As Crônicas De Nárnia - Aurora De Fogo escrita por Carrie Lerman


Capítulo 5
Cap. 5 - Abusada


Notas iniciais do capítulo

Retomando



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Caspian seguiu todo um longo caminho ao lado da Elemental sem sentir sequer um único vestígio de dor em seu corpo graças às águas milagrosas daquele lago. A única coisa que ainda estava latente em sua pele era o desejo ainda aceso por aquela mulher proibida, por quem o rei se deixou envolver naquele momento dentro do rio. Por volta ou outra, o moreno se pegava fitando a bela silhueta da moça enquanto esta se movia de maneira graciosa a sua frente.

– Se mexa majestade. –disse ela parando e se virando. – Já não possui mais ferimentos para usar como desculpa para essa sua moleza real.

– Não precisa ser grosseira, estou analisando o caminho. –ele disse franzindo a testa e se aproximando dela.

– Sei bem quais são os caminhos que vem analisando desde que saímos daquele rio majestade, não preciso ter olhos nas costas para ver. –ela riu e se virou seguindo em frente.

– É sempre tão convencida? –perguntou Caspian.

– Não. E você? É sempre tão vulnerável? –ela debochou.

– Por que fez aquilo? –ele a alcançou e seguiu.

– O que? Beijar você? Estava com vontade...

– Sempre age assim, por impulso sem pensar nos seus atos? –ele parecia estressado.

– Nunca se sabe quando a morte pode chegar majestade, porque viver presa a regras?

– Por que elas existem para serem seguidas.

– Você não pareceu muito determinado a segui-las quando retribuiu meu beijo.

– Você é louca. –ele ergueu as sobrancelhas e seguiu em frente. – E perigosa.

– Quente também. Não se esqueça... –ela sorriu e admirou o belo traseiro daquele homem.

– Vai me dizer para onde estamos indo dessa vez?

– Procuramos um povoado. Ficaremos seguros lá, onde poderemos passar a noite em uma cabana confortável com cama, e lareira. –ela sorriu e se aproximou.

– Estamos perdendo tempo, eu deveria regressar ao palácio. Ver com meus próprios olhos se é mesmo Miraz que está no comando dele.

– Claro, e assim que você o visse ele arrancaria seus lindos olhos e comeria no jantar como aperitivo antes de comer seu coração.

– Ainda não consigo compreender se está do meu lado ou contra mim.

– Salvei sua vida, tome isso como um gesto nobre de amizade da minha parte.

– Amizade. –ele riu e desviou o olhar.

– Eu sou uma Elemental majestade, tenho meu jeito particular de sentir as coisas, o que não significa que eu não sinta.

– Que seja.

Aurora encarou o rei, então decidiu seguir em frente sem dizer mais nenhuma palavra. Seu humor mudava constantemente e perto daquele homem seus sentimentos oscilavam com mais frequência do que o normal. Aurora era quase imortal por conta de seus poderes, mas todo aquele dom lhe trazia alguns problemas como a instabilidade emocional, que variava de alegria intensa a depressão profunda. Nesses momentos, a moça se isolava do mundo e tentava lidar com seus pensamentos auto destrutivos, e pra isso ela recebia o auxilio de um ou dois Elementais tão poderosos quanto ela, a quem ela chamava de irmãos.

Durante todo o trajeto, Aurora tentava conter suas mudanças de humor para não deixar que isso afetasse sua missão com o rei. Quando finalmente chegaram ao povoado a moça correu em direção a uma banca de frutas, estava faminta e seu estomago ansiava por comida. Ela se apossou de uma maçã fresca e a mordeu logo correndo até outra banca e pegando uvas. Caspian a seguia desconcertado sem saber o que fazer, afinal eles não tinham tributos para pagar por nada daquilo, e ele não sabia se deveria dizer que era o rei ou não.

– Aurora, não podemos pagar por estes alimentos, devolva isso aquela senhora, eles trabalham duro para poder colher essas frutas e vender. –dizia o rei.

– Diga a eles quem você é estava prestes a se entregar para saqueadores e agora está com medo de revelar seu nome para pobres camponeses indefesos? –ela disse fitando-o a face.

– Precisa se decidir mulher, ou eu digo quem sou, ou não digo. –ele bufou.

– Diga majestade. Conte a todos, grite aos quatro ventos. –ela zombou enquanto se afastava.

– Mas que diabos. –ele cerrou os dentes e fechou a cara.

– Senhor. –se manifestou a mulher de aparência humilde atrás do rei.

– Ah. Perdoe-me... –disse ele se desculpando pelo manifesto. – Escute, eu venho do palácio e pretendo pagar por cada fruta que aquela moça consumiu, só peço que tenha paciência, assim que puder eu darei um jeito de recompensá-la.

Caspian abandonou a mulher que ficou estática lhe encarando, e seguiu Aurora por entre as casas. Quando finalmente a alcançou esta estava parada diante de uma pequena casa, observando uma mulher servindo doces aos dois filhos pequenos. Os olhos da Elemental ficaram fixos na cena, enquanto Caspian a olhava e depois fitava a mesma cena em silencio.

– O que foi? –disse ele.

– Nada. –ela ficou séria e depois girou sobre seus pés. – Precisamos de uma cabana e de comida.

– E como vamos pagar por isso? –ele a seguiu.

– Diremos a verdade, que você é o rei e que está a precisar de um poso.

– Certo. Vou abusar do meu titulo como rei para invadir a casa de algum camponês humilde...

– Prefere passar mais uma noite fria sob o céu aberto arriscando ser assassinado por outro grupo de saqueadores?

– Claro que não.

– Então pare de reclamar e faça o que eu disse. –ela andou até a porta de uma casa e bateu.

Logo uma moça de aparência jovem, e simples abriu a porta e se deparou com a bela mulher com vestes estranhas, e o lindo homem de cabelos castanhos e lisos a sua frente.

– Pois não? –disse a moça de cabelos pretos e crespos.

– Podemos entrar? –disse Aurora.

– Bom, depende de quem são.

– Bom, eu sou uma Elemental e ele é um rei. –disse Aurora invadindo a casa sem esperar ser convidada.

Caspian por sua vez sorriu sem jeito e se dirigiu a moça assim que passou para o lado de dentro, parando na porta e tomando a mão da moça.

– Perdoe minha companheira de viagem, ela não é muito educada. Permita que eu me apresente, eu sou Caspian X rei de Nárnia...

– Oh... Mi lorde. –a moça corou e se curvou segurando a barra de seu vestido.

– Ah, sim, sim. –ele não se sentia muito a vontade com aquela reverencia toda, embora soubesse que era necessário. – Por favor, eu... Sinto-me muito encabulado de lhe pedir isso, mas... Precisamos de um lugar seguro para passar a noite e sua cabana me pareceu muito confortável.

– Oh, absolutamente, será uma honra abrigar o grande rei de Nárnia. –ela fechou a porta e sorriu. – Por favor, majestade. Faça do meu humilde lar, a sua casa. Sinta-se a vontade para pedir o que quiser.

– Bom que quero um banho quente. –disse Aurora.

– Claro, eu vou providenciar. –disse a moça.

– E depois café, você tem café aqui?

– Claro, eu farei isso.

– Não se apresse por favor, não queremos abusar. –Caspian andou até Aurora e a segurou pelo braço. – Não é?

– Vá preparar o banho querida! –se manifestou a Elemental.

Assim que a moça se retirou, Caspian encarou Aurora com cara de poucos amigos e disse:

– Pode ser um pouco menos abusada?

– Abusada? Quantas chances na vida você acha que eu vou ter de ser servida assim?

– Pensei que vocês elementais tinham um grande prestígio. –o rei se escorou na mesa e cruzou os braços.

– Tínhamos, antigamente. Agora todo o prestigio ficou por conta dos atuais reis de Nárnia. –ela o encarou com desdém. – Não significamos mais nada além de parte da natureza. Vivemos para servir a vocês... Humanos.

– Parece não gostar muito disso.

– Não gosto. Éramos como deuses... Agora, não passamos de uma obra da natureza. –dizia mexendo nos objetos da sala.

– Não mexa nas coisas dos outros. –Caspian se aproximou e retirou o objeto que ela tomava em mãos de suas mãos e devolveu ao lugar de origem.

– Vai ficar me regulando? –ela o encarou de perto.

– Vou. Você não tem modos, e se comporta como uma criança.

– Hum! Quem sabe você me coloca no colo e me ensina boas maneiras? –Aurora provocou segurando a gola da camisa do rei e se inclinando sobre ele.

– Controle-se mulher. –disse o rei segurando as mãos da Elemental e se afastando.

– Fica difícil perto de você majestade. Até a humilde camponesa ficou de pernas bambas diante de você... –ela riu.

Caspian ignorou apenas lhe lançando um olhar seco, então quando a moça regressou a sala, avisou a Elemental do banho já pronto. Esta por sua vez, sorriu para o rei, e se retirou da sala deixando-o. A camponesa se redobrou em esforços para servir ao rei até que seu irmãos mais velho chegasse do trabalho no campo, assim como seu pai e se deparasse com o rei. Eles receberam bem o homem de quem eram súditos e então Caspian pode sentir-se a vontade, naquela pequena cabana de tamanho e complementos simples.


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Notas finais do capítulo

Sem comentários eu só vou postar quando me der na telha, com comentários eu posto o mais breve possível bjus



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