esquecido disso e agora... meus pais querem sair da cidade e me levar junto. Eu detesto isso! Aquele maldito Uzumaki que me animava.

– Ei, por que não se acalma? - o moreno suspirou, passou a mão no rosto e observou Moegi com a mão na cintura satisfeita pela quase completa "muralha de neve" - Eu ouvi também as coisas que estão falando do Naruto. E, admito que também estou preocupado, mesmo que eu não seja amigo dele. Sakura não para de falar sobre ele pedindo para que eu vá procura-lo e depois dela saber que ele estava no hospital ontem ela literalmente pirou.

A Yamanaka riu e passou a mão nos olhos enxugando-os. Olhou para Moegi e sorriu levemente imaginando a época em que eram crianças.

Me lembro bem... Sakura ficou na minha casa e ela ficou doente, então mamãe a levou no hospital com medo que fosse algo grave. Então Sakura teve que passar um tempo por lá e um dia aquele idiota do Naruto apareceu e entrou como se aquele fosse o quarto dele... e Jiraya ficou furioso quando ele não o obedeceu assim que o mandou sair. Só depois soubemos que Naruto não tinha pais, uma familia, e mesmo assim ele sorria como se isso não fosse nada. Maldito fosse esse idiota.

– Ei! - Moegi chamou a atenção dos mais velhos parecendo irritada com algo - Eu já fiz a minha parte! Sai-senpai, você deveria estar fazendo seu castelo, se não fizer ele não valera a pena uma guerra!

O moreno gargalhou e se levantou preguiçosamente, ele estendeu a mão para Ino que aceitou e se levantou. - Então acho melhor eu começar a fazer isso logo se não posso acabar apanhando. Por sinal mocinha... é melhor você parar de ficar tanto na casa da Sakura, o temperamento dela está te contagiando.

(...)

"Pensou e voltou a olhar a lua como fazia antes dele chegar. Sempre tão brilhante, queria ser como a lua. Esta sempre era lembrada e admirada pelo que era e fazia, não pelo nome - Me responda... gostaria de me fazer companhia?

– Companhia? - ele lhe sorriu e deu de ombros se sentando ao seu lado - Por que não? Então você é...?

– Não acho que esteja interessado realmente em saber meu nome, Sr. Desconhecido.

Ele riu e olhou para a lua. Observou-o passar a mão no cabelo e desfazer o penteado. - Está completamente certa. Pressinto que se soubermos quem somos podemos acabar com esta conversa agradável. - Concordou com ele e voltou a fitar o céu - Hoje a noite está bonita, não? Quando olho assim para o céu parece-me que esqueço dos tempos ruins.

– "Não existe algo chamado tempo. O que existe é a ilusão chamada lembrança". Minha mãe me falou isso quando estava viva. Ela dizia que o passado não era nada e que o que importava era o que se passava no "hoje" - tirou suas luvas brancas e as jogou no chão, aquilo a incomodava - Todos tem seus próprios demônios em suas lembranças.

– Monstros que destroçam quem vê pela frente... - ele sussurrou e percebeu naquele momento que aquele sujeito com certeza tinha um buraco no peito repleto de solidão. Olhou-o rapidamente e apertou uma mão na outra nervosa.

– Você... sente medo...?

– Medo? - ele pareceu refletir sobre algo - Seria um medo especifico?

Suspirou e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha - Medo... de ficar só para sempre... eu... sempre sinto que o mundo tem algo mais acolhedor fora dessa cidade, desse lugar. Algo que pode preencher qualquer lacuna.

Ele lhe sorriu. Um sorriso formidável em sua opinião, tão formidável capaz de lhe fazer perder o folego e seu coração acelerar de uma maneira nunca já feita. Ele simplesmente a olhou nos olhos e respondeu. - O medo pode nos fazer perder a fé. Se tem medo nunca será capaz de correr atrás do que quer, no entanto eu sei que se quer realmente algo apenas observe ao seu redor por que todos são capazes de ter qualquer coisa. O mundo tem muito a oferecer e neste momento... ele parece me oferecer você."

Abriu os olhos e sentiu algo dentro de si parecer aquecer todo o seu corpo. Observou o loiro a sua frente que se mantinha na mesma posição, aparentemente dormindo e quase todo coberto pela neve. Era você... não era...? Por que me sinto assim? O que é isso? Por alguma razão eu queria que soubesse que estou aqui, na sua frente, do seu lado... queria ser capaz... capaz de... salva-lo...


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Notas finais do capítulo

Hehe... postei rapido '-' capitulo ficou pequeno, mas tive que deixar assim mesmo, sei bem que se eu ficar inventando de fazer capitulos grandes posso enrolar e acabar não fazendo -.-
Total de visualizações... fiquei assim "SUUGOOI O_O" -q'
"Não existe algo chamado tempo. O que existe é a ilusão chamada lembrança" - essa frase eu vi no anime Boogiepop Phantom e ela pelo que eu sei é do Seiichi Kirima, um dos personagens =X

Proximo capitulo: Nara. Acho que isso já dá ideia de como vai ser e.e



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