Anna E O Renascer Dos Mortos Vivos escrita por Robert Julliander


Capítulo 27
Enfermaria


Notas iniciais do capítulo

OK mais um capítulo
meio que deu um bloqueio, mas acho que
conseguir escrever como queria.
Espero que apreciem, boa leitura.



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— Ela está acordando!

— Finalmente!

— Onde? Onde estou? — Anna tenta levantar, mas é impedida por duas mãos que a empurraram e fizeram-na deitar novamente. Uma era de sua amiga índia e outra de sua amiga elfa. Ambas preocupadas com a saúde da garota do campo.

— Melhor que você fique deitada. — Fala as duas.

Anna estava com a visão um pouco desfocada, mas aos poucos recuperara, vendo cores manchadas. Assim que sua vista voltara ao normal, ela se vê deitada numa cama. Gerla, Gabriella e Suaila fitavam ela com feições angustiadas.

— Onde estou? — Ela perguntam tentando se acalmar.

— Você está na enfermaria. — Responde Gerla. — Como você se sente?

— Um pouco enjoada, — A garota do campo, parecia mais pálida que o normal — não entendo. A pouco eu estava na sala do Sr Aphirian e... — Anna olha para um relógio pregado a parede e estranha. Antes de seguir para sala do diretor ela recordara de ser quase nove da manhã, como poderia ser oito. A não ser que seja oito da noite, seria impossível o tempo ter voltado.

As garotas a observam e depois olham para o relógio.

— O que foi? — Pergunta Gerla.

— Quando entrei na sala do professor já iria dar nove horas. — Ela responde confusa.

— Anna. — Gabriella chama a atenção de sua amiga, sentando no mesmo leito. — Hoje já faz três dias que você apagou.

— O que aconteceu? — A garota do campo tenta se acalmar, procurando respostas. Passara ela três dias dormindo? O que acontecera de tão grave e por que ela não lembrara de nada?

— Não sabemos. — Suaila disse.

— Tudo que sabemos é que você veio para enfermaria. Aparentemente você só passou mal e desmaiou. — Explica a maga veterana, tirando parte de sua franja azul da frente do olho e prendendo atrás de sua orelha.

— Tem um boato rolando de que você não é um ser mágico. — Suaila cuspiu a fofoca.

— Suaila! — Reclama a índia.

— Tudo bem Gabí. — Anna diz — Talvez eles tenham razão.

— Mas isso não é possível. — Fala Gerla se aproximando de sua amiga deitada. — É a ordem natural Anna, todo feiticeiro tem afinidade com um ou mais elementos.

— Então por que eu não tenho afinidade com nenhum? — Anna pergunta entristecida.

— Não sei. — A maga de curtos cabelos azuis, admite.

— Talvez as respostas estejam com o que aconteceu com você Anna. — A índia tenta raciocinar.

— Isso faz sentido... — Gerla fala — E se você tentar lembrar de como foi lá, na sala do Melcon?

Anna franze a testa tentando lembrar, mas tudo que tem é uma enorme dor de cabeça.

— Será que usaram um feitiço nela? — Gabriella pergunta para a maga veterana.

— É bem provável. — Ela admite nada feliz.

— Tudo bem gente, talvez eu seja apenas uma garota normal. — Os olhos de Anna já estavam se enchendo de lágrimas.

— Garotas, vocês deveriam estar nas aulas. — Uma maidoll vestida de enfermeira reclama. Seu vestido era aberto e branco, o único detalhe visível e realmente chamativo de sua veste, era a cruz vermelha em seu peito e em seu chapéu.

— Ah qualé? — Gabriella aumenta a voz — A gente só chegou aqui tipo, a uns quarenta minutos.

— Mocinha, você não pode usar a desculpa de uma amiga doente para faltar aulas. — A maidoll persiste.

— Tudo bem garotas eu estou bem. — Anna tenta acalmar o animo do trio.

— Tudo bem, ainda teremos o intervalo, voltaremos a te ver. — A índia abraça sua amiga que está deitada no leito.

— Uh! — Suaila da um beijo na testa de Anna — Sim, pode ter certeza que voltaremos.

Gerla apenas aperna a mão da garota e dá um sorriso simpático, lhe desejando forças. As três se retiram deixando Anna sozinha na enfermaria. Sozinha, ela percebeu que tudo estava extremamente silencioso. A pequena boneca enfermeira também se retira da sala.

A enfermaria é feita por salas separadas, cada uma com dois leitos cada. É comum terem alunos doentes, alguma acidente sempre pode acontecer. Muitas vezes feitiços, encantamentos e magias dão errado. Ou até mesmo alunos tentando o feito de poções mágicas, que acabam mais adoecendo eles.

As salas são aconchegantes, muito limpas e organizadas. Não são como hospitais comuns, as paredes desta parte do castelo, são pintadas de branco, mas logo mudam dependente da cor preferida de cada aluno. A sala de Anna estava num tom roxo, sua cor favorita desde sempre. Apenas uma cortina separava ela do outro leito.

Tudo estava tão calmo e entediante, que a bela garota de rosto rosado e cabelos escuros, fechara lentamente os olhos. Seus cílios pareciam pesados e mesmo depois de ter adormecido por tanto tempo ela acabara pegando no sono.

Ao abrir os olhos ela se vê em seu quarto na irmandade Serenite. Mas tudo estava diferente do que estava acostumada, as cortinas rasgadas, a cama de Gabriella cinza, e todo resto destruído. O quarto não estava tão glamouroso ou cheio de cores como sempre esteve, era como se estivesse num cenário de um filme tão antigo, que as cores e vida de tudo, tivessem se dissipado. Sua cama, era a única coisa intacta no local. Ela desce colocando o pé direito no chão e se surpreende o quanto está frio.

— Gabi? — A garota chama por sua miga mas não obtém respostas. Vai até o banheiro, mas não encontra nada, além de um mesmo cenário, frio e sem cor.

Antes de sair de seu quarto ela se fita num espelho, ele nunca esteve neste quarto antes. Anna percebeu, que ela era a única em todo local a ter vida em cores. Suas bochechas estavam rosadas e seus olhos tão azuis quanto podiam, seus lábios estavam avermelhados de um jeito natural. Ela estava usando um simples vestido de seda branco e ainda estava descalça.

Como se as vestes não fossem importantes, ela se vira e sai de seu quarto, bate na porta do quarto a frente, onde poderia encontrar sua bela e loira amiga elfa. Ao tocar os dedos na porta com uma singela batida, a porta range um pouco e apenas se abre. A garota do campo tenta espiar, mas o quarto de Suaila, estava no mesmo estado que o seu. Sem vida. Ao descer as escadas, Anna não ver nenhuma aluna nos corredores, ou maidolls limpando, reclamando, ajeitando, ou fazendo qualquer atividade que fosse. Apenas o frio estava aumentando a cada passo dado.

Saindo do casarão da irmandade Anna se choca, ao perceber que todo o lugar, toda cidade/escola, não estava diferente. O cinza lhe fazia mal, a lua não tinha o mesmo brilho e o céu estava tão negro quantos seus cabelos. Pensando está sozinha, a garota começara a segurar o choro, enquanto andava pelas ruas, procurando qualquer forma de vida sendo ela animal, humana, vegetal, ou até mesmo alguma cor que não fosse o tão misterioso e amargo cinza.

Até que notou um movimento, feliz por ver pessoas vindo em sua direção, ela corre até eles com um sorriso alegre e confortável. Até perceber que, as pessoas estavam estranhas. Andavam de um jeito lento, meio curvado e um mal cheiro junto ao frio, se multiplicava pelo ar, a medida que se aproximavam. Um cheiro pútrido, que faria qualquer um ter refluxos instantâneos ou até mesmo, levaria alguém a passar mal até vomitar. Anna tampou o nariz com uma das mãos e esperou até que as pessoas que vinham em sua direção, saíssem das sombras e mostrassem seus rostos na clara e cinza luz.

Arregalou os olhos, quando percebeu que todos aquelas pessoas estavam aparentemente mortas. Algumas sem olhos, a maioria quase não tinha cabelo, seus ossos apareciam e pedaços de seus membros as vezes se perdiam pelo caminho. A carne estava tão podre, que em alguns lugares, vermes dominavam e se alimentavam. Dando alguns passos para trás e ainda observando quem vinha em sua direção. A pobre garota percebeu, que suas amigas estavam no grupo de zumbis. Deformadas, mas perceptíveis. Anna correu até chegar em um campo com a grama acinzentada e muito mais frio que antes.

Cor. Ela já vira aqueles tons de verdes. A mesma aurora que viu em sonhos algumas vezes, reinava no céu, com um brilho e beleza estonteantes. E mais uma vez no meio da valsa de luzes e cores verdes no céu, um pássaro vermelho sobrevoa o campo. Ele parecia pegar fogo, sua presença é tão poderosa que Anna estava completamente arrepiada. O pássaro se aproximava, até que o cheiro de carniça estava próximo. Sem poder correr, Anna foi pega pela horda de zumbis. Tudo que ouvira era o cântico, que lhe era familiar, era o mesmo que as fadas do oráculo fizera a três dias.

— Anna? Anna!!! — A garota do campo abre os olhos, depois de sentir sua mão esquerda ter impactado algo macio, mas ao mesmo tempo resistente.

— Ai! — Grita Suaila, colocando a mão no rosto.

— O que? O que aconteceu? — Anna perguntou se sentando.

— Calma querida foi só um sonho. — Gabriella lhe abraça, fazendo sua melhor amiga chorar.

— Anna, você está bem? — Pergunta Gerla.

— Toma um pouco de água. — Suaila lhe entrega um copo de vidro transparente, com um líquido igualmente incolor.

— Obrigada Suh! — Anna da alguns goles — E me perdoe, por ter te batido.

— Você não tem culpa. — A elfa sorri, tentando mostrar indiferença, mesmo estando na cara, que o tapa foi tão forte, que deixara quase a marca dos dedos em seu rosto branco.

— Com o que você estava sonhando? — A maga veterana pergunta.

— Pessoas mortas — Uma pausa tensa e depois de um suspiro, ela continua — e vivas ao mesmo tempo.

— Já ouvi falar de algo parecido. — Gerla para pra pensar.

— Mas isso é impossível, — Gabriella fala sarcástica — claro que foi um pesadelo. Não existe meio termos, ou está vivo ou estar morto.

— E como esses seres eram Anna? — Suaila pergunta assustada.

— Eram mortos que andavam e fediam. Eu não sei explicar bem. — Ela tenta não parecer maluca.

— Enfim, era um sonho. — A índia sorrir. — Sonhos são estranhos mesmo.

— É pode ser. — A maga de cabelos azuis assente.

— Não acho que ver pessoas mortas andando seja um sonho, — A elfa faz uma carinha entristecida — eu acho que é mais um pesadelo.

— É Suh, foi um pesadelo — Anna concorda — mas o que estão fazendo aqui? Não deveriam estar na aula?

— Não. — A índia brinca.

— Agora é o intervalo. — A elfa cantarola.

— E vinhemos passar um tempo com você e ver como você tá. — Gerla diz.

— Vocês são as melhores. — Anna fica corada com tanto carinho.

— Nem vem, eu sou a melhor. — A morena fala com mais sarcasmo — Essas duas aí não tão com nada. — Todas sorriram.

— Gente. — Anna chama atenção de todas — Acho que lembrei.

— Do que? — Fala a Gabriella brincalhona — Que a comida daqui é uma droga? Aliás a Suaila comeu toda sua gelatina.

— Hey! Não fui eu. — A elfa reclama — Foi você que comeu tudo.

— Loirinha, saiba que negação é o primeiro sinal de culpa. — Rir a índia.

— E como eu vou me defender? — Suaila reclama. — Isso é injusto.

— Meninas! — Gerla chama — Deixem a Anna falar.

— Lembrei, o que aconteceu na sala do Sr Melcon Aphirian. — O quarteto de diferentes garotas se encaram na sala da enfermaria. Mas tanto as três quanto Anna, queriam respostas do que acontecera anteriormente. Será que juntas elas podem descobrir?


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Notas finais do capítulo

Hey. Talvez o próximo capítulo seja
bem esclarecedor ou não.
Mas espero que estejam gostando.
Até mais tarde, se vocês
me deixarem reviews ;)



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