Entre O Céu E A Terra escrita por Melly Julie
Notas iniciais do capítulo
Desculpem a demora para postar, é que eu estou com certos problemas pessoais e não estou acessando a Internet. Mas aí está o capítulo. Boa leitura ^^
Mary acordou atrasada no dia seguinte. Sua cabeça ainda doía um pouco. Forçou-se a se levantar. Tinha que ir para a escola e estava em cima da hora. Trocou de roupa, pegou seu material, uma maçã e saiu para o colégio comendo. Chegou com alguns poucos minutos de antecedência.
- Comendo mesmo? – Luna se aproximou, rindo.
- Bom dia para você também, sua bobinha. Eu perdi a hora, tive que correr.
- Percebe-se. E olha que você nem entrou na internet ontem à noite...
- Não mesmo. Dormi cedo até. Estava morrendo de dor de cabeça. Está doendo um pouco ainda. Não sei por que isso assim, de repente...
- Desde que você passou mal em casa, não é? Mary, quando é que você vai me contar exatamente o que está acontecendo? Você está doente e parece grave...
- Não é nada... – Mary sabia que não havia convencido a amiga, mas o sinal tocou e o professor de biologia entrou na sala, encerrando a conversa delas. Luna olhou-a, como se dissesse “Depois da aula a gente conversa”.
A garota não conseguiu prestar atenção em nenhuma das aulas. Seu pensamento foi até os pesadelos que tivera na noite anterior. Não conseguia esquece-los. Eram aterrorizantes. Pior ainda era a sensação de que não foram apenas simples pesadelos de adolescente.
No primeiro, ela estava no telhado da sua casa junto de uma outra pessoa sem rosto. Essa pessoa a jogava pela beirada, porém antes que chegasse ao chão, a puxava para cima. Fez isso várias vezes, até que a garota conseguiu desviar e caiu, pousando em pé, sem se machucar. Saiu correndo, mas não conseguia sair do lugar. Para outra pessoa, não era tão aterrorizante assim. Mas Mary possuía um medo irracional de altura, o que piorava ainda mais sua situação.
Então o sonho mudou. Ela estava naquele lugar branco que visitara quando foi para o hospital. Estava completamente sozinha, exceto por uma voz distorcida de mulher, que ficava repetindo sempre a mesma frase, “Você não pode me vencer, pode correr a vontade, eu vou te alcançar, vou te pegar e você vai sofrer muito, vai sentir muita dor e vai morrer.”. Ela podia tapar os ouvidos e ir para onde quisesse, a voz a perseguia, cada vez mais alta e ameaçadora. E tudo ao seu redor ia escurecendo. A pressão do ar foi se tornando maior. Até o ponto em que tudo era preto, a pressão era tanta que ela mal conseguia respirar e a voz estava insuportavelmente alta.
E ele mudou mais uma vez. Ela estava em jardim florido. O lugar era lindo, porém a garota não prestou atenção. Fugia de algo, não sabia o que. No meio do jardim havia um garoto de costas. Conforme ia se aproximando, percebeu que era o Ray. Gritei seu nome, pedindo ajuda, mas ele parecia não ouvir. Ao chegar até ele, percebeu que estava amarrado, vendado e amordaçado. Tentou libertá-lo, mas não conseguiu. Ouviu passos se aproximando rapidamente. Jogou o garoto no chão e gritou. O chão começou a tremer. Toda a natureza ao seu redor começou a se mexer, indo na direção do que a perseguia. Mary não se atreveu a olhar, mas ouviu um grito aterrorizado.
Pela última vez, tudo mudou. Ela estava sendo julgada em um tribunal. O juiz era o homem loiro que encontrara em seus passeios pelo lugar desconhecido. Lira a acusava e Ray a defendia. Sua mãe estava na platéia, chorando. Outras pessoas apontavam o dedo para ela. A garota não ouvia nada, nem podia falar. A única coisa que entendeu foi o final. Havia sido condenada à morte. Mãos fortes a levantaram e a arrastaram. As duas únicas pessoas que estavam do seu lado tentaram protestar, mas foram silenciadas. Ela ia ser jogada de um helicóptero a uma altura absurdamente grande. Embaixo havia uma fogueira esperando para queimá-la. Já estava sentindo o calor do fogo quando acordou.
- Mary... Mary! - alguém a sacudia, tirando-a de seus devaneios. Luna estava parada na sua frente, com uma expressão preocupada no rosto.
- Desculpe, eu estava distraída. O que houve?
- Nada, só está na hora do intervalo. Você precisa ficar com a cabeça no lugar, sabia? Desse jeito não dá não.
- Foi mal... Eu vou tentar melhorar... - mas ela sabia que não tinha ideia do que estava acontecendo, nem como parar. Mas algo lhe dizia que alguém tinha as respostas. Alguém que não havia ido para a escola de novo.
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O que acharam? Por favor, comente, divulguem e tudo o mais. E mais uma vez, desculpem a demora. ^^