Amor Sem Fronteiras escrita por PetMom, Ana Tiemi


Capítulo 2
Capítulo 2 "O Jantar"


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ficou mais longo. Muito obrigada a todos que estão lendo essa fanfic, parentes, amigos... esperamos que gostem do capítulo!



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Aqueles dias passaram tão rapidamente quanto aqueles em que eles costumavam se divertir quando crianças. Eles perceberam que a amizade continuava a mesma. Só o que faltava era aquela naturalidade com que os amigos que se vêem todos os dias conversam e entendem um ao outro. Mas gradualmente até mesmo isso foi voltando.

Laura e Guilherme acordaram mais cedo do que o resto das pessoas da casa e estavam sentados na cozinha, conversando.

– Você nunca levou jeito pra cozinhar mesmo. – disse Guilherme.

– Ah, sim, e você é realmente um chef... Agora coma suas torradas e fique quieto. – respondeu Laura, com seu sorriso travesso.

– Sou sim, e vou provar. Hoje cozinharei o jantar. E daí você vai ver.

– Mal posso esperar!

Helena levantou e desceu para a cozinha também. Divertiu-se muito nesses dias, mas sabia que logo tudo acabaria, pois os amigos iriam embora. Quando se lembrava disso começava a ficar tristonha, então evitava pensar no assunto. Artur se levantou logo em seguida. Helena viu que seus cabelos negros e ondulados ainda estavam despenteados, mas não se importava, ele era uma visão agradável de qualquer jeito.

– Bom dia! Dormiram bem? – perguntou ele.

– Sim, esses últimos dias tem sido ótimos, durmo como uma pedra! – Laura respondeu.

– Vai ver que é por causa da minha estonteante presença... – zombou Guilherme, rindo.

– Sim, ou talvez seja por que vocês nos mantém acordadas até tarde todas as noites, contando suas histórias da faculdade. – respondeu Helena, fazendo pouco do amigo.

– Como se vocês não ficassem nos contando seus casos engraçados sobre o trabalho. Aquela história sobre a primeira apresentação da Helena foi muito engraçada! Ainda bem que você nos contou, Laura, senão ainda estaríamos sem saber. – disse Guilherme.

– Pois é, a Laurinha está sempre me fazendo passar vergonha... Eu simplesmente travei naquela apresentação, minhas mãos tremiam, eu mal conseguia segurar o violino.

– Mas ainda não te ouvimos tocar. Porque você não faz uma apresentação particular para nós? – pediu Artur.

– Sim Helena! Toque para nós! Daí depois eu posso mostrar algumas fotos dos quadros que fiz recentemente. Ainda bem que consegui vender todos... – Laura desandou a falar. Como sabia que a irmã não terminaria a ladainha tão rápido, Helena saiu discretamente da cozinha e foi para o quintal tomar seu café. Ela não estava com nenhuma vontade de tocar, sabia que ficaria nervosa e erraria tudo, então esperava que eles simplesmente se esquecessem do pedido. Sentou-se na escada que levava da varanda para o jardim. O dia estava bonito, sem nuvens no céu, um típico dia de outono, nem frio nem quente.

Ela conseguia escutar a conversa lá dentro, Laura e Guilherme sempre conseguiam encontrar algum assunto para conversar. Nesse momento sua mãe e seu pai já haviam descido para tomar café também. Repentinamente passou-lhe pela cabeça uma idéia que lhe agradou muito: sua irmã e Guilherme faziam um par perfeito! Ele aguentava toda aquela animação de Laura, e ainda por cima a estimulava! E ela sempre conseguia fazer seu amigo rir e se divertir. Como não havia pensado nisso antes? Mas as coisas têm que acontecer naturalmente, pensou, não vou falar nada, de jeito nenhum...

– Vejo que você também gosta de um pouco de silêncio. – Artur falou atrás dela. Ela se assustou. Há quanto tempo ele estava parado ali de pé, apoiado no batente da porta? Mas logo ela se recompôs.

– Sim, e com Laura por perto, silêncio é um milagre de Deus. – respondeu, sorrindo.

– Guilherme não é muito diferente, sempre falando sobre suas conquistas culinárias. – disse Artur.

– É mesmo, ouvi que ele vai fazer o jantar hoje! Ele realmente cozinha bem? Seria legal, porque faria Laura engolir o que disse a respeito da comida dele. – constatou Helena, com uma ponta daquele sentimento de disputa fraterna normal.

– Não pense que eu esquecerei de sua apresentação particular... Vou cobrar, mesmo que demore. – Artur disse, caminhando vagarosamente em direção à Helena e sentando-se ao seu lado. Seus olhos verdes brilhavam intensamente sob a luz do sol, encarando-a. Ela não sabia o que fazer, mas tentou sustentar o olhar. Quem desviou o olhar foi ele.

– Espero que nos enviem para um país quente, pois não consigo suportar bem o clima frio. – disse com aspecto sério.

– Sim, vamos torcer para que essa aventura seja do jeito que vocês esperam... – respondeu Helena, sentindo a tristeza voltar. Ela se perguntava por que ficava tão triste de saber que logo todos se separariam novamente. Ficamos anos separados e nunca pensei nesse assunto! Ela reprimia os sinais exteriores, porque não queria que o amigo percebesse e pensasse que ela não o apoiava.

Mas dessa vez não conseguiu evitar um leve relance de tristeza. Foi só por um segundo, mas Artur reparou. Ele sempre reparava nos olhos dela, eram a coisa mais impressionante de seu semblante. E ainda que esse nunca transmitisse seus anseios, os olhos eram muito expressivos.

– Vou tentar te escrever sempre quando estiver lá, se você tiver interesse em acompanhar nossa aventura, ainda que seja à distância. – disse Artur, tentando animá-la. Funcionou. Ela soube assim que ele conseguia perceber o que ela pensava realmente, e ficou ainda mais contente.

– Agora estou ansioso para saber o que todos vão achar da comida de Guilherme. – disse, levantando-se para entrar.

– Mas como assim? A comida é ruim!? – respondeu ela, intrigada. Levantou-se também e entrou depois dele.

Durante o dia as irmãs saíram com sua mãe, foram fazer compras para o tão esperado jantar. O menu era peixe assado com alcaparras. Quando chegaram, foram se preparar para a ceia. Laura já estava se arrumando, enquanto Helena não conseguia decidir o que vestir. Achava que nada lhe caía bem. O estilo da irmã era colorido e alegre, combinava com ela. Laura terminou de se vestir muito antes de o jantar estar pronto, então foi tentar ajudar a irmã.

– O que foi, Lena? Qual é o problema? – perguntou, curiosa.

– Simplesmente não consigo decidir o que vestir! E esse cabelo então! Parece uma vassoura! – respondeu Helena, já nervosa.

– Até parece, né? Pode parar com esse drama, você sabe que eu sempre achei seu cabelo lindo! Vamos prender de um jeito que eu aprendi com a prima de terceiro grau da minha professora de arte abstrata, vai ficar com um ar tão romântico, com esse cabelo ondulado vai ficar perfeito... – e não parou mais de falar. Encontrou um conjunto cinza azulado no fundo do guarda-roupa, que Helena nem lembrava mais que existia, e que combinava muito bem com a cor de seus olhos. Quando terminou sua obra de arte, Helena chegou a ficar impressionada com o talento da irmã, porque achou que o resultado não estava tão ruim assim.

O jantar estava servido. As irmãs desceram as escadas e encontraram todos já sentados à mesa. Helena estava morrendo de vergonha, porque todas as atenções se voltaram para elas quando entraram na sala de jantar. Só conseguia olhar para baixo. Quando levantou o rosto, reparou que Artur estava olhando diretamente para ela. No momento em que seus olhares se cruzaram, ela não conseguiu respirar. Ele desviou o rosto e se levantou para puxar uma cadeira para ela.

Todos se sentaram e começaram a jantar. Para a tristeza de Laura, a comida estava perfeita. Ninguém poupou elogios para o chef amador, que ficou muito cheio de si, e nunca mais deixaria Laura se esquecer do ocorrido...


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Notas finais do capítulo

Agradecemos a Nat sem Noção por recomendar a nossa história na fanfic dela!