Nossa História escrita por Maria


Capítulo 11
Capítulo 11 - Primeiro o conto de fadas, depois...


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas por não ter postado ontem. Espero que gostem do capitulo, e ao longo da semana posto dois capitulos para compensar o de ontem que não postei.



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Aparentemente os pais de Rachel não tinha problema algum com ela passando tempo fora de casa, ela ficou comigo todo o fim de semana, a vida era simples com ela ao meu lado, não que realmente tivéssemos feito algo além de ficar na cama vendo filmes, comer, fazer amor e dormir. Eu poderia simplesmente passar a vida toda fazendo isso sem nunca enjoar ou ficar entediada. Mas o domingo chegou e tínhamos que sair de dentro de nossa bolha mágica e começar a retomar a vida.

“Você me promete que será boazinha?” Perguntei a Rachel antes de sairmos do carro, estávamos na porta da casa da mãe dela, dessa vez iriamos de surpresa, eu tinha conseguindo a convencer de ir, a semana já estava se iniciando e ela não poderia mais adiar isso.

“Se eu for boazinha eu ganho biscoito?” Eu sorri.

“Se você for boazinha você ganha o que você quiser” Ela me olhou e sorriu com sua covinha, eu aprendi algumas coisas sobre Rachel, uma é que ela só sorri com sua covinha quando ela quer algo, ela sabe que ninguém tem imunidade para dizer não quando ela faz isso.

“O que eu quiser?” Sua voz era travessa e ela aproximou sua boca da minha para me beijar, eu deixei ela encostar nossos lábios, mas antes que ela pudesse iniciar o beijo, me afastei. Ela abriu os olhos e me olhou confusa.

“O que foi?” Ela perguntou.

“Eu disse só se você for boazinha” Ela bufou e eu ri. Saímos do carro, dessas vez não foi ela quem procurou minha mão, nossas mãos juntas se encontraram, desde aquela sexta-feira, nossos corpos viraram um imã. Andamos até a porta, diferente da última vez, nessa levou longos minutos para a outra mulher atender.

“Vocês?” Ela disse assustada assim que abriu a porta, porém em poucos segundos se recuperou e sorriu.

“Será que podemos conversar agora?” Rachel perguntou e eu dei um leve aperto em sua mão a incentivando e ao mesmo tempo lhe dando parabéns pela iniciativa.

“Claro, nos podemos conversar a qualquer hora, entrem” Ela indicou para a gente entrar.

”Eu quero te pedir desculpas pelo que falei da última vez” Rachel disse e sua mãe tinha os olhos brilhando de felicidade “Eu não deveria ter agido de tal forma e eu realmente sinto muito pelo seu cachorro” O olhar de sua mãe vacilou com a menção do cão “Eu gostaria de ter conhecido Dorb” Eu sorri, Rachel estava sendo realmente agradável, eu não esperava tanto e certamente sua mãe muito menos.

“Venham meninas, me ajudem na cozinha, eu estava preparando o almoço”

Almoçar com Shelby foi agradável, ela e Rachel mantinham uma conversa casual onde eu era sempre incluída.

“Voltem sempre meninas, é realmente muito bom ter vocês aqui” Shelby se despediu da gente e fechou a porta.

“Isso foi realmente ótimo” Falei empolgada enquanto caminhávamos para o carro de mãos dadas.

“Fala sério Quinn” Rachel parou e me olhou “Shelby e eu passamos umas 2 horas falando sobre pepino, cachorro e qual o melhor tipo de pão para comer um sanduiche, desde quando isso foi bom? Eu não sei, tudo estava tão errado lá dentro, eu não acho que eu queira vê-la novamente” Seu tom era baixo e fez meu coração quebrar, eu tinha notado a tensão no ar, porém tudo ocorreu bem, quer dizer, Rachel não saiu correndo e nem Shelby parecia querer chorar, logo eu pensei que tinha sido um bom almoço.

“Eu não sabia que estava se sentindo mal” Abracei Rachel e me condenei por não ter sido sensível suficiente para notar as entrelinhas.

“A culpa não foi sua” Ela disse sincera “Vamos” Ela soltou do meu abraço e segurou novamente minhas mãos me arrastando para o carro.

“Eu fui uma boa menina, não se esqueça, que quero minha recompensa” Ela me beijou assim que entramos no carro, senti meu estomago leve, como se eu tivesse descendo uma montanha russa e ele simplesmente flutuasse.

Rachel era a pessoa mais prazerosa para se conviver, é como se ela fosse uma bola de energia, capaz de equalizar o ambiente e mudar de tensão para leveza com um simples olhar ou palavra. O caminho de casa foi leve, já estávamos quase chegando quando o celular dela vibrou, era comum o celular dela vibrar avisando de mensagem ou chamada, eu sentia as vezes a vibração e até a avisava, porém ela dizia que não era nada e não atendia, era estranho, porém eu não questionei, dessa vez ela acabou atendendo.

“Minha doce Aurora” Foi como ela atendeu o telefone e não pude controlar meu olhar interrogativo “Como?” Ela perguntou assustada para a pessoa “Você está falando sério?” Eu já estava curiosa, mesmo sem saber quem era Aurora, eu queria saber o que ela tinha feito “Eu não acredito, eu ouvi ele, você é louca Britt” Agora que nada mais fazia sentido “Eu estou indo ai agora, me espere, eu preciso conferir isso” Ok, aonde ela acha que vai? Hoje era domingo e já estava dando 15 horas, ela não poderia sair, tudo bem que passamos praticamente o fim de semana todo juntas, mas eu ainda queria mais e sinceramente, não posso ser julgada por isso.

“Quem era? E aonde você vai?” Perguntei seria.

“Era Britt e preciso ir na casa dela” Ela aparentemente preferiu ignorar meu humor “Vamos lá, eu te digo aonde é e você vai comigo, ela não vai se importar” Meu humor melhorou um pouco, ao menos ela me convidou para ir junto, Brittany era uma menina doce, não seria certo eu ficar com Rachel na frente de outro aluno, porém Brittany era uma exceção.

A casa da loira Cheerios era realmente grande, obviamente sua família tinha dinheiro de sobra para esbanjar, Rachel tocou a campainha de forma insistente, ela literalmente colocou o dedo no botão e não tirou até a porta abrir.

“Você é louca, sua mãe vai te matar” Rachel gritou com uma Brittany que tinha o olhar mais angelical do mundo, eu apenas fiquei parada observando a cena.

“Mas ele é tão fofo, venha ver” Brittany segurou a mão de Rachel e foi a puxando, eu não sabia muito o que fazer, estava deslocada, mas acabei fechando a porta e seguindo as vozes das duas. Subi as escadas ainda cogitando ir embora, mas a curiosidade era grande, o que Brittany tinha arrumado que os pais dela iriam a matar?

“Oh meu Deus” Falei assim que cheguei no quarto aonde as meninas estavam “Isso é um porco?” Perguntei mesmo sabendo a resposta.

“Ele não é fofo Quinn?” Brittany continuou com seu olhar de anjo e repetiu a cena que fez com Rachel, mas dessa vez comigo, me puxou pela mão e me levou até o porco que eu poderia dizer que olhava tão assustado quanto eu o olhava “Pode fazer carinho, ele é bonzinho” Ela colocou minha mão no porco.

“Britt, você sabe que não pode ter um porco em casa” Rachel disse.

“Tecnicamente não existe leis contra isso em nosso pais” Brittany falou de forma madura, tudo naquela cena era tão estranho, começa com um porco em um quarto e termina com uma Brittany formando uma frase racional.

“Tecnicamente sua mãe deve ter uma lei bem clara sobre isso” Rachel pontuou.

“Quem se importa Rach? Você mais do que ninguém sabe que meus pais não reparam em mim, demorariam anos para perceber o porco” Eu fingi não estar ouvindo a conversa, mas foi impossível não me compadecer com Brittany, uma menina doce e fantasiosa como ela não deveria viver sem a administração de um responsável

“E qual vai ser o nome dele?” Rachel perguntou doce, aparentemente desistiu de contestar sobre o porco.

“Porco” Brittany respondeu e começo a pular.

“Você vai chamar o porco de porco?”

“Sim” Eu ri, até então pensava que o auge da criatividade era chamar um cachorro branco de branquinho, ou um peixe dourado de dourado, mas Brittany ultrapassou tudo chamando o porco de porco.

“Não gostou do nome?” A loirinha de olhos azuis me olhou triste e senti Rachel me beliscar, droga, ela era pequena mas tinha força.

“É um lindo nome, criativo e doce”

“Que bom que gostou”

Eu comecei a olhar o relógio mais vezes do que realmente era necessário, já estávamos a 2 horas lá e eu sinceramente só queria voltar para casa e ficar um pouco mais com Rachel, eu sinto que estava me viciando nela, será possível? Eu precisava beija-la e abraça-la para conseguir respirar e pensar de forma coerente, Rachel Berry tinha virado minha ‘droga’.

“Britt nos temos que ir” Rachel anunciou, aparentemente ela tinha percebido minha impaciência. A loira nos levou até a porta segurando seu filhote de porco, ele era realmente fofo e até combinava com Brittany, o porco pequeno e rosa dava o ar mágico na alta menina de cabelo loiro e olhos azuis.

“Acho que se a gente ficasse mais um minuto lá você iria começar matando o porco e terminar me matando” Rachel estava claramente chateada, mas eu nem fiz nada, merda.

“Eu só não estava me sentindo confortável” Achei que era a melhor desculpa, mas me arrependi.

“Ela é minha melhor amiga, do mesmo modo que tento sempre me dar bem com Santana você tem que tentar se da bem com Britt” Como nos tínhamos começado a brigar? Aquilo era demais para mim, minha cabeça ia começar a doer, parei o carro no acostamento “Por que paramos aqui?” A pequena me perguntou irritada, tirei meu cinto.

“Você não sabe a hora de ficar calada né?” Respondi tão irritada quanto e a beijei, beijar Rachel fazia toda minha irritação e problemas irem embora, como eu disse, a minha ‘droga’, coloquei minha mão em seu rosto e acariciei sua bochecha enquanto nos beijávamos, o beijo que começo intenso se tornou calmo, suave, não era um beijo de paixão, era um beijo de amor “Está mais calma?” Perguntei de forma tranquila quando o beijo terminou, ela ainda mantinha os olhos fechados, como se tivesse ainda mantendo as sensações do beijos, sem abrir os olhos, ela conseguiu me puxar pela camiseta e reiniciar o beijo, talvez eu também fosse seu vicio.

Era 8 horas da noite quando parei meu carro em frente a casa de Rachel.

“Vai ser difícil dormir sem você essa noite” Falei sincera “Acho que me acostumei”

“E quem disse que você vai dormir sem mim?” A olhei confusa.

“Não vou?”

“Não, só vamos mudar de endereço, hoje você dorme na minha casa” Dessa vez lhe dei um olhar assustado.

“Ta doida, e seus pais?” Rachel me deu um sorriso triste.

“Como diria Britt, demoraria anos para eles perceberem” Olhei para casa e tudo estava apagado, Rachel tinha um semblante tão triste.

“Venha cá” A puxei para um abraço e ela retribuiu colocando a cabeça no meu pescoço “Seus pais não ficam muito em casa, certo?”

“Eles me amam” Rachel levantou a cabeça e não questionei ela ter dito sua frase desconexa “Só que eles sabem que já estou grande, ano que vem saio de casa, então, acho que eles estão vivendo um pouco a vida deles. Isso é algo bom, não é?” Ela me perguntou e eu selei nossos lábios.

“Certeza que não terei que lidar com nenhum pai querendo me matar? Melhor, dois pais querendo me matar?” Ela riu e eu me senti aliviada.

“Levando em conta que eles só vem semana que vem, certeza”

Acordei de manhã com o som de dois despertadores, mas ignorei totalmente os ruídos, Rachel se aninhava com seu corpo colado ao meu, aquilo era o paraíso, seu corpo era tão quente e macio, beijei o topo de sua cabeça, eu amava tanto o cheiro dos seus cabelos. Fui desligar o despertador, mas Rachel me preendeu em um forte abraço.

“O que foi?” Perguntei sem entender.

“Não desligue” Ela respondeu de olhos fechados e com a respiração calma, ainda como se tivesse dormindo.

“Por quê?” Questionei.

“Porquê na hora que você desligar vai ser oficialmente segunda feira e terá acabado nosso conto de fadas e chegado a hora da vida real

Me joguei na cama novamente, os despertadores ensurdeciam o quarto, mas acima disso, o medo ensurdecia minha mente e a de Rachel. Primeiro o conto de fadas, depois ...

A vida real.


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Notas finais do capítulo

GiuHta muito obrigada por ter recomendado a história :)