Nossa História escrita por Maria


Capítulo 12
Capitulo 12 – A vida Real


Notas iniciais do capítulo

Eu AMO os comentários de vocês,
muito obrigada a todos que comentam :)



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Como raios ela conseguia fazer isso? Me perguntei mentalmente mil vezes. Assim que cheguei no colégio fui informada que um professor tinha faltado e por isso reorganizaram os horários de hoje, eu daria aulas na turma de Rachel pelos dois primeiros tempos. Cheguei na sala que ainda estava vazia e sentei na minha cadeira esperando o sinal e os alunos. Rachel chegou pouco tempo depois, sozinha, eu fiquei tensa na mesma hora, porém ela claramente estava relaxada.

“Bom dia senhorita Fabray, o que houve com o professor Lincoln?” Ela perguntou, sua voz não era sínica, tensa nem nada, sua voz era normal e curiosa, como se ela e eu não tivéssemos vivido tudo que vivemos nos últimos dias.

“Ele teve que tirar o dia para uns exames” Respondi me controlando para não gaguejar, Rachel sentou na sua mesa de sempre e me deu um sorriso, tal qual como da para cumprimentar qualquer um na rua.

Merda, como ela conseguia fazer isso? Agir tão neutra, talvez ela fosse louca. Eu não pude deixar de observá-la, ela tirou seu livro da mochila e seu estojo, com um lápis na mão ela começou a ler o livro. Não fazia sentido, eu já tinha pensado em mil maneiras de pegá-la e fazer amor com ela sobre a mesa, entretanto ela se concentrava em um livro, talvez ela não fosse louca, talvez eu fosse louca. Observei sua sobrancelhas se aproximarem levemente, sua testa foi marcada por finas linhas de expressão e ela levou o lápis a boca mordendo a parte de cima, ao mesmo tempo ela cruzou suas pernas fazendo sua saia subir um pouco mais, aquilo tudo era tão erotizante que por um momento cogitei que ela estivesse me provocando, porém seu rosto ficou sereno, ela deu um leve sorriso e fez uma anotação no livro, ela realmente estava o lendo enquanto eu tinha pensamentos impuros, me senti uma ninfomaníaca. O sinal tocou e os alunos foram entrando, expliquei que o professor tinha faltado e eu iria substitui-lo. Vi Finn entrando pela porta e foi como se um choque invadisse meu corpo, eu tinha esquecido completamente durante todo o fim de semana que Rachel tinha um namorado, por um minuto pensei que talvez Rachel estivesse agido de forma tão natural, porque o fim de semana não ter significado nada para ela, porém não fazia sentido, ela tinha se guardado para mim, certo? Não é como se isso fosse algo sem importância, definitivamente nosso fim de semana tinha sido muito importante para ela e até mesmo inesquecivel. O alto rapaz foi com um sorriso brilhante se juntar a ela, sentia ânsia, porém ela lhe deu um olhar gélido e falou que Britt sentaria no lugar ao lado dela e Kurt atrás, logo ele teria que ir para o outro canto da sala. Me senti aliviada, ela não queria ele perto.

Com todos presentes na classe, passei um trabalho individual valendo nota e me sentei esperando dúvidas e afins.

“Senhorita Fabray” Eu estava lendo quando ouvi a voz dela me chamando, seu tom estava mais agudo, levemente sensual, levantei minha cabeça e a encarei, novamente aqueles olhos travessos, ela iria aprontar.

“Diga Rachel” Coloquei meu livro sobre a mesa.

“Tenho duvidas” Ela moveu sua boca e fez um bico fofo, como eu amava beijá-la quando ela fazia isso “Será que posso ir ai?” Seu lápis novamente voltou a sua boca enquanto ela esperava minha resposta.

“Claro, qualquer um com dúvidas deve vir, não tem nem que perguntar isso” Me aplaudi por dentro por ter reunido forças suficiente para ser profissional.  Rachel se aproximou com o caderno em uma mão e o lápis na outra, sua ponta ainda estava em sua boca, ela se posicionou na outra extremidade da mesa, seu corpo ficou perfeitamente alinhado ao meu, eu não tinha mais visão da turma e obviamente a turma não conseguiria mais me ver, Rachel tinha me tampado com seu corpo, a olhei e agora não era mais somente seus olhos que eram travessos, seu sorriso também “Qual sua dúvida?” Minha voz saiu roca, me amaldiçoei por isso, ela sorriu mais amplamente e tirou o lápis de sua boca.

“São tantas” Ela fez uma cara de inocente “Nem sei por onde começar senhorita Fabray” Ela pegou a ponta do lápis que antes estava em sua boca e passou pelos meus lábios, pude sentir sua ponta molhada com a saliva de Rachel, seus olhos agora eram repletos de luxuria, senti meu sexo ficar molhado “Acho que isso é o mais próximo de um beijo que daremos nas próximas horas” Ela falou baixo e depois simplesmente pegou seu caderno e saiu, mas deixou o lápis sobre minha mesa. A encarei perdida e encantada, como podia aquilo? Ela com seus 17 anos, tinha mais controle de seu corpo, ação e até sensualidade e sexualidade do que eu com 25 anos, pela primeira vez percebi que desafiávamos qualquer tipo de lógica, embora ela mais nova, sempre seria o ponto central e de equilíbrio de nossa relação.  Suspirei entregue a tudo aquilo.

Depois disso Rachel pareceu entretida em uma conversa com Brittany, aparentemente ambas tinham feito seu trabalho já, não pude deixar de notar que Finn as olhava o tempo todo e com um olhar que me deu medo, ele não parecia muito feliz com Rachel tê-lo feito sentar tão longe dele. O sinal tocou e fui para outra classe, em seguida fui almoçar no auditório do coral, até cogitei que Rachel poderia aparecer por lá, mas ela não foi, o tempo correu e já era hora do Glee Club, os alunos chegaram animados, Brittany veio conversando com Kurt, mas Rachel não veio junto. Me senti irritada quando pensei que ela estivesse com Finn em algum canto, entretanto o garoto entrou logo em seguida conversando com Mike e Tina, aos poucos todos já estavam lá menos Rachel. Comecei a aula esperando ela entrar a qualquer momento, porém não ocorreu, a aula foi longa e chata, o Glee todo parecia fora do compasso quando sua capitã não estava, no final da aula me aproximei de Brittany.

“Brittany, você sabe aonde Rachel está?” Perguntei mais baixo, mas ainda assim em um tom de voz normal.

“Claro, no campo das Cheerios treinando” Arqueei a sobrancelha em um gesto automático, Rachel não pertencia as Cheerios.

“Mas ela não é uma Cheerios” Eu disse e Brittany sorriu angelicalmente, aquela menina só poderia ser um anjo.

“É por isso mesmo” Brittany fez um movimento com os ombros e saiu, não fazia sentido, fui até o campo vê se ela estava realmente lá e, acima de tudo, se estava em problemas. De longe avistei um corpo jogado no gramado verde, ao aproximar vi que era de fato Rachel, deitada no chão com seus braços e pernas abertos e respiração ofegante. Não tinha ninguém em volta, apenas ela, me aproximei o mais rápido e sentei ao seu lado no chão. Ela só abriu um olho para verificar quem estava a sua volta e depois voltou a fechar.

“Está tudo bem?” Perguntei preocupada, seu corpo suava.

Acho que consegui sobreviver” Ela disse após um tempo.

“Você não é uma Cheerios, por que está aqui?”

“É por isso mesmo” Ela disse a mesma frase que Brittany, o que ainda não fazia nenhum sentido, o suor do seu corpo foi secando com a brisa, sua respiração já era calma e normal, ela se levantou e sentou ficando frente a mim, seu cabelo era uma bagunça só, tive que reprimir o reflexo de passar a mão por eles e arrumá-lo.

“Isso não faz sentido” Eu disse tentando entender o que de fato estava acontecendo.

“Obviamente eu fui uma filha muito planejada” Eu olhei para Rachel levantando apenas uma sobrancelha “Hei” Ela me deu um tapa leve no braço “Não me questione, você não quer saber  por que estou aqui? Vou começar pelo começo” Ela me deu um olhar superior, digno de Rachel Berry.

“Desculpa, conte-me sua história, não questiono mais”

“Ótimo” Seu sorriso era presunçoso e eu revirei os olhos “Hei, sem revirar os olhos também” Sorrimos uma para a outra, era bom ficar com ela, seja lá em que situação fosse, era bom simplesmente tê-la ali.

“Me conte, eu quero saber tudo sobre você” Falei de forma séria, mas ainda serena.

“Como eu disse, fui uma filha planejada, meus pais prepararam tudo desde minha concepção, ao meu futuro. Eu realmente não saberia te dizer se realmente amo música e esse é meu sonho, ou se aprendi a amar e esse é o sonho dos meus pais”

“Então seu sonho não é NYADA e Broadway” Indaguei surpresa.

“Não é isso que eu quis dizer" Ela afirmou enfática "Esse é meu sonho, é o que mais desejo” Seus olhos brilhavam de entusiasmo “Eu só não sei se esse sonho partiu de mim o tempo todo, entende?”

“Acho que sim, mas o que isso tem a ver com as Cheerios?” Eu tentei voltar ao foco principal da conversa, pelo andar que estava indo, iriamos acabar pegando um rumo dramático demais e não era momento nem lugar para aquilo.

“Com dois anos meus pais me colocaram na aula de dança, estudei os mais variados tipos de dança, desde Ballet e jazz, até dança flamenca, do ventre, indiana, enfim, ano passado em uma apresentação de dança Sue estava lá por algum motivo estranho, e me viu dançar, desde então ela tenta que eu entre nas Cheerios, no inicio ela tentava apenas me suborna com esse papo de popularidade, mas quando viu que não cai, ela começo a pegar pesado e me fazer treinar o dobro das meninas da equipe, em algumas vez até mesmo o triplo , e hoje me fez treinar o quaduplo” Ela se jogou novamente no chão de forma dramática.

“Ela não pode fazer isso com você” Respondi indignada.

“Ela é Sue” Rachel disse como se aquilo explicasse algo.

“Não existe isso Rachel, Sue não é superior a ninguém, nem mesmo a você. Ela não pode te obrigar a fazer coisas desse tipo” O que eu falei era algo obvio, porém eu não julgava Rachel, eu mesma quando era estudante também tinha medo da treinadora, só hoje consigo ver o quanto ela extrapolava e que eu não tinha obrigação alguma de entrar em suas loucuras.

Rachel se levantou novamente me encarando.

"Pode ser" Ela deu de ombros “Será que vamos nos ver essa noite?” Ela perguntou e eu sorri.

“Eu tenho reunião essa noite sobre as apresentações do coral, vou receber as regras e assinar o nome dos alunos”

“Então isso é um não?” Ela fez uma carinha triste e eu apertei seu nariz.

“Isso é um talvez, eu posso ligar quando acabar e se você tiver acordada, passo na sua casa”

“Eu vou estar acordada”

Chegar na reunião foi um pesadelo, o pneu do meu carro furou e levei quase uma hora para o trocar, não deu para comer ou ir em casa trocar de roupa, o GPS entrou em um introspectivo momento de ‘Procurando Sinal’ e simplesmente não me disse o caminho, me perdi para achar o colégio Carmel, aonde seria a reunião, eu já tinha ido lá, mas decorar caminho, não é meu forte. Cheguei atrasada, quando abri a porta para entrar todos já estavam sentados e um homem de terno e meia idade palestrava na frente. Merda, todos olhavam para mim, corei violentamente, andei até uma cadeira vaga, focando apenas na cadeira e em ninguém mais a minha volta.

“Você é professora? Quantos anos você tem? Você é professora de Rachel?” Uma voz indignada me contestou assim que sentei, olhei e encarei uma Shelby incrédula. Merda, oficialmente agora a reunião tinha virado um pesadelo.


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