As Crônicas De Nárnia - Aurora De Fogo escrita por Carrie Lerman


Capítulo 6
Fogo contra Fogo


Notas iniciais do capítulo

Olá, mais um capítulo divertido pra vcs! Comentem uma fic sem comentários não tem vida alguma nem razão pra continuar



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Durante a noite enquanto dormia em um dos quartos cedidos pelos camponeses da cabana, o rei sonhava com sua tripulação que se encontrava em uma situação de perigo eminente sendo que o mesmo não podia fazer nada, seus esforços para salvar seus amigos eram em vão, e isso lhe causava tremenda agonia. Então enquanto se revirava sobre aquela cama, alguém adentrou ao cômodo em passos lentos com os pés no chão e andou até a beirada da cama parando logo ao lado do rei adormecido e então se curvou tocando sua testa com a palma de sua mão quente.

Não demorou muito para Caspian despertar e ao perceber que alguém estava ao seu lado no escuro, tocando-o ele imediatamente ele se colocou em posição de defesa e segurou o punho da moça com força.

– Aurora? –disse ele surpreso ao ver a loira ao lado de sua cama.

– Estava tendo um pesadelo. –ela disse.

– O que está fazendo aqui? –ele questionou em tom baixo para não acordar os dois irmãos.

– Estou sem sono.

– Deveria ter ficado no seu quarto. –ele rebateu.

– Eu estava com sede e fui beber água na cozinha, então passei por aqui e ouvi você gemendo. Pensei que precisava de ajuda. –ela cochichava.

– Eu estou bem. –respondeu desviando o olhar.

– Então se incomoda de soltar meu punho? Está me machucando.

– Me desculpe. –ele soltou o braço da Elemental e se sentou na cama.

– Está com a consciência pesada?

– O que? –ele franziu a testa e a encarou.

– Por ter deixado sua tripulação.

– Eu não quero falar sobre isso. –respondeu se levantando da cama.

Caspian andou até a porta do quarto pequeno e saiu por ela se dirigindo a cozinha, logo sendo seguido por Aurora que o encontrou em seguida bebendo água de pé em frente a um pequeno móvel de madeira. Aurora admirou a bela silhueta do rei sobre a luz fraca do lampião e então se aproximou pelas suas costas e parou ao lado do mesmo.

– Pode me servir uma caneca? –ela o olhou bem de perto enquanto sua barriga encostava-se contra o cotovelo de Caspian.

Ele educadamente serviu a caneca de água e entregou a moça, que ao apanhar o recipiente das mãos do rei fez questão de deslizar seus dedos sobre a pele das mesmas enquanto mantinha o olhar profundo sobre os olhos do rei. Caspian se sentia nervoso sempre que ficava diante daquela mulher, e se afastava toda vez para evitar que seus instintos se manifestassem. E foi o que ele fez, se afastou.

– Porque você sempre se foge de mim? –perguntou ela depois de beber um gole de sua água.

– Você é perigosa e eu não confio em você. –respondeu ele em tom sério escorando as mãos na mesa.

– Ou você tem medo?

– Não tenho medo de você, só não confio em você, é diferente.

– Tem medo de ficar muito tempo perto de mim e não resistir rei? –ela insinuou enquanto se movia pra perto dele.

– Acha que eu sou tão ingênuo para cair na sua provocação? –ele cerrou os olhos encarando-a.

– Não, você não é nada ingênuo... –ela mudou o tom de voz para sussurro enquanto levava seus dedos rumo à abertura da gola da camisa de Caspian. – Um homem ingênuo não teria me beijado do jeito que você beijou naquele lago.

Aurora se insinuava sem pudor algum em direção ao rei, enquanto seus dedos deslizavam para dentro da camisa meio aberta dele e lhe tocava a pele macia. Sim, Caspian era um homem de pele macia e quente e isso atiçava o desejo de Aurora pelo grande rei. Ela não sentia necessidade alguma de esconder e negar o que sentia por ele, pois ela era livre e como uma Elemental não dependia dos padrões e regras ao qual um rei como Caspian em sua posição deveria acatar. Embora relações entre imortais e mortais fosse totalmente proibida, Aurora não se importava com tais regras, principalmente depois de ver o belo rei com seus próprios olhos. Ela ardia por dentro de desejo por Caspian, e intimamente embora negasse, ele tambem se sentia atraído por ela, mas sabia que deveria fugir daquele sentimento de luxuria. Afinal ele era um rei e tinha obrigações como tal, como por exemplo, se casar devidamente com uma boa mulher e torná-la sua rainha quando decidisse se envolver com ela, e não se entregar a desejos promíscuos como o que ele sentia por aquela bela Elemental de sangue quente.

Caspian segurou a mão de Aurora firmemente e afastou-a de si olhando nos olhos da mesma e disse então por fim:

– É melhor voltar pro seu quarto.

E dito isso ele se afastou passando por ela e voltando ao quarto onde estava hospedado na cabana, tomando cuidado para não acordar os bons homens que dormiam no mesmo cômodo. Na cozinha Aurora sorria satisfeita pois sabia que tinha certo poder sobre os sentimentos do rei, e isso a fazia sentir confiante. Quanto mais ele negava mais ela sabia que ele a queria. Caspian se deitou na cama, e não se cobriu pois seu corpo estava quente, ele lutava contra aquele desejo insano por aquela mulher, que tentava seduzi-lo, mas ele sabia que não deveria acatar os pedidos feitos por suas vontades masculinas, ou aquilo poderia ser sua ruína.

...

Na manhã seguinte, assim que acordou Caspian se dirigiu a cozinha onde todos faziam seu desjejum com exceção de Aurora. Ele se aproximou da mesa e perguntou enquanto a moça que os recebera se levantava assim como os irmãos.

– Por favor, fiquem como estão, não se incomodem com minha presença. –disse Caspian gentilmente pedindo que todos se sentassem.

– Eu vou servir um pouco de café bem quente para o senhor majestade. –disse a garota permanecendo de pé.

– Onde está a moça que veio comigo? –ele questionou ao se sentar.

– Ela saiu logo cedo. –respondeu um dos irmãos. – Disse que precisava resolver uma coisa.

– Viram para que lado ela foi? –questionou mais uma vez o rei em tom desconfiado.

– Ela desceu a rua e seguiu rumo aos campos. –respondeu a moça que servia uma caneca de café ao rei.

– Está be, obrigado. –ele disse agradecendo ao café.

– Coma. –ela sorriu. – Logo ela deve estar de volta majestade.

– Nós precisamos trabalhar, espero que o rei não se incomode. –se manifestou o segundo homem da casa ao se levantar na mesa.

– Ah, não. não por favor, eu não quero atrapalhar sua rotina, eu e minha acompanhante partiremos assim que ela retornar. –disse Caspian se levantando gentilmente.

– Fique a vontade majestade, nossa irmã ficará a sua disposição no que precisar. –disse o primeiro irmão.

– Obrigado mais uma vez pela hospitalidade. –sorriu Caspian.

– Fique a vontade majestade, com licença.

Os irmãos se curvaram diante do rei e logo partiram para cumprir com suas tarefas diárias. A moça continuou a servir o rei, e lhe fez companhia a manhã toda. Cansado de esperar Aurora, Caspian saiu da cabana e seguiu pela vila em busca da moça e a encontrou em pouco tempo subindo pela rua baixa.

– Onde esteve? –perguntou Caspian antes que a moça se aproximasse.

– Sentiu saudades, majestade? –ela sorriu radiante sob a luz do sol.

– Não seja inconveniente. –rebateu.

– Estava negociando com os comerciantes. –disse ela ao passar pelo rei.

– Negociando o que? Pode me dizer? –e ele a seguia lado a lado.

– Cavalos, vamos precisar deles para continuar nosso caminho.

– Precisamos de um navio para voltar a Cair Paravel.

– Não vai voltar para seu palácio majestade, não seja irritante.

– Meu exercito está lá, o conselho...

– Blá, blá, blá... –ela revirou os olhos. – Caspian, Miraz está no controle do seu lindo castelinho. –ela parou diante dele no meio da rua e o encarou. – Se você passar por aquela ponte, seus soldados vão matá-lo sem nem piscar...

– São meus homens, eles não se voltariam contra mim...

– Você ainda não entendeu não é? Esqueça a lealdade dos seus soldados Caspian, eles não estão em poder sequer de si mesmos. Miraz tem muito mais poder do que tinha quando estava vivo, ele é uma criatura cruel e perversa agora, ele não é humano.

– Acho difícil acreditar nessa sua teoria. –disse desviando da moça.

– Então vá até ele e veja com seus próprios olhos seu rei estúpido. –ela rebateu em tom firme.

– Você me causou muito mais problemas do que Miraz que supostamente está vivo. –ele fez uma parada e retornou encarando a moça. – Foi você quem destruiu meu navio e matou metade da minha tripulação e depois deixou a outra metade para ser sacrificada enquanto fugíamos. –disse diante dela mantendo um olhar de afronta.

– Salvei sua vida duas vezes e você sequer me agradeceu seu egoísta. –Aurora desviou do rei e seguiu em frente.

– Deveria agradecer por todos os estragos que fez? –ele a seguiu rua a cima.

– Não. –ela parou bruscamente e o encarou face a face. – Não agradeça, apenas pare de me encher com suas reclamações. Ou eu juro que eu mato você antes que Miraz tenha essa chance.

– Vá em frente.

– Não me provoque...

– Não darei mais um passo que não seja por mim mesmo. Eu não pretendo continuar seguindo você como uma criança segue uma babá. Eu decido pra onde iremos de agora em diante...

– Como quiser majestade...

Aurora fez uma reverencia irônica ao rei, e depois esperou que ele tomasse a frente. Assim Caspian o fez, e apenas pediu que ela o levasse até os comerciantes com quem ela negociou os cavalos, e sobre o poder dos mesmos logo eles partiram.


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